Ratio Venustatis: razões da beleza nos livros I e III do De Architectvra de Vitrúvio

• Autor(a) principal: Clovis Antonio Benedini Lima
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.16.2015.tde-03102015-122813

Segundo Vitrúvio, a arquitetura deve se orientar pelos princípios de firmeza, utilidade e venustidade. Procurou-se perquirir de que modo a ratio uenustatis se insere no De Architectura e o papel desempenhado. Em torno da noção de uenustas reúnem-se termos - tais como: species, aspectus, aspiciens, figura, uisus, oculus - concernentes às preocupações visuais dirigidas às obras, indicadas já nas definições fundamentais da arquitetura - ordinatio, dispositio, eurythmia, symmetria, decor e distributio. Lê-se no Livro III que o aspectus da obra lhe confere autoridade (auctoritas), e o templo eustilo pseudodíptero se afigura como exemplo maior na preceptiva. Mas é preciso contar antes com a auctoritas do arquiteto, para isso instruído nas letras (litterae), dentre variadas artes e erudições, e apto simultaneamente ao fazer e ao raciocinar (fabrica et ratiocinatio). As autoridades egrégias (egregias auctoritates) prometidas no primeiro exórdio à majestade do poder conduzido pelo Imperator, por ocasião dos esforços empreendidos na construção pública, dizem respeito às oportunidades e vantagens (opportunitas) advindas de uma adequada ordenação dos recintos urbanos (moenia) - desde a escolha do sítio até a determinação das obras de uso comum -, demonstrando-se intrinsecamente conexas à diligência no campo das venustidades, que permeia os demais âmbitos da arte edificatória.