Ambiente de prática profissional, carga de trabalho e omissão de cuidados de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-18032019-191531/ |
Resumo: | Para garantir a segurança dos pacientes e os resultados de qualidade da assistência faz-se necessário investir na melhoria da prática assistencial de enfermagem, uma vez que essa pode ser influenciada diretamente pela gestão organizacional. Um ambiente de trabalho favorável deve levar em consideração vários fatores, entre os quais, a complexidade dos pacientes, carga de trabalho e composição qualiquantitativa dos profissionais de enfermagem. A identificação de fatores individuais e sistêmicos em ambientes de cuidados, particularmente naqueles de alta complexidade, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTI), podem beneficiar a prática profissional do enfermeiro e de sua equipe, bem como subsidiar a implantação de ações que contribuam para o alcance de padrões de qualidade nos indicadores relacionados à assistência ao paciente. O objetivo desse estudo foi caracterizar os ambientes de prática profissional, a carga de trabalho e a omissão de cuidados de enfermagem segundo a percepção dos enfermeiros. Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, realizado em três UTI\'s de grande porte de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. A população foi constituída pelos enfermeiros lotados nessas unidades, envolvidos na assistência direta ao paciente, com tempo de experiência profissional na instituição superior a três meses e presentes na unidade no período de realização do estudo entre dezembro de 2017 a março de 2018. A coleta de dados foi feita por meio da aplicação dos instrumentos autoaplicáveis de caracterização pessoal e profissional, do PRACTICE ENVIRONMENT SCALE (PES) - versão brasileira e do MISSCARE-BRASIL. Utilizou-se estatística descritiva para análise e tratamento dos dados e os testes de Wilcoxon e exato de Fischer para testar associação entre variáveis. Participaram do estudo 29 enfermeiros, sendo a maioria do sexo feminino, com média de 35,5 anos de idade, 8,6 anos na função e 4,5 anos de experiência em terapia intensiva. A carga horária semanal desses profissionais foi em média de 34,4 horas, tendo trabalhado ainda 36,4 horas extras, em média, nos últimos 3 meses. A carga de trabalho medida pelo NAS variou de 64,76 a 89,98 pontos e tempo de assistência requerida pelos pacientes foi de 15,5 a 21,5 horas. Em relação ao ambiente de trabalho, as UTI\'s 1 e 3 foram consideradas ambientes mistos e a UTI 2, ambiente favorável a prática profissional, com melhores pontuações nas subescalas \"Relações colegiais entre médicos e enfermeiros\" nas UTI\'s 1 e 3 e \"Habilidade, liderança e suporte dos coordenadores/supervisores de enfermagem aos enfermeiros/equipe de enfermagem\" na UTI 2. No tocante a omissão de cuidados de enfermagem segundo a percepção dos enfermeiros participantes, aquele mais relatado nas três unidades foi \"Deambulação três vezes ao dia ou conforme prescrito\", sendo que o motivo \"Número inadequado de pessoal\" predominou nas UTI\'s 1 e 3. As maiores razões para a não realização de cuidados estiveram relacionadas aos recursos de \"Gerenciamento e liderança\" na UTI 1 e \"Recursos Laborais\" nas UTI 2 e 3. Os resultados relativos aos testes de associação evidenciaram que apenas a relação de pacientes atendidos por turno se mostrou estatisticamente significante ao ambiente de trabalho. Entretanto, os enfermeiros do ambiente favorável não relataram intenção de deixar o cargo, estando mais satisfeitos com o trabalho em equipe e em ser enfermeiro da sua unidade. O estudo possibilitou identificar elementos do ambiente de trabalho em terapia intensiva favoráveis à prática profissional e os pontos de enfrentamento passíveis de mudanças que demandam uma análise criteriosa por parte dos gestores de enfermagem, a fim de garantir o desenvolvimento de uma assistência com qualidade e segurança |
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Ambiente de prática profissional, carga de trabalho e omissão de cuidados de enfermagem em Unidades de Terapia IntensivaProfessional practice environment, workload and omission of nursing care in Intensive Care UnitsAmbiente de Instituições de SaúdeCarga de TrabalhoCuidados de EnfermagemDownsizing OrganizacionalHealth Facility EnvironmentNursing CarePatient SafetyPersonnel DownsizingSegurança do PacienteWorkloadPara garantir a segurança dos pacientes e os resultados de qualidade da assistência faz-se necessário investir na melhoria da prática assistencial de enfermagem, uma vez que essa pode ser influenciada diretamente pela gestão organizacional. Um ambiente de trabalho favorável deve levar em consideração vários fatores, entre os quais, a complexidade dos pacientes, carga de trabalho e composição qualiquantitativa dos profissionais de enfermagem. A identificação de fatores individuais e sistêmicos em ambientes de cuidados, particularmente naqueles de alta complexidade, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTI), podem beneficiar a prática profissional do enfermeiro e de sua equipe, bem como subsidiar a implantação de ações que contribuam para o alcance de padrões de qualidade nos indicadores relacionados à assistência ao paciente. O objetivo desse estudo foi caracterizar os ambientes de prática profissional, a carga de trabalho e a omissão de cuidados de enfermagem segundo a percepção dos enfermeiros. Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, realizado em três UTI\'s de grande porte de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. A população foi constituída pelos enfermeiros lotados nessas unidades, envolvidos na assistência direta ao paciente, com tempo de experiência profissional na instituição superior a três meses e presentes na unidade no período de realização do estudo entre dezembro de 2017 a março de 2018. A coleta de dados foi feita por meio da aplicação dos instrumentos autoaplicáveis de caracterização pessoal e profissional, do PRACTICE ENVIRONMENT SCALE (PES) - versão brasileira e do MISSCARE-BRASIL. Utilizou-se estatística descritiva para análise e tratamento dos dados e os testes de Wilcoxon e exato de Fischer para testar associação entre variáveis. Participaram do estudo 29 enfermeiros, sendo a maioria do sexo feminino, com média de 35,5 anos de idade, 8,6 anos na função e 4,5 anos de experiência em terapia intensiva. A carga horária semanal desses profissionais foi em média de 34,4 horas, tendo trabalhado ainda 36,4 horas extras, em média, nos últimos 3 meses. A carga de trabalho medida pelo NAS variou de 64,76 a 89,98 pontos e tempo de assistência requerida pelos pacientes foi de 15,5 a 21,5 horas. Em relação ao ambiente de trabalho, as UTI\'s 1 e 3 foram consideradas ambientes mistos e a UTI 2, ambiente favorável a prática profissional, com melhores pontuações nas subescalas \"Relações colegiais entre médicos e enfermeiros\" nas UTI\'s 1 e 3 e \"Habilidade, liderança e suporte dos coordenadores/supervisores de enfermagem aos enfermeiros/equipe de enfermagem\" na UTI 2. No tocante a omissão de cuidados de enfermagem segundo a percepção dos enfermeiros participantes, aquele mais relatado nas três unidades foi \"Deambulação três vezes ao dia ou conforme prescrito\", sendo que o motivo \"Número inadequado de pessoal\" predominou nas UTI\'s 1 e 3. As maiores razões para a não realização de cuidados estiveram relacionadas aos recursos de \"Gerenciamento e liderança\" na UTI 1 e \"Recursos Laborais\" nas UTI 2 e 3. Os resultados relativos aos testes de associação evidenciaram que apenas a relação de pacientes atendidos por turno se mostrou estatisticamente significante ao ambiente de trabalho. Entretanto, os enfermeiros do ambiente favorável não relataram intenção de deixar o cargo, estando mais satisfeitos com o trabalho em equipe e em ser enfermeiro da sua unidade. O estudo possibilitou identificar elementos do ambiente de trabalho em terapia intensiva favoráveis à prática profissional e os pontos de enfrentamento passíveis de mudanças que demandam uma análise criteriosa por parte dos gestores de enfermagem, a fim de garantir o desenvolvimento de uma assistência com qualidade e segurançaIn order to ensure patient safety and quality of care results, it is necessary to invest on improvements in nursing care practice, which can be directly influenced by management. To achieve a favorable work environment a few factor should be taken into account, such as patient complexity, workload, and qualitative and quantitative composition of nursing professionals. The identification of individual and systemic factors in care environments, particularly in those with high complexity, such as Intensive Care Units (ICU\'s), can benefit the professional practice of the nurses and their staff, as well as subsidize the implementation of actions that contribute to the achievement of quality standards in the indicators related to patient care. The objective of this study was to characterize the professional practice environments, the workload, and the omission of nursing care according to the nurses\' perception. This is a cross-sectional descriptive study performed in three large ICU\'s of a city in the interior of the State of São Paulo, Brazil. The population was composed of nurses filled in these units, involved in direct patient care, with professional experience in the institution over three months, and present at the unit during the study period between December 2017 to March 2018. The data collection was done through the application of the personal and professional self-applying tools of PRACTICE ENVIRONMENT SCALE (PES) - Brazilian version and MISSCARE-BRASIL. Descriptive statistics were used for data analysis and treatment, and the Wilcoxon and Fischer exact tests were used to test association between variables. Twenty-nine nurses participated in the study, the majority being female, with a mean 35.5 years of age, 8.6 years in function, and 4.5 years of experience in intensive care. The weekly workload of these professionals averaged 34.4 hours, and they also have worked an extra 36.4 hours on average in the last 3 months. The workload measured by the NAS ranged from 64.76 to 89.98 points, and the care time assistance required by the patients was 15.5 to 21.5 hours. Regarding the work environment, ICU\'s 1 and 3 were considered as mixed environments, and ICU 2 as a favorable environment for professional practice, with better scores in the subscales \"Collegial relations between doctors and nurses\" in ICUs 1 and 3 and \"Ability, leadership and support of coordinators / supervisors to the nurses / nursing team\" in the ICU 2. Regarding the omission of nursing care according to the perception of the nurses, the one most reported in the three units was \"Ambulation three times a day or as prescribed\", with the reason \"Inadequate number of personnel\" predominant in ICU\'s 1 and 3. The major reasons for not performing care were related to the \"Management and leadership\" resources in ICU 1 and \"Labor Resources\" in the ICU\'s 2 and 3. The results related to the association tests showed that only the \'\'ratio of patients seen per shift\'\' was statistically significant to the work environment. However, the nurses of the favorable environment did not report intention to leave the position, being more satisfied with teamwork and being a nurse in their unit. The study made it possible to identify elements of the work environment in intensive care favorable to professional practice and the points of confrontation that can be changed, which require a careful analysis by the nursing managers, in order to ensure the development of patient safety and quality of assistanceBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLaus, Ana MariaSilva, Renata Pereira Lima2018-11-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-18032019-191531/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-09T23:21:59Zoai:teses.usp.br:tde-18032019-191531Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-09T23:21:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Para garantir a segurança dos pacientes e os resultados de qualidade da assistência faz-se necessário investir na melhoria da prática assistencial de enfermagem, uma vez que essa pode ser influenciada diretamente pela gestão organizacional. Um ambiente de trabalho favorável deve levar em consideração vários fatores, entre os quais, a complexidade dos pacientes, carga de trabalho e composição qualiquantitativa dos profissionais de enfermagem. A identificação de fatores individuais e sistêmicos em ambientes de cuidados, particularmente naqueles de alta complexidade, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTI), podem beneficiar a prática profissional do enfermeiro e de sua equipe, bem como subsidiar a implantação de ações que contribuam para o alcance de padrões de qualidade nos indicadores relacionados à assistência ao paciente. O objetivo desse estudo foi caracterizar os ambientes de prática profissional, a carga de trabalho e a omissão de cuidados de enfermagem segundo a percepção dos enfermeiros. Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, realizado em três UTI\'s de grande porte de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. A população foi constituída pelos enfermeiros lotados nessas unidades, envolvidos na assistência direta ao paciente, com tempo de experiência profissional na instituição superior a três meses e presentes na unidade no período de realização do estudo entre dezembro de 2017 a março de 2018. A coleta de dados foi feita por meio da aplicação dos instrumentos autoaplicáveis de caracterização pessoal e profissional, do PRACTICE ENVIRONMENT SCALE (PES) - versão brasileira e do MISSCARE-BRASIL. Utilizou-se estatística descritiva para análise e tratamento dos dados e os testes de Wilcoxon e exato de Fischer para testar associação entre variáveis. Participaram do estudo 29 enfermeiros, sendo a maioria do sexo feminino, com média de 35,5 anos de idade, 8,6 anos na função e 4,5 anos de experiência em terapia intensiva. A carga horária semanal desses profissionais foi em média de 34,4 horas, tendo trabalhado ainda 36,4 horas extras, em média, nos últimos 3 meses. A carga de trabalho medida pelo NAS variou de 64,76 a 89,98 pontos e tempo de assistência requerida pelos pacientes foi de 15,5 a 21,5 horas. Em relação ao ambiente de trabalho, as UTI\'s 1 e 3 foram consideradas ambientes mistos e a UTI 2, ambiente favorável a prática profissional, com melhores pontuações nas subescalas \"Relações colegiais entre médicos e enfermeiros\" nas UTI\'s 1 e 3 e \"Habilidade, liderança e suporte dos coordenadores/supervisores de enfermagem aos enfermeiros/equipe de enfermagem\" na UTI 2. No tocante a omissão de cuidados de enfermagem segundo a percepção dos enfermeiros participantes, aquele mais relatado nas três unidades foi \"Deambulação três vezes ao dia ou conforme prescrito\", sendo que o motivo \"Número inadequado de pessoal\" predominou nas UTI\'s 1 e 3. As maiores razões para a não realização de cuidados estiveram relacionadas aos recursos de \"Gerenciamento e liderança\" na UTI 1 e \"Recursos Laborais\" nas UTI 2 e 3. Os resultados relativos aos testes de associação evidenciaram que apenas a relação de pacientes atendidos por turno se mostrou estatisticamente significante ao ambiente de trabalho. Entretanto, os enfermeiros do ambiente favorável não relataram intenção de deixar o cargo, estando mais satisfeitos com o trabalho em equipe e em ser enfermeiro da sua unidade. O estudo possibilitou identificar elementos do ambiente de trabalho em terapia intensiva favoráveis à prática profissional e os pontos de enfrentamento passíveis de mudanças que demandam uma análise criteriosa por parte dos gestores de enfermagem, a fim de garantir o desenvolvimento de uma assistência com qualidade e segurança |
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