A configuração de conflitos socias e ambientais nas franjas da metrópole de São Paulo: o caso de Juquitiba

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rallo, Priscila Petri
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-14012015-154458/
Resumo: A proposta deste trabalho é investigar a constituição de conflitos entre moradia e proteção da natureza nas mais longínquas periferias (franjas) da metrópole de São Paulo para trazer à tona uma questão maior: a reprodução da urbanização crítica dessa metrópole, que extrapola os limites territoriais contíguos e contínuos de seu tecido espraiado, avançando e instaurando-se em fragmentos próprios do período mais recente de sua expansão urbana. Para tal feito, partiu-se da análise de um fragmento específico: o município de Juquitiba, pois, integralmente inserido em áreas de mananciais e detentor de parte da mata conservada da metrópole, ele vem testemunhando nas últimas décadas considerável crescimento populacional. Usou-se o método materialista dialético para situar a problemática dos conflitos em uma totalidade espacial, qual seja, a metrópole de São Paulo, num movimento constante de expansão da periferia urbana que promove a ocupação das áreas naturais protegidas por lei mais distantes do centro da capital. O método regressivo-progressivo, por sua vez, possibilitou encontrar no tempo o fundamento, os processos, os sujeitos e as contradições que estão por trás dessa expansão urbana geradora de conflitos, estes reduzidos pela lógica dominante a uma mera questão ecológica. Esse percurso teórico adotado pôde melhor explicar o que o trabalho de campo e a análise de leis e dados estatísticos diziam sobre a realidade estudada. As descobertas encontradas permitiram nos posicionar contra a linha de pensamento que responsabiliza a moradia do mais pobre pela degradação da natureza e pelo impedimento a uma possível saída para a crise de abastecimento de água na metrópole, considerando que as águas de Juquitiba são fortes candidatas a abastecimento dessa região no futuro. Assim, o trabalho procurou demonstrar que a expansão da periferia urbana de São Paulo, a qual está na base de seu processo de urbanização, é contraditória no sentido de se dar sob a expulsão dos moradores mais pobres para áreas sem infraestrutura e cada vez mais distantes devido à lógica do capital que valoriza áreas centrais bem equipadas e precariza as condições de trabalho, ocasionando grande segregação socioespacial e deteriorando as condições sociais e ambientais nas periferias metropolitanas
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Para tal feito, partiu-se da análise de um fragmento específico: o município de Juquitiba, pois, integralmente inserido em áreas de mananciais e detentor de parte da mata conservada da metrópole, ele vem testemunhando nas últimas décadas considerável crescimento populacional. Usou-se o método materialista dialético para situar a problemática dos conflitos em uma totalidade espacial, qual seja, a metrópole de São Paulo, num movimento constante de expansão da periferia urbana que promove a ocupação das áreas naturais protegidas por lei mais distantes do centro da capital. O método regressivo-progressivo, por sua vez, possibilitou encontrar no tempo o fundamento, os processos, os sujeitos e as contradições que estão por trás dessa expansão urbana geradora de conflitos, estes reduzidos pela lógica dominante a uma mera questão ecológica. Esse percurso teórico adotado pôde melhor explicar o que o trabalho de campo e a análise de leis e dados estatísticos diziam sobre a realidade estudada. As descobertas encontradas permitiram nos posicionar contra a linha de pensamento que responsabiliza a moradia do mais pobre pela degradação da natureza e pelo impedimento a uma possível saída para a crise de abastecimento de água na metrópole, considerando que as águas de Juquitiba são fortes candidatas a abastecimento dessa região no futuro. Assim, o trabalho procurou demonstrar que a expansão da periferia urbana de São Paulo, a qual está na base de seu processo de urbanização, é contraditória no sentido de se dar sob a expulsão dos moradores mais pobres para áreas sem infraestrutura e cada vez mais distantes devido à lógica do capital que valoriza áreas centrais bem equipadas e precariza as condições de trabalho, ocasionando grande segregação socioespacial e deteriorando as condições sociais e ambientais nas periferias metropolitanasThe propose of this work is investigate how conflicts between housing and protection of nature take place in the most far periphery of São Paulo metropolis to bring up a larger issue: the reproduction of critical urbanization of this metropolis which goes beyond the territorial boundaries of his contiguous and continuous sprawling, advancing and introducing themselves in fragments of the latter period of his urban expansion. For this, we analyze a specific fragment: Juquitiba, because it is a fully inserted into watersheds area municipality and owner of part of the metropolis´s forest kept while in recent decades it has witnessed considerable population growth. We used the dialectical materialist method to situate this problem in a spatial totality, namely the metropolis of São Paulo, in a movement of ever-expanding urban sprawl that promotes occupation in far natural areas protected by law. The regressive-progressive method, in turn, allowed finding in the historicity of metropolis the reasoning, processes, subjects and contradictions that are behind the urban sprawl that generates conflicts, these reduced by dominant logic to a mere ecological issue. This theoretical path could explain better what the fieldwork, the analysis of laws and the statistics said about the reality studied. The findings of this work allowed us stand against the line of thought that blames the poorest housing for the degradation of nature or for preventing a possible solution to the crisis of supply water in the metropolis, if we can think that waters of Juquitiba are strong candidates for supply this region in the future. Thus we tried demonstrate the expansion of the urban periphery of São Paulo, which is the basis of its urbanization process, is contradictory in order to be done under the expulsion of the poorest residents to more distant and poor areas as a result of logic of capital that value central and well-equipped areas and undermines the work conditions promoting a large socio-spatial segregation and deteriorating of social and environmental conditions on metropolitans peripheriesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPScifoni, SimoneRallo, Priscila Petri2014-08-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-14012015-154458/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:56Zoai:teses.usp.br:tde-14012015-154458Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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