Avaliação de Fatores de Risco Cardiovascular, com ênfase na Hipertensão Arterial, em Indígenas da Etnia Mura: estudo comparativo entre população rural e urbana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza Filho, Zilmar Augusto de
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-12072017-170331/
Resumo: A prevalência de fatores de risco cardiovascular, com destaque para a hipertensão arterial tem mostrado tendência presente e ascendente em populações indígenas. O objetivo principal desse estudo foi comparar o perfil de fatores de risco cardiovascular, com destaque para hipertensão arterial, em indígenas Mura da área rural e urbana do município de Autazes, Amazonas. Casuística e Métodos: Estudo transversal, realizado no município de Autazes no estado do Amazonas com 455 indígenas da etnia Mura (234 indígenas da área rural e 221 da área urbana). Os participantes foram caracterizados em relação a variáveis sociodemográficas, hábitos e estilos de vida, condições de saúde, perfil antropométrico, perfil lipídico e glicemia de jejum. A pressão arterial foi avaliada pela medida casual, com aparelho automático validado. Hipertensão foi definida para valores 140 e/ou 90 mmHg ou diagnóstico prévio de hipertensão.Avaliou-se os fatores associados a hipertensão arterial, por meio da regressão de Poisson com variância robusta, sendo considerados estatisticamente significativos, valores de p0,05. Resultados: A maioria era do sexo feminino (57,8%), a média de idade foi de 42,2(16,7) anos, analfabetismo e ensino fundamental incompleto (58,0%), morando com companheiro (73,5%). A prevalência de hipertensão nos indígenas Mura foi de 26,6% (IC95% 22,5-30,7), menor entre os da área rural (21,8% vs 31,7%,p0,05). Os indígenas Mura da área rural foram diferentes (p0,05) dos indígenas da área urbana, respectivamente, em relação a: idade menos elevada [40,5(16,5) vs 43,7(16,8) anos)]; estado civil amasiado (58,2% vs 33,4%); renda familiar menorque três salários (43,6% vs 51,6%); mais trabalho temporário (61,5% vs 47,1%); venda mais elevada de produtos agropecuários e da pesca (53,4% vs 30,3%); pertencentes a classe econômica D e E (97,8% vs 74,2%). Em relação às características antropométricas, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) dos da área urbana, respectivamente, para: IMC menos elevado [25,7(4,1) vs 27,6(5,2) kg/m²]; presença de obesidade (15,8% vs 35,3%); circunferência da cintura aumentada substancialmente (8,5% vs 42,1%); relação cintura quadril aumentada (81,2% vs 89,1%); percentual de gordura corporal muito alta (32% vs 48,8%); gordura visceral alto (17,1% vs 25,3%). Quanto aos hábitos e estilos de vida, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) dos da área urbana em relação ao: menor índice de tabagismo com 11 anos ou mais (46,5% vs 62,0%); maior índice de: etilismo (57,3% vs 22,2%), sedentarismo (17,1% vs 11,3%)]. Quanto o modo de preparo dos alimentos, os indígenas da área rural se diferenciaram (p0,05) dos da área urbana, respectivamente, quanto à maior: utilização do método da cocção (81,2% vs 72,8%); adição de sal nas refeições prontas (58,1% vs 43,9%) e utilização de açúcar (100% vs 97,7%). Em relação à hipertensão arterial, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) dos da área urbana, respectivamente, quanto à: menor prevalência de hipertensão referida (12,8% vs 28,1%); receberam menos orientações para tratamento não medicamentoso (18,2% vs 55,8%); deixaram de comparecer às consultas marcadas por falta de dinheiro (68,4% vs 25,0%); tinham dificuldade para realizar o tratamento medicamentoso por esquecimento (85,0% vs 14,3%). Quanto aos antecedentes familiares de doenças cardiovasculares, os indígenas da área rural referiram menos (p0,05): problemas de coração (28,6% vs 34,8%), acidente vascular encefálico (22,6% vs 34,8%), diabetes mellitus (26,0% vs 45,7%), dislipidemias (25,6% vs 43,9%) e de hipertensão arterial (57,7% vs 72,4%). Em relação aos antecedentes pessoais, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) ao referirem ausência: de problemas de coração (63,7% vs 72,4%), de acidente vascular encefálico (99,1% vs 94,1%), de diabetes mellitus (62,0% vs 83,3%) e de dislipidemias (56,0% vs 60,3%). Os indígenas hipertensos foram estatisticamente diferentes dos indígenas não hipertensos, respectivamente, em relação a: idade mais elevada [53,6(16,6) vs 37,9(14,4) anos]; analfabetismo e ensino fundamental incompleto (71,0% vs53,3%); viver sem companheiro (60,3% vs 77,2%); renda familiar menor que três salários (57,1% vs 44,0%); tinham menos trabalho remunerado temporário (46,3% vs 57,5%); menos benefício de programa social (43,8% vs 66,2%); aposentados (43,0% vs 20,4%). Os indígenas hipertensos foram diferentes (p0,05) dos indígenas não hipertensos por apresentarem a maior elevação: do IMC [28,9(5,0) vs 25,8(4,3) kg/m²], de obesidade (40,5% vs 19,8%), da circunferência do pescoço aumentada (75,2% vs 54,8%); da circunferência da cintura aumentada substancialmente (28,1% vs 21,9%), da relação cintura quadril aumentada (95,0% vs 81,4%), índice de conicidade mais elevado [1,32(0,05) vs 1,25(0,07)], gordura visceral muito alto (55,4% vs 34,7 gordura corporal muito alto (22,3% vs 5,7%); músculo esquelético baixo (45,0% vs 25,1%). Apresentaram ainda: triglicérides alto (30,6% vs 16,8%); colesterol alto (16,5% vs 6,0%); diabetes mellitus (6,6% vs 1,8%). Quanto aos hábitos de vida, os indígenas hipertensos referiram menos (p0,05): tabagismo (12,4% vs 23,4%), utilização de pílula ou hormônio anticoncepcional (15,1% vs 26,8%, p0,05). Eram mais praticantes de atividades físicas regulares (50,4% vs 46,1%). Quanto à alimentação, os indígenas hipertensos foram diferentes (p0,05) quanto à menor aquisição de alimentos da caça e/ou pesca (48,8% vs 68,3%), menor utilização de óleo vegetal (96,7% vs 99,7%) e adição de sal nas refeições prontas (43,0% vs 54,2%), porém utilizava mais gordura animal ou banha para o preparodos alimentos (12,7% vs 5,1%). Os indígenas hipertensos foram diferentes (p0,05) dos indígenas não hipertensos por apresentarem respectivamente mais história pregressa: de problemas de coração (14,9% vs 3,6%), de ocorrência de acidente vascular encefálico (9,1% vs 1,2%), ter diabetes mellitus (12,4% vs 2,4%) e ter tido e/ou ainda possuir dislipidemias (29,2% vs 9,6%).O fator de risco não modificável associado à hipertensão foi a idade [RP ajustada = 1,04 (IC95% 1,03-1,05)]. Entre os fatores modificáveis associaram-se à hipertensão: o IMC [RP ajustada = 1,07 (IC95%1,05-1,10)], os triglicerídeos classificados como limítrofe [RP ajustada = 1,68 (IC95% 1,19-2,38)] e alto [RP ajustada = 1,47 ( IC95% 1,06-2,04)], antecedente pessoal de dislipidemia [RP ajustada = 1,50(IC95% 1,09-1,94)], preparo de alimentos com gordura animal [RP ajustada = 1,89(IC95% 1,30-2,74)] e com gordura vegetal animal [RP ajustada = 0,36(IC95% 0,26-0,51)]. Conclusão: A prevalência de hipertensão foi alta, ainda se observou sinais de mudanças de hábitos e estilos de vidas, semelhantes à população não indígena.
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spelling Avaliação de Fatores de Risco Cardiovascular, com ênfase na Hipertensão Arterial, em Indígenas da Etnia Mura: estudo comparativo entre população rural e urbanaAssessment of cardiovascular risk factors, emphasizing Arterial Hypertension, in Indians from Mura Ethnicity: comparative investigation between rural and urban populationsCardiovascular DiseasesDoenças CardiovascularesFatores de RiscoHipertensãoHypertensionIndian PopulationPopulação IndígenaPrevalence.Prevalência.Risk FactorsA prevalência de fatores de risco cardiovascular, com destaque para a hipertensão arterial tem mostrado tendência presente e ascendente em populações indígenas. O objetivo principal desse estudo foi comparar o perfil de fatores de risco cardiovascular, com destaque para hipertensão arterial, em indígenas Mura da área rural e urbana do município de Autazes, Amazonas. Casuística e Métodos: Estudo transversal, realizado no município de Autazes no estado do Amazonas com 455 indígenas da etnia Mura (234 indígenas da área rural e 221 da área urbana). Os participantes foram caracterizados em relação a variáveis sociodemográficas, hábitos e estilos de vida, condições de saúde, perfil antropométrico, perfil lipídico e glicemia de jejum. A pressão arterial foi avaliada pela medida casual, com aparelho automático validado. Hipertensão foi definida para valores 140 e/ou 90 mmHg ou diagnóstico prévio de hipertensão.Avaliou-se os fatores associados a hipertensão arterial, por meio da regressão de Poisson com variância robusta, sendo considerados estatisticamente significativos, valores de p0,05. Resultados: A maioria era do sexo feminino (57,8%), a média de idade foi de 42,2(16,7) anos, analfabetismo e ensino fundamental incompleto (58,0%), morando com companheiro (73,5%). A prevalência de hipertensão nos indígenas Mura foi de 26,6% (IC95% 22,5-30,7), menor entre os da área rural (21,8% vs 31,7%,p0,05). Os indígenas Mura da área rural foram diferentes (p0,05) dos indígenas da área urbana, respectivamente, em relação a: idade menos elevada [40,5(16,5) vs 43,7(16,8) anos)]; estado civil amasiado (58,2% vs 33,4%); renda familiar menorque três salários (43,6% vs 51,6%); mais trabalho temporário (61,5% vs 47,1%); venda mais elevada de produtos agropecuários e da pesca (53,4% vs 30,3%); pertencentes a classe econômica D e E (97,8% vs 74,2%). Em relação às características antropométricas, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) dos da área urbana, respectivamente, para: IMC menos elevado [25,7(4,1) vs 27,6(5,2) kg/m²]; presença de obesidade (15,8% vs 35,3%); circunferência da cintura aumentada substancialmente (8,5% vs 42,1%); relação cintura quadril aumentada (81,2% vs 89,1%); percentual de gordura corporal muito alta (32% vs 48,8%); gordura visceral alto (17,1% vs 25,3%). Quanto aos hábitos e estilos de vida, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) dos da área urbana em relação ao: menor índice de tabagismo com 11 anos ou mais (46,5% vs 62,0%); maior índice de: etilismo (57,3% vs 22,2%), sedentarismo (17,1% vs 11,3%)]. Quanto o modo de preparo dos alimentos, os indígenas da área rural se diferenciaram (p0,05) dos da área urbana, respectivamente, quanto à maior: utilização do método da cocção (81,2% vs 72,8%); adição de sal nas refeições prontas (58,1% vs 43,9%) e utilização de açúcar (100% vs 97,7%). Em relação à hipertensão arterial, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) dos da área urbana, respectivamente, quanto à: menor prevalência de hipertensão referida (12,8% vs 28,1%); receberam menos orientações para tratamento não medicamentoso (18,2% vs 55,8%); deixaram de comparecer às consultas marcadas por falta de dinheiro (68,4% vs 25,0%); tinham dificuldade para realizar o tratamento medicamentoso por esquecimento (85,0% vs 14,3%). Quanto aos antecedentes familiares de doenças cardiovasculares, os indígenas da área rural referiram menos (p0,05): problemas de coração (28,6% vs 34,8%), acidente vascular encefálico (22,6% vs 34,8%), diabetes mellitus (26,0% vs 45,7%), dislipidemias (25,6% vs 43,9%) e de hipertensão arterial (57,7% vs 72,4%). Em relação aos antecedentes pessoais, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) ao referirem ausência: de problemas de coração (63,7% vs 72,4%), de acidente vascular encefálico (99,1% vs 94,1%), de diabetes mellitus (62,0% vs 83,3%) e de dislipidemias (56,0% vs 60,3%). Os indígenas hipertensos foram estatisticamente diferentes dos indígenas não hipertensos, respectivamente, em relação a: idade mais elevada [53,6(16,6) vs 37,9(14,4) anos]; analfabetismo e ensino fundamental incompleto (71,0% vs53,3%); viver sem companheiro (60,3% vs 77,2%); renda familiar menor que três salários (57,1% vs 44,0%); tinham menos trabalho remunerado temporário (46,3% vs 57,5%); menos benefício de programa social (43,8% vs 66,2%); aposentados (43,0% vs 20,4%). Os indígenas hipertensos foram diferentes (p0,05) dos indígenas não hipertensos por apresentarem a maior elevação: do IMC [28,9(5,0) vs 25,8(4,3) kg/m²], de obesidade (40,5% vs 19,8%), da circunferência do pescoço aumentada (75,2% vs 54,8%); da circunferência da cintura aumentada substancialmente (28,1% vs 21,9%), da relação cintura quadril aumentada (95,0% vs 81,4%), índice de conicidade mais elevado [1,32(0,05) vs 1,25(0,07)], gordura visceral muito alto (55,4% vs 34,7 gordura corporal muito alto (22,3% vs 5,7%); músculo esquelético baixo (45,0% vs 25,1%). Apresentaram ainda: triglicérides alto (30,6% vs 16,8%); colesterol alto (16,5% vs 6,0%); diabetes mellitus (6,6% vs 1,8%). Quanto aos hábitos de vida, os indígenas hipertensos referiram menos (p0,05): tabagismo (12,4% vs 23,4%), utilização de pílula ou hormônio anticoncepcional (15,1% vs 26,8%, p0,05). Eram mais praticantes de atividades físicas regulares (50,4% vs 46,1%). Quanto à alimentação, os indígenas hipertensos foram diferentes (p0,05) quanto à menor aquisição de alimentos da caça e/ou pesca (48,8% vs 68,3%), menor utilização de óleo vegetal (96,7% vs 99,7%) e adição de sal nas refeições prontas (43,0% vs 54,2%), porém utilizava mais gordura animal ou banha para o preparodos alimentos (12,7% vs 5,1%). Os indígenas hipertensos foram diferentes (p0,05) dos indígenas não hipertensos por apresentarem respectivamente mais história pregressa: de problemas de coração (14,9% vs 3,6%), de ocorrência de acidente vascular encefálico (9,1% vs 1,2%), ter diabetes mellitus (12,4% vs 2,4%) e ter tido e/ou ainda possuir dislipidemias (29,2% vs 9,6%).O fator de risco não modificável associado à hipertensão foi a idade [RP ajustada = 1,04 (IC95% 1,03-1,05)]. Entre os fatores modificáveis associaram-se à hipertensão: o IMC [RP ajustada = 1,07 (IC95%1,05-1,10)], os triglicerídeos classificados como limítrofe [RP ajustada = 1,68 (IC95% 1,19-2,38)] e alto [RP ajustada = 1,47 ( IC95% 1,06-2,04)], antecedente pessoal de dislipidemia [RP ajustada = 1,50(IC95% 1,09-1,94)], preparo de alimentos com gordura animal [RP ajustada = 1,89(IC95% 1,30-2,74)] e com gordura vegetal animal [RP ajustada = 0,36(IC95% 0,26-0,51)]. Conclusão: A prevalência de hipertensão foi alta, ainda se observou sinais de mudanças de hábitos e estilos de vidas, semelhantes à população não indígena.The prevalence of cardiovascular risk factors, highlighting the arterial hypertension, has shown current and ascendant trend in Indian samples. The main objective of this study was to compare the profile of cardiovascular risk factors, emphasizing the arterial hypertension, of Mura ethnicitys Indians from rural and urban zones in Autazes, Amazon. Casuistic and Methods: cross-sectional research conducted in Amazon state with 455 Indians from the Mura ethnicity (234 Indians from rural zone and 221 from urban zone). We characterized the sample regarding sociodemographic variables, habits and lifestyle, health status, anthropometric profile, fat levels, and fasting glucose.Blood pressure was assessed trough casual measure with a validated automatic device.Hypertension was defined when blood pressure was 140 and/or90 mmHg or face a previous medical diagnosis of it.Poisson Regression with robust variance was applied to assess the factors associated with arterial hypertension. P values 0,05 were considered statistically significant. Results: Most of sample was complained for women (57,8%), with mean age of 42,2(16,7) years, Illiteracy and incomplete basic education (58,0%) and living with a partner (73,5%). The prevalence of hypertension in the Mura Indians was of 26,6% (95% CI 22,5-30,7), lower among those from rural zone (21,8% vs 31,7%, p0,05). The Mura Indians from rural area were different (p0,05) of those from urban ones regarding to: early age [40,5(16,5) vs43,7(16,8) years)]; cohabitating marital status (58,2% vs 33,4%); family income lower than 3 minimum wages (43,6% vs 51,6%); extra temporary work (61,5% vs 47,1%); increased selling of agricultural and fishing products (53,4% vs 30,3%); and pertaining the economic classesD and E (97,8% vs 74,2%). Concerning the anthropometric features, the Indians from rural area were different (p0,05) of those from urban zones, respectively, for: lower IMC [25,7(4,1) vs 27,6(5,2) kg/m²]; presence of obesity (15,8% vs 35,3%); substantially increasedwaist circumference (8,5% vs 42,1%); increased waist-hip ratio (81,2% vs 89,1%); very high Fat body percentage (32,0% vs 48,8%); high visceral fat (17,1% vs 25,3%). About habits and lifestyle, Indians from the rural zone showed difference (p0,05) to the other group regarding: lower index of smoking- 11 years or more (46,5% vs 62,0%); higher index of alcoholism (57,3% vs 22,2%); and sedentary lifestyle (17,1% vs 11,3%)]. The use of cooking method (81,2% vs 72,8%); extra salt in ready meals (58,1% vs 43,9%) and sugar intake (100% vs 97,7%) were different between the groups. In relation to arterial hypertension, both groups had differed (p0,05) in respect of: lower prevalence of referred hypertension (12,8% vs 28,1%); poorly guided about non-pharmacological treatment (18,2% vs 55,8%); absence in medical consultation due to lack of money (68,4% vs 25,0%); and difficulty to attend the pharmacological therapy due to forgetting (85% vs 14,3%). About the family background on heart diseases, the Indians from rural zone reported less (p0,05): heart diseases(28,6% vs 34,8%), brain stroke (22,6% vs 34,8%), diabetes mellitus (26,0% vs 45,7%), dyslipidemias (25,6% vs 43,9%) andarterial hypertension (57,7% vs 72,4%). The personal antecedents of rural Indians were different (p0,05) in the absence of: heart diseases (63,7% vs 72,4%), brain stroke (99,1% vs 94,1%), diabetes mellitus (62,0% vs 83,3%) and dyslipidemias (56,0% vs 60,3%). Hypertensive Indians were statistically different from the healthy ones regarding to: advanced age [53,6(16,6) vs 37,9(14,4) years]; Illiteracy and incomplete basic education (71,0% vs 53,3%); single marital status (60,3% vs 77,2%); family income less than three minimum wages (57,1% vs 44,0%); less temporary paid labor (46,3% vs 57,5%); less social programs benefits (43,8% vs 66,2%); retired (43,0% vs 20,4%). The group(hypertensive) differed by presenting increased: BMI [28,9(5,0) vs 25,8(4,3) kg/m²], obesity (40,5% vs 19,8%), neck circumference (75,2% vs 54,8%); waist circumference (28,1% vs 21,9%), hip-waist ratio (95,0% vs 81,4%), conicity index [1,32(0,05) vs 1,25(0,07)], visceral fat (55,4% vs 34,7),body fat (22,3% vs 5,7%); and poor skeletal muscle (45,0% vs 25,1%). They also presented: high levels of triglycerides (30,6% vs 16,8%); high cholesterol levels (16,5% vs 6,0%); and diabetes mellitus (6,6% vs 1,8%). Concerning life habits, hypertensives Indians referred less: smoking (12,4% vs 23,4%) and use of contraceptive pill or hormones (15,1% vs 26,8%, p0,05). They practice more regular physical activities than the non-hypertensive individuals (50,4% vs 46,1%). Hypertensive Indians were different on nutrition, regarding to: lower acquisition of hunting and fishing foods (48,8% vs 68,3%), lower use of vegetal oil (96,7% vs 99,7%) and higher salt addition in ready meals (43,0% vs 54,2%). However, they use more animal fat or lard for foods preparation (12,7% vs 5,1%). These hypotensive Indians had also more previous antecedents of: heart diseases (14,9% vs 3,6%), brain stroke occurrence (9,1% vs 1,2%), diabetes mellitus (12,4% vs 2,4%) and presence or historic of dyslipidemias (29,2% vs 9,6%).The unchangeable risk factor associated to hypertension was age [PR adjusted = 1,04 (95% CI1,03-1,05)]. The following changeable risk factors associated to the outcome were: BMI [PR adjusted= 1,07 (95% CI1,05-1,10)], border [PR adjusted = 1,68 (95% CI1,19-2,38)] and high [PR adjusted = 1,47 (95% CI1,06-2,04)] levels of triglycerides, personal records of dyslipidemia [PR adjusted = 1,50(95% CI1,09-1,94)], food preparation with animal [PR adjusted = 1,89(95% CI1,30-2,74)] and animal-vegetal fats [PR ajusted = 0,36(95% CI0,26-0,51)]. Conclusion: Hypertension was highly prevalent and the signs of lifestyles and habits changes were similar to those found in non-Indian population.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPierin, Angela Maria GeraldoSouza Filho, Zilmar Augusto de2017-02-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-12072017-170331/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:38:18Zoai:teses.usp.br:tde-12072017-170331Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description A prevalência de fatores de risco cardiovascular, com destaque para a hipertensão arterial tem mostrado tendência presente e ascendente em populações indígenas. O objetivo principal desse estudo foi comparar o perfil de fatores de risco cardiovascular, com destaque para hipertensão arterial, em indígenas Mura da área rural e urbana do município de Autazes, Amazonas. Casuística e Métodos: Estudo transversal, realizado no município de Autazes no estado do Amazonas com 455 indígenas da etnia Mura (234 indígenas da área rural e 221 da área urbana). Os participantes foram caracterizados em relação a variáveis sociodemográficas, hábitos e estilos de vida, condições de saúde, perfil antropométrico, perfil lipídico e glicemia de jejum. A pressão arterial foi avaliada pela medida casual, com aparelho automático validado. Hipertensão foi definida para valores 140 e/ou 90 mmHg ou diagnóstico prévio de hipertensão.Avaliou-se os fatores associados a hipertensão arterial, por meio da regressão de Poisson com variância robusta, sendo considerados estatisticamente significativos, valores de p0,05. Resultados: A maioria era do sexo feminino (57,8%), a média de idade foi de 42,2(16,7) anos, analfabetismo e ensino fundamental incompleto (58,0%), morando com companheiro (73,5%). A prevalência de hipertensão nos indígenas Mura foi de 26,6% (IC95% 22,5-30,7), menor entre os da área rural (21,8% vs 31,7%,p0,05). Os indígenas Mura da área rural foram diferentes (p0,05) dos indígenas da área urbana, respectivamente, em relação a: idade menos elevada [40,5(16,5) vs 43,7(16,8) anos)]; estado civil amasiado (58,2% vs 33,4%); renda familiar menorque três salários (43,6% vs 51,6%); mais trabalho temporário (61,5% vs 47,1%); venda mais elevada de produtos agropecuários e da pesca (53,4% vs 30,3%); pertencentes a classe econômica D e E (97,8% vs 74,2%). Em relação às características antropométricas, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) dos da área urbana, respectivamente, para: IMC menos elevado [25,7(4,1) vs 27,6(5,2) kg/m²]; presença de obesidade (15,8% vs 35,3%); circunferência da cintura aumentada substancialmente (8,5% vs 42,1%); relação cintura quadril aumentada (81,2% vs 89,1%); percentual de gordura corporal muito alta (32% vs 48,8%); gordura visceral alto (17,1% vs 25,3%). Quanto aos hábitos e estilos de vida, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) dos da área urbana em relação ao: menor índice de tabagismo com 11 anos ou mais (46,5% vs 62,0%); maior índice de: etilismo (57,3% vs 22,2%), sedentarismo (17,1% vs 11,3%)]. Quanto o modo de preparo dos alimentos, os indígenas da área rural se diferenciaram (p0,05) dos da área urbana, respectivamente, quanto à maior: utilização do método da cocção (81,2% vs 72,8%); adição de sal nas refeições prontas (58,1% vs 43,9%) e utilização de açúcar (100% vs 97,7%). Em relação à hipertensão arterial, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) dos da área urbana, respectivamente, quanto à: menor prevalência de hipertensão referida (12,8% vs 28,1%); receberam menos orientações para tratamento não medicamentoso (18,2% vs 55,8%); deixaram de comparecer às consultas marcadas por falta de dinheiro (68,4% vs 25,0%); tinham dificuldade para realizar o tratamento medicamentoso por esquecimento (85,0% vs 14,3%). Quanto aos antecedentes familiares de doenças cardiovasculares, os indígenas da área rural referiram menos (p0,05): problemas de coração (28,6% vs 34,8%), acidente vascular encefálico (22,6% vs 34,8%), diabetes mellitus (26,0% vs 45,7%), dislipidemias (25,6% vs 43,9%) e de hipertensão arterial (57,7% vs 72,4%). Em relação aos antecedentes pessoais, os indígenas da área rural foram diferentes (p0,05) ao referirem ausência: de problemas de coração (63,7% vs 72,4%), de acidente vascular encefálico (99,1% vs 94,1%), de diabetes mellitus (62,0% vs 83,3%) e de dislipidemias (56,0% vs 60,3%). Os indígenas hipertensos foram estatisticamente diferentes dos indígenas não hipertensos, respectivamente, em relação a: idade mais elevada [53,6(16,6) vs 37,9(14,4) anos]; analfabetismo e ensino fundamental incompleto (71,0% vs53,3%); viver sem companheiro (60,3% vs 77,2%); renda familiar menor que três salários (57,1% vs 44,0%); tinham menos trabalho remunerado temporário (46,3% vs 57,5%); menos benefício de programa social (43,8% vs 66,2%); aposentados (43,0% vs 20,4%). Os indígenas hipertensos foram diferentes (p0,05) dos indígenas não hipertensos por apresentarem a maior elevação: do IMC [28,9(5,0) vs 25,8(4,3) kg/m²], de obesidade (40,5% vs 19,8%), da circunferência do pescoço aumentada (75,2% vs 54,8%); da circunferência da cintura aumentada substancialmente (28,1% vs 21,9%), da relação cintura quadril aumentada (95,0% vs 81,4%), índice de conicidade mais elevado [1,32(0,05) vs 1,25(0,07)], gordura visceral muito alto (55,4% vs 34,7 gordura corporal muito alto (22,3% vs 5,7%); músculo esquelético baixo (45,0% vs 25,1%). Apresentaram ainda: triglicérides alto (30,6% vs 16,8%); colesterol alto (16,5% vs 6,0%); diabetes mellitus (6,6% vs 1,8%). Quanto aos hábitos de vida, os indígenas hipertensos referiram menos (p0,05): tabagismo (12,4% vs 23,4%), utilização de pílula ou hormônio anticoncepcional (15,1% vs 26,8%, p0,05). Eram mais praticantes de atividades físicas regulares (50,4% vs 46,1%). Quanto à alimentação, os indígenas hipertensos foram diferentes (p0,05) quanto à menor aquisição de alimentos da caça e/ou pesca (48,8% vs 68,3%), menor utilização de óleo vegetal (96,7% vs 99,7%) e adição de sal nas refeições prontas (43,0% vs 54,2%), porém utilizava mais gordura animal ou banha para o preparodos alimentos (12,7% vs 5,1%). Os indígenas hipertensos foram diferentes (p0,05) dos indígenas não hipertensos por apresentarem respectivamente mais história pregressa: de problemas de coração (14,9% vs 3,6%), de ocorrência de acidente vascular encefálico (9,1% vs 1,2%), ter diabetes mellitus (12,4% vs 2,4%) e ter tido e/ou ainda possuir dislipidemias (29,2% vs 9,6%).O fator de risco não modificável associado à hipertensão foi a idade [RP ajustada = 1,04 (IC95% 1,03-1,05)]. Entre os fatores modificáveis associaram-se à hipertensão: o IMC [RP ajustada = 1,07 (IC95%1,05-1,10)], os triglicerídeos classificados como limítrofe [RP ajustada = 1,68 (IC95% 1,19-2,38)] e alto [RP ajustada = 1,47 ( IC95% 1,06-2,04)], antecedente pessoal de dislipidemia [RP ajustada = 1,50(IC95% 1,09-1,94)], preparo de alimentos com gordura animal [RP ajustada = 1,89(IC95% 1,30-2,74)] e com gordura vegetal animal [RP ajustada = 0,36(IC95% 0,26-0,51)]. Conclusão: A prevalência de hipertensão foi alta, ainda se observou sinais de mudanças de hábitos e estilos de vidas, semelhantes à população não indígena.
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