Efetividade de diferentes modalidades de treinamento na aprendizagem de profissionais de saúde (Enfermeiros) em suporte avançado de vida em hospital especializado em oncologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Sylvia de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-18072022-151132/
Resumo: INTRODUÇÃO: Programas de capacitação das instituições orientam o desenvolvimento profissional, vinculando a qualidade técnica às necessidades da população atendida. Na atenção à pacientes acometidos por parada cardiorrespiratória (PCR), esforços são despendidos tanto para melhorar os serviços de atendimento de emergência, quanto aprimorar os componentes da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). O número de comorbidades presentes nos pacientes que apresentam PCR está diretamente relacionado à chance de sobrevivência. O câncer é uma das comorbidades associadas a PCR e pode reduzir a taxa de sobrevivência em até 10%, quando comparados aos pacientes sem câncer, independente de outros fatores de risco. Fato que reforça a necessidade de preparo das equipes de saúde para o evento PCR no paciente com câncer. OBJETIVO: Avaliar o desempenho de enfermeiros no treinamento de suporte avançado em RCP no paciente oncológico, utilizando diferentes estratégias de ensino: treinamento exclusivamente teórico, teórico acrescido de treino de habilidades e treinamento utilizando simulação realística. MÉTODOS: Utilizamos o banco de dados de treinamentos de um hospital de alta complexidade especializado no atendimento a pacientes com câncer. Foram incluídos dados de enfermeiros que realizaram o treinamento Suporte avançado em RCP no paciente oncológico. este treinamento utilizou com três diferentes estratégias de ensino-aprendizagem entre junho de 2013 e julho de 2018. Foram incluídos no estudo 221 enfermeiros distribuídos em grupos de acordo com a estratégia de ensino utilizada: 1. exposição exclusivamente teórica (TT), 2. teórica acrescidas de habilidades (TH), 3. realizou treinamento utilizando a simulação realística (TS) como estratégia de ensino-aprendizagem. Após aprovados no treinamento proposto neste estudo, os enfermeiros realizaram o curso Suporte Avançado de Vida em Cardiologia ministrado pela American Heart Association xi (ACLS-AHA). Na análise estatística os dados categóricos foram representados por frequência absoluta (n) e relativa (%). As variáveis contínuas e semi-continuas foram representados em mediana e percentis (P25 - P75). Para a comparação entre grupos independentes foi utilizado o teste de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis e o pos-teste de contraste de Müller-Dunn. Na regressão Logística, as variáveis candidatas de menor influência foram retiradas uma a uma, até o modelo apresentar coesão (p<0,05), os dados foram representados em valores de Odds Ratio e seus respectivos intervalos de confiança. RESULTADOS: Analisados dados de 221 enfermeiros, com idade mediana de 32 (29-37) anos, a principal faixa etária foi de 30 a 39 anos (60,0%). 76,9% (170) dos sujeitos eram do sexo feminino, 92% (204) atuavam à beira-leito, 34% (76) atuavam na Unidade de terapia intensiva (UTI), 22% (49) em enfermaria e 17% (39) em unidade de pronto socorro especializado em oncologia. Estes profissionais foram distribuídos nos grupos conforme treinamento realizado: grupo TT 110 (49,8%) enfermeiros, grupo TH, 58 (26,2%) enfermeiros e os demais 53 (24,0%) enfermeiros no grupo SIM. Observamos que 59,1% dos profissionais do grupo TT, 72,4% do grupo TH e 90,6% SIM, foram aprovados no ACLS-AHA. Na análise entre os grupos foi passível observar que o grupo que realizou o treinamento com simulação foi significativamente melhor, quando comparado ao grupo que realizou treinamento exclusivamente teórico ou treinamento teórico acrescido de treino de habilidades (p<0,05). Na busca de fatores que pudessem contribuir para a aprovação, dos enfermeiros neste estudo, no ACLS- AHA, avaliamos dados como faixa etária, gênero, cargo e função, temática central da última especialização e tempo de formação acadêmica, verificamos que nenhum destes fatores foram estatisticamente significativos. Nosso resultado demonstrou que o desempenho do profissional no treinamento proposto não depende de formação acadêmica (presença da pós-graduação). Em análise de regressão logística para reprovação no ACLS, observamos que entre os fatores avaliados, a faixa etária de profissionais acima de 40 anos, apresentou risco 4,5 maior de reprovação (p<0,05), enquanto a faixa etária de 30 a 39 anos apresentou risco nulo (p<0,05). Outro fator que demonstrou significância interferindo no desfecho reprovação foi o grupo SIM que confere aos seus participantes o fator de proteção de sete vezes maior para desfecho reprovação (p<0,05). CONCLUSÕES: O treinamento Suporte avançado em RCP no paciente oncológico teve um impacto xii positivo nos índices de aprovação dos enfermeiros para a certificação no ACLS- AHA. Das estratégias estudadas, o uso de simulação realística está associado à melhores resultados quando comparado ao treinamento teórico exclusivo e treinamento teórico combinado com habilidades. A realização de curso prévio com a estratégias de ensino simulação realística confere aos enfermeiros 7 vezes mais chances de ser aprovado no curso ACLS-AHA, quando comparados aos enfermeiros que utilizaram estratégia de ensino tradicional com aulas expositivas.
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spelling Efetividade de diferentes modalidades de treinamento na aprendizagem de profissionais de saúde (Enfermeiros) em suporte avançado de vida em hospital especializado em oncologiaEffectiveness of different training modalities in the learning of health professionals (nurses) in advanced life support in a hospital specialized in oncologyCardiopulmonary resuscitationEducação continuadaEducation continuingEnfermeiras e enfermeirosNeoplasiasNeoplasmsNursesReanimação cardiopulmonarSimulation trainingTreinamento por simulaçãoINTRODUÇÃO: Programas de capacitação das instituições orientam o desenvolvimento profissional, vinculando a qualidade técnica às necessidades da população atendida. Na atenção à pacientes acometidos por parada cardiorrespiratória (PCR), esforços são despendidos tanto para melhorar os serviços de atendimento de emergência, quanto aprimorar os componentes da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). O número de comorbidades presentes nos pacientes que apresentam PCR está diretamente relacionado à chance de sobrevivência. O câncer é uma das comorbidades associadas a PCR e pode reduzir a taxa de sobrevivência em até 10%, quando comparados aos pacientes sem câncer, independente de outros fatores de risco. Fato que reforça a necessidade de preparo das equipes de saúde para o evento PCR no paciente com câncer. OBJETIVO: Avaliar o desempenho de enfermeiros no treinamento de suporte avançado em RCP no paciente oncológico, utilizando diferentes estratégias de ensino: treinamento exclusivamente teórico, teórico acrescido de treino de habilidades e treinamento utilizando simulação realística. MÉTODOS: Utilizamos o banco de dados de treinamentos de um hospital de alta complexidade especializado no atendimento a pacientes com câncer. Foram incluídos dados de enfermeiros que realizaram o treinamento Suporte avançado em RCP no paciente oncológico. este treinamento utilizou com três diferentes estratégias de ensino-aprendizagem entre junho de 2013 e julho de 2018. Foram incluídos no estudo 221 enfermeiros distribuídos em grupos de acordo com a estratégia de ensino utilizada: 1. exposição exclusivamente teórica (TT), 2. teórica acrescidas de habilidades (TH), 3. realizou treinamento utilizando a simulação realística (TS) como estratégia de ensino-aprendizagem. Após aprovados no treinamento proposto neste estudo, os enfermeiros realizaram o curso Suporte Avançado de Vida em Cardiologia ministrado pela American Heart Association xi (ACLS-AHA). Na análise estatística os dados categóricos foram representados por frequência absoluta (n) e relativa (%). As variáveis contínuas e semi-continuas foram representados em mediana e percentis (P25 - P75). Para a comparação entre grupos independentes foi utilizado o teste de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis e o pos-teste de contraste de Müller-Dunn. Na regressão Logística, as variáveis candidatas de menor influência foram retiradas uma a uma, até o modelo apresentar coesão (p<0,05), os dados foram representados em valores de Odds Ratio e seus respectivos intervalos de confiança. RESULTADOS: Analisados dados de 221 enfermeiros, com idade mediana de 32 (29-37) anos, a principal faixa etária foi de 30 a 39 anos (60,0%). 76,9% (170) dos sujeitos eram do sexo feminino, 92% (204) atuavam à beira-leito, 34% (76) atuavam na Unidade de terapia intensiva (UTI), 22% (49) em enfermaria e 17% (39) em unidade de pronto socorro especializado em oncologia. Estes profissionais foram distribuídos nos grupos conforme treinamento realizado: grupo TT 110 (49,8%) enfermeiros, grupo TH, 58 (26,2%) enfermeiros e os demais 53 (24,0%) enfermeiros no grupo SIM. Observamos que 59,1% dos profissionais do grupo TT, 72,4% do grupo TH e 90,6% SIM, foram aprovados no ACLS-AHA. Na análise entre os grupos foi passível observar que o grupo que realizou o treinamento com simulação foi significativamente melhor, quando comparado ao grupo que realizou treinamento exclusivamente teórico ou treinamento teórico acrescido de treino de habilidades (p<0,05). Na busca de fatores que pudessem contribuir para a aprovação, dos enfermeiros neste estudo, no ACLS- AHA, avaliamos dados como faixa etária, gênero, cargo e função, temática central da última especialização e tempo de formação acadêmica, verificamos que nenhum destes fatores foram estatisticamente significativos. Nosso resultado demonstrou que o desempenho do profissional no treinamento proposto não depende de formação acadêmica (presença da pós-graduação). Em análise de regressão logística para reprovação no ACLS, observamos que entre os fatores avaliados, a faixa etária de profissionais acima de 40 anos, apresentou risco 4,5 maior de reprovação (p<0,05), enquanto a faixa etária de 30 a 39 anos apresentou risco nulo (p<0,05). Outro fator que demonstrou significância interferindo no desfecho reprovação foi o grupo SIM que confere aos seus participantes o fator de proteção de sete vezes maior para desfecho reprovação (p<0,05). CONCLUSÕES: O treinamento Suporte avançado em RCP no paciente oncológico teve um impacto xii positivo nos índices de aprovação dos enfermeiros para a certificação no ACLS- AHA. Das estratégias estudadas, o uso de simulação realística está associado à melhores resultados quando comparado ao treinamento teórico exclusivo e treinamento teórico combinado com habilidades. A realização de curso prévio com a estratégias de ensino simulação realística confere aos enfermeiros 7 vezes mais chances de ser aprovado no curso ACLS-AHA, quando comparados aos enfermeiros que utilizaram estratégia de ensino tradicional com aulas expositivas.INTRODUCTION: Institutional training programs guide professional development, linking technical quality to the needs of the population served. In the care of patients suffering from cardiopulmonary arrest (CPA), efforts made both to improve emergency care services and to improve the components of Cardiopulmonary Resuscitation (CPR). The number of comorbidities present in patients with CPA are directly related to the chance of survival. Cancer is one of the comorbidities associated with CRP and can reduce the survival rate by up to 10%, when compared to patients without cancer, regardless of other risk factors. This fact reinforces the need to prepare health teams for the event of cardiopulmonary arrest in cancer patients. OBJECTIVE: This study aims to evaluate the performance of nurses in advanced support training in CPR for cancer patients, using different teaching methodologies: exclusively theoretical training, theoretical training plus skills training and training using realistic simulation. METHODS: We used the training database of a high-complexity hospital specialized in the care of cancer patients. Data from nurses who performed the training \"Advanced support in CPR in cancer patients\" were included, and this training used with three different teaching methodologies in the period from June 2013 to July 2018. The study included 221 nurses distributed in groups according to with the teaching methodology used: 1. Exclusively theoretical exposition (TT), 2. Theoretical exposition plus skills training (TH), 3. Group that performed training using the realistic simulation methodology (SIM). After passing the training proposed in this study, nurses took the Advanced Life Support course in Cardiology taught by the American Heart Association (ACLS-AHA). In the statistical analysis, categorical data represented by absolute (n) and relative (%) frequency. Continuous and semi-continuous variables represented as median and percentiles (P25 - P75). The Mann-Whitney or Kruskal-Wallis test and the Müller-Dunn contrast xiv post-test were used to compare independent groups. In the logistic regression, the candidate variables of lesser influence removed one by one, until the model presented cohesion (p<0.05), the datare presented in Odds Ratio values and their respective confidence intervals. RESULTS: Data from 221 nurses analyzed, with a median age of 32 (29-37) years, the main age group was 30 to 39 years (60.0%). 76.9% (170) of the subjects were female, 92% (204) worked as a bedside nurse, 34% (76) worked in the Intensive Care Unit (ICU), 22% (49) in the ward and 17 % (39) in an emergency room specializing in oncology. These professionals distributed into groups according to training performed: TT group 110 (49.8%) nurses, TH group 58 (26.2%) nurses and the other 53 (24.0%) nurses in the SIM group. We observed that 59.1% of the professionals in the TT group, 72.4% of the professionals in the TH group and 90.6% of the SIM professionals approved by the ACLS-AHA. In the analysis between the groups, it was possible to observe that the group that underwent training with simulation was significantly better when compared to the group that carried out exclusively theoretical training or theoretical training plus skills training (p<0.05). In the search for factors that could contribute to the approval of nurses in this study, in the ACLS-AHA, we evaluated data such as age, gender, position and function, central theme of the last specialization and academic training time, we found that none of these factors were statistically significant. Our result showed that the professional\'s performance in the proposed training does not depend on academic background (presence or absence of graduate studies). In logistic regression analysis for failure in the ACLS, we observed that among the factors evaluated, the age group of professionals above 40 years of age presented a 4.5 higher risk of failure (p<0.05), while the age group of professionals above 40 years old. 30 to 39 years old presented zero risk (p<0.05). Another factor that showed significance interfering with the failure outcome was the SIM group, which gives its participants a protection factor of 7 times greater for the failure outcome (p<0.05). CONCLUSIONS: The Advanced Cancer Patient CPR Support training had a positive impact on the nurses\' approval ratings for ACLS-AHA certification. Of the studied strategies, the use of realistic simulation combined with theoretical training and skills training associated with better results when compared to exclusive theoretical training and theoretical training combined with skills. Taking a previous xv course with the realistic simulation methodology gives nurses 7 times more chances of passing the ACLS-AHA courseBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTibério, Iolanda de Fátima Lopes CalvoAlmeida, Sylvia de2022-02-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-18072022-151132/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-07-18T19:20:47Zoai:teses.usp.br:tde-18072022-151132Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-07-18T19:20:47Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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OBJETIVO: Avaliar o desempenho de enfermeiros no treinamento de suporte avançado em RCP no paciente oncológico, utilizando diferentes estratégias de ensino: treinamento exclusivamente teórico, teórico acrescido de treino de habilidades e treinamento utilizando simulação realística. MÉTODOS: Utilizamos o banco de dados de treinamentos de um hospital de alta complexidade especializado no atendimento a pacientes com câncer. Foram incluídos dados de enfermeiros que realizaram o treinamento Suporte avançado em RCP no paciente oncológico. este treinamento utilizou com três diferentes estratégias de ensino-aprendizagem entre junho de 2013 e julho de 2018. Foram incluídos no estudo 221 enfermeiros distribuídos em grupos de acordo com a estratégia de ensino utilizada: 1. exposição exclusivamente teórica (TT), 2. teórica acrescidas de habilidades (TH), 3. realizou treinamento utilizando a simulação realística (TS) como estratégia de ensino-aprendizagem. Após aprovados no treinamento proposto neste estudo, os enfermeiros realizaram o curso Suporte Avançado de Vida em Cardiologia ministrado pela American Heart Association xi (ACLS-AHA). Na análise estatística os dados categóricos foram representados por frequência absoluta (n) e relativa (%). As variáveis contínuas e semi-continuas foram representados em mediana e percentis (P25 - P75). Para a comparação entre grupos independentes foi utilizado o teste de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis e o pos-teste de contraste de Müller-Dunn. Na regressão Logística, as variáveis candidatas de menor influência foram retiradas uma a uma, até o modelo apresentar coesão (p<0,05), os dados foram representados em valores de Odds Ratio e seus respectivos intervalos de confiança. RESULTADOS: Analisados dados de 221 enfermeiros, com idade mediana de 32 (29-37) anos, a principal faixa etária foi de 30 a 39 anos (60,0%). 76,9% (170) dos sujeitos eram do sexo feminino, 92% (204) atuavam à beira-leito, 34% (76) atuavam na Unidade de terapia intensiva (UTI), 22% (49) em enfermaria e 17% (39) em unidade de pronto socorro especializado em oncologia. Estes profissionais foram distribuídos nos grupos conforme treinamento realizado: grupo TT 110 (49,8%) enfermeiros, grupo TH, 58 (26,2%) enfermeiros e os demais 53 (24,0%) enfermeiros no grupo SIM. Observamos que 59,1% dos profissionais do grupo TT, 72,4% do grupo TH e 90,6% SIM, foram aprovados no ACLS-AHA. Na análise entre os grupos foi passível observar que o grupo que realizou o treinamento com simulação foi significativamente melhor, quando comparado ao grupo que realizou treinamento exclusivamente teórico ou treinamento teórico acrescido de treino de habilidades (p<0,05). Na busca de fatores que pudessem contribuir para a aprovação, dos enfermeiros neste estudo, no ACLS- AHA, avaliamos dados como faixa etária, gênero, cargo e função, temática central da última especialização e tempo de formação acadêmica, verificamos que nenhum destes fatores foram estatisticamente significativos. Nosso resultado demonstrou que o desempenho do profissional no treinamento proposto não depende de formação acadêmica (presença da pós-graduação). Em análise de regressão logística para reprovação no ACLS, observamos que entre os fatores avaliados, a faixa etária de profissionais acima de 40 anos, apresentou risco 4,5 maior de reprovação (p<0,05), enquanto a faixa etária de 30 a 39 anos apresentou risco nulo (p<0,05). Outro fator que demonstrou significância interferindo no desfecho reprovação foi o grupo SIM que confere aos seus participantes o fator de proteção de sete vezes maior para desfecho reprovação (p<0,05). CONCLUSÕES: O treinamento Suporte avançado em RCP no paciente oncológico teve um impacto xii positivo nos índices de aprovação dos enfermeiros para a certificação no ACLS- AHA. Das estratégias estudadas, o uso de simulação realística está associado à melhores resultados quando comparado ao treinamento teórico exclusivo e treinamento teórico combinado com habilidades. A realização de curso prévio com a estratégias de ensino simulação realística confere aos enfermeiros 7 vezes mais chances de ser aprovado no curso ACLS-AHA, quando comparados aos enfermeiros que utilizaram estratégia de ensino tradicional com aulas expositivas.
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