A filosofia intercultural de Raúl Fornet-Betancourt: práxis dialógica e reaprendizagem do pensar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schnorr, Giselle Moura
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-19102016-150932/
Resumo: Este trabalho aborda a proposta de transformação intercultural da filosofia de Raúl Fornet-Betancourt. No desconforto diante de certo modo de se praticar filosofia profissionalmente e atento as urgentes reflexões éticas e políticas acerca do mundo contemporâneo a filosofia intercultural chama a atenção sobre a necessidade de outras relações com as diversas tradições culturais que não falam na filosofia. Tradições, memórias e resistências que compõem nosso continente e para as quais é necessário se voltar de modo solidário às múltiplas racionalidades, para além do logos europeu, fazendo-se diálogos, portanto, sem silenciar e sem silenciar-se. Na estruturação do trabalho procuramos exercer uma explicita relação entre teoria e vida, entre subjetividade e o pensar de modo que não só reafirme o diálogo, mas que desde a escrita se funde nele, chamando atenção para a relevância da subjetividade como categoria fundamental na transformação da filosofia proposta pelo autor. Tratamos de trajetórias existenciais revivendo nossos pertencimentos e experiências que são, também, constitutivas da aproximação com a temática abordada. Apresentamos o autor que acolhemos em reflexões não o tomando como objeto de estudo e sim como interlocutor. Recuperamos as filosofias latinoamericanas e da libertação na qual o filósofo Fornet-Betancourt é um de seus expoentes com contribuições, revisões críticas e autocríticas. Revisões em que chama a atenção para certas deficiências destas filosofias indicando caminhos para superá-las que envolvem pressupostos hermenêuticos, metodológicos e epistemológicos. É uma densa elaboração que não é esgotada neste trabalho e na qual nos inserimos com uma pequena contribuição destacando potencialidades e desafios. Chamamos a atenção para algumas ideias-forças desta proposta como: diálogo, interculturalidade, educação e o trabalho de maneira interdisciplinar. Na fecundidade da interculturalidade como práxis dialógica destacamos sua contribuição na descolonização da filosofia e da educação radicalizando-se suas proposições, aproximando-se, por exemplo, dos movimentos sociais populares, de expressões artísticas, políticas, de economia solidária, da educação e da cultura popular que se contrapõem a racionalidade colonial hegemônica. Encerramos reafirmando o compromisso com uma pedagogia do encontro na urgência de uma filosofia transformada e a altura dos desafios de nuestra época, que prescinde da educação das subjetividades ética, estética e politicamente inseridas em um processo de reaprendizagem do pensar, do ser e do estar, pois o presente histórico mergulha em profundas desigualdades sociais, de violência e de negação da diversidade humana. Transformar o mundo é nos transformar, tecendo redes de saberes e de práticas junto aos que resistem a toda forma de dominação e opressão, lembrando uma sabedoria popular tradicional do México: A gota dágua pode furar a pedra, não pela força, mas pela constância.
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Tradições, memórias e resistências que compõem nosso continente e para as quais é necessário se voltar de modo solidário às múltiplas racionalidades, para além do logos europeu, fazendo-se diálogos, portanto, sem silenciar e sem silenciar-se. Na estruturação do trabalho procuramos exercer uma explicita relação entre teoria e vida, entre subjetividade e o pensar de modo que não só reafirme o diálogo, mas que desde a escrita se funde nele, chamando atenção para a relevância da subjetividade como categoria fundamental na transformação da filosofia proposta pelo autor. Tratamos de trajetórias existenciais revivendo nossos pertencimentos e experiências que são, também, constitutivas da aproximação com a temática abordada. Apresentamos o autor que acolhemos em reflexões não o tomando como objeto de estudo e sim como interlocutor. Recuperamos as filosofias latinoamericanas e da libertação na qual o filósofo Fornet-Betancourt é um de seus expoentes com contribuições, revisões críticas e autocríticas. Revisões em que chama a atenção para certas deficiências destas filosofias indicando caminhos para superá-las que envolvem pressupostos hermenêuticos, metodológicos e epistemológicos. É uma densa elaboração que não é esgotada neste trabalho e na qual nos inserimos com uma pequena contribuição destacando potencialidades e desafios. Chamamos a atenção para algumas ideias-forças desta proposta como: diálogo, interculturalidade, educação e o trabalho de maneira interdisciplinar. Na fecundidade da interculturalidade como práxis dialógica destacamos sua contribuição na descolonização da filosofia e da educação radicalizando-se suas proposições, aproximando-se, por exemplo, dos movimentos sociais populares, de expressões artísticas, políticas, de economia solidária, da educação e da cultura popular que se contrapõem a racionalidade colonial hegemônica. Encerramos reafirmando o compromisso com uma pedagogia do encontro na urgência de uma filosofia transformada e a altura dos desafios de nuestra época, que prescinde da educação das subjetividades ética, estética e politicamente inseridas em um processo de reaprendizagem do pensar, do ser e do estar, pois o presente histórico mergulha em profundas desigualdades sociais, de violência e de negação da diversidade humana. Transformar o mundo é nos transformar, tecendo redes de saberes e de práticas junto aos que resistem a toda forma de dominação e opressão, lembrando uma sabedoria popular tradicional do México: A gota dágua pode furar a pedra, não pela força, mas pela constância.Este trabajo aborda la propuesta de transformación intercultural de la filosofia de Raúl Fornet-Betancourt. En su malestar frente a una determinada forma de practicar la filosofia profesional y atento a las urgentes reflexiones éticas y políticas sobre el mundo contemporáneo, la filosofía intercultural lhama la atención sobre la necesidad de nuevas relaciones con las distintas tradiciones culturales que no hablan en la filosofía. Tradiciones, memorias y resistencias que conforman nuestro continente y para el que es necesario volverse en solidaridad a sus múltiples racionalidades, más allá del logos europeo, constituyéndose en diálogos, por lo tanto, sin silencio y sin silenciarse. En la estructuración del trabajo buscamos establecer una relación explícita entre la teoría y la vida, entre la subjetividad y el pensar, de manera que no sólo reafírmese el diálogo, pero que, dado que la escritura en él se funde, llamando la atención sobre la importancia de la subjetividad como categoría fundamental en la transformación de la filosofía propuesta por el autor. Nos ocupamos de trayectorias existenciales reviviendo nuestras pertenencias y experiencias que también constituyen la aproximación al tema. Presentamos el autor que escogemos partiéndose de sus reflexiones sin tomarlo como objeto de estudio, sino como interlocutor. Recuperamos las filosofías de América Latina y de la liberación en la que el filósofo Fornet-Betancourt es uno de sus exponentes con aportes, revisiones críticas y autocríticas. Revisiones que llaman la atención a ciertas debilidades de estas filosofías y indican maneras de superarlas, las cuales envuelven presupuestos hermenéuticos, metodológicos y epistemológicos. Es una densa elaboración, que no se agota en este trabajo y en la cual nos insertamos con una pequeña contribución destacando potencialidades y desafíos. Señalamos algunas ideas-fuerzas de esta propuesta tales como: diálogo, interculturalidad, educación y o trabajo de manera interdisciplinaria. La fecundidad de la interculturalidad como praxis dialógica rescatamos su contribución a la descolonización de la filosofía y la educación, radicalizándose sus proposiciones, acercándose, por ejemplo, a los movimientos sociales populares, a expresiones artísticas, la economía solidaria , la educación y la cultura popular que se oponen a la racionalidad colonial hegemónica. Terminamos reafirmando el compromiso de una pedagogía del encuentro en la urgencia de una filosofía transformada y a la altura de los desafíos de nuestra época, que prescinde de la educación de las subjetividades ética, estética y políticamente insertadas en un proceso de reaprendizaje del pensar, del ser y del estar, puesto que el presente histórico se sumerge en profundas desigualdades sociales, de violencia y negación de la diversidad humana. Transformar el mundo es transformarnos, tejiendo redes de conocimiento y prácticas juntos a quienes resisten a todas las formas de dominación y opresión, recordándose a una sabiduría popular tradicional de Mexico, \" La gota horada la piedra, no por su fuerza sino por su constancia.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSeverino, Antonio JoaquimSchnorr, Giselle Moura2015-06-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-19102016-150932/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:03:58Zoai:teses.usp.br:tde-19102016-150932Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:03:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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