A identidade moral do professor: intuição, autoconsciência e projeto de vida
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-22102024-153656/ |
Resumo: | Este estudo qualitativo no campo da psicologia moral e das ciências morais, teve como objetivo descrever e compreender a dinâmica de construção da identidade moral do professor ao longo da vida e sua relação com as atitudes e práticas pedagógicas. Definimos a identidade moral a partir de uma perspectiva complexa que considera valores incorporados à identidade em três níveis de consciência: a) valores incorporados de maneira intuitiva e automática; b) de forma autoconsciente e deliberada e; c) valores incorporados às metas morais e ao projeto de vida. Participaram oito professores de escolas públicas brasileiras por meio de entrevistas semiestruturadas de abordagem autobiográfica. A análise das narrativas a partir dos pressupostos da Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento e da Neurociência dos Afetos, nos levou a constar que: a) valores intuitivos não conscientes participam da construção da identidade moral, e podem influenciar a ação moral, porém eles não são sempre prevalentes; b) a prevalência de valores intuitivos não refletidos na dinâmica da identidade moral revela maior incoerência entre valores declarados e ações, enquanto a prevalência de valores refletidos e conscientemente deliberados está associada a uma busca por agir de maneira consistente com os valores declarados; c) para a incorporação de valores morais deliberados conscientemente ao self, não basta construir a reflexão e o pensamento crítico, é necessário que eles se apliquem também para si mesmo, na construção da autoconsciência; d) a autoconsciência e a consciência reflexiva quando voltadas apenas às fragilidades e dificuldades, acompanhadas por sentimentos de culpa e ressentimento, no longo prazo parecem não sustentar a ação moral na direção da mudança da realidade. Já quando também voltadas aos potenciais e acompanhadas por ações bem sucedidas em direção aos projetos de vida e metas morais que estabelecem para si, promovem sentimentos de autoestima, realização e bem estar que parecem sustentar as ações morais a longo prazo. Como caminhos para a formação ética de professores apontamos a necessidade de: a) ampliar e ressignificar a intuição a partir da experiência e da reflexão sobre a experiência; b) promover a reflexão e a consciência crítica aliada à autorreflexão e à autoconsciência; e c) construir o compromisso ético que se traduz em metas morais e projetos de vida (para si e para a sociedade mais ampla). |
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A identidade moral do professor: intuição, autoconsciência e projeto de vidaTeachers Moral Identity: intuition, self-consciousness and purpose in lifeAutoconsciênciaIdentidade MoralIntuiçãoIntuitionMoral IdentityProfessoresProjeto de VidaPurpose in lifeSelf-consciousnessTeachersEste estudo qualitativo no campo da psicologia moral e das ciências morais, teve como objetivo descrever e compreender a dinâmica de construção da identidade moral do professor ao longo da vida e sua relação com as atitudes e práticas pedagógicas. Definimos a identidade moral a partir de uma perspectiva complexa que considera valores incorporados à identidade em três níveis de consciência: a) valores incorporados de maneira intuitiva e automática; b) de forma autoconsciente e deliberada e; c) valores incorporados às metas morais e ao projeto de vida. Participaram oito professores de escolas públicas brasileiras por meio de entrevistas semiestruturadas de abordagem autobiográfica. A análise das narrativas a partir dos pressupostos da Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento e da Neurociência dos Afetos, nos levou a constar que: a) valores intuitivos não conscientes participam da construção da identidade moral, e podem influenciar a ação moral, porém eles não são sempre prevalentes; b) a prevalência de valores intuitivos não refletidos na dinâmica da identidade moral revela maior incoerência entre valores declarados e ações, enquanto a prevalência de valores refletidos e conscientemente deliberados está associada a uma busca por agir de maneira consistente com os valores declarados; c) para a incorporação de valores morais deliberados conscientemente ao self, não basta construir a reflexão e o pensamento crítico, é necessário que eles se apliquem também para si mesmo, na construção da autoconsciência; d) a autoconsciência e a consciência reflexiva quando voltadas apenas às fragilidades e dificuldades, acompanhadas por sentimentos de culpa e ressentimento, no longo prazo parecem não sustentar a ação moral na direção da mudança da realidade. Já quando também voltadas aos potenciais e acompanhadas por ações bem sucedidas em direção aos projetos de vida e metas morais que estabelecem para si, promovem sentimentos de autoestima, realização e bem estar que parecem sustentar as ações morais a longo prazo. Como caminhos para a formação ética de professores apontamos a necessidade de: a) ampliar e ressignificar a intuição a partir da experiência e da reflexão sobre a experiência; b) promover a reflexão e a consciência crítica aliada à autorreflexão e à autoconsciência; e c) construir o compromisso ético que se traduz em metas morais e projetos de vida (para si e para a sociedade mais ampla).This qualitative study, in the field of moral psychology and moral sciences, aimed to describe and comprehend the development of moral identity in teachers on the lifespan and its role in teachers attitudes and practices. We defined moral identity from a complex perspective, considering values incorporated to identity in three levels of consciousness: a) values incorporated intuitively and automatically; b) values incorporated selfconsciously and deliberately; and values incorporated into moral goals and purpose in life. Eight teachers from Brazilian public schools were interviewed in a semi-structured autobiographical approach. The analysis of the narratives from the framework of the Theory of Organizing Models of Thinking and Affective Neuroscience revealed that: a) non-conscious intuitive values participate in the construction of moral identity, and can influence moral action, but they are not always prevalent; b) the prevalence of unreflected intuitive values in moral identity reveal greater incoherence between declared values and actions, while the prevalence of reflected and consciously deliberate values is associated with the a seek for acting consistently with declared values; c) for the incorporation of deliberate moral values into the self, reflection and critical thinking are not enough, it is necessary that this reflection is also aimed to oneself, in the construction of selfconsciousness; d) self-consciousness and self-awareness, when focused only on shortcomings and difficulties, and accompanied by feelings of guilt and resentment, seem not support moral action, in the long term, towards a change in practices. When also focused on strengths and accompanied by successful actions towards purposes and moral goals teachers establish for themselves, it promotes feelings of self-esteem, fulfillment and well-being that seem to sustain moral actions in the long term. As directions for teachers training programs for ethical practices we point out: a) Expand and resignify intuition from experience and reflection on experience; b) Promote reflection and critical thinking along with self-reflection and self-awareness; and c) Nurture ethical commitment constructing moral goals and purpose in life.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAraujo, Valeria Amorim Arantes deParra, Andreia Morais Magliano2024-09-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-22102024-153656/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-25T21:20:02Zoai:teses.usp.br:tde-22102024-153656Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-25T21:20:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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