Os determinantes da estrutura de capital das empresas brasileiras
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2004 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-11022022-110217/ |
Resumo: | Diversas teorias foram desenvolvidas para explicar a estrutura de capital das empresas. Após mais de 50 anos de pesquisas, três delas sobrevivem aos testes empíricos que procuram rejeitar seus argumentos teóricos: teoria do trade-off estático, teoria dos custos de agência e teoria das informações assimétricas. Entretanto, estas teorias foram desenvolvidas tomando-se por base realidades diferentes daquelas encontradas pelas empresas brasileiras. Portanto, não se pode concluir, a priori, que os mesmos determinantes da estrutura de capital indicados para empresas que atuam em mercados desenvolvidos sejam válidos para as empresas brasileiras. Nesta tese os determinantes da estrutura de capital indicados na literatura, pelas três teorias acima, são testados em uma amostra de 192 empresas brasileiras, tomando-se seus dados no período de 1995 a 2002. Além disso, é introduzido um determinante novo, peculiar à realidade brasileira, operacionalizado com a variável juros sobre capital próprio. Na análise é efetuada uma regressão linear em cross-section no ano de 2002. A conclusão obtida é coerente com a teoria das informações assimétricas que postula uma hierarquia de preferência de fontes de financiamento, privilegiando a utilização de recursos próprios uma vez que ficou evidenciado uma forte relação negativa entre endividamento e rentabilidade. Os resultados também são coerentes com a teoria do trade-off estático pois ficou evidenciada a influência dos impostos na decisão de estrutura de capital. Entretanto, devido a diferenças no código tributário brasileiro, que permite o uso de juros sobre capital próprio, as empresas têm comportamento diferente daquele encontrado em mercados onde tal possibilidade não existe. Conforme argumentado, os juros sobre capital próprio são utilizados como um escudo fiscal alternativo que permite aos gestores reduzirem a carga fiscal da empresa sem precisarem recorrer a dívidas para este fim. Embora os resultados alcançados tenham sido significativos e uma característica importante da realidade tributária brasileira incluída nos modelos ainda é pequeno o poder de explicação alcançado. Diversas pesquisas são sugeridas para aumentar a compreensão da estrutura de capital adotadas pelas empresas brasileiras. |
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Os determinantes da estrutura de capital das empresas brasileirasThe determinants of the capital structure of Brazilian companiesAdministração financeiraCorporate financeFinança das empresasFinancial managementDiversas teorias foram desenvolvidas para explicar a estrutura de capital das empresas. Após mais de 50 anos de pesquisas, três delas sobrevivem aos testes empíricos que procuram rejeitar seus argumentos teóricos: teoria do trade-off estático, teoria dos custos de agência e teoria das informações assimétricas. Entretanto, estas teorias foram desenvolvidas tomando-se por base realidades diferentes daquelas encontradas pelas empresas brasileiras. Portanto, não se pode concluir, a priori, que os mesmos determinantes da estrutura de capital indicados para empresas que atuam em mercados desenvolvidos sejam válidos para as empresas brasileiras. Nesta tese os determinantes da estrutura de capital indicados na literatura, pelas três teorias acima, são testados em uma amostra de 192 empresas brasileiras, tomando-se seus dados no período de 1995 a 2002. Além disso, é introduzido um determinante novo, peculiar à realidade brasileira, operacionalizado com a variável juros sobre capital próprio. Na análise é efetuada uma regressão linear em cross-section no ano de 2002. A conclusão obtida é coerente com a teoria das informações assimétricas que postula uma hierarquia de preferência de fontes de financiamento, privilegiando a utilização de recursos próprios uma vez que ficou evidenciado uma forte relação negativa entre endividamento e rentabilidade. Os resultados também são coerentes com a teoria do trade-off estático pois ficou evidenciada a influência dos impostos na decisão de estrutura de capital. Entretanto, devido a diferenças no código tributário brasileiro, que permite o uso de juros sobre capital próprio, as empresas têm comportamento diferente daquele encontrado em mercados onde tal possibilidade não existe. Conforme argumentado, os juros sobre capital próprio são utilizados como um escudo fiscal alternativo que permite aos gestores reduzirem a carga fiscal da empresa sem precisarem recorrer a dívidas para este fim. Embora os resultados alcançados tenham sido significativos e uma característica importante da realidade tributária brasileira incluída nos modelos ainda é pequeno o poder de explicação alcançado. Diversas pesquisas são sugeridas para aumentar a compreensão da estrutura de capital adotadas pelas empresas brasileiras.Capital structure of firms has been main focus of studies in finance. After 50 years of research three main theories survive the empirical tests: static trade off, agency costs theory and information asymmetry theory. These three categories of theory of capital structure have explained a great deal of financial structure of corporations in general. However, our natural question rises: how well can financial leverage in brazilian corporations be also explained by the three categories of the theory. To the extent that institutional and macroeconomic factors play a major role in the determinaiion of capital structure, we can not accept, a priori, that these theories will explain the brazilians companies financial leverage. In order to test this issue we realize a cross section study of brazilian companies in 2002. We conclude that variables that predict capital structure in developped markets also predict choice of capital structure in brazilian companies. We find strong suport for the existence of a pecking order. We also find suport for the static trade off theory. We intoduce as a explanatory variable a unique feature of brazilian companies: the tax deductibility of interests on capital . We find that because this altemative tax shelter the brazilian companies may not use debt to shield against taxes. Altough the results were significants the power of explanation were small. We suggest future research in order to mitigate this gap of understanding of brazilian coprporate finance.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSousa, Almir Ferreira deSchmitt, Francisco Olinto Velo2004-04-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-11022022-110217/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-02-11T13:11:03Zoai:teses.usp.br:tde-11022022-110217Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-02-11T13:11:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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