Revisão taxonômica da malacofauna fóssil da Bacia de Itaboraí (Paleoceno), Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Salvador, Rodrigo Brincalepe
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-20042012-082819/
Resumo: As fácies calcárias da Bacia de Itaboraí, Rio de Janeiro, Brasil, são muito famosas por sua abundante fauna de mamíferos. Entretanto, Itaboraí também abriga uma rica fauna de gastrópodes pulmonados do Paleoceno Médio, tanto terrestres quanto dulciaquícolas. Contudo, os estudos lidando com essa malacofauna abrangem apenas as descrições originais das espécies. Nenhuma revisão taxonômica de maior escopo foi realizada nesses pouco mais de 80 anos desde a descoberta da bacia, embora seja possível identificar diversos problemas com a taxonomia desses fósseis. Desse modo, neste estudo realiza-se uma extensiva revisão taxonômica dessa fauna, descrevendo-se inclusive quatro novas espécies. Após a revisão, a nomenclatura e classificação dos pulmonados fósseis de Itaboraí encontram-se da seguinte maneira: Austrodiscus lopesi (Charopidae); Biomphalaria itaboraiensis e ? Vorticifex fluminensis (Planorbidae); Brachypodella britoi (Urocoptidae); Brasilennea arethusae, Brasilennea minor e Brasilennea sp. nov. (Cerionidae); Bulimulus fazendicus, Bulimulus sommeri, Bulimulus trindadeae, Cyclodontina coelhoi, Itaborahia lamegoi, Leiostracus ferreirai e Orthalicidae gen. nov. carvalhoi (Orthalicidae); Cecilioides sommeri (Ferussaciidae); Eoborus sanctijosephi, Eoborus sp. nov. 1, Eoborus sp. nov. 2 (Strophocheilidae); Gastrocopta mezzalirai, Gastrocopta sp. nov. (Vertiginidae); Temesa magalhaesi (Clausiliidae). A espécie Strobilopsis mauryae foi considerada sinônimo de Brasilennea arethusae. Além disso, relata-se pela primeira vez a ocorrência de ? Cyclodontina cf. (Plagiodontes) dentata para Itaboraí. A bacia conta com os registros fósseis mais antigos das famílias Ferussaciidae e Strophocheilidae. Além disso, os registros de Itaboraí das famílias Charopidae, Clausiliidae, Cerionidae, Orthalicidae, Urocoptidae e Vertiginidae estão entre os mais antigos do mundo. Dentre esses, os registros de Cerionidae, Clausiliidae e Urocoptidae merecem destaque por estarem bem afastados das distribuições atuais das famílias. Ademais, os registros de Itaboraí são os mais antigos para os gêneros Austrodiscus, Brachypodella, Cecilioides, Cyclodontina, Eoborus, Gastrocopta, Leiostracus e Temesa (além, é claro, dos três gêneros endêmicos da bacia, Brasilennea, Itaborahia e Orthalicidae gen. nov.). É surpreendente que um registro tão diverso quanto o de Itaboraí seja pouco explorado, uma vez que ele possui um grande potencial para ajudar a responder diversas questões sobre biogeografia e sistemática
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spelling Revisão taxonômica da malacofauna fóssil da Bacia de Itaboraí (Paleoceno), Rio de JaneiroTaxonomic revision of the fossil molluscan fauna of Itaboraí Basin (Paleocene), Rio de JaneiroBacia de ItaboraíItaboraí BasinMolluscaMolluscaPaleocenePaleocenoPulmonataPulmonataAs fácies calcárias da Bacia de Itaboraí, Rio de Janeiro, Brasil, são muito famosas por sua abundante fauna de mamíferos. Entretanto, Itaboraí também abriga uma rica fauna de gastrópodes pulmonados do Paleoceno Médio, tanto terrestres quanto dulciaquícolas. Contudo, os estudos lidando com essa malacofauna abrangem apenas as descrições originais das espécies. Nenhuma revisão taxonômica de maior escopo foi realizada nesses pouco mais de 80 anos desde a descoberta da bacia, embora seja possível identificar diversos problemas com a taxonomia desses fósseis. Desse modo, neste estudo realiza-se uma extensiva revisão taxonômica dessa fauna, descrevendo-se inclusive quatro novas espécies. Após a revisão, a nomenclatura e classificação dos pulmonados fósseis de Itaboraí encontram-se da seguinte maneira: Austrodiscus lopesi (Charopidae); Biomphalaria itaboraiensis e ? Vorticifex fluminensis (Planorbidae); Brachypodella britoi (Urocoptidae); Brasilennea arethusae, Brasilennea minor e Brasilennea sp. nov. (Cerionidae); Bulimulus fazendicus, Bulimulus sommeri, Bulimulus trindadeae, Cyclodontina coelhoi, Itaborahia lamegoi, Leiostracus ferreirai e Orthalicidae gen. nov. carvalhoi (Orthalicidae); Cecilioides sommeri (Ferussaciidae); Eoborus sanctijosephi, Eoborus sp. nov. 1, Eoborus sp. nov. 2 (Strophocheilidae); Gastrocopta mezzalirai, Gastrocopta sp. nov. (Vertiginidae); Temesa magalhaesi (Clausiliidae). A espécie Strobilopsis mauryae foi considerada sinônimo de Brasilennea arethusae. Além disso, relata-se pela primeira vez a ocorrência de ? Cyclodontina cf. (Plagiodontes) dentata para Itaboraí. A bacia conta com os registros fósseis mais antigos das famílias Ferussaciidae e Strophocheilidae. Além disso, os registros de Itaboraí das famílias Charopidae, Clausiliidae, Cerionidae, Orthalicidae, Urocoptidae e Vertiginidae estão entre os mais antigos do mundo. Dentre esses, os registros de Cerionidae, Clausiliidae e Urocoptidae merecem destaque por estarem bem afastados das distribuições atuais das famílias. Ademais, os registros de Itaboraí são os mais antigos para os gêneros Austrodiscus, Brachypodella, Cecilioides, Cyclodontina, Eoborus, Gastrocopta, Leiostracus e Temesa (além, é claro, dos três gêneros endêmicos da bacia, Brasilennea, Itaborahia e Orthalicidae gen. nov.). É surpreendente que um registro tão diverso quanto o de Itaboraí seja pouco explorado, uma vez que ele possui um grande potencial para ajudar a responder diversas questões sobre biogeografia e sistemáticaThe limestones of Itaboraí Basin, Rio de Janeiro, Brazil, are famous for their mammalian fauna. Nevertheless, Itaboraí also harbors a rich fossil molluscan fauna dating from the Middle Paleocene, consisting exclusively of pulmonate snails, both terrestrial and fresh-water. However, the current taxonomy of this fauna comprises only the original descriptions - there is not even a single more thoroughly revision done in the 80 years since the discovery of the basin. Unsurprisingly, many taxonomic problems could be readily identified. Therefore, an extensive taxonomic revision was conducted here, also describing four new species. After such revision work, the nomenclature and classification of Itaboraí\'s fossil pulmonates is as follows: Austrodiscus lopesi (Charopidae); Biomphalaria itaboraiensis e ? Vorticifex fluminensis (Planorbidae); Brachypodella britoi (Urocoptidae); Brasilennea arethusae, Brasilennea minor e Brasilennea sp. nov. (Cerionidae); Bulimulus fazendicus, Bulimulus sommeri, Bulimulus trindadeae, Cyclodontina coelhoi, Cyclodontina cf. (Plagiodontes) dentata, Itaborahia lamegoi, Leiostracus ferreirai e Orthalicidae gen. nov. carvalhoi (Orthalicidae); Cecilioides sommeri (Ferussaciidae); Eoborus sanctijosephi, Eoborus sp. nov. 1, Eoborus sp. nov. 2 (Strophocheilidae); Gastrocopta mezzalirai, Gastrocopta sp. nov. (Vertiginidae); Temesa magalhaesi (Clausiliidae). The species Strobilopsis mauryae was considered a synonym of Brasilennea arethusae. Also, the record of ? Cyclodontina cf. (Plagiodontes) dentata for the basin is presented here for the first time. Itaboraí Basin has the most ancient records of the families Ferussaciidae and Strophocheilidae. Moreover, the basin\'s records of the families Charopidae, Clausiliidae, Cerionidae, Orthalicidae, Urocoptidae and Vertiginidae are among the most ancient in the world. Among these, the records of Cerionidae, Clausiliidae and Urocoptidae deserve special attention for they are greatly removed from these families\' current distribution. Additionally, Itaboraí has the most ancient records for the genera Austrodiscus, Brachypodella, Cecilioides, Cyclodontina, Eoborus, Gastrocopta, Leiostracus and Temesa (besides, of course, the basin\'s three endemic genera: Brasilennea, Itaborahia and Orthalicidae gen. nov.). It is striking that such a diverse fossil fauna like Itaboraí\'s is so scarcely known, for it can potentially offer much help in biogeography and systematicsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSimone, Luiz Ricardo Lopes deSalvador, Rodrigo Brincalepe2011-12-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-20042012-082819/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:31Zoai:teses.usp.br:tde-20042012-082819Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description As fácies calcárias da Bacia de Itaboraí, Rio de Janeiro, Brasil, são muito famosas por sua abundante fauna de mamíferos. Entretanto, Itaboraí também abriga uma rica fauna de gastrópodes pulmonados do Paleoceno Médio, tanto terrestres quanto dulciaquícolas. Contudo, os estudos lidando com essa malacofauna abrangem apenas as descrições originais das espécies. Nenhuma revisão taxonômica de maior escopo foi realizada nesses pouco mais de 80 anos desde a descoberta da bacia, embora seja possível identificar diversos problemas com a taxonomia desses fósseis. Desse modo, neste estudo realiza-se uma extensiva revisão taxonômica dessa fauna, descrevendo-se inclusive quatro novas espécies. Após a revisão, a nomenclatura e classificação dos pulmonados fósseis de Itaboraí encontram-se da seguinte maneira: Austrodiscus lopesi (Charopidae); Biomphalaria itaboraiensis e ? Vorticifex fluminensis (Planorbidae); Brachypodella britoi (Urocoptidae); Brasilennea arethusae, Brasilennea minor e Brasilennea sp. nov. (Cerionidae); Bulimulus fazendicus, Bulimulus sommeri, Bulimulus trindadeae, Cyclodontina coelhoi, Itaborahia lamegoi, Leiostracus ferreirai e Orthalicidae gen. nov. carvalhoi (Orthalicidae); Cecilioides sommeri (Ferussaciidae); Eoborus sanctijosephi, Eoborus sp. nov. 1, Eoborus sp. nov. 2 (Strophocheilidae); Gastrocopta mezzalirai, Gastrocopta sp. nov. (Vertiginidae); Temesa magalhaesi (Clausiliidae). A espécie Strobilopsis mauryae foi considerada sinônimo de Brasilennea arethusae. Além disso, relata-se pela primeira vez a ocorrência de ? Cyclodontina cf. (Plagiodontes) dentata para Itaboraí. A bacia conta com os registros fósseis mais antigos das famílias Ferussaciidae e Strophocheilidae. Além disso, os registros de Itaboraí das famílias Charopidae, Clausiliidae, Cerionidae, Orthalicidae, Urocoptidae e Vertiginidae estão entre os mais antigos do mundo. Dentre esses, os registros de Cerionidae, Clausiliidae e Urocoptidae merecem destaque por estarem bem afastados das distribuições atuais das famílias. Ademais, os registros de Itaboraí são os mais antigos para os gêneros Austrodiscus, Brachypodella, Cecilioides, Cyclodontina, Eoborus, Gastrocopta, Leiostracus e Temesa (além, é claro, dos três gêneros endêmicos da bacia, Brasilennea, Itaborahia e Orthalicidae gen. nov.). É surpreendente que um registro tão diverso quanto o de Itaboraí seja pouco explorado, uma vez que ele possui um grande potencial para ajudar a responder diversas questões sobre biogeografia e sistemática
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