O impacto da SARS-CoV-2 na medicina transfusional: avaliação da soroprevalência e da carga viral em doadores de sangue
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17156/tde-11042024-091425/ |
Resumo: | Em dezembro de 2019, um surto de pneumonia de causa desconhecida foi identificado em Wuhan, na China. O agente etiológico se tratava de um vírus nomeado como Vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2). Este foi o terceiro surto de infecções respiratórias virais causadas por β-coronavírus a nível mundial. Esta infecção é predominantemente caracterizada como uma infecção do trato respiratório e o contato com gotículas respiratórias e aerossóis de uma pessoa infectada é o principal meio de transmissão do vírus, causando a doença denominada no COVID-19 que pode apresentar manifestações clínicas diversas, desde assintomáticos até sintomas graves do trato respiratório. Embora não haja evidências sobre a replicação viral do SARS-CoV-2 nas células do sangue periférico, este vírus pode se disseminar para outros órgãos utilizando a circulação sanguínea, portanto, a possibilidade de transmissão transfusional de SARS-CoV-2 pode ocorrer. A transfusão de sangue é um procedimento indispensável nos cuidados com a saúde, contudo, é uma prática que não está isenta de riscos. Os riscos são multifatoriais e a segurança do paciente pode ser comprometida principalmente pelo risco de transmissão de agentes infecciosos virais via transfusão. Para detectar a presença de vírus transmissíveis por transfusão em doadores de sangue foi implantado os testes de ácidos nucleicos (NAT) e testes sorológicos para detecção de anticorpos. Este estudo apresenta informações relevantes no contexto da transmissão transfusional, uma vez que o objetivo do projeto é determinar a soroprevalência e avaliar a presença do RNA de SARS-CoV-2 no plasma de doadores de sangue do Hemocentro de Ribeirão Preto do ano de 2020. A análise de soroprevalência apresentou 4,8% (31/646) de positividade. Já a análise de detecção de RNA de SARS-CoV-2 por RT-PCR apresentou positividade de 3,07% (11/358) em amostras de plasma e o cálculo do número de cópias genômicas de SARS-CoV-2 (cópias/µL) nestas amostras apresentaram quantificação entre 5,1x103 e 4,1x105 cópias/µL. Nossos achados indicam uma baixa prevalência de RNAemia de SARS-CoV-2 no plasma de doação de sangue e, quando detectado, o RNA viral está em baixa concentração nesta amostras. Mesmo em doadores de sangue que não apresentam alta carga virêmica de SARS-CoV-2, conhecer a carga viral, e não somente um resultado detectado/não detectado em um teste qualitativo, pode fornecer orientação sobre a transmissão transfusional. Embora sejam necessários estudos adicionais sobre a transmissibilidade, vários estudos não mostraram infecciosidade por baixa carga viral SARS-CoV-2 em doadores de sangue. |
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O impacto da SARS-CoV-2 na medicina transfusional: avaliação da soroprevalência e da carga viral em doadores de sangueThe impact of SARS-CoV-2 on transfusion medicine: assessment of seroprevalence and viral load in blood donorsCarga viralSARS-CoV-2SARS-CoV-2SeroprevalenceSoroprevalênciaTransfusion transmissionTransmissão transfusionalViral loadEm dezembro de 2019, um surto de pneumonia de causa desconhecida foi identificado em Wuhan, na China. O agente etiológico se tratava de um vírus nomeado como Vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2). Este foi o terceiro surto de infecções respiratórias virais causadas por β-coronavírus a nível mundial. Esta infecção é predominantemente caracterizada como uma infecção do trato respiratório e o contato com gotículas respiratórias e aerossóis de uma pessoa infectada é o principal meio de transmissão do vírus, causando a doença denominada no COVID-19 que pode apresentar manifestações clínicas diversas, desde assintomáticos até sintomas graves do trato respiratório. Embora não haja evidências sobre a replicação viral do SARS-CoV-2 nas células do sangue periférico, este vírus pode se disseminar para outros órgãos utilizando a circulação sanguínea, portanto, a possibilidade de transmissão transfusional de SARS-CoV-2 pode ocorrer. A transfusão de sangue é um procedimento indispensável nos cuidados com a saúde, contudo, é uma prática que não está isenta de riscos. Os riscos são multifatoriais e a segurança do paciente pode ser comprometida principalmente pelo risco de transmissão de agentes infecciosos virais via transfusão. Para detectar a presença de vírus transmissíveis por transfusão em doadores de sangue foi implantado os testes de ácidos nucleicos (NAT) e testes sorológicos para detecção de anticorpos. Este estudo apresenta informações relevantes no contexto da transmissão transfusional, uma vez que o objetivo do projeto é determinar a soroprevalência e avaliar a presença do RNA de SARS-CoV-2 no plasma de doadores de sangue do Hemocentro de Ribeirão Preto do ano de 2020. A análise de soroprevalência apresentou 4,8% (31/646) de positividade. Já a análise de detecção de RNA de SARS-CoV-2 por RT-PCR apresentou positividade de 3,07% (11/358) em amostras de plasma e o cálculo do número de cópias genômicas de SARS-CoV-2 (cópias/µL) nestas amostras apresentaram quantificação entre 5,1x103 e 4,1x105 cópias/µL. Nossos achados indicam uma baixa prevalência de RNAemia de SARS-CoV-2 no plasma de doação de sangue e, quando detectado, o RNA viral está em baixa concentração nesta amostras. Mesmo em doadores de sangue que não apresentam alta carga virêmica de SARS-CoV-2, conhecer a carga viral, e não somente um resultado detectado/não detectado em um teste qualitativo, pode fornecer orientação sobre a transmissão transfusional. Embora sejam necessários estudos adicionais sobre a transmissibilidade, vários estudos não mostraram infecciosidade por baixa carga viral SARS-CoV-2 em doadores de sangue.In December 2019, an outbreak of pneumonia of unknown cause was identified in Wuhan, China. The etiological agent was treated as a virus named Severe Acute Respiratory Syndrome Virus (SARS-CoV-2). This was the third outbreak of viral respiratory infections caused by β-coronavirus worldwide. This infection is predominantly characterized as a respiratory tract infection and contact with respiratory droplets and aerosols from an infected person is the main means of transmission of the virus, causing the illness related to COVID-19 that can present diverse clinical manifestations, from asymptomatic to severe symptoms of tract infections. Although there is no evidence of viral replication of SARS-CoV-2 in peripheral blood cells, this virus can spread to other organs that use blood circulation, therefore, the possibility of transfusional transmission of SARS-CoV-2 may occur. Blood transfusion is an essential procedure in health care, however, it is a practice that is not free of risks. The risks are multifactorial and patient safety may be compromised mainly by the risk of transmission of viral infectious agents via transfusion. To detect the presence of transfusion-transmissible viruses in blood donors, nucleic acid tests (NAT) and serological tests for antibody detection were implemented. This study presents relevant information in the context of transfusional transmission, since the objective of the project is to determine the seroprevalence and evaluate the presence of SARS-CoV-2 RNA in the plasma of blood donors from the Hemocenter of Ribeirão Preto in the year 2020. The seroprevalence analysis showed 4.8% (31/646) of positivity. The analysis of detection of SARS-CoV-2 RNA by RT-PCR showed positivity of 3.07% (11/358) in plasma samples and the calculation of the number of genomic copies of SARS-CoV-2 (copies/µL ) in these samples were quantified between 5.1x103 and 4.1x105 copies/µL. Our findings indicate a low prevalence of SARS-CoV-2 RNAemia in blood donation plasma and, when detected, viral RNA is in low concentration in these samples. Even in blood donors who do not have a high SARS-CoV-2 viremic load, knowing a viral load, not just a detected/undetected result in a qualitative test, can provide guidance on transfusional transmission. Although additional studies on transmissibility are needed, several studies have not demonstrated low viral load SARS-CoV-2 infectivity in blood donors.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHaddad, Simone KashimaEvaristo, Mariane2023-12-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17156/tde-11042024-091425/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-11T17:33:03Zoai:teses.usp.br:tde-11042024-091425Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-11T17:33:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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