Análise Estratigráfica da Bacia Corumbá (Neoproterozóico) - Mato Grosso do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-14082013-111741/ |
Resumo: | O estudo teve como objetivo a análise estratigráfica do Grupo Corumbá. Esta unidade aflora na região central da América do Sul com exposições no Planalto da Bodoquena e nos arredores do Maciço de Urucum, constituindo parte da Faixa de Dobramentos Paraguai e da cobertura cratônica. A Faixa de Dobramentos Paraguai, relacionada ao evento orogenético Pan-Africano - Brasiliano, ocorre a sudeste do Cráton Amazônico e a leste do Bloco Rio Apa, onde compreende metassedimentos neoproterozóicos, de baixo grau metamórfico, que se estendem sobre o cráton. São características desta unidade geotectônica a deformação polifásica, com dobras isoclinais e falhas de empurrão de vergência para oeste e noroeste, e o escasso registro vulcânico básico. Apresenta extensão de 1500 Km, com exposições em Goiás (sudoeste), Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, formando o conjunto um grande arco com a convexidade voltada para o cráton. Apesar das diversas e controvertidas subdivisões estratigráficas propostas para as unidades aflorantes, é possível distiguir três conjuntos. O inferior é representado pelo Grupo Cuiabá, caracterizado por metassedimentos predominantemente pelíticos de caráter turbidítico. O conjunto médico é marcado por sucessões carbonatas (Grupo Corumbá e Formação Araras) recobrindo sedimentos glácio-marinhos (Formação Puga). O superior é representado por arenitos e folhelhos continentais (Grupo Alto Paraguai). As unidades carbonáticas pertencem ao Grupo Corumbá, na porção meridional da faixa, e à Formação Araras ao norte, originadas em contextos ambientais e estratigráficos distintos. O Grupo Corumbá é representado por sucessão de aproximadamente 700m de espessura. Apresenta, na base, conglomerados, arenitos e pelitos (formações Cadiueus e Cerradinho) passando a dolomitos (Formação Bocaina) e calcário e pelitos carbonosos (Formação Tamango), recoberto por espesso pacote pelítico (Formação Guaicurus). Na Formação Tamengo, são encontrados os fósseis metazoários Cloudina e Corumbella, enquanto que na Formação Bocaina há abundante registro estromatolítico associado a ocorrências de rochas fosfáticas. O Grupo Corumbá, como um todo, possui registro estratigráfico típico das demais sucessões neoproterozóicas pós-glaciação Varanger, relacionado a rifting de supercontinente neoproterozóico, provavelmente o Pannotia. A investigação de isótopos de C e O permitiu identificar, na Formação Tamengo, a variação de \'\'delta\' POT.13\'\'C IND.PDB\' de valores negativos (\'-3GRAUS\'\'/ IND. 00\') para positivos (\'+5GRAUS\'\'/ IND. 00\'), interpretada como incursão positiva ediacariana, também encontrada em demais sucessões carbonáticos pós-glaciação Varanger. O Estudo de fácies sedimentares possibilitou definir duas sequências estratégicas relacinadas à evolução de bacia rift-to-drift, aqui definida como Bacia Corumbá. A primeira sequência (estágio rift), essencialmente terrígena, é constituída pelas formações Cadiueus e Carradinho. A segunda (estágio drift) abrange as formações Bocaina, Tamengo e Guaicurus. Separando as duas sequência (estágio rift), essencialmente terrígena, é constituída pelas formações Cadiueus e Cerradinho. A segunda ( estágio drift) abrange as formações Boicaina, Tamengo e Guaicurus. Separando as duas sequência, foi indentificada marcante superfície erosiva, denominada Superfície de Aplainamento Pedra Branca. A Formação Araras, exposta na porção norte e nordeste e Faixa Paraguai, na Serra das Araras e no Sinclinal da Guia, apresenta distribuição faciológica relativamente mais homogêniea do que a encontrada no Grupo Corumbá. A metade inferior da Formação Araras é formada por calcários calcíticos e ritmitos ( calcário/folhelho carbonoso) e a superior por dolomitos com estromatólitos. A deposição destes carbonatos teria ocorrido em provável mar epicontinental, com passagem gradativa para sedimentação continental das formações Raizama, Sepotuba e Diamantino. Fechando a evolução geológica da Faixa Paraguai, ocorreram deformações tectônicas brasilianas, mais intensas nas porções orientais da faixa, seguidas de magmatismo granítico pós-tectônico, com idade a redor de 500 Ma. |
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Análise Estratigráfica da Bacia Corumbá (Neoproterozóico) - Mato Grosso do SulEstratigrafiaNot available.O estudo teve como objetivo a análise estratigráfica do Grupo Corumbá. Esta unidade aflora na região central da América do Sul com exposições no Planalto da Bodoquena e nos arredores do Maciço de Urucum, constituindo parte da Faixa de Dobramentos Paraguai e da cobertura cratônica. A Faixa de Dobramentos Paraguai, relacionada ao evento orogenético Pan-Africano - Brasiliano, ocorre a sudeste do Cráton Amazônico e a leste do Bloco Rio Apa, onde compreende metassedimentos neoproterozóicos, de baixo grau metamórfico, que se estendem sobre o cráton. São características desta unidade geotectônica a deformação polifásica, com dobras isoclinais e falhas de empurrão de vergência para oeste e noroeste, e o escasso registro vulcânico básico. Apresenta extensão de 1500 Km, com exposições em Goiás (sudoeste), Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, formando o conjunto um grande arco com a convexidade voltada para o cráton. Apesar das diversas e controvertidas subdivisões estratigráficas propostas para as unidades aflorantes, é possível distiguir três conjuntos. O inferior é representado pelo Grupo Cuiabá, caracterizado por metassedimentos predominantemente pelíticos de caráter turbidítico. O conjunto médico é marcado por sucessões carbonatas (Grupo Corumbá e Formação Araras) recobrindo sedimentos glácio-marinhos (Formação Puga). O superior é representado por arenitos e folhelhos continentais (Grupo Alto Paraguai). As unidades carbonáticas pertencem ao Grupo Corumbá, na porção meridional da faixa, e à Formação Araras ao norte, originadas em contextos ambientais e estratigráficos distintos. O Grupo Corumbá é representado por sucessão de aproximadamente 700m de espessura. Apresenta, na base, conglomerados, arenitos e pelitos (formações Cadiueus e Cerradinho) passando a dolomitos (Formação Bocaina) e calcário e pelitos carbonosos (Formação Tamango), recoberto por espesso pacote pelítico (Formação Guaicurus). Na Formação Tamengo, são encontrados os fósseis metazoários Cloudina e Corumbella, enquanto que na Formação Bocaina há abundante registro estromatolítico associado a ocorrências de rochas fosfáticas. O Grupo Corumbá, como um todo, possui registro estratigráfico típico das demais sucessões neoproterozóicas pós-glaciação Varanger, relacionado a rifting de supercontinente neoproterozóico, provavelmente o Pannotia. A investigação de isótopos de C e O permitiu identificar, na Formação Tamengo, a variação de \'\'delta\' POT.13\'\'C IND.PDB\' de valores negativos (\'-3GRAUS\'\'/ IND. 00\') para positivos (\'+5GRAUS\'\'/ IND. 00\'), interpretada como incursão positiva ediacariana, também encontrada em demais sucessões carbonáticos pós-glaciação Varanger. O Estudo de fácies sedimentares possibilitou definir duas sequências estratégicas relacinadas à evolução de bacia rift-to-drift, aqui definida como Bacia Corumbá. A primeira sequência (estágio rift), essencialmente terrígena, é constituída pelas formações Cadiueus e Carradinho. A segunda (estágio drift) abrange as formações Bocaina, Tamengo e Guaicurus. Separando as duas sequência (estágio rift), essencialmente terrígena, é constituída pelas formações Cadiueus e Cerradinho. A segunda ( estágio drift) abrange as formações Boicaina, Tamengo e Guaicurus. Separando as duas sequência, foi indentificada marcante superfície erosiva, denominada Superfície de Aplainamento Pedra Branca. A Formação Araras, exposta na porção norte e nordeste e Faixa Paraguai, na Serra das Araras e no Sinclinal da Guia, apresenta distribuição faciológica relativamente mais homogêniea do que a encontrada no Grupo Corumbá. A metade inferior da Formação Araras é formada por calcários calcíticos e ritmitos ( calcário/folhelho carbonoso) e a superior por dolomitos com estromatólitos. A deposição destes carbonatos teria ocorrido em provável mar epicontinental, com passagem gradativa para sedimentação continental das formações Raizama, Sepotuba e Diamantino. Fechando a evolução geológica da Faixa Paraguai, ocorreram deformações tectônicas brasilianas, mais intensas nas porções orientais da faixa, seguidas de magmatismo granítico pós-tectônico, com idade a redor de 500 Ma.This thesis reports the results of the stratigraphic analysis of the Neoproterozoic Corumbá Group, that crops out in the Bodoquena Plateau and adjacent to the Maciço do Urucum, in Mato Grosso do Sul, Brazil, central South America, Rocks of the Corumbá Group constitute part of the Paraguay Mobile Belt and partially cover the southeast margin of the Amazon Craton. The Paraguay Mobile Belt (Pan-African-Brasilano orogenetic event) in a 1500-km-long arc convex towards the craton. It is characterized by low-grade metamorphic and sedimentary rocks subjected to polyphase deformation, with isoclinal folds and inverse faults with westward and northwestward vergency. Three principal successions are recognized in this region, the lowest represented by the Cuiabá Group, which is made up of pelitic sediments of turbiditic character. The intermediate succession is marked by the carbonates of the Corumbá Group and Araras Formation. The uppermost succession comprises the continental sandstones and shales of the Paraguia Group. The carbonate units were deposited in two distintic sedimentary environments and stratigraphic contexts. The Corumbá Group occurs in the southern portion of the Paraguay Mobile Belt and the Araras Formation in the north. The Corumbá Group reaches 700m in thickness and presents from the bottom to top: conglomerates, sandstones and pelitic sediments (Cadiueus and Cerradinho formations); dolostones (Bocaina Formation), limestones and carbonaceous shales ( Tamengo Formation); and shales ( Guaicurus Formation). Through the study of sedimentary facies, it was possible to recognize two stratigraphic sequences related to the evolution of a rift-to-drift basin, here defined as the Corumbá Basin. The lower terrigenous sequence (rift stage) is composed of the Cadiueus and Cerradinho formations. The upper sequence (drift stage) includes the Bocaina, Tamengo and Guaicurus formations. These sequences are separated by na outstanding erosional surface here called Padra Branca Unconformity. Among the fossils in the Corumbá Group are the metazoan fossils Cloudina and Corumbella in the Tamengo Formation and stromatolites, which may be associated with phosphatic rocks, in the Bocaina Formation. The investigation of stable isotopes (C, O) revealed a variation of \'\'delta\' POT.13\'\'C IND.PDB\' from negative (\'-3GRAUS\'\'/ IND. 00\') to positive values(\'+5GRAUS\'\'/ IND. 00\') , interpreted here as the Ediacaran Positive Excursion which is found in all other post-Varanger carbonatic successions. The Araras Formation ( in the northern part of the Paraguay Mobile Belt) presents a more homogeneous facies distribution than the Corumbá Group. The lower part of this formation is composed of calcitic limestones and rhythmites (limestones/carbonaceous shale) and the upper presents stromatolitc dolostones. These carbonates were deposited under epeiric marine conditions that geve way upwards to terrigenous sedimentation of the Raizama, Sepotuba and Diamentino formations. The final stages in the geological evolution of the Paraguay Mobile belt was marked by intense Brasiliano tectonic deformation in this eastern portion followed by pos-tectonic granitic magmatism at about 500 Ma.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCoimbra, Armando MarcioBoggiani, Paulo Cesar1998-01-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-14082013-111741/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:36Zoai:teses.usp.br:tde-14082013-111741Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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