Avaliação das perdas auditivas em crianças e adolescentes com HIV/Aids

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aline Medeiros da Silva
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.6.2011.tde-08042011-162300
Resumo: Introdução As crianças e adolescentes com HIV/Aids podem apresentar diferentes alterações auditivas as quais são mais frequentes e, muitas vezes, mais graves quando comparadas às outras crianças. Objetivos Estimar a prevalência de perda auditiva nas crianças e adolescentes tratados no Instituto da Criança ICr e verificar os fatores associados à ocorrência da mesma, utilizando duas classificações propostas na literatura. Métodos Foram analisados 106 pacientes com HIV/Aids (idade 5 19 anos) que estão em acompanhamento no ambulatório do ICr. Os indivíduos e/ou seus responsáveis responderam a diversos questionários e foram submetidos a uma anamnese para verificar qualquer sintoma ou queixa auditiva e foi feita a inspeção visual do meato acústico externo para verificar a presença de qualquer ocorrência que pudesse impedir a realização dos exames audiológicos. A avaliação audiológica foi composta pela pesquisa dos limiares auditivos testes de fala, timpanometria e pesquisa dos reflexos acústicos. A caracterização da amostra foi realizada por meio da estatística descritiva e a análise da concordância no diagnóstico da perda auditiva para as duas classificações, por meio da estatística Kappa. Para a comparação de médias de idade e tempo de uso de medicamentos antirretrovirais foi utilizado o teste t-Student. A análise dos fatores associados à presença de perda auditiva foi realizada por meio do teste associação pelo qui-quadrado e modelos de regressão logística univariados e múltiplos. Resultados Os resultados mostraram prevalência de perda auditiva de 35,8por cento utilizando a classificação proposta pelo Bureau Internacional d´Audio Phonologie (BIAP) e 59,4por cento de acordo com a classificação proposta pela American Speech-Language-Hearing Association (ASHA). A concordância no diagnóstico de perda auditiva pelas duas classificações foi boa (k=0,55). O único fator de risco para perda auditiva pelas duas classificações foi a ocorrência de otite média supurada. Pela classificação BIAP, também foi fator de risco o uso do antirretroviral lamivudina (3TC). Pela classificação ASHA, a ocorrência de doenças graves, em especial, a encefalopatia pelo HIV apresentou-se de risco para a perda de audição. Conclusões Este estudo evidenciou que a ocorrência de otite média supurada, o histórico de doenças de caráter grave, em especial a encefalopatia pelo HIV, e o uso de lamivudina contribuem efetivamente para a perda de audição nas crianças e adolescentes com HIV/Aids. O monitoramento auditivo é fundamental, visto que possibilita a detecção precoce das perdas auditivas, além de identificar a progressão da sequela. Recomenda-se que sejam feitas avaliações audiológicas periódicas
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Avaliação das perdas auditivas em crianças e adolescentes com HIV/Aids Hearing loss in children and adolescents with HIV/Aids. 2011-03-29Maria do Rosario Dias de Oliveira LatorreHeloísa Helena de Sousa MarquesMaria Célia CerviAna Claudia FioriniCarla Gentile MatasAluisio Augusto Cotrim SeguradoAline Medeiros da SilvaUniversidade de São PauloSaúde PúblicaUSPBR Aids Aids Hearing Loss HIV HIV Infecções Infections Ototoxicidade Ototoxicity Perda Auditiva Introdução As crianças e adolescentes com HIV/Aids podem apresentar diferentes alterações auditivas as quais são mais frequentes e, muitas vezes, mais graves quando comparadas às outras crianças. Objetivos Estimar a prevalência de perda auditiva nas crianças e adolescentes tratados no Instituto da Criança ICr e verificar os fatores associados à ocorrência da mesma, utilizando duas classificações propostas na literatura. Métodos Foram analisados 106 pacientes com HIV/Aids (idade 5 19 anos) que estão em acompanhamento no ambulatório do ICr. Os indivíduos e/ou seus responsáveis responderam a diversos questionários e foram submetidos a uma anamnese para verificar qualquer sintoma ou queixa auditiva e foi feita a inspeção visual do meato acústico externo para verificar a presença de qualquer ocorrência que pudesse impedir a realização dos exames audiológicos. A avaliação audiológica foi composta pela pesquisa dos limiares auditivos testes de fala, timpanometria e pesquisa dos reflexos acústicos. A caracterização da amostra foi realizada por meio da estatística descritiva e a análise da concordância no diagnóstico da perda auditiva para as duas classificações, por meio da estatística Kappa. Para a comparação de médias de idade e tempo de uso de medicamentos antirretrovirais foi utilizado o teste t-Student. A análise dos fatores associados à presença de perda auditiva foi realizada por meio do teste associação pelo qui-quadrado e modelos de regressão logística univariados e múltiplos. Resultados Os resultados mostraram prevalência de perda auditiva de 35,8por cento utilizando a classificação proposta pelo Bureau Internacional d´Audio Phonologie (BIAP) e 59,4por cento de acordo com a classificação proposta pela American Speech-Language-Hearing Association (ASHA). A concordância no diagnóstico de perda auditiva pelas duas classificações foi boa (k=0,55). O único fator de risco para perda auditiva pelas duas classificações foi a ocorrência de otite média supurada. Pela classificação BIAP, também foi fator de risco o uso do antirretroviral lamivudina (3TC). Pela classificação ASHA, a ocorrência de doenças graves, em especial, a encefalopatia pelo HIV apresentou-se de risco para a perda de audição. Conclusões Este estudo evidenciou que a ocorrência de otite média supurada, o histórico de doenças de caráter grave, em especial a encefalopatia pelo HIV, e o uso de lamivudina contribuem efetivamente para a perda de audição nas crianças e adolescentes com HIV/Aids. O monitoramento auditivo é fundamental, visto que possibilita a detecção precoce das perdas auditivas, além de identificar a progressão da sequela. Recomenda-se que sejam feitas avaliações audiológicas periódicas Introduction Children and adolescents living with HIV/Aids may suffer from a variety of hearing problems which are more frequent and sometimes more severe when compared to other children. Aim To estimate the prevalence of hearing loss and risk factors in children and adolescents attending at the Childrens Institute (ICr). Methods 106 patients (5 19 years) were analyzed. Patients and caregivers answered several questionnaires about demographic and clinical conditions. Subsequently, the visual inspection of the external auditory meatus was performed in order to verify if there were clinical conditions to perform the audiologic evaluation. The audiologic evaluation was conducted using pure tone audiometry, speech audiometry, tympanometry and tests of acoustic reflexes. The statistical analysis was done using descriptive statistics, Kappa statistics, Students t-test, chi-square test and univariate and multiple logistic regression models. Results The prevalence of hearing loss according to the Bureau Internacional d´Audio Phonologie (BIAP) classification and to the American Speech-Language-Hearing Association (ASHA) classification was 35.8per cent and 59.4per cent, respectively. The agreement in the diagnosis of hearing loss was good between BIAP and ASHA (k= 0.55). The only risk factor for hearing loss for both classifications was the occurrence of suppurative otitis media. For the BIAP classification, the use of lamivudine (3TC) was a risk factor for hearing loss. For the ASHA classification, the occurrence of severe illness, specially encephalopathy, was a risk factor for hearing loss. Conclusions The occurrence of suppurative otitis media, the history of a severe disease, specially encephalopathy, and the use of lamivudine effectively contribute to hearing loss in children and adolescents with HIV/Aids. Auditory monitoring is critical because it allows early detection of hearing loss and identification of its progression. It is highly recommended periodic hearing assessments https://doi.org/10.11606/T.6.2011.tde-08042011-162300info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:27:03Zoai:teses.usp.br:tde-08042011-162300Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:19:26.892202Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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