A pegada de carbono das famílias brasileiras por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cachola, Celso da Silveira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100136/tde-04042022-203054/
Resumo: O objetivo deste trabalho foi analisar a Pegada de Carbono das famílias brasileiras com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), 2008 e 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A metodologia utilizada para quantificar a Pegada de Carbono das famílias brasileiras compreendeu três fontes de dados: i) Pesquisa de gastos das famílias, 2008 e 2018; ii) Matriz Leontief de contas brasileiras, ano 2010 e 2018; e iii) Inventário de emissões de dióxido de carbono, realizado com dados do Balanço Energético Nacional (BEN) 2009 e 2019 e do Inventário de Emissões Totais de Gases de Efeito Estufa no Brasil. Inicialmente, foi criado um modelo insumo-produto (MIP) associado ao consumo de energia, que foi expandido para incluir as emissões de gases do efeito estufa. Em seguida, os resultados dos MIPs foram combinados com as informações das POFs. As famílias mais pobres, com renda mensal de até R$ 830,00 (em 2008) e R$ 1.908,00 (em 2018), emitiram menos de 4,1 tCO2e/ano em 2008 e 3,81 tCO2e/ano em 2018, em contrapartida, as famílias mais ricas, com renda mensal acima de R$ 10.375 em 2008 e R$ 23.850,00 em 2018, emitiram cerca de 28,7 tCO2e/ano em 2008 e 25,94 tCO2e/ano em 2018, quase 7 vezes mais do que as famílias mais pobres. Constatou-se que o consumo associado às famílias mais ricas está relacionado com mais emissões do que a média familiar brasileira, calculada em 8,75 tCO2e/ano em 2008 e 7,71 tCO2e/ano em 2018. Assim, enquanto as famílias mais pobres, que representavam mais de 20% do total de famílias brasileiras em 2008, foram responsáveis por 10% do total de emissões, as famílias mais ricas foram responsáveis por 12% do total de emissões, embora representassem apenas 4% do total de famílias em 2008. Observou-se que a categoria alimentação perde importância à medida que a renda aumenta, enquanto o contrário ocorre nas categorias de bens e serviços. Para as famílias mais pobres, há grande importância na categoria habitação, ocasionada principalmente pelo consumo de energia elétrica e GLP. Os mais ricos devem diminuir o seu consumo e buscar alternativas que impliquem em menos emissões para diminuir a Pegada de Carbono. Mudar o estilo de vida faz parte da mitigação das mudanças climáticas
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spelling A pegada de carbono das famílias brasileiras por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)The carbon footprint of Brazilian households through the Family Budget Survey (POF)Carbon footprintConsumo das famíliasDesigualdadeFamily Budget SurveyFamily ConsumptionInequalityInput-output modelModelo Insumo-produtoPegada de CarbonoPesquisa de Orçamento FamiliarSustainabilitySustentabilidadeO objetivo deste trabalho foi analisar a Pegada de Carbono das famílias brasileiras com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), 2008 e 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A metodologia utilizada para quantificar a Pegada de Carbono das famílias brasileiras compreendeu três fontes de dados: i) Pesquisa de gastos das famílias, 2008 e 2018; ii) Matriz Leontief de contas brasileiras, ano 2010 e 2018; e iii) Inventário de emissões de dióxido de carbono, realizado com dados do Balanço Energético Nacional (BEN) 2009 e 2019 e do Inventário de Emissões Totais de Gases de Efeito Estufa no Brasil. Inicialmente, foi criado um modelo insumo-produto (MIP) associado ao consumo de energia, que foi expandido para incluir as emissões de gases do efeito estufa. Em seguida, os resultados dos MIPs foram combinados com as informações das POFs. As famílias mais pobres, com renda mensal de até R$ 830,00 (em 2008) e R$ 1.908,00 (em 2018), emitiram menos de 4,1 tCO2e/ano em 2008 e 3,81 tCO2e/ano em 2018, em contrapartida, as famílias mais ricas, com renda mensal acima de R$ 10.375 em 2008 e R$ 23.850,00 em 2018, emitiram cerca de 28,7 tCO2e/ano em 2008 e 25,94 tCO2e/ano em 2018, quase 7 vezes mais do que as famílias mais pobres. Constatou-se que o consumo associado às famílias mais ricas está relacionado com mais emissões do que a média familiar brasileira, calculada em 8,75 tCO2e/ano em 2008 e 7,71 tCO2e/ano em 2018. Assim, enquanto as famílias mais pobres, que representavam mais de 20% do total de famílias brasileiras em 2008, foram responsáveis por 10% do total de emissões, as famílias mais ricas foram responsáveis por 12% do total de emissões, embora representassem apenas 4% do total de famílias em 2008. Observou-se que a categoria alimentação perde importância à medida que a renda aumenta, enquanto o contrário ocorre nas categorias de bens e serviços. Para as famílias mais pobres, há grande importância na categoria habitação, ocasionada principalmente pelo consumo de energia elétrica e GLP. Os mais ricos devem diminuir o seu consumo e buscar alternativas que impliquem em menos emissões para diminuir a Pegada de Carbono. Mudar o estilo de vida faz parte da mitigação das mudanças climáticasThe main objective of this work has been analyzing the carbon footprint of Brazilian households based on the Family Expenditures Survey (POF), 2008 and 2018, carried out by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). The methodology used to quantify the carbon footprint of Brazilian families comprised three data sources: i) Household expenditures survey, 2008 and 2018; ii) Brazilians Leontief Matrix, year 2010 and 2018; and iii) Energy consumption and carbon emissions inventory based on data from the National Energy Balance (BEN) 2009 and 2019 and the Inventory of To-tal Greenhouse Gas Emissions in Brazil. Initially, an extended input-output (IO) model was created. Then, results of the IO model were combined with the information from the POFs. The poorest families, with a monthly income of up to BRL 830.00 (in 2008) and BRL 1,908.00 (in 2018), emitted less than 4.1 tCO2e /year in 2008 and 5.45 tCO2e /year in 2018, on the other hand, the wealthiest families, with monthly income above BRL 10,375 in 2008 and BRL 23,850.00 in 2018, emitted around 28.7 tCO2e/year in 2008 and 25.94 tCO2e/year in 2018, almost 7 times more. It was found that the wealthi-est households emit significantly more emissions than the Brazilian average, calculated at 8.75 tCO2e/year in 2008 and 7.71 tCO2e/year in 2018. Thus, while the poorest fami-lies, which represented more than 20% of total Brazilian families in 2008, were respon-sible for 10% of total emissions, the richest families were responsible for 12% of total emissions, although they represent only 4% of total families in 2008. It was observed that the food category loses importance as income increases, while the converse occurs for the categories of goods and services. For the poorest families, there is great im-portance in the housing category, caused mainly by the consumption of electricity and LPG. The wealthiest families should change their consumption patterns to reduce their carbon footprint. Changing lifestyles is part of climate change mitigationBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPacca, Sérgio AlmeidaCachola, Celso da Silveira2022-03-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100136/tde-04042022-203054/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-05-13T13:00:39Zoai:teses.usp.br:tde-04042022-203054Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-05-13T13:00:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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