O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Sarah Nancy Deggau Hegeto de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-14012011-102637/
Resumo: Muitos esforços mundiais têm sido empregados para melhorar as condições de saúde das crianças com o objetivo de reduzir a mortalidade e morbidade infantil. A proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno (AM) tem sido uma estratégia relevante no setor saúde e outros setores sociais. Este estudo tem como objetivos descrever a situação do AM no município de Londrina-PR e fatores associados, em crianças menores de um ano, em 2008, comparando com dados da pesquisa realizada no mesmo município em 2002; e analisar as experiências dos profissionais de saúde sobre o AM e a situação das ações programáticas do AM em Londrina, na perspectiva da vulnerabilidade programática. O quadro conceitual apoia-se no conceito de vulnerabilidade para explorar dimensões relevantes no estudo do AM em uma realidade contextualizada. A partir de abordagem quantitativa e qualitativa, o estudo descritivo foi realizado em duas etapas. A primeira baseada na metodologia utilizada pelo Projeto Amamentação e Municípios para inquéritos populacionais em dias de vacinação infantil. Foram realizadas 770 entrevistas com acompanhantes de crianças menores de um ano que compareceram na segunda etapa da campanha de vacinação contra poliomielite, em agosto de 2008. A segunda etapa da pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada com 25 profissionais de saúde, membros do Comitê de Aleitamento Materno (CALMA) do município, por meio de grupos focais e entrevistas individuais semi-estruturadas e análise temática dos dados. Nos resultados obteve-se que 72,5% das crianças foram amamentadas na primeira hora, 83,0% estavam em AME no primeiro dia em casa, 33,8% das crianças de zero a seis meses estavam em AME. No quarto mês, 53,7% permaneciam em AME, no sexto mês 7,8% e 51,5% em AM continuado entre 9 e 12 meses. A maior freqüência de AME esteve associada estatisticamente às mulheres que apresentavam idade igual ou superior a 35 anos, escolaridade de terceiro grau, mais de um filho e que estavam em licença maternidade. Na análise qualitativa, os dados foram agrupados em cinco temas: O contato com os indicadores locais de AM; O cotidiano da assistência nos serviços saúde: fortalezas e fragilidades; A informação sobre AM presente nos diferentes cenários; Amamentar ou não amamentar: caminhando na decisão; O apoio ao AM e os espaços para produção de narrativas. O sucesso do AM não está centrado na ocorrência do AM e AME e o insucesso não pode ser somente a situação de desmame. O estudo traz elementos para entender que o modo como as mães e famílias lidam com o AM está ligado aos aspectos individuais e sociais e ao modo como as práticas de AM estão organizadas, demonstrando a necessidade de integração entre saberes práticos e técnico-científicos. Ao integrar saberes, a prática do AM não será distante, frágil e descolada do contexto das famílias, e sim sustentada em bases mais efetivas de um cuidado integrador. O enfoque da vulnerabilidade, nas dimensões individuais, sociais e programáticas, confere importante contribuição para repensar as práticas de saúde, com subsídios para a reorganização e inovação de arranjos tecnológicos assistenciais.
id USP_ccd6ec071f2468a1f46eb254f17c0ddc
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-14012011-102637
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programáticaMaternal Breast Feeding in the programmatic vulnerability perspectiveAleitamento maternoBreast FeedingChildCriançaHealth VulnerabilityPrevalencePrevalênciaVulnerabilidade em saúdeMuitos esforços mundiais têm sido empregados para melhorar as condições de saúde das crianças com o objetivo de reduzir a mortalidade e morbidade infantil. A proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno (AM) tem sido uma estratégia relevante no setor saúde e outros setores sociais. Este estudo tem como objetivos descrever a situação do AM no município de Londrina-PR e fatores associados, em crianças menores de um ano, em 2008, comparando com dados da pesquisa realizada no mesmo município em 2002; e analisar as experiências dos profissionais de saúde sobre o AM e a situação das ações programáticas do AM em Londrina, na perspectiva da vulnerabilidade programática. O quadro conceitual apoia-se no conceito de vulnerabilidade para explorar dimensões relevantes no estudo do AM em uma realidade contextualizada. A partir de abordagem quantitativa e qualitativa, o estudo descritivo foi realizado em duas etapas. A primeira baseada na metodologia utilizada pelo Projeto Amamentação e Municípios para inquéritos populacionais em dias de vacinação infantil. Foram realizadas 770 entrevistas com acompanhantes de crianças menores de um ano que compareceram na segunda etapa da campanha de vacinação contra poliomielite, em agosto de 2008. A segunda etapa da pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada com 25 profissionais de saúde, membros do Comitê de Aleitamento Materno (CALMA) do município, por meio de grupos focais e entrevistas individuais semi-estruturadas e análise temática dos dados. Nos resultados obteve-se que 72,5% das crianças foram amamentadas na primeira hora, 83,0% estavam em AME no primeiro dia em casa, 33,8% das crianças de zero a seis meses estavam em AME. No quarto mês, 53,7% permaneciam em AME, no sexto mês 7,8% e 51,5% em AM continuado entre 9 e 12 meses. A maior freqüência de AME esteve associada estatisticamente às mulheres que apresentavam idade igual ou superior a 35 anos, escolaridade de terceiro grau, mais de um filho e que estavam em licença maternidade. Na análise qualitativa, os dados foram agrupados em cinco temas: O contato com os indicadores locais de AM; O cotidiano da assistência nos serviços saúde: fortalezas e fragilidades; A informação sobre AM presente nos diferentes cenários; Amamentar ou não amamentar: caminhando na decisão; O apoio ao AM e os espaços para produção de narrativas. O sucesso do AM não está centrado na ocorrência do AM e AME e o insucesso não pode ser somente a situação de desmame. O estudo traz elementos para entender que o modo como as mães e famílias lidam com o AM está ligado aos aspectos individuais e sociais e ao modo como as práticas de AM estão organizadas, demonstrando a necessidade de integração entre saberes práticos e técnico-científicos. Ao integrar saberes, a prática do AM não será distante, frágil e descolada do contexto das famílias, e sim sustentada em bases mais efetivas de um cuidado integrador. O enfoque da vulnerabilidade, nas dimensões individuais, sociais e programáticas, confere importante contribuição para repensar as práticas de saúde, com subsídios para a reorganização e inovação de arranjos tecnológicos assistenciais.Many worldwide efforts have been employed to improve children\'s health condition, with the aim of reducing infantile mortality and morbidity. Protection, promotion and support to Breast Feeding have been a relevant strategy in the health sector and other social sectors. This study has the objectives of describing the Breast Feeding situation and its related factors in the municipality of Londrina-PR in under one-year-old children, in 2008, comparing with data of research carried out in the same municipality in 2002; as well as analyzing health professionals\' experience regarding Breast Feeding and the situation of the Breast Feeding Programmatic Action in Londrina, under the perspective of programmatic vulnerability. The concept framework relies on the concept of vulnerability to explore relevant dimensions in the Breast Feeding study within a contextualized reality. From both a quantitative and qualitative approach, the descriptive study was carried out in two stages. The first one was based on the methodology utilized by the Project of Breast Feeding and Municipalities for populational surveys on children\'s vaccination days. 770 interviews with under one-year-old children\'s accompanying persons, who attended the second stage of the vaccination campaign against poliomyelitis, were performed in august 2008. The second stage of the research study, of a qualitative nature, was accomplished with 25 health professionals, members of the municipality Breast Feeding Committee, by means of focal groups, semistructured individual interviews and a thematic analysis of data. The results showed that 72.5% of children were exclusively breastfed within the first hour, 83.0% were exclusively breastfed on their first day at home, and 33.8% of the children from zero to six months old were exclusively breastfed. In the fourth month, 53.7% remained in exclusive breastfeeding; in the sixth month 7.8% and 51.5% were in continuous Breast Feeding within 9 and 12 months. The most frequent Exclusive Breast Feeding was statistically associated to women at or over 35 years old, with a university degree, with more than one child and who were on a maternity leave. In the qualitative analysis, the data were grouped into five themes: The contact with Breast Feeding local indicators; the everyday assistance in health service: strengths and weaknesses; the information regarding present Breast Feeding within different scenarios; Breast feeding or not: moving towards the decision; Support to breastfeeding and spaces for the production of narratives. The success of Beast Feeding is not focused on the occurrence of Breast Feeding and Exclusive Breast Feeding and the lack of success cannot only be the situation of weaning. The study brings elements to understand the way mothers and families deal with Breast Feeding is connected to social and individual aspects and the way Breast Feeding practices are organized, demonstrating the need of integration between practical and technical-scientific knowledge. While integrating kinds of knowledge, the Breast Feeding practice will not be distant, fragile and disconnected from the families\' context, but it will be supported by more effective bases of integrated care. The vulnerability focus, within individual, social and programmatic dimensions, confers an important contribution to rethink health practices, with subsidies for the reorganization and innovation of assistance technological arrangements.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMello, Débora Falleiros deSouza, Sarah Nancy Deggau Hegeto de2010-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-14012011-102637/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:26Zoai:teses.usp.br:tde-14012011-102637Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programática
Maternal Breast Feeding in the programmatic vulnerability perspective
title O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programática
spellingShingle O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programática
Souza, Sarah Nancy Deggau Hegeto de
Aleitamento materno
Breast Feeding
Child
Criança
Health Vulnerability
Prevalence
Prevalência
Vulnerabilidade em saúde
title_short O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programática
title_full O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programática
title_fullStr O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programática
title_full_unstemmed O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programática
title_sort O aleitamento materno na perspectiva da vulnerabilidade programática
author Souza, Sarah Nancy Deggau Hegeto de
author_facet Souza, Sarah Nancy Deggau Hegeto de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Mello, Débora Falleiros de
dc.contributor.author.fl_str_mv Souza, Sarah Nancy Deggau Hegeto de
dc.subject.por.fl_str_mv Aleitamento materno
Breast Feeding
Child
Criança
Health Vulnerability
Prevalence
Prevalência
Vulnerabilidade em saúde
topic Aleitamento materno
Breast Feeding
Child
Criança
Health Vulnerability
Prevalence
Prevalência
Vulnerabilidade em saúde
description Muitos esforços mundiais têm sido empregados para melhorar as condições de saúde das crianças com o objetivo de reduzir a mortalidade e morbidade infantil. A proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno (AM) tem sido uma estratégia relevante no setor saúde e outros setores sociais. Este estudo tem como objetivos descrever a situação do AM no município de Londrina-PR e fatores associados, em crianças menores de um ano, em 2008, comparando com dados da pesquisa realizada no mesmo município em 2002; e analisar as experiências dos profissionais de saúde sobre o AM e a situação das ações programáticas do AM em Londrina, na perspectiva da vulnerabilidade programática. O quadro conceitual apoia-se no conceito de vulnerabilidade para explorar dimensões relevantes no estudo do AM em uma realidade contextualizada. A partir de abordagem quantitativa e qualitativa, o estudo descritivo foi realizado em duas etapas. A primeira baseada na metodologia utilizada pelo Projeto Amamentação e Municípios para inquéritos populacionais em dias de vacinação infantil. Foram realizadas 770 entrevistas com acompanhantes de crianças menores de um ano que compareceram na segunda etapa da campanha de vacinação contra poliomielite, em agosto de 2008. A segunda etapa da pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada com 25 profissionais de saúde, membros do Comitê de Aleitamento Materno (CALMA) do município, por meio de grupos focais e entrevistas individuais semi-estruturadas e análise temática dos dados. Nos resultados obteve-se que 72,5% das crianças foram amamentadas na primeira hora, 83,0% estavam em AME no primeiro dia em casa, 33,8% das crianças de zero a seis meses estavam em AME. No quarto mês, 53,7% permaneciam em AME, no sexto mês 7,8% e 51,5% em AM continuado entre 9 e 12 meses. A maior freqüência de AME esteve associada estatisticamente às mulheres que apresentavam idade igual ou superior a 35 anos, escolaridade de terceiro grau, mais de um filho e que estavam em licença maternidade. Na análise qualitativa, os dados foram agrupados em cinco temas: O contato com os indicadores locais de AM; O cotidiano da assistência nos serviços saúde: fortalezas e fragilidades; A informação sobre AM presente nos diferentes cenários; Amamentar ou não amamentar: caminhando na decisão; O apoio ao AM e os espaços para produção de narrativas. O sucesso do AM não está centrado na ocorrência do AM e AME e o insucesso não pode ser somente a situação de desmame. O estudo traz elementos para entender que o modo como as mães e famílias lidam com o AM está ligado aos aspectos individuais e sociais e ao modo como as práticas de AM estão organizadas, demonstrando a necessidade de integração entre saberes práticos e técnico-científicos. Ao integrar saberes, a prática do AM não será distante, frágil e descolada do contexto das famílias, e sim sustentada em bases mais efetivas de um cuidado integrador. O enfoque da vulnerabilidade, nas dimensões individuais, sociais e programáticas, confere importante contribuição para repensar as práticas de saúde, com subsídios para a reorganização e inovação de arranjos tecnológicos assistenciais.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-12-14
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-14012011-102637/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-14012011-102637/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815256954006667264