\'Jagunços em situação\': os matizes de um diálogo entre Sartre, Rosa e Riobaldo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luana Alves dos Santos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.8.2018.tde-01112018-120834
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo promover um espaço de interlocução no qual possamos reunir Jean-Paul Sartre e João Guimarães Rosa em torno de uma questão-guia: em que medida a travessia de Riobaldo pelos espaços sertanejos, da memória e da narrativa pode ser vislumbrada à maneira de um \"retrato romanceado\" da condição existencial humana em sua sempre inacabada \"travessia\" rumo a si? Num primeiro momento, capítulos I e II, trata-se de delinear um campo temático comum ao filósofo francês e ao escritor mineiro a partir das considerações sartreanas acerca do engajamento do escritor. Partimos de Sartre, isto é, partimos de sua relação com a literatura, do lugar que a prosa literária ocupa em seu sistema filosófico e da recepção de suas concepções literárias junto à intelectualidade brasileira. Por essa vertente, chegamos, ao fim do primeiro capítulo, ao que poderíamos chamar de elaboração rosiana do engajamento. Desse ponto, então, tendo por base o conceito de \"romance metafísico\", tal qual proposto por Simone de Beauvoir e aludido por Sartre em Que é a literatura?, voltamo-nos para a relação entre filosofia e prosa literária, a fim de elucidar a especificidade desta frente àquela. Esse movimento nos permitirá investigar, logo em seguida, alguns aspectos formais desse \"romance metafísico\" à luz das marcas de leitura deixadas por Rosa em seu exemplar de Que é a literatura?. Em linhas gerais, trata-se de observar em que medida o romance de Rosa repõe a discussão sartreana acerca da linguagem, da técnica e do estilo romanescos. Num segundo momento, capítulos III e IV, voltamo-nos para a análise do romance Grande sertão: veredas. A essa altura, centramos nossa investigação na maneira pela qual o romance parece pôr em movimento o drama da existência na irremediável singularidade do ex-jagunço Riobaldo: ora como projeto de ser, no plano da \"experiência vivida\"; ora revelando, no próprio tecido de sua narrativa, ou no plano da \"experiência narrada\", a impossibilidade de dar acabamento à vida.
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