Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mota Filho, Francisco Hidelbrando Alves
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-22072021-161327/
Resumo: INTRODUÇÃO: Otimizar a avaliação no momento do diagnóstico é um dos principais desafios no manejo do câncer de próstata (CaP), especialmente para escolher a melhor terapêutica a ser implementada em cada caso. O escore de Gleason se destaca como um dos principais preditores da evolução do CaP. Entretanto, ainda existem controvérsias sobre o desfecho oncológico dos pacientes com escore de Gleason 3+4 (ISUP 2) e Gleason 4+3 (ISUP 3) na biópsia inicial. OBJETIVOS: 1) Avaliar a sobrevida livre de recorrência bioquímica dos pacientes com escore de Gleason 3+4 e Gleason 4+3 na biópsia e no espécimen cirúrgico. 2) Analisar o impacto do resultado patológico do espécimen cirúrgico na sobrevida livre de recorrência bioquímica nos grupos ISUP 2 e ISUP 3. 3) Avaliar a concordância da biópsia de próstata com o resultado anatomopatológico da peça cirúrgica da prostatectomia radical nos pacientes com escore de Gleason 3+4 e 4+3 na biópsia. 4) Analisar a relação entre porcentagem de padrão 4 na peça cirúrgica nos grupos ISUP 2 e ISUP 3 e o risco de recorrência bioquímica após o tratamento. MÉTODOS: Foram analisados todos os 287 pacientes submetidos à prostatectomia radical com escore de Gleason 3+4 e 4+3 na biópsia inicial no período de janeiro/2007 até junho/2012. Foram incluídos apenas pacientes com primeiro PSA indetectável. Foram excluídos os submetidos a tratamentos oncológicos prévios e aqueles que não possuíam dados de seguimento. A avaliação da evolução oncológica dos pacientes estudados foi realizada através da sobrevida livre de recorrência bioquímica após o tratamento, analisada nas curvas de Kaplan Meier. A acurácia diagnóstica da porcentagem de padrão 4 na peça cirúrgica foi estudada através da construção de curvas ROC. RESULTADOS: Foram incluídos 121 e 147 pacientes com ISUP 2 e ISUP 3 na biópsia inicial, respectivamente. Os dois grupos apresentavam características clinicopatológicas semelhantes. A sobrevida livre de recorrência bioquímica em até 10 anos foi igual entre os grupos ISUP 2 e ISUP 3 na biópsia (p=0.624) e também quando se comparou os grupos ISUP 2 e ISUP 3 na peça cirúrgica (p=0.575). Os pacientes com resultado anatomopatológico favorável no espécimen cirúrgico apresentaram sobrevida livre de recorrência bioquímica significativamente maior do que aqueles com anatomopatológico desfavorável (p=0,0025). No grupo ISUP 2 e no ISUP 3 na biópsia, 65 (53.72%) e 58 (39,45%) pacientes apresentaram resultado anatomopatológico desfavorável no espécimen cirúrgico, respectivamente. Destes pacientes, no ISUP 2 e no ISUP 3 na biópsia, respectivamente, 20% e 20,68% evoluíram com recidiva bioquímica, ao passo que naqueles com anatomopatológico favorável apenas 5,26% e 10,11% apresentaram recidiva, respectivamente. No grupo ISUP 2 e ISUP 3 na biópsia houve concordância com o grau histológico da peça cirúrgica em 44 (36.36%) e 51 (34.69%) pacientes, respectivamente. Na curva ROC a porcentagem de padrão 4 na peça cirúrgica apresentou acurácia limitada, calculada no valor de 54,9%, para diferenciar os grupos ISUP 2 e ISUP 3 na peça cirúrgica em relação ao desfecho recidiva bioquímica. No subgrupo ISUP 2 com ? 10% de padrão 4 na peça cirúrgica não houve recidiva bioquímica, margem positiva nem pT3. Estes doentes se comportaram de maneira semelhante ao ISUP 1 neste estudo. O subgrupo ISUP 3 com ? 75% de padrão 4 na peça cirúrgica apresentou índices semelhantes de sobrevida livre de recorrência bioquímica, margem positiva e pT3 ao ISUP 4 na peça cirúrgica. CONCLUSÕES: O prognóstico oncológico baseado da sobrevida livre de recorrência bioquímica dos pacientes ISUP 2 e 3 na biópsia e na peça cirúrgica foi semelhante. Adicionalmente, observou-se discordâncias do grau histológico entre a biópsia e a peça cirúrgica no presente estudo. O estudo anatomopatológico do espécime cirúrgico com dados desfavoráveis pode prever os riscos aumentados de recidiva bioquímica com maior precisão que a biópsia inicial. A categorização pela porcentagem de padrão 4 necessita ser mais assertiva para prever o prognóstico oncológico. No presente estudo, comprovamos que os pacientes ISUP 2 com menos de 10% de padrão 4 tem evolução semelhante ao observado em pacientes classificados como ISUP 1 e que os pacientes ISUP 3 com mais de 75% de padrão 4 evoluem igual aos classificados como ISUP 4.
id USP_cf52525555eb20a6cc3c787bab71d8e5
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-22072021-161327
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicialEvaluation of clinicopathological characteristics and oncological outcome of patients undergoing radical prostatectomy with prostate cancer Gleason 3+4 versus 4+3 at initial biopsyAntígeno prostático específicoBiópsiaBiopsyGradação de tumores.Neoplasias de próstataNeoplasm grading.PrognosisPrognósticoProstate-specific antigenProstatic neoplasmsRecidivaRecurrenceINTRODUÇÃO: Otimizar a avaliação no momento do diagnóstico é um dos principais desafios no manejo do câncer de próstata (CaP), especialmente para escolher a melhor terapêutica a ser implementada em cada caso. O escore de Gleason se destaca como um dos principais preditores da evolução do CaP. Entretanto, ainda existem controvérsias sobre o desfecho oncológico dos pacientes com escore de Gleason 3+4 (ISUP 2) e Gleason 4+3 (ISUP 3) na biópsia inicial. OBJETIVOS: 1) Avaliar a sobrevida livre de recorrência bioquímica dos pacientes com escore de Gleason 3+4 e Gleason 4+3 na biópsia e no espécimen cirúrgico. 2) Analisar o impacto do resultado patológico do espécimen cirúrgico na sobrevida livre de recorrência bioquímica nos grupos ISUP 2 e ISUP 3. 3) Avaliar a concordância da biópsia de próstata com o resultado anatomopatológico da peça cirúrgica da prostatectomia radical nos pacientes com escore de Gleason 3+4 e 4+3 na biópsia. 4) Analisar a relação entre porcentagem de padrão 4 na peça cirúrgica nos grupos ISUP 2 e ISUP 3 e o risco de recorrência bioquímica após o tratamento. MÉTODOS: Foram analisados todos os 287 pacientes submetidos à prostatectomia radical com escore de Gleason 3+4 e 4+3 na biópsia inicial no período de janeiro/2007 até junho/2012. Foram incluídos apenas pacientes com primeiro PSA indetectável. Foram excluídos os submetidos a tratamentos oncológicos prévios e aqueles que não possuíam dados de seguimento. A avaliação da evolução oncológica dos pacientes estudados foi realizada através da sobrevida livre de recorrência bioquímica após o tratamento, analisada nas curvas de Kaplan Meier. A acurácia diagnóstica da porcentagem de padrão 4 na peça cirúrgica foi estudada através da construção de curvas ROC. RESULTADOS: Foram incluídos 121 e 147 pacientes com ISUP 2 e ISUP 3 na biópsia inicial, respectivamente. Os dois grupos apresentavam características clinicopatológicas semelhantes. A sobrevida livre de recorrência bioquímica em até 10 anos foi igual entre os grupos ISUP 2 e ISUP 3 na biópsia (p=0.624) e também quando se comparou os grupos ISUP 2 e ISUP 3 na peça cirúrgica (p=0.575). Os pacientes com resultado anatomopatológico favorável no espécimen cirúrgico apresentaram sobrevida livre de recorrência bioquímica significativamente maior do que aqueles com anatomopatológico desfavorável (p=0,0025). No grupo ISUP 2 e no ISUP 3 na biópsia, 65 (53.72%) e 58 (39,45%) pacientes apresentaram resultado anatomopatológico desfavorável no espécimen cirúrgico, respectivamente. Destes pacientes, no ISUP 2 e no ISUP 3 na biópsia, respectivamente, 20% e 20,68% evoluíram com recidiva bioquímica, ao passo que naqueles com anatomopatológico favorável apenas 5,26% e 10,11% apresentaram recidiva, respectivamente. No grupo ISUP 2 e ISUP 3 na biópsia houve concordância com o grau histológico da peça cirúrgica em 44 (36.36%) e 51 (34.69%) pacientes, respectivamente. Na curva ROC a porcentagem de padrão 4 na peça cirúrgica apresentou acurácia limitada, calculada no valor de 54,9%, para diferenciar os grupos ISUP 2 e ISUP 3 na peça cirúrgica em relação ao desfecho recidiva bioquímica. No subgrupo ISUP 2 com ? 10% de padrão 4 na peça cirúrgica não houve recidiva bioquímica, margem positiva nem pT3. Estes doentes se comportaram de maneira semelhante ao ISUP 1 neste estudo. O subgrupo ISUP 3 com ? 75% de padrão 4 na peça cirúrgica apresentou índices semelhantes de sobrevida livre de recorrência bioquímica, margem positiva e pT3 ao ISUP 4 na peça cirúrgica. CONCLUSÕES: O prognóstico oncológico baseado da sobrevida livre de recorrência bioquímica dos pacientes ISUP 2 e 3 na biópsia e na peça cirúrgica foi semelhante. Adicionalmente, observou-se discordâncias do grau histológico entre a biópsia e a peça cirúrgica no presente estudo. O estudo anatomopatológico do espécime cirúrgico com dados desfavoráveis pode prever os riscos aumentados de recidiva bioquímica com maior precisão que a biópsia inicial. A categorização pela porcentagem de padrão 4 necessita ser mais assertiva para prever o prognóstico oncológico. No presente estudo, comprovamos que os pacientes ISUP 2 com menos de 10% de padrão 4 tem evolução semelhante ao observado em pacientes classificados como ISUP 1 e que os pacientes ISUP 3 com mais de 75% de padrão 4 evoluem igual aos classificados como ISUP 4.INTRODUCTION: One of the main challenges in prostate cancer management is the disease assessment optimization at diagnosis, to allow the best therapy for each case. Gleason score is one of the main predictors of prostate cancer outcome. However, oncological outcome of patients with Gleason score 3+4 (ISUP 2) and Gleason 4+3 (ISUP 3) at initial biopsy still controversial. OBJECTIVES: 1) To evaluate oncological outcome by biochemical recurrence free survival of patients with Gleason score 3 + 4 and Gleason 4 + 3 on biopsy and surgical specimen. 2) To analyze the impact on biochemical recurrence free survival of surgical specimen pathological result at Gleason 3 + 4 and Gleason 4+3 groups. 3) To investigate Gleason score concordance between biopsy and radical prostatectomy specimen of patients with Gleason score 3 + 4 and Gleason 4 + 3. 4) To analyze the impact on biochemical recurrence risk of Gleason pattern 4 percentage on surgical specimen of ISUP 2 and ISUP 3 groups. METHODS: All 287 patients who underwent radical prostatectomy with Gleason score 3 + 4 and Gleason 4 + 3 at initial biopsy between January/2007 and June/2012 were analyzed. Only patients with an undetectable first PSA were included. Patients who had undergone previous cancer treatments and those who did not have follow-up data were excluded. Oncological outcomes in the present study were evaluated by comparing biochemical recurrence free survival between groups. Diagnostic accuracy of the surgical specimen pattern 4 percentage on biochemical recurrence was established by ROC curves. RESULTS: 121 and 147 patients with ISUP 2 and ISUP 3 at initial biopsy were included, respectively. Both groups had similar clinicopathological characteristics. Biochemical recurrence-free survival up to 10 years was similar between ISUP 2 and ISUP 3 biopsy groups (p = 0.624) and was also similar when comparing ISUP 2 and ISUP 3 surgical specimen groups (p = 0.575). Patients with favorable pathological results at radical prostatectomy surgical specimen had significantly higher biochemical recurrence free survival than those with unfavorable pathological results (p = 0.0025). At ISUP 2 and ISUP 3 biopsy group, 65 (53.72%) and 58 (39.45%) patients had surgical specimen unfavorable pathological results, respectively. Of these patients, at ISUP 2 and ISUP 3 biopsy group, respectively, 20% and 20.68% had biochemical recurrence, whereas in those with favorable pathology only 5.26% and 10.11% presented recurrence, respectively. Concordance between biopsy and radical prostatectomy specimen was 36.36 %(n=44) and 34.69 %(n=51) for ISUP 2 and ISUP 3 biopsy group, respectively. At ROC curve, surgical specimen Gleason pattern 4 percentage showed an accuracy of 54.9% to differentiate ISUP 2 and ISUP 3 groups regarding biochemical recurrence. In subgroup ISUP 2 with less than 10% of Gleason pattern 4 at surgical specimen, there was no biochemical recurrence, positive margin neither pT3. These patients behaved similarly to ISUP 1 in our study. In subgroup ISUP 3 with ? 75% of Gleason 4 biochemical recurrence, positive margin and pT3 were similar to ISUP 4. CONCLUSIONS: Oncological prognosis based on biochemical recurrence free survival of ISUP 2 and ISUP 3 biopsy and surgical specimen was similar. Additionally, there are important disagreements regarding Gleason score between biopsy and surgical specimen in the present study. Surgical specimen with unfavorable pathological finds can predict biochemical recurrence increased risk with greater precision than initial biopsy. Percentage of Gleason pattern 4 categorization needs to be more assertive to predict cancer prognosis. In the present study, we found that ISUP 2 patients with less than 10% Gleason pattern 4 had similar evolution than patients with ISUP 1. Also, ISUP 3 with more than 75% Gleason pattern 4 had same outcome than ISUP 4.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSrougi, MiguelMota Filho, Francisco Hidelbrando Alves2020-12-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-22072021-161327/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-07-23T02:45:02Zoai:teses.usp.br:tde-22072021-161327Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-07-23T02:45:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicial
Evaluation of clinicopathological characteristics and oncological outcome of patients undergoing radical prostatectomy with prostate cancer Gleason 3+4 versus 4+3 at initial biopsy
title Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicial
spellingShingle Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicial
Mota Filho, Francisco Hidelbrando Alves
Antígeno prostático específico
Biópsia
Biopsy
Gradação de tumores.
Neoplasias de próstata
Neoplasm grading.
Prognosis
Prognóstico
Prostate-specific antigen
Prostatic neoplasms
Recidiva
Recurrence
title_short Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicial
title_full Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicial
title_fullStr Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicial
title_full_unstemmed Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicial
title_sort Avaliação das características clinicopatológicas e do desfecho oncológico de pacientes submetidos à prostatectomia radical com câncer de próstata Gleason 3+4 versus 4+3 na biópsia inicial
author Mota Filho, Francisco Hidelbrando Alves
author_facet Mota Filho, Francisco Hidelbrando Alves
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Srougi, Miguel
dc.contributor.author.fl_str_mv Mota Filho, Francisco Hidelbrando Alves
dc.subject.por.fl_str_mv Antígeno prostático específico
Biópsia
Biopsy
Gradação de tumores.
Neoplasias de próstata
Neoplasm grading.
Prognosis
Prognóstico
Prostate-specific antigen
Prostatic neoplasms
Recidiva
Recurrence
topic Antígeno prostático específico
Biópsia
Biopsy
Gradação de tumores.
Neoplasias de próstata
Neoplasm grading.
Prognosis
Prognóstico
Prostate-specific antigen
Prostatic neoplasms
Recidiva
Recurrence
description INTRODUÇÃO: Otimizar a avaliação no momento do diagnóstico é um dos principais desafios no manejo do câncer de próstata (CaP), especialmente para escolher a melhor terapêutica a ser implementada em cada caso. O escore de Gleason se destaca como um dos principais preditores da evolução do CaP. Entretanto, ainda existem controvérsias sobre o desfecho oncológico dos pacientes com escore de Gleason 3+4 (ISUP 2) e Gleason 4+3 (ISUP 3) na biópsia inicial. OBJETIVOS: 1) Avaliar a sobrevida livre de recorrência bioquímica dos pacientes com escore de Gleason 3+4 e Gleason 4+3 na biópsia e no espécimen cirúrgico. 2) Analisar o impacto do resultado patológico do espécimen cirúrgico na sobrevida livre de recorrência bioquímica nos grupos ISUP 2 e ISUP 3. 3) Avaliar a concordância da biópsia de próstata com o resultado anatomopatológico da peça cirúrgica da prostatectomia radical nos pacientes com escore de Gleason 3+4 e 4+3 na biópsia. 4) Analisar a relação entre porcentagem de padrão 4 na peça cirúrgica nos grupos ISUP 2 e ISUP 3 e o risco de recorrência bioquímica após o tratamento. MÉTODOS: Foram analisados todos os 287 pacientes submetidos à prostatectomia radical com escore de Gleason 3+4 e 4+3 na biópsia inicial no período de janeiro/2007 até junho/2012. Foram incluídos apenas pacientes com primeiro PSA indetectável. Foram excluídos os submetidos a tratamentos oncológicos prévios e aqueles que não possuíam dados de seguimento. A avaliação da evolução oncológica dos pacientes estudados foi realizada através da sobrevida livre de recorrência bioquímica após o tratamento, analisada nas curvas de Kaplan Meier. A acurácia diagnóstica da porcentagem de padrão 4 na peça cirúrgica foi estudada através da construção de curvas ROC. RESULTADOS: Foram incluídos 121 e 147 pacientes com ISUP 2 e ISUP 3 na biópsia inicial, respectivamente. Os dois grupos apresentavam características clinicopatológicas semelhantes. A sobrevida livre de recorrência bioquímica em até 10 anos foi igual entre os grupos ISUP 2 e ISUP 3 na biópsia (p=0.624) e também quando se comparou os grupos ISUP 2 e ISUP 3 na peça cirúrgica (p=0.575). Os pacientes com resultado anatomopatológico favorável no espécimen cirúrgico apresentaram sobrevida livre de recorrência bioquímica significativamente maior do que aqueles com anatomopatológico desfavorável (p=0,0025). No grupo ISUP 2 e no ISUP 3 na biópsia, 65 (53.72%) e 58 (39,45%) pacientes apresentaram resultado anatomopatológico desfavorável no espécimen cirúrgico, respectivamente. Destes pacientes, no ISUP 2 e no ISUP 3 na biópsia, respectivamente, 20% e 20,68% evoluíram com recidiva bioquímica, ao passo que naqueles com anatomopatológico favorável apenas 5,26% e 10,11% apresentaram recidiva, respectivamente. No grupo ISUP 2 e ISUP 3 na biópsia houve concordância com o grau histológico da peça cirúrgica em 44 (36.36%) e 51 (34.69%) pacientes, respectivamente. Na curva ROC a porcentagem de padrão 4 na peça cirúrgica apresentou acurácia limitada, calculada no valor de 54,9%, para diferenciar os grupos ISUP 2 e ISUP 3 na peça cirúrgica em relação ao desfecho recidiva bioquímica. No subgrupo ISUP 2 com ? 10% de padrão 4 na peça cirúrgica não houve recidiva bioquímica, margem positiva nem pT3. Estes doentes se comportaram de maneira semelhante ao ISUP 1 neste estudo. O subgrupo ISUP 3 com ? 75% de padrão 4 na peça cirúrgica apresentou índices semelhantes de sobrevida livre de recorrência bioquímica, margem positiva e pT3 ao ISUP 4 na peça cirúrgica. CONCLUSÕES: O prognóstico oncológico baseado da sobrevida livre de recorrência bioquímica dos pacientes ISUP 2 e 3 na biópsia e na peça cirúrgica foi semelhante. Adicionalmente, observou-se discordâncias do grau histológico entre a biópsia e a peça cirúrgica no presente estudo. O estudo anatomopatológico do espécime cirúrgico com dados desfavoráveis pode prever os riscos aumentados de recidiva bioquímica com maior precisão que a biópsia inicial. A categorização pela porcentagem de padrão 4 necessita ser mais assertiva para prever o prognóstico oncológico. No presente estudo, comprovamos que os pacientes ISUP 2 com menos de 10% de padrão 4 tem evolução semelhante ao observado em pacientes classificados como ISUP 1 e que os pacientes ISUP 3 com mais de 75% de padrão 4 evoluem igual aos classificados como ISUP 4.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-12-02
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-22072021-161327/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-22072021-161327/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090990260092928