Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://doi.org/10.11606/T.6.2020.tde-27032020-104048 |
Resumo: | Objetivo. Analisar a percepção sobre o poder de decisão em relação ao exercício da sexualidade e papel reprodutivo entre mulheres laqueadas e usuárias de outros métodos contraceptivos que não desejam mais ter filhos. Métodos. Estudo qualitativo, utilizando a técnica dos depoimentos pessoais, com 12 mulheres que não desejavam mais ter filhos: seis laqueadas e seis usuárias de outros métodos. As entrevistas, realizadas a partir de roteiro temático, foram gravadas e transcritas. Procedeu-se à análise temática do conteúdo com auxílio do programa The Ethnograph v. 5.0. Resultados. As mulheres laqueadas representavam a maternidade como seu papel social mais relevante, enquanto as demais a incluíam em um projeto de vida mais amplo, em que davam especial relevância ao trabalho remunerado. As laqueadas percebiam seu corpo essencialmente como reprodutor e, para elas, o processo reprodutivo acontecia independente de qualquer intervenção sua. As outras participantes, porém, percebiam seu corpo como sendo para si mesmas e que tinham poder de decisão para adequar o processo reprodutivo ao seu projeto de vida. Conclusões. A opção pela laqueadura não representa o exercício de um poder de decisão sobre o corpo, a sexualidade e o papel reprodutivo, tal como percebidos por mulheres esterilizadas. Antes, ela se impõe pelas circunstâncias vividas, já que essas mulheres não se percebem como capazes de alterarem o curso da vida reprodutiva. Aponta-se a necessidade das ações educativas em saúde sexual e reprodutiva incorporarem a abordagem de gênero, para permitirem às mulheres a reflexão acerca de sua identidade e de seu projeto de vida, viabilizando escolhas, de fato, livres e informadas quanto à regulação da fecundidade. |
id |
USP_cf8dc81574493462cd339c1ea9240927 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-27032020-104048 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo Tubal ligation and representations on sexuality and the reproductive role 2001-06-28Augusta Thereza de AlvarengaEllen Elizabeth HardyMaria Isabel Baltar da Rocha RodriguesNéia SchorWilza Vieira VillelaMaria José Martins Duarte OsisUniversidade de São PauloSaúde PúblicaUSPBR Anticoncepção Contraception Gender Identity Gender Relationships Identidade de Gênero Laqueadura Papéis Reprodutivos Relações de Gênero Reproductive Roles Sexualidade Sexuality Tubal Ligation Objetivo. Analisar a percepção sobre o poder de decisão em relação ao exercício da sexualidade e papel reprodutivo entre mulheres laqueadas e usuárias de outros métodos contraceptivos que não desejam mais ter filhos. Métodos. Estudo qualitativo, utilizando a técnica dos depoimentos pessoais, com 12 mulheres que não desejavam mais ter filhos: seis laqueadas e seis usuárias de outros métodos. As entrevistas, realizadas a partir de roteiro temático, foram gravadas e transcritas. Procedeu-se à análise temática do conteúdo com auxílio do programa The Ethnograph v. 5.0. Resultados. As mulheres laqueadas representavam a maternidade como seu papel social mais relevante, enquanto as demais a incluíam em um projeto de vida mais amplo, em que davam especial relevância ao trabalho remunerado. As laqueadas percebiam seu corpo essencialmente como reprodutor e, para elas, o processo reprodutivo acontecia independente de qualquer intervenção sua. As outras participantes, porém, percebiam seu corpo como sendo para si mesmas e que tinham poder de decisão para adequar o processo reprodutivo ao seu projeto de vida. Conclusões. A opção pela laqueadura não representa o exercício de um poder de decisão sobre o corpo, a sexualidade e o papel reprodutivo, tal como percebidos por mulheres esterilizadas. Antes, ela se impõe pelas circunstâncias vividas, já que essas mulheres não se percebem como capazes de alterarem o curso da vida reprodutiva. Aponta-se a necessidade das ações educativas em saúde sexual e reprodutiva incorporarem a abordagem de gênero, para permitirem às mulheres a reflexão acerca de sua identidade e de seu projeto de vida, viabilizando escolhas, de fato, livres e informadas quanto à regulação da fecundidade. Objective. To analyze the perception on decision making related to sexuality practice and reproductive role of sterilized women and users of other contraceptive methods who do not want any more children. Methods. Qualitative study, using a technique of personal testimonies, with 12 women who did not want any more children: six sterilized and six users of other methods. The interviews, carried out following a guideline, were recorded and transcribed. Thematic content analysis was carried out with the aid of The Ethnograph v. 5.0. Results. Sterilized women represented maternity as their most relevant social role, while the other subjects included it in a wider life project, in which paid work was given special relevance. Sterilized women perceived their body as essentially reproductive and, for them, the reproductive process took place without their intervention. The other subjects, however, perceived their body as their own and felt that the decision to adequate the reproductive process to their life project was theirs. Conclusions. The option of sterilization does not represent decision making practice over the body, sexuality and reproductive role, as perceived by sterilized women. Instead, it is imposed by life circumstances, as these women do not see themselves as capable of altering the course of their own reproductive life. This study points out the need for educational activities in sexual and reproductive health that incorporates a gender perspective. This will allow women to reflect about their gender identity and their life project, allowing fertility regulation choices to be, truly, free and informed. https://doi.org/10.11606/T.6.2020.tde-27032020-104048info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:16:08Zoai:teses.usp.br:tde-27032020-104048Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:22:52.410470Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.pt.fl_str_mv |
Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Tubal ligation and representations on sexuality and the reproductive role |
title |
Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo |
spellingShingle |
Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo Maria José Martins Duarte Osis |
title_short |
Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo |
title_full |
Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo |
title_fullStr |
Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo |
title_full_unstemmed |
Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo |
title_sort |
Laqueadura e representações acerca da sexualidade e do papel reprodutivo |
author |
Maria José Martins Duarte Osis |
author_facet |
Maria José Martins Duarte Osis |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Augusta Thereza de Alvarenga |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Ellen Elizabeth Hardy |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Maria Isabel Baltar da Rocha Rodrigues |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Néia Schor |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Wilza Vieira Villela |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Maria José Martins Duarte Osis |
contributor_str_mv |
Augusta Thereza de Alvarenga Ellen Elizabeth Hardy Maria Isabel Baltar da Rocha Rodrigues Néia Schor Wilza Vieira Villela |
description |
Objetivo. Analisar a percepção sobre o poder de decisão em relação ao exercício da sexualidade e papel reprodutivo entre mulheres laqueadas e usuárias de outros métodos contraceptivos que não desejam mais ter filhos. Métodos. Estudo qualitativo, utilizando a técnica dos depoimentos pessoais, com 12 mulheres que não desejavam mais ter filhos: seis laqueadas e seis usuárias de outros métodos. As entrevistas, realizadas a partir de roteiro temático, foram gravadas e transcritas. Procedeu-se à análise temática do conteúdo com auxílio do programa The Ethnograph v. 5.0. Resultados. As mulheres laqueadas representavam a maternidade como seu papel social mais relevante, enquanto as demais a incluíam em um projeto de vida mais amplo, em que davam especial relevância ao trabalho remunerado. As laqueadas percebiam seu corpo essencialmente como reprodutor e, para elas, o processo reprodutivo acontecia independente de qualquer intervenção sua. As outras participantes, porém, percebiam seu corpo como sendo para si mesmas e que tinham poder de decisão para adequar o processo reprodutivo ao seu projeto de vida. Conclusões. A opção pela laqueadura não representa o exercício de um poder de decisão sobre o corpo, a sexualidade e o papel reprodutivo, tal como percebidos por mulheres esterilizadas. Antes, ela se impõe pelas circunstâncias vividas, já que essas mulheres não se percebem como capazes de alterarem o curso da vida reprodutiva. Aponta-se a necessidade das ações educativas em saúde sexual e reprodutiva incorporarem a abordagem de gênero, para permitirem às mulheres a reflexão acerca de sua identidade e de seu projeto de vida, viabilizando escolhas, de fato, livres e informadas quanto à regulação da fecundidade. |
publishDate |
2001 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2001-06-28 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.11606/T.6.2020.tde-27032020-104048 |
url |
https://doi.org/10.11606/T.6.2020.tde-27032020-104048 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Saúde Pública |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
USP |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
BR |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1794503084635848704 |