Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, Goiás
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1983 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-15092015-133104/ |
Resumo: | Os complexos de Mangabal I e Mangabal II constituem dois pequenos corpos máfico-ultramáficos diferenciados, originados da cristalização fracionada de magma basáltico toleítico a baixa pressão, em câmaras magmáticas individuais, que se posicionaram num determinado nível de um substrato siálico, representado, na área, por rochas gnáissicas e calcossilicatadas, atribuidas ao Complexo Basal Goiano. Embora tectonicamente deformados e parcialmente recristalizados, os complexos preservam feições ígneas reliquiares correlacionáveis às descritas em complexos ígneos estratiformes. Em função das feições ígneas presentes, e dentro do modelo existente para complexos ígneos estratiformes, reconstitui-se o seguinte empilhamento estratigráfico original: a) em Mangabal I, a sequência basal é constituída pelos olivina-cromo espinélio cumulatos (periotitos feldspáticos), à qual se segue os olivina-plagioclásio cumulatos (olivina gabronoritos) sobrepostos aos quais ocorrem os piroxênio-plagioclásio cumulatos (gabronoritos); b) em Mangabal II, a sequência basal é representada pela alternância de dois tipos de cumulatos ultramáficos, os olivina-cromo espinélio cumulatos (harzburgitos feldspáticos), predominantes, e os bronzita cumulatos (bronzititos feldspáticos); a sequência intermediária é representada pelos olivina-plagioclásio cumulatos (olivina gabronoritos) e a sequência superior, pelos piroxênio-plagioclásio cumulatos (gabronoritos). A olivina varia de \'Fo IND. 83\' a \'Fo IND. 77\' nos cumulatos ultramáficos, alcançando composições dee \'Fo IND. 71\' nos olivina gabronoritos. Os ortopiroxênios apresentam composições no campo das bronzitas nos cumulatos ultramáficos, estendendo-se até o campo do hiperstênio nos gabronoritos. O plagioclásio apresenta composições em torno de \'An IND. 64\' nos cumulatos ultramáficos, alcançando teores de \'An IND. 56\' nos gabronoritos. O clinopiroxênio situa-se no campo das augitas, mostrando ) \"trend\" de enriquecimento em ferro, dos cumulatos ultramáficos para os máficos. Os processos tectônicos subsequentes são responsáveis pela atual configuração geológica dos complexos, que se apresentam deformados, com sequências litológicas deslocadas e falhadas. Em Mangabal I, as deformações tectônicas levaram à inversão da sequência estratigráfica original. Após a atuação dos processos tectônicos, seguiram-se os reequilíbrios mineralógicos responsáveis pela recristalização das rochas dos complexos, originando meta peridotitos (coroníticos, a espinélio e clorita), meta harzburgitos (coroníticos, a espinélio e a clorita), meta bronzititos, meta olivina gabronoritos (coroníticos e a espinélio), meta gabronorítos, bronzita xistos e antofilita xistos. Tais reequilíbrios ocorreram em condições metamórficas de alto grau, a temperaturas da ordem de 700 - \'780 GRAUS\'C e a pressões mínimas da ordem de 6,0 e 6,5 Kbar. O estudo do comportamento da fase fluida, fundamentado principalmente na análise de inclusões fluidas, permitiu estabelecer um modelo através do qual se explica a coexistência de paragêneses mais hidratadas, em razão da influência da fase fluida, mais rica em \'H IND. 2\'O, ao lado de associações coroníticas e de associações ígneas reliquiares, causadas pela existência de uma fase fluida mais rica em C\'O IND. 2\' |
id |
USP_d17002f2e4e1347df38b09ff3e46f090 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-15092015-133104 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, GoiásNot available.Not available.PetrologiaOs complexos de Mangabal I e Mangabal II constituem dois pequenos corpos máfico-ultramáficos diferenciados, originados da cristalização fracionada de magma basáltico toleítico a baixa pressão, em câmaras magmáticas individuais, que se posicionaram num determinado nível de um substrato siálico, representado, na área, por rochas gnáissicas e calcossilicatadas, atribuidas ao Complexo Basal Goiano. Embora tectonicamente deformados e parcialmente recristalizados, os complexos preservam feições ígneas reliquiares correlacionáveis às descritas em complexos ígneos estratiformes. Em função das feições ígneas presentes, e dentro do modelo existente para complexos ígneos estratiformes, reconstitui-se o seguinte empilhamento estratigráfico original: a) em Mangabal I, a sequência basal é constituída pelos olivina-cromo espinélio cumulatos (periotitos feldspáticos), à qual se segue os olivina-plagioclásio cumulatos (olivina gabronoritos) sobrepostos aos quais ocorrem os piroxênio-plagioclásio cumulatos (gabronoritos); b) em Mangabal II, a sequência basal é representada pela alternância de dois tipos de cumulatos ultramáficos, os olivina-cromo espinélio cumulatos (harzburgitos feldspáticos), predominantes, e os bronzita cumulatos (bronzititos feldspáticos); a sequência intermediária é representada pelos olivina-plagioclásio cumulatos (olivina gabronoritos) e a sequência superior, pelos piroxênio-plagioclásio cumulatos (gabronoritos). A olivina varia de \'Fo IND. 83\' a \'Fo IND. 77\' nos cumulatos ultramáficos, alcançando composições dee \'Fo IND. 71\' nos olivina gabronoritos. Os ortopiroxênios apresentam composições no campo das bronzitas nos cumulatos ultramáficos, estendendo-se até o campo do hiperstênio nos gabronoritos. O plagioclásio apresenta composições em torno de \'An IND. 64\' nos cumulatos ultramáficos, alcançando teores de \'An IND. 56\' nos gabronoritos. O clinopiroxênio situa-se no campo das augitas, mostrando ) \"trend\" de enriquecimento em ferro, dos cumulatos ultramáficos para os máficos. Os processos tectônicos subsequentes são responsáveis pela atual configuração geológica dos complexos, que se apresentam deformados, com sequências litológicas deslocadas e falhadas. Em Mangabal I, as deformações tectônicas levaram à inversão da sequência estratigráfica original. Após a atuação dos processos tectônicos, seguiram-se os reequilíbrios mineralógicos responsáveis pela recristalização das rochas dos complexos, originando meta peridotitos (coroníticos, a espinélio e clorita), meta harzburgitos (coroníticos, a espinélio e a clorita), meta bronzititos, meta olivina gabronoritos (coroníticos e a espinélio), meta gabronorítos, bronzita xistos e antofilita xistos. Tais reequilíbrios ocorreram em condições metamórficas de alto grau, a temperaturas da ordem de 700 - \'780 GRAUS\'C e a pressões mínimas da ordem de 6,0 e 6,5 Kbar. O estudo do comportamento da fase fluida, fundamentado principalmente na análise de inclusões fluidas, permitiu estabelecer um modelo através do qual se explica a coexistência de paragêneses mais hidratadas, em razão da influência da fase fluida, mais rica em \'H IND. 2\'O, ao lado de associações coroníticas e de associações ígneas reliquiares, causadas pela existência de uma fase fluida mais rica em C\'O IND. 2\'The Mangabal I and Mangabal II complexes comprise two mafic-ultramafic differentiated bodies, originated in separate chambers by processes of low pressure fractional crystallization of a tholeiitic basaltic magma. They intruded a definite level of the sialic basement, represented in the area by gneissic and calc-silicate rocks, interpreted as belonging to the Goiás Basal Complex. Although tectonically deformed and partially recrystallized, the complexes still preserve relict igneous features, similar to those described for stratiform igneous complexes. In conformity with such features and according to the existing models for igneous stratiform complexes, the original stratigraphyc sequence can reconstructed as follows: (a) in Mangabal I, the basal sequence is represented by olivine-chrome spinel cumulates (feldspar peridotites) followed by a sequence of olivine-plagioclase cumulates (olivine gabbronorites) above which are found pyroxene-plagioclase cumulates (gabbronorites); B) in Mangabal II, the basal sequence is represented by two alternating ultramafic cumulates: (a) predominant olivine-chrome spinel cumulates (feldspatic harzburgites) and (b) subordinate bronzite cumulates (feldspatic bronzitites). An intermediate sequence is represented by olivine-plagioclase cumulates (olivine gabbronorites) while the upper sequence is represented by pyroxene-plagioclase cumulates (gabbronorites). Olivine varies from \'Fo IND. 83\' to \'Fo IND. 77\' in the ultramafic cumulates, reaching compositions of \'Fo IND. 71\' in olivine gabbronorites. Orthopyroxene has bronzite composition in ultramafic cumulates, but becomes hiperstene in gabbronorites. Plagioclase has composition of calcic labradorite (\'An IND. 64\') in the ultramafic cumulates, being as sodic as \'An IND. 56\' in the gabbronorites. The composition of clinopyroxene plots in the augite field, with an iron-enrichment trend from ultramafic to mafic cumulates. Subsequent tectonic processes are responsable for the present geologic configuration of the complexes, as shown by their deformed bodies, and faulted dislocated litologic sequence. At Mangabal I, the tectonic deformations led to the inversion of the original stratigraphic sequence. After the tectonic episode, mineralogical re-equilibrations caused the recrystallization of the mafic-ultramafic suite, originating metaperidotites (coronitic-, spinel- and chloritic-); meta hartzburgites (coronitic-, spinel-, and chloritic-); meta bronzitites, meta olivine gabbroronites (coronitic-, spinel-); meta gabbronorites, bronzite schists and anthophyllite schists. These re-equilibrations occurred at high grade metamorphic conditions, at temperatures of 700-780°C, and at minimum pressures of 6,0-6,5 Kbar. The study of the fluid phase composition, based mainly on fluid inclusion analysis, led to the establishment of a model which explains the coexistence of a more hidrated paragenesis, originated due to the influence of an \'H IND. 2\'O-rich fluid phase, with coronitic and relict igneous associations, which are due to a C\'O IND. 2\'-rich fluid phase.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGirardi, Vicente Antonio VitorioCândia, Maria Ângela Fornoni1983-09-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-15092015-133104/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-15092015-133104Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, Goiás Not available. |
title |
Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, Goiás |
spellingShingle |
Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, Goiás Cândia, Maria Ângela Fornoni Not available. Petrologia |
title_short |
Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, Goiás |
title_full |
Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, Goiás |
title_fullStr |
Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, Goiás |
title_full_unstemmed |
Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, Goiás |
title_sort |
Petrologia dos complexos máfico-ultramáficos de Mangabal I e Mangabal II, Sanclerlândia, Goiás |
author |
Cândia, Maria Ângela Fornoni |
author_facet |
Cândia, Maria Ângela Fornoni |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Girardi, Vicente Antonio Vitorio |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Cândia, Maria Ângela Fornoni |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Not available. Petrologia |
topic |
Not available. Petrologia |
description |
Os complexos de Mangabal I e Mangabal II constituem dois pequenos corpos máfico-ultramáficos diferenciados, originados da cristalização fracionada de magma basáltico toleítico a baixa pressão, em câmaras magmáticas individuais, que se posicionaram num determinado nível de um substrato siálico, representado, na área, por rochas gnáissicas e calcossilicatadas, atribuidas ao Complexo Basal Goiano. Embora tectonicamente deformados e parcialmente recristalizados, os complexos preservam feições ígneas reliquiares correlacionáveis às descritas em complexos ígneos estratiformes. Em função das feições ígneas presentes, e dentro do modelo existente para complexos ígneos estratiformes, reconstitui-se o seguinte empilhamento estratigráfico original: a) em Mangabal I, a sequência basal é constituída pelos olivina-cromo espinélio cumulatos (periotitos feldspáticos), à qual se segue os olivina-plagioclásio cumulatos (olivina gabronoritos) sobrepostos aos quais ocorrem os piroxênio-plagioclásio cumulatos (gabronoritos); b) em Mangabal II, a sequência basal é representada pela alternância de dois tipos de cumulatos ultramáficos, os olivina-cromo espinélio cumulatos (harzburgitos feldspáticos), predominantes, e os bronzita cumulatos (bronzititos feldspáticos); a sequência intermediária é representada pelos olivina-plagioclásio cumulatos (olivina gabronoritos) e a sequência superior, pelos piroxênio-plagioclásio cumulatos (gabronoritos). A olivina varia de \'Fo IND. 83\' a \'Fo IND. 77\' nos cumulatos ultramáficos, alcançando composições dee \'Fo IND. 71\' nos olivina gabronoritos. Os ortopiroxênios apresentam composições no campo das bronzitas nos cumulatos ultramáficos, estendendo-se até o campo do hiperstênio nos gabronoritos. O plagioclásio apresenta composições em torno de \'An IND. 64\' nos cumulatos ultramáficos, alcançando teores de \'An IND. 56\' nos gabronoritos. O clinopiroxênio situa-se no campo das augitas, mostrando ) \"trend\" de enriquecimento em ferro, dos cumulatos ultramáficos para os máficos. Os processos tectônicos subsequentes são responsáveis pela atual configuração geológica dos complexos, que se apresentam deformados, com sequências litológicas deslocadas e falhadas. Em Mangabal I, as deformações tectônicas levaram à inversão da sequência estratigráfica original. Após a atuação dos processos tectônicos, seguiram-se os reequilíbrios mineralógicos responsáveis pela recristalização das rochas dos complexos, originando meta peridotitos (coroníticos, a espinélio e clorita), meta harzburgitos (coroníticos, a espinélio e a clorita), meta bronzititos, meta olivina gabronoritos (coroníticos e a espinélio), meta gabronorítos, bronzita xistos e antofilita xistos. Tais reequilíbrios ocorreram em condições metamórficas de alto grau, a temperaturas da ordem de 700 - \'780 GRAUS\'C e a pressões mínimas da ordem de 6,0 e 6,5 Kbar. O estudo do comportamento da fase fluida, fundamentado principalmente na análise de inclusões fluidas, permitiu estabelecer um modelo através do qual se explica a coexistência de paragêneses mais hidratadas, em razão da influência da fase fluida, mais rica em \'H IND. 2\'O, ao lado de associações coroníticas e de associações ígneas reliquiares, causadas pela existência de uma fase fluida mais rica em C\'O IND. 2\' |
publishDate |
1983 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1983-09-16 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-15092015-133104/ |
url |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-15092015-133104/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1809090751164841984 |