Relações solos-superfícies fisiográficas em uma topossequência de Piracicaba, SP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lôbo, Antonio Elísio Meneses
Data de Publicação: 1984
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20200111-121530/
Resumo: O presente trabalho objetiva estudar as variações das propriedades mineralógicas de solos originados, preferencialmente, de rochas básicas e localizados, em uma topossequência, no município de Piracicaba, Estado de São Paulo. Foram identificadas e mapeadas seis superfícies fisiográficas, com diferentes idades relativas estimadas, que mostraram relacionamento com certas propriedades dos solos estudados. Na superfície I, a mais antiga, situa-se solo com B latossólico (Perfil P1, Latossolo Vermelho Escuro, textura média), originado de sedimentos arenosos; na superfície II foi encontrado um perfil de Terra Roxa Estruturada Latossólica, eutrófica (Perfil P2); na superfície III, um perfil de Terra Roxa Estruturada, eutrófica (Perfil P3); na superfície IV (a mais jovem da toposseqüência), um Cambissolo substrato Diabásio, eutrófico (Perfil P4); na superfície V, um Brunizen Avermelhado (Perfil P5) e na superfície VI, um solo transicional entre o Brunizem A vermelhado e a Terra Roxa Estruturada, porém, com deficiência de drenagem nos horizontes inferiores (Perfil P6). Todos estes solos, com exceção do Perfil P1, tem como origem material com grande contribuição de rochas básicas. As variações nas propriedades mineralógicas foram atribuidas às diferenças na intensidade e tempo de atuação dos processos de intemperismo e lixiviação. A capacidade de troca catiônica, índice ki, saturação de bases, teor de cálcio trocável e o Δ pH aumentam das superfícies antigas para as mais jovens. A fração argila dos solos mais evoluídos caracteriza-se pela predominância de caulinita, maior presença de gibbsita e vermiculita/cloritizada. Os solos das superfícies mais recentes (Perfil P5, Perfil P6 e Perfil P4) mostram predominância de minerais 2:1, entre os quais a montmorilonita. Considerou-se a variação qualitativa e quantitativa na mineralogia da fração argila como evidência dos diferentes estádios de alteração em que se encontram os solos. A fração areia apresenta dominância de quartzo e minerais opacos; os feldspatos (plagioclásios) estão presentes na fração silte, em pequenas quantidades, apenas nos solos mais jovens. A variação nas características micromorfológicas evidenciou-se, principalmente, em relação aos argilans, freqüentes nos solos das superfícies mais recentes, e ao tipo de estrutura plásmica,· indo de undúlica no solo mais evoluído a insépica nos solos jovens. O tipo de horizonte de subsuperfície possibilitou o estabelecimento da seqüência de evolução a saber: solo com horizonte câmbico (Perfil P4) ➞ solos com B textural , argila de atividade alta (Perfil P5 e P6) ➞ solo com B textural, argila de atividade baixa (Perfil P3) ➞ solo com associação B textural e B latossólico (Perfil P2) ➞ solo com B latossólico (Perfil P1)
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spelling Relações solos-superfícies fisiográficas em uma topossequência de Piracicaba, SPSoil-physiographic surfaces relationship in a toposequence of Piracicaba, SP.MINERALOGIA DO SOLOMORFOLOGIA DO SOLOPIRACICABA-SPTOPOSSEQUÊNCIASO presente trabalho objetiva estudar as variações das propriedades mineralógicas de solos originados, preferencialmente, de rochas básicas e localizados, em uma topossequência, no município de Piracicaba, Estado de São Paulo. Foram identificadas e mapeadas seis superfícies fisiográficas, com diferentes idades relativas estimadas, que mostraram relacionamento com certas propriedades dos solos estudados. Na superfície I, a mais antiga, situa-se solo com B latossólico (Perfil P1, Latossolo Vermelho Escuro, textura média), originado de sedimentos arenosos; na superfície II foi encontrado um perfil de Terra Roxa Estruturada Latossólica, eutrófica (Perfil P2); na superfície III, um perfil de Terra Roxa Estruturada, eutrófica (Perfil P3); na superfície IV (a mais jovem da toposseqüência), um Cambissolo substrato Diabásio, eutrófico (Perfil P4); na superfície V, um Brunizen Avermelhado (Perfil P5) e na superfície VI, um solo transicional entre o Brunizem A vermelhado e a Terra Roxa Estruturada, porém, com deficiência de drenagem nos horizontes inferiores (Perfil P6). Todos estes solos, com exceção do Perfil P1, tem como origem material com grande contribuição de rochas básicas. As variações nas propriedades mineralógicas foram atribuidas às diferenças na intensidade e tempo de atuação dos processos de intemperismo e lixiviação. A capacidade de troca catiônica, índice ki, saturação de bases, teor de cálcio trocável e o Δ pH aumentam das superfícies antigas para as mais jovens. A fração argila dos solos mais evoluídos caracteriza-se pela predominância de caulinita, maior presença de gibbsita e vermiculita/cloritizada. Os solos das superfícies mais recentes (Perfil P5, Perfil P6 e Perfil P4) mostram predominância de minerais 2:1, entre os quais a montmorilonita. Considerou-se a variação qualitativa e quantitativa na mineralogia da fração argila como evidência dos diferentes estádios de alteração em que se encontram os solos. A fração areia apresenta dominância de quartzo e minerais opacos; os feldspatos (plagioclásios) estão presentes na fração silte, em pequenas quantidades, apenas nos solos mais jovens. A variação nas características micromorfológicas evidenciou-se, principalmente, em relação aos argilans, freqüentes nos solos das superfícies mais recentes, e ao tipo de estrutura plásmica,· indo de undúlica no solo mais evoluído a insépica nos solos jovens. O tipo de horizonte de subsuperfície possibilitou o estabelecimento da seqüência de evolução a saber: solo com horizonte câmbico (Perfil P4) ➞ solos com B textural , argila de atividade alta (Perfil P5 e P6) ➞ solo com B textural, argila de atividade baixa (Perfil P3) ➞ solo com associação B textural e B latossólico (Perfil P2) ➞ solo com B latossólico (Perfil P1)The main purpose of the present work is to study variations on mineralogical properties of soi.ls originated mainly from basic rocks and located on a toposequence, in Piracicaba, State of são Paulo, Brazil. Six physiographic surfaces of a different estimate relative ages were identified and located in maps. They present relationship with some soil properties. On surface I, the oldest surface, occurs soil with latosolic B, horizon (Profile P1, Dark Red Latosol, medium texture) originated from a sandy sediments; on surface II a “Terra Roxa Estruturada Latossólica”, eutrophic (Profile P2) was found; on surface III, a “Terra Roxa Estruturada”, eutrophic (Profile P3); on surface IV (the youngest toposequence) a Diabasic Cambisol, eutrophic (Profile P4); on surface V, a Reddish Brunizen (Profile P5) and on surface VI, a transitional soil between the Reddish Brunizen and the “Terra Roxa Estruturada”, though presenting a deficitary drainage the lower horizons (Profile P6). All these soils, except Profile P1, originated from material derived on large scale from basic rocks. The variations in the mineralogical properties were found to be due on differences concerning the intensity and time of wheatering and lixiviation processes. Cationic exchange capacity, ki index, base saturation, exchangeable calcium and Δ pH increased from the oldest to the youngest surfaces. The clay fraction of the most developed soils is characterized by a dominance of kaolinite, considerable amounts of gibbsite and some chloritized vermiculite. The soils on the youngest surfaces (Profiles P5, P6 and P4) shown large amounts 2:1 minerals, especially montmorilonite. The variation on quality and quantity of the clay fraction was considered to be an evidence for the different alteration stage in the soils. The sand fraction shows mostly quartz and opaque minerals. The plagioclase feldspars are found in the silt fraction in small amounts, only in the youngest soils. The variation in the micromorphological characteristics was observed, mainly, in relation to the clay, frequently found in the soils of the youngest surfaces as well as in the plasmic structure, ranging from undulic in the oldest to insepic in the youngest soils. The horizon type of the subsurface allowed us to establish the evolution sequence as follows: soil with cambic horizon (Profile P4, Lithic Tropudalf) ➞ soils with B textural, high activity clay (Profile P5, Aquic Argiudoll; Profile P6, Aquic Tropudalf) ➞ soil with B textural, low activity clay (Profile P3, Tropudalf) ➞ soil with associated B textural and latosolic B (Profile P2, Oxic Tropudalf) ➞ soil with latosolic B (Profile P1, Haplorthox)Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDematte, Jose Luiz IoriattiLôbo, Antonio Elísio Meneses1984-03-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20200111-121530/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-01-11T23:20:02Zoai:teses.usp.br:tde-20200111-121530Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-01-11T23:20:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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