Além do visível: a fotografia e a óptica da psicanálise

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Patrasso, Rahel
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-19032013-150518/
Resumo: Desde a invenção da fotografia discute-se o caráter de realidade e de verdade contido nas imagens. Retomaremos tal discussão, partindo da afirmação de Benjamin (1985) de que o que se impõe à câmera não é o mesmo que pode ser apreendido pela visão; neste sentido, só a fotografia revela este inconsciente óptico, como só a psicanálise revela este inconsciente pulsional. Apostamos, de acordo com Benjamim (1985), que a fotografia não só revela alguns aspetos deste inconsciente óptico, mas como linguagem, de acordo com Lacan (1953/54), está submetida aos mesmos princípios descritos pela psicanálise. Propusemos, então, uma interlocução entre fotografia e psicanálise, a partir do que chamamos de a óptica da psicanálise, anunciada por Freud desde sua Interpretação dos Sonhos (1900), e dos conceitos do registro do Imaginário, Simbólico e Real de Lacan. Tais conceitos percorridos por nós objetivaram desvendar a tensão entre realidade, ficção e verdade na fotografia. Para tanto, nos debruçamos sobre a polêmica entorno da fotografia do fotográfo sul\\africano Kevin Carter ganhadora do premio Pulitzer de 1994. Entendemos que a fotografia, como qualquer outra forma de representação e, de linguagem produz um hiato em relação à realidade. Cada imagem produz uma sequência que comporta um aquém e um além do visível e do que pode ser representado, cuja toda significação só pode ser encontrada a posteriori. Desta forma, como linguagem a imagem fotográfica é análoga as formações do inconsciente tal como os sonhos, os chistes e o ato falho. Assim, supomos que a fotografia pode ser reveladora como produção da verdade, verdade esta, que já sabemos de antemão, ser de acordo com Freud (1940) e Lacan (1972) não toda.
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