Consumo de álcool por vítimas de suicídio na cidade de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-18012017-142057/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: O suicídio é uma das principais causas de morte violenta em todo o mundo e uma questão de saúde pública, em virtude do aumento no número de casos principalmente entre os jovens. O consumo excessivo de álcool é um grave problema de saúde pública, pois a embriaguez prejudica o juízo crítico e o autocontrole, podendo desencadear o comportamento violento e/ou autodestrutivo, o que sugere uma associação entre consumo de álcool e vitimização por suicídio. No Brasil, faltam estudos que permitam uma abordagem epidemiológica para apoiar estratégias preventivas, com o objetivo de reduzir o número de mortes por suicídio e seus custos financeiros relacionados. OBJETIVO: Analisar a associação entre consumo de álcool e vitimização por suicídio na cidade de São Paulo e sua relação com as características sócio-demográficas das vítimas e as circunstâncias do suicídio. MÉTODO: Dados de 1.700 vítimas de suicídio submetidas ao exame dosagem alcoólica no sangue, no período de 2011 a 2015, foram obtidos a partir dos laudos de exames toxicológicos realizados no Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo. Os dados coletados foram: sexo, idade, cor da pele, método suicida, dosagem alcoólica no sangue, data e horário da morte. RESULTADOS: O álcool foi detectado no sangue de 30,24% das vítimas, com uma média de alcoolemia de 1,73 ± 0,08 g/L. A maioria das vítimas pertencia ao sexo masculino (74,59%), sendo que a prevalência dos níveis de alcoolemia positiva foi maior entre os homens (34,70%) do que entre as mulheres (17,13%). A média de idade das vítimas foi de 39,90 ± 0,75 anos, sendo que a média de idade das vítimas com alcoolemia positiva (37,94 ± 1,08 anos) foi menor que das vítimas com alcoolemia negativa (40,75 ± 0,96 anos). A maior prevalência de vítimas com alcoolemia positiva foi na faixa etária de 25 a 44 anos. A faixa de alcoolemia predominante foi de 0,6-2,5 g/L. Observou-se prevalência de indivíduos de cor branca na amostra (64,65%), porém houve maior proporção de vítimas de cor parda e negra com alcoolemia positiva. O enforcamento foi o método suicida de maior prevalência na amostra (48,65%) e entre os homens (55,36%), enquanto que entre as mulheres foi a precipitação (34,96%). O enforcamento foi o método que apresentou a maior proporção de vítimas com alcoolemia positiva para ambos os sexos. A maioria dos suicídios ocorreu no período diurno (63,41%), porém houve maior proporção de vítimas com alcoolemia positiva nos finais de semana e no período noturno. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos reforçam a existência de uma associação entre consumo de álcool e vitimização por suicídio na cidade de São Paulo, mesmo que uma relação causal não tenha sido estabelecida entre ambos, pois o álcool foi detectado no sangue de 30,24% das vítimas de suicídio, com uma média de alcoolemia de 1,73 ± 0,08 g/L. Indivíduos com esse valor de alcoolemia podem apresentar prejuízo do juízo crítico e do autocontrole, podendo desencadear o comportamento suicida naqueles com predisposiçao para tal |
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Consumo de álcool por vítimas de suicídio na cidade de São PauloAlcohol consumption in suicide victims in the city of Sao PauloAlcohol drinkingBlood alcohol contentConcentração alcoólica no sangueConsumo de bebidas alcoólicasEpidemiologiaEpidemiologyEtanolEthanolSuicideSuicídioVictimizationVitimizaçãoINTRODUÇÃO: O suicídio é uma das principais causas de morte violenta em todo o mundo e uma questão de saúde pública, em virtude do aumento no número de casos principalmente entre os jovens. O consumo excessivo de álcool é um grave problema de saúde pública, pois a embriaguez prejudica o juízo crítico e o autocontrole, podendo desencadear o comportamento violento e/ou autodestrutivo, o que sugere uma associação entre consumo de álcool e vitimização por suicídio. No Brasil, faltam estudos que permitam uma abordagem epidemiológica para apoiar estratégias preventivas, com o objetivo de reduzir o número de mortes por suicídio e seus custos financeiros relacionados. OBJETIVO: Analisar a associação entre consumo de álcool e vitimização por suicídio na cidade de São Paulo e sua relação com as características sócio-demográficas das vítimas e as circunstâncias do suicídio. MÉTODO: Dados de 1.700 vítimas de suicídio submetidas ao exame dosagem alcoólica no sangue, no período de 2011 a 2015, foram obtidos a partir dos laudos de exames toxicológicos realizados no Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo. Os dados coletados foram: sexo, idade, cor da pele, método suicida, dosagem alcoólica no sangue, data e horário da morte. RESULTADOS: O álcool foi detectado no sangue de 30,24% das vítimas, com uma média de alcoolemia de 1,73 ± 0,08 g/L. A maioria das vítimas pertencia ao sexo masculino (74,59%), sendo que a prevalência dos níveis de alcoolemia positiva foi maior entre os homens (34,70%) do que entre as mulheres (17,13%). A média de idade das vítimas foi de 39,90 ± 0,75 anos, sendo que a média de idade das vítimas com alcoolemia positiva (37,94 ± 1,08 anos) foi menor que das vítimas com alcoolemia negativa (40,75 ± 0,96 anos). A maior prevalência de vítimas com alcoolemia positiva foi na faixa etária de 25 a 44 anos. A faixa de alcoolemia predominante foi de 0,6-2,5 g/L. Observou-se prevalência de indivíduos de cor branca na amostra (64,65%), porém houve maior proporção de vítimas de cor parda e negra com alcoolemia positiva. O enforcamento foi o método suicida de maior prevalência na amostra (48,65%) e entre os homens (55,36%), enquanto que entre as mulheres foi a precipitação (34,96%). O enforcamento foi o método que apresentou a maior proporção de vítimas com alcoolemia positiva para ambos os sexos. A maioria dos suicídios ocorreu no período diurno (63,41%), porém houve maior proporção de vítimas com alcoolemia positiva nos finais de semana e no período noturno. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos reforçam a existência de uma associação entre consumo de álcool e vitimização por suicídio na cidade de São Paulo, mesmo que uma relação causal não tenha sido estabelecida entre ambos, pois o álcool foi detectado no sangue de 30,24% das vítimas de suicídio, com uma média de alcoolemia de 1,73 ± 0,08 g/L. Indivíduos com esse valor de alcoolemia podem apresentar prejuízo do juízo crítico e do autocontrole, podendo desencadear o comportamento suicida naqueles com predisposiçao para talINTRODUCTION: Suicide is a leading cause of violent death worldwide and a major public health issue, as there has been an increase in the number of suicides, especially amongst young people. Excessive alcohol consumption is a serious public health problem, as drunkenness affects critical judgment and self-control and can trigger violent and/or self-destructive behavior, which suggests an association between alcohol consumption and victimization by suicide. In Brazil, there is a lack of studies that allow an epidemiological approach to support preventive actions in order to reduce the number of deaths by suicide and their related financial costs. OBJECTIVE: To assess the association between alcohol consumption and victimization by suicide in the city of Sao Paulo and its relationship with socio-demographic characteristics of the victims and the circumstances of suicide. METHOD: Data from 1,700 suicide victims subjected to examination of blood alcohol concentration (BAC) from 2011 to 2015 were obtained from toxicology reports performed in the Institute of Legal Medicine of the State of Sao Paulo. Data was collected on sex, age, skin color, suicide method, blood alcohol concentration (BAC), date and time of death. RESULTS: Alcohol was detected in blood samples of 30.24% of the victims and mean BAC levels were 1.73 ± 0.08 g/L. The majority of the victims were male (74.59%) and the prevalence of positive BAC was higher amongst men (34.70%) than women (17.13%). The mean age of the victims was 39.90 ± 0.75 years, while the mean age of victims with positive BAC (37.94 ± 1.08 years) was lower than victims with no detectable alcohol levels (40.75 ± 0.96 years). The most prevalent age group with positive BAC was 25-44 years. The most prevalent range of positive BAC was 0.6 to 2.5 g/L. The majority of the victims were white skinned (64.65%), but there was a higher proportion of victims with positive BAC among mulatto and black individuals. Hanging was the most prevalent suicide method in the sample (48.65%) and amongst men (55.36%), but amongst women it was precipitation (34.96%). Hanging was the suicide method with the highest proportion of victims with positive BAC, for both sexes. The majority of suicides occurred during the day (63.41%), but there was a higher proportion of victims with positive BAC on weekends and at night time. CONCLUSION: The results support the existence of an association between alcohol consumption and victimization by suicide in the city of Sao Paulo, even though a causal relationship has not been established between them, because alcohol was detected in blood samples of 30.24% of the victims and mean BAC levels were 1.73 ± 0.08 g/L. Individuals with this BAC level may present critical judgment and self-control impairment, and may trigger suicidal behavior in those with a predisposition to do soBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLeyton, VilmaGonçalves, Raphael Eduardo Marques2016-11-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-18012017-142057/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-18012017-142057Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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