Revisão, filogenia, evolução e biogeografia de Lundia DC. (Bignonieae, Bignoniaceae)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-22022011-151053/ |
Resumo: | Lundia DC. (Bignoniaceae, tribo Bignonieae) se caracteriza pelo hábito lianescente, pelas glândulas interpeciolares, anteras e ovários vilosos, e pelos tricomas simples na margem do estigma. Além disso, o gênero não apresenta o disco nectarífero que está localizado na base do ovário da maior parte dos representantes da tribo Bignonieae. Neste trabalho são reconhecidas 13 espécies de Lundia, das quais uma é nova (L. laevis). Para a compreensão do parentesco filogenético entre as espécies do gênero, foi reconstruída a filogenia de Lundia com base em um marcador de cloroplasto (ndhF), um marcador nuclear ( PepC), e caracteres morfológicos. Os dados foram analisados utilizando parcimônia e metodologia bayesiana, os quais reconstruíram topologias congruentes. Em todas as análises, Lundia emergiu como grupo monofilético, com alta sustentação de caracteres morfológicos e moleculares. Além disso, todas as espécies amostradas múltiplas vezes também formaram grupos monofiléticos, exceto no caso de L. nitidula a qual emergiu como parafilética, com L. obliqua inserida no clado L. nitidula; no entanto, o parentesco entre os indivíduos inseridos no clado L. nitidula + L. obliqua apresentou baixa resolução. A filogenia de Lundia contribuiu com informações importantes para uma melhor circunscrição das espécies e elaboração de uma revisão taxonômica do gênero que incluiu descrições, chaves de identificação, comentários taxonômicos e mapas de distribuição para as 13 espécies reconhecidas. Entre as mudanças taxonômicas resultantes da revisão estão o reconhecimento de um táxon previamente sinonimizado (L. nitidula), a sinonimização de duas outras espécies (L. cordata em L. corymbifera e L. glazioviana em L. virginalis), e o ajuste na utilização de um nome mal aplicado (L. longa). Além disso, a filogenia do gênero também serviu como base para um estudo biogeográfico de Lundia, o qual indicou que o gênero originou-se no Mioceno, em uma área que atualmente agrega a sub-região Amazônica e a região Andina. O primeiro evento de diversificação dentro de Lundia ocorreu quando o Mar de Pebas (uma extensa área submersa na Amazônia Oriental) ainda existia. Aparentemente, o Mar de Pebas serviu como uma barreira geográfica que isolou uma linhagem de Lundia exclusivamente Andina (L. spruceana) de uma linhagem amazônica. Este evento vicariante foi seguido de diversos eventos de dispersão em direção às sub-regiões Paranaense e Caribenha. |
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Revisão, filogenia, evolução e biogeografia de Lundia DC. (Bignonieae, Bignoniaceae)Taxonomic revision, phylogeny, evolution, and Biogeography of Lundia DC. (Bignonieae, Bignoniaceae)BignoniaceaeBignoniaceaeBignonieaeBignonieaeBiogeografiaBiogeographyFilogeniaLundiaLundiaPhylogenyLundia DC. (Bignoniaceae, tribo Bignonieae) se caracteriza pelo hábito lianescente, pelas glândulas interpeciolares, anteras e ovários vilosos, e pelos tricomas simples na margem do estigma. Além disso, o gênero não apresenta o disco nectarífero que está localizado na base do ovário da maior parte dos representantes da tribo Bignonieae. Neste trabalho são reconhecidas 13 espécies de Lundia, das quais uma é nova (L. laevis). Para a compreensão do parentesco filogenético entre as espécies do gênero, foi reconstruída a filogenia de Lundia com base em um marcador de cloroplasto (ndhF), um marcador nuclear ( PepC), e caracteres morfológicos. Os dados foram analisados utilizando parcimônia e metodologia bayesiana, os quais reconstruíram topologias congruentes. Em todas as análises, Lundia emergiu como grupo monofilético, com alta sustentação de caracteres morfológicos e moleculares. Além disso, todas as espécies amostradas múltiplas vezes também formaram grupos monofiléticos, exceto no caso de L. nitidula a qual emergiu como parafilética, com L. obliqua inserida no clado L. nitidula; no entanto, o parentesco entre os indivíduos inseridos no clado L. nitidula + L. obliqua apresentou baixa resolução. A filogenia de Lundia contribuiu com informações importantes para uma melhor circunscrição das espécies e elaboração de uma revisão taxonômica do gênero que incluiu descrições, chaves de identificação, comentários taxonômicos e mapas de distribuição para as 13 espécies reconhecidas. Entre as mudanças taxonômicas resultantes da revisão estão o reconhecimento de um táxon previamente sinonimizado (L. nitidula), a sinonimização de duas outras espécies (L. cordata em L. corymbifera e L. glazioviana em L. virginalis), e o ajuste na utilização de um nome mal aplicado (L. longa). Além disso, a filogenia do gênero também serviu como base para um estudo biogeográfico de Lundia, o qual indicou que o gênero originou-se no Mioceno, em uma área que atualmente agrega a sub-região Amazônica e a região Andina. O primeiro evento de diversificação dentro de Lundia ocorreu quando o Mar de Pebas (uma extensa área submersa na Amazônia Oriental) ainda existia. Aparentemente, o Mar de Pebas serviu como uma barreira geográfica que isolou uma linhagem de Lundia exclusivamente Andina (L. spruceana) de uma linhagem amazônica. Este evento vicariante foi seguido de diversos eventos de dispersão em direção às sub-regiões Paranaense e Caribenha.Lundia DC. (Bignoniaceae, tribe Bignonieae) is characterized by the liana habit, interpetiolar gland fields, villose anthers and ovary, and by the simple trichomes at the stigma margins. Furthermore, the genus lacks the nectary disc that is located at the base of the ovary of most other representatives of tribe Bignonieae. This study recognizes 13 species of Lundia, one of which is new (L. laevis). In order to gain a better understanding of the phylogenetic relationships between the species included in the genus, we reconstructed the phylogeny of Lundia based on a chloroplast (ndhF) and a nuclear marker (PepC), and morphological characters. The data was analyzed using parsimony and Bayesian methods, both of which reconstructed congruent topologies. In all analyses, Lundia emerged as monophyletic, strongly supported by morphological and molecular characters. Furthermore, all species sampled multiple times also emerged as monophyletic, except for L. nitidula which was paraphyletic, with L. obliqua nested within the L. nitidula clade; however, relationships between individuals within the L. nitidula + L. obliqua clade were poorly supported. The phylogeny of Lundia contributed important information for a better circumscription of species and for the preparation of a taxonomic revision of the genus that included descriptions, identification keys, taxonomic comments and distribution maps for all 13 recognized. The taxonomic changes proposed in the revision included the recognition of a previously synonymized taxon (L. nitidula), the synonymization of two other taxa (L. cordata under L. corymbifera and L. glazioviana under L. virginalis), and the correction of a misapplied name (L. longa). Furthermore, the phylogeny of the genus also served as basis for a biogeographic study of Lundia, which indicated that the genus originated during the Miocene, in an area that is currently occupied by the Amazonian sub-region and Andean region. The first diversification event within Lundia occurred when the Pebas System (an extensively submerged area in Western Amazonia) was still present. Apparently, the Pebas System served as a geographic barrier that isolated an exclusively Andean lineage of Lundia (L. spruceana) from an Amazonian lineage. This vicariant event was followed by multiple dispersal events towards the Paranaense and Caribean sub-regions.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLohmann, Lucia GarcezKaehler, Miriam2011-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-22022011-151053/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:29Zoai:teses.usp.br:tde-22022011-151053Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Lundia DC. (Bignoniaceae, tribo Bignonieae) se caracteriza pelo hábito lianescente, pelas glândulas interpeciolares, anteras e ovários vilosos, e pelos tricomas simples na margem do estigma. Além disso, o gênero não apresenta o disco nectarífero que está localizado na base do ovário da maior parte dos representantes da tribo Bignonieae. Neste trabalho são reconhecidas 13 espécies de Lundia, das quais uma é nova (L. laevis). Para a compreensão do parentesco filogenético entre as espécies do gênero, foi reconstruída a filogenia de Lundia com base em um marcador de cloroplasto (ndhF), um marcador nuclear ( PepC), e caracteres morfológicos. Os dados foram analisados utilizando parcimônia e metodologia bayesiana, os quais reconstruíram topologias congruentes. Em todas as análises, Lundia emergiu como grupo monofilético, com alta sustentação de caracteres morfológicos e moleculares. Além disso, todas as espécies amostradas múltiplas vezes também formaram grupos monofiléticos, exceto no caso de L. nitidula a qual emergiu como parafilética, com L. obliqua inserida no clado L. nitidula; no entanto, o parentesco entre os indivíduos inseridos no clado L. nitidula + L. obliqua apresentou baixa resolução. A filogenia de Lundia contribuiu com informações importantes para uma melhor circunscrição das espécies e elaboração de uma revisão taxonômica do gênero que incluiu descrições, chaves de identificação, comentários taxonômicos e mapas de distribuição para as 13 espécies reconhecidas. Entre as mudanças taxonômicas resultantes da revisão estão o reconhecimento de um táxon previamente sinonimizado (L. nitidula), a sinonimização de duas outras espécies (L. cordata em L. corymbifera e L. glazioviana em L. virginalis), e o ajuste na utilização de um nome mal aplicado (L. longa). Além disso, a filogenia do gênero também serviu como base para um estudo biogeográfico de Lundia, o qual indicou que o gênero originou-se no Mioceno, em uma área que atualmente agrega a sub-região Amazônica e a região Andina. O primeiro evento de diversificação dentro de Lundia ocorreu quando o Mar de Pebas (uma extensa área submersa na Amazônia Oriental) ainda existia. Aparentemente, o Mar de Pebas serviu como uma barreira geográfica que isolou uma linhagem de Lundia exclusivamente Andina (L. spruceana) de uma linhagem amazônica. Este evento vicariante foi seguido de diversos eventos de dispersão em direção às sub-regiões Paranaense e Caribenha. |
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