Comportamento e variabilidade em populações de capim gordura (Melinis minutiflora Beauv.)

• Autor(a) principal: Vello, Natal Antonio
• Data de Publicação: 1975
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20240301-154010/
• topic: CAPIM GORDURA; POPULAÇÕES VEGETAIS; VARIAÇÃO GENÉTICA EM PLANTAS

A presente pesquisa foi realizada em Piracicaba (SP), no período de fevereiro de 1972 a novembro de 1973, com relação ao comportamento e variabilidade de populações de capim gordura (Melinis minutiflora Beauv.), uma importante forrageira do Brasil Central. As plantas de capim gordura foram coletadas em três regiões (Sul de Minas Gerais; Vale do Paraíba, SP; Franca, SP), onde predominam pastagens de capim gordura. Como resultados desses estudos, as seguintes conclusões gerais foram obtidas: 6.1. Entre as plantas do material coletado, predominaram representantes da variedade Roxo e Cabelo de Negro, sendo a primeira variedade muito mais frequente que o última. As frequências relativas de plantas da variedade Roxo foram semelhantes nas três regiões de coleta do material. Plantas da variedade Cabelo de Negro foram mais frequentes na região do Sul de Minas Gerais, de ocorrência intermediária na região do Vale do Paraíba e menos frequentes na região de Franca; 6.2. Maiores diâmetros de enraizamento foram obtidos para as plantas da região de Franca. Altura, produção de matéria verde e seca das plantas do grupo 1 (cortes em 1/2, 15/3 e 10/11/73) mostraram valores superiores aos das plantas do grupo 2 (cortes em 22/2, 26/4 e 10/11/73); em geral, estes valores decresceram de um corte para o outro, de maneira consistente para as populações das três regiões; 6.3. O florescimento foi uniforme para as populações das três regiões, persistindo por um período de cinco meses, a partir da segunda quinzena de maio. O número de panículas por planta foi maior para as populações do Sul de Minas Gerais; 6.4. Com base na significância das variações genéticas entre plantas, pastos e regiões, pode-se considerar que, em geral, populações das três regiões poderão ser utilizadas como fonte de material para futuros trabalhos de melhoramento. No entanto, para a maioria dos caracteres, resultados mais promissores são esperados com a utilização de populações da região do Sul de Minas Gerais. Diâmetro médio de enraizamento, altura das plantas, período de florescimento e número de panículos, foram os caracteres que apresentaram maiores possibilidades de melhoramento. Todavia, os caracteres produção de matéria verde e seca mostraram-se mais difíceis de serem melhorados; 6.5. Em ordem decrescente de magnitude, as médias aproximadas das estimativas dos coeficientes do herdabilidade, no sentido amplo, foram as seguintes: 50%, para os caracteres altura das plantas e número de panículas por planta; 40% para o diâmetro médio de enraizamento; 30% para o período do florescimento; 20% para a produção de matéria verde e 10% para produção de matéria seca. As estimativas dos coeficientes de herdabilidade o dos ganhos esperados com seleção indicam que diâmetro médio de enraizamento e altura das plantas, deverão ser mais facilmente melhoradas através do esquema 2 (seleção das melhores plantas dentro de cada região, ignorando a estratificação em pastos) que do esquema 1 (seleção das melhores plantas dentro de cada pasto e de cada região). O esquema 1 deverá ser mais eficiente em termos do melhoramento, para o período do florescimento e a produção de matéria seca, enquanto que para o número do panículas a produção de matéria verde ambos os esquemas deverão ser igualmente eficientes. Geralmente, os valores das estimativas de herdabilidade o ganho esperado com seleção foram maiores nas condições de manejo do grupo 2 que do grupo 1, para os caracteres em que essa comparação pode ser feita: altura das plantas, produção de matéria verde e produção de matéria seca; 6.6. As correlações genéticas e fenotípicas entre os caracteres produção de matéria verde e produção de matéria seca, foram bastante altas (r ≅ 1,00) nos dois esquemas de seleção, tanto para as plantas do grupo 1 como do grupo 2. Com isto, nas presentes condições, e seleção para maior produção poderá ser feita com base na matéria verde, ao invés da matéria seca, o que facilitará em muito a avaliação do material. Além disso, as estimativas de respostas correlacionadas à seleção mostram que a produção de matéria seca deverá ser mais eficientemente melhorada através de seleção indireta, aplicada na produção de matéria verde, do que através de seleção direta.