Sistema ecológico da malária

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Chaves, Leonardo Suveges Moreira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-07032019-130741/
Resumo: As alterações das paisagens promovidas pelo homem, em razão das atividades relacionadas ao uso e ocupação do solo, representam um desafio para as atividades de controle da malária na Amazônia brasileira. Desse modo, buscou-se avaliar o sistema ecológico da malária através da construção de três eixos: desmatamento, uso do solo e diversidade de Culicidae. Esses eixos tiveram a paisagem como centro de conexão, modulados por fatores de pressão (hospedeiro humano), de risco (o vetor) e de causa (o agente infeccioso). A transmissão de patógenos, incluindo espécies de Plasmodium, ocorre na intersecção entre os nichos do hospedeiro humano, dos vetores e dos parasitos, em ambiente que permite a interconexão dos mesmos. Nesse sentido, verificou-se que cada quilômetro quadrado de área impactada pelo desmatamento, entre 2009-2015, produziu 27 novos casos de malária (r² = 0,78; F1,10 = 35,81; P <0,001) na Amazônia Legal brasileira, com uma correlação positiva altamente significativa entre o número de áreas de florestas impactadas com menos de 5 km² e a incidência da doença. Em virtude das relações indiretas com o desmatamento, foi possível verificar que o aumento da produção de soja, madeira, gado e óleo de palma no mundo apresentou alta correlação positiva significativa com a incidência de malária em países tropicais. No cenário brasileiro, a abundância de Nyssorhynchus darlingi respondeu positivamente à perda da cobertura florestal de áreas endêmicas de malária. Ao contrário, a diversidade de Culicidae diminuiu, deixando os vetores como espécies dominantes, favorecendo a taxa de picada e a capacidade de transmissão do Plasmodium. Desse modo, foi possível concluir que a incidência da doença, em áreas rurais, está fortemente associada aos padrões de uso e ocupação do solo. A estrutura da paisagem pode ser indicador de risco para a doença, em virtude das dinâmicas ecológicas do Ny. darlingi.
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