Estudo da co-participação de infecção natural pela Chlamydophila pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae na aterogênese experimental em coelhos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-16102014-102605/ |
Resumo: | Fatores de risco clássicos descritos como associados ao desenvolvimento da aterosclerose nem sempre conseguem explicar uma variabilidade da evolução da doença entre um indivíduo e outro. Evidências consistentes mostram que a inflamação exerce papel crucial na patogenia da aterosclerose. Recentemente, a infecção por alguns agentes, principalmente a C. pneumoniae, tem sido progressivamente aventada como possível fator colaborador no processo de aterogênese. O Mycoplasma pneumoniae, bactéria que utiliza colesterol para sua proliferação, foi descrito no interior de placas gordurosas humanas, conjuntamente com a C.pneumoniae. Objetivo - O presente estudo tem como objetivo verificar se antígenos dos agentes infecciosos M. pneumoniae e C. pneumoniae estão presentes na parede das artérias aortas normais dos coelhos, animal que tem sido freqüentemente utilizado no estudo da aterosclerose, e se a introdução de dieta rica em colesterol leva a proliferação desses microorganismos concomitante com o desenvolvimento da placa aterosclerótica e de inflamação. Material e Métodos - Foram estudados 39 coelhos da raça Nova Zelândia, divididos em três grupos conforme a alimentação: Grupo A - dieta normal , Grupo B - dieta com 1% de colesterol por 8 semanas e Grupo C - dieta com 1% de colesterol por 12 semanas. O colesterol total e frações foram dosados bioquimicamente, após sacrifício dos animais. Avaliou-se macroscopicamente a quantidade de placas de gordura na superfície da aorta através da coloração pelo Sudan IV e microscopicamente dois segmentos transversais: um torácico e um abdominal os quais foram submetidos a reações de Imunohistoquímica para antígenos infecciosos. Resultados - Antígenos da C. pneumoniae e M. pneumoniae estiveram presentes em todos os animais estudados, porém em quantidades progressivamente maiores nos grupos A, B e C. Houve forte correlação positiva entre a quantidade de antígenos infecciosos e espessura da camada íntima, inflamação e quantidade de gordura, à histologia tanto no segmento torácico quanto no abdominal. Houve correlação negativa entre perímetro do vaso e tamanho das placas no segmento torácico, cujas placas apresentaram maior porcentagem de fibrose comparadas com o segmento abdominal, indicando que as placas dessa região apresentam mais características evolutivas para placa estável, ou seja, remodelamento negativo do vaso e capa de fibrose. A intensidade da inflamação tanto na adventícia quanto na íntima se correlacionou positivamente à quantidade de ambos os patógenos reforçando a hipótese de que esses patógenos estão influenciando no desencadeamento da inflamação e desenvolvimento de aterosclerose. Os níveis plasmáticos de colesterol total e suas frações também se correlacionaram positivamente com os agentes infecciosos. Em conclusão - A alimentação rica em colesterol levou a aumento da intensidade de antígenos de Mycoplasma pneumoniae e C. pneumoniae presentes na íntima da aorta de coelhos, em correlação com aumento da espessura intimal e inflamação na parede do vaso, favorecendo de forma intensa a hipótese de que esses agentes têm papel importante na aterogênese. A presença desses microorganismos em pequena quantidade nos animais controles reforça a idéia de que esses microorganismos são habitantes usuais de mamíferos e que fatores de risco tais como o colesterol induzem sua proliferação e o desenvolvimento da aterosclerose |
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Estudo da co-participação de infecção natural pela Chlamydophila pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae na aterogênese experimental em coelhosStudy of co-participation of natural infection by Chlamidophila pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae at experimental atherogenesis in rabbitsArterioscleroseAtherosclerosisChlamydophila pneumoniaeChlamydophila pneumoniaeCoelhosInfecçãoInfectionMycoplasmaMycoplasmaRabbitFatores de risco clássicos descritos como associados ao desenvolvimento da aterosclerose nem sempre conseguem explicar uma variabilidade da evolução da doença entre um indivíduo e outro. Evidências consistentes mostram que a inflamação exerce papel crucial na patogenia da aterosclerose. Recentemente, a infecção por alguns agentes, principalmente a C. pneumoniae, tem sido progressivamente aventada como possível fator colaborador no processo de aterogênese. O Mycoplasma pneumoniae, bactéria que utiliza colesterol para sua proliferação, foi descrito no interior de placas gordurosas humanas, conjuntamente com a C.pneumoniae. Objetivo - O presente estudo tem como objetivo verificar se antígenos dos agentes infecciosos M. pneumoniae e C. pneumoniae estão presentes na parede das artérias aortas normais dos coelhos, animal que tem sido freqüentemente utilizado no estudo da aterosclerose, e se a introdução de dieta rica em colesterol leva a proliferação desses microorganismos concomitante com o desenvolvimento da placa aterosclerótica e de inflamação. Material e Métodos - Foram estudados 39 coelhos da raça Nova Zelândia, divididos em três grupos conforme a alimentação: Grupo A - dieta normal , Grupo B - dieta com 1% de colesterol por 8 semanas e Grupo C - dieta com 1% de colesterol por 12 semanas. O colesterol total e frações foram dosados bioquimicamente, após sacrifício dos animais. Avaliou-se macroscopicamente a quantidade de placas de gordura na superfície da aorta através da coloração pelo Sudan IV e microscopicamente dois segmentos transversais: um torácico e um abdominal os quais foram submetidos a reações de Imunohistoquímica para antígenos infecciosos. Resultados - Antígenos da C. pneumoniae e M. pneumoniae estiveram presentes em todos os animais estudados, porém em quantidades progressivamente maiores nos grupos A, B e C. Houve forte correlação positiva entre a quantidade de antígenos infecciosos e espessura da camada íntima, inflamação e quantidade de gordura, à histologia tanto no segmento torácico quanto no abdominal. Houve correlação negativa entre perímetro do vaso e tamanho das placas no segmento torácico, cujas placas apresentaram maior porcentagem de fibrose comparadas com o segmento abdominal, indicando que as placas dessa região apresentam mais características evolutivas para placa estável, ou seja, remodelamento negativo do vaso e capa de fibrose. A intensidade da inflamação tanto na adventícia quanto na íntima se correlacionou positivamente à quantidade de ambos os patógenos reforçando a hipótese de que esses patógenos estão influenciando no desencadeamento da inflamação e desenvolvimento de aterosclerose. Os níveis plasmáticos de colesterol total e suas frações também se correlacionaram positivamente com os agentes infecciosos. Em conclusão - A alimentação rica em colesterol levou a aumento da intensidade de antígenos de Mycoplasma pneumoniae e C. pneumoniae presentes na íntima da aorta de coelhos, em correlação com aumento da espessura intimal e inflamação na parede do vaso, favorecendo de forma intensa a hipótese de que esses agentes têm papel importante na aterogênese. A presença desses microorganismos em pequena quantidade nos animais controles reforça a idéia de que esses microorganismos são habitantes usuais de mamíferos e que fatores de risco tais como o colesterol induzem sua proliferação e o desenvolvimento da ateroscleroseClassical risk factors described to be associated with the development of atherosclerosis do not completely explain the variability of the disease occurring among the individuals. Consistent evidences show that inflammation exerts a fundamental role in the pathogenesis and severity of atherosclerosis. Recentently, some infectious agents, specially the Chlamydophila pneumoniae (C.pneumoniae), have progressively been claimed as possible factor acting in the progression of atherosclerosis. Mycoplasma pneumoniae (M.pneumoniae), a bacterium that needs cholesterol for proliferation, has been described in human fat plaques, in conjunction with C.pneumoniae. Objective - The present study has the objective of analyzing if M. pneumoniae and C. pneumoniae antigens are present at the rabbit aorta arterial walls, as the rabbit is an animal model frequently used in studies of atherosclerosis; and if the cholesterol enriched diet may cause proliferation of these microorganisms concomitantly with the development of atherosclerotic plaques and inflammation. Material and Methods - 39 aortas from New Zealand rabbits divided in three groups according to the diet were studied: Group A -normal dieta, Group B - 1% cholesterol enriched diet for 8 weeks and Group C - 1% cholesterol enriched diet for 12 weeks. The serum levels of total and fractions of cholesterol were biochemically measured after animals killed. A macroscopic study of the percentage area occupied by fat at the intimal aorta surface was performed, using the Sudan IV stain. A microscopic study was performed in two transversal segments: a thoracic and an abdominal one, which were submitted to immunohistochemistry for detection of these infectious agents. Results - C. pneumoniae and M. pneumoniae Ags were present in all studied animals, however in progressively higher amounts in groups A, B and C. There was a strong positive correlation between microscopic amounts of infectious antigens and intimal thickness, inflammation and intraplaque fat, both at the thoracic and abdominal segments. There was a negative correlation between vessel perimeter and plaque area at the thoracic segment, where the plaques presented higher percentage of fibrosis compared with the abdominal segment, suggesting that the thoracic region plaques have characteristics for progression to estabilization: negative remodeling of the vessel and fibrous cap. The quantity of Inflammation at both intima and adventitia correlated positively with these infectious agents, re-inforcing the hypothesis that infectious antigens are inducing inflammation and development of atherosclerosis. Serum levels of total cholesterol and their fractions also positively correlated with the amount of infectious antigens. In conclusion - A rich cholesterol diet caused an increase of M. pneumoniae and C.pneumoniae antigens at intima of rabbit aortas, in strong positive correlation with intimal thickness and inflammation of the aorta wall, favoring the hypothesis that these infectious agents have important role in atherogenesis. The presence of small amount of these microorganisms\' antigens at the controls re-inforces the Idea that these microorganisms are usual inhabitants of mammals and that the risk factors such as cholesterol induce their proliferation and acceleration of atherosclerogenesis.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHiguchi, Maria de LourdesFagundes, Raquel de Queiroz2006-03-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-16102014-102605/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-16102014-102605Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Fatores de risco clássicos descritos como associados ao desenvolvimento da aterosclerose nem sempre conseguem explicar uma variabilidade da evolução da doença entre um indivíduo e outro. Evidências consistentes mostram que a inflamação exerce papel crucial na patogenia da aterosclerose. Recentemente, a infecção por alguns agentes, principalmente a C. pneumoniae, tem sido progressivamente aventada como possível fator colaborador no processo de aterogênese. O Mycoplasma pneumoniae, bactéria que utiliza colesterol para sua proliferação, foi descrito no interior de placas gordurosas humanas, conjuntamente com a C.pneumoniae. Objetivo - O presente estudo tem como objetivo verificar se antígenos dos agentes infecciosos M. pneumoniae e C. pneumoniae estão presentes na parede das artérias aortas normais dos coelhos, animal que tem sido freqüentemente utilizado no estudo da aterosclerose, e se a introdução de dieta rica em colesterol leva a proliferação desses microorganismos concomitante com o desenvolvimento da placa aterosclerótica e de inflamação. Material e Métodos - Foram estudados 39 coelhos da raça Nova Zelândia, divididos em três grupos conforme a alimentação: Grupo A - dieta normal , Grupo B - dieta com 1% de colesterol por 8 semanas e Grupo C - dieta com 1% de colesterol por 12 semanas. O colesterol total e frações foram dosados bioquimicamente, após sacrifício dos animais. Avaliou-se macroscopicamente a quantidade de placas de gordura na superfície da aorta através da coloração pelo Sudan IV e microscopicamente dois segmentos transversais: um torácico e um abdominal os quais foram submetidos a reações de Imunohistoquímica para antígenos infecciosos. Resultados - Antígenos da C. pneumoniae e M. pneumoniae estiveram presentes em todos os animais estudados, porém em quantidades progressivamente maiores nos grupos A, B e C. Houve forte correlação positiva entre a quantidade de antígenos infecciosos e espessura da camada íntima, inflamação e quantidade de gordura, à histologia tanto no segmento torácico quanto no abdominal. Houve correlação negativa entre perímetro do vaso e tamanho das placas no segmento torácico, cujas placas apresentaram maior porcentagem de fibrose comparadas com o segmento abdominal, indicando que as placas dessa região apresentam mais características evolutivas para placa estável, ou seja, remodelamento negativo do vaso e capa de fibrose. A intensidade da inflamação tanto na adventícia quanto na íntima se correlacionou positivamente à quantidade de ambos os patógenos reforçando a hipótese de que esses patógenos estão influenciando no desencadeamento da inflamação e desenvolvimento de aterosclerose. Os níveis plasmáticos de colesterol total e suas frações também se correlacionaram positivamente com os agentes infecciosos. Em conclusão - A alimentação rica em colesterol levou a aumento da intensidade de antígenos de Mycoplasma pneumoniae e C. pneumoniae presentes na íntima da aorta de coelhos, em correlação com aumento da espessura intimal e inflamação na parede do vaso, favorecendo de forma intensa a hipótese de que esses agentes têm papel importante na aterogênese. A presença desses microorganismos em pequena quantidade nos animais controles reforça a idéia de que esses microorganismos são habitantes usuais de mamíferos e que fatores de risco tais como o colesterol induzem sua proliferação e o desenvolvimento da aterosclerose |
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