Impacto da interconsulta cardiológica na evolução clínica de pacientes hospitalizados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-24052012-164128/ |
Resumo: | A interconsulta cardiológica corresponde a uma parcela considerável das atividades assistenciais e de ensino do cardiologista, refletindo gasto extra de tempo e recursos. Apesar disso, essa atividade não tem recebido a devida atenção da literatura, com poucos estudos sobre o tema. O objetivo do presente estudo foi, primariamente, comparar a evolução clínica dos pacientes envolvidos na interconsulta cardiológica que tiveram as recomendações seguidas pela equipe médica solicitante (grupo ACEITADOR) com aqueles em que as recomendações não foram seguidas (grupo NÃO ACEITADOR). De forma secundária, procuramos identificar as variáveis determinantes da aceitação das sugestões da equipe cardiológica. Para isso, foi realizado um estudo observacional envolvendo pacientes internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para os quais foram solicitadas interconsultas cardiológicas, no período de março a setembro de 2008. Os dados referentes às interconsultas foram coletados pelo investigador de maneira prospectiva a partir do prontuário dos pacientes. Dentre as 589 interconsultas selecionadas para o estudo, 271 consistiam em avaliações clínicas e 318 avaliações pré-operatórias. Em relação à taxa de aceitação das recomendações cardiológicas, 77% dos pacientes foram classificados no grupo ACEITADOR e 23% classificados no grupo NÃO ACEITADOR. A análise da evolução clínica demonstrou que, dentre os pacientes do grupo NÃO ACEITADOR, 38,8% evoluíram de forma desfavorável (piora clínica ou óbito) contra 5,4% dos pacientes do grupo ACEITADOR (P<0,0001). Após análise de regressão logística, pertencer ao grupo NÃO ACEITADOR (P<0,001; OR 10,25; IC 95% 4,45 - 23,62) e a idade dos pacientes (P=0,017; OR 1,04; IC 95% 1,01 1,07) estiveram associados de forma independente a uma evolução clínica desfavorável. Foram identificados quatro preditores independentes de aceitação das recomendações: a realização de visitas de seguimento (P<0,001; OR 2,43; IC 95% 1,48 4,01), reforço verbal das recomendações (P=0,001; OR 1,86; IC 95% 1,23 2,81), número de recomendações sugeridas (P=0,001; OR 0,87; IC 95% 0,80 0,94) e idade dos pacientes (P=0,002; OR 0,98; IC 95% 0,96 0,99). Portanto, na presente análise, a não aceitação das recomendações da equipe cardiológica por parte da equipe médica solicitante esteve associada a uma evolução clínica desfavorável dos pacientes envolvidos. A realização de visitas de seguimento, reforço verbal, número limitado de recomendações e a menor idade dos pacientes estiveram associados a uma maior aceitação das recomendações da equipe cardiológica |
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Impacto da interconsulta cardiológica na evolução clínica de pacientes hospitalizadosImpact of cardiology referral on clinical outcomes in hospitalized patientsCardiology service hospitalQualidade da assistência à saúdeQuality of health careReferência e consultaReferral and consultationServiço hospitalar de cardiologiaA interconsulta cardiológica corresponde a uma parcela considerável das atividades assistenciais e de ensino do cardiologista, refletindo gasto extra de tempo e recursos. Apesar disso, essa atividade não tem recebido a devida atenção da literatura, com poucos estudos sobre o tema. O objetivo do presente estudo foi, primariamente, comparar a evolução clínica dos pacientes envolvidos na interconsulta cardiológica que tiveram as recomendações seguidas pela equipe médica solicitante (grupo ACEITADOR) com aqueles em que as recomendações não foram seguidas (grupo NÃO ACEITADOR). De forma secundária, procuramos identificar as variáveis determinantes da aceitação das sugestões da equipe cardiológica. Para isso, foi realizado um estudo observacional envolvendo pacientes internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para os quais foram solicitadas interconsultas cardiológicas, no período de março a setembro de 2008. Os dados referentes às interconsultas foram coletados pelo investigador de maneira prospectiva a partir do prontuário dos pacientes. Dentre as 589 interconsultas selecionadas para o estudo, 271 consistiam em avaliações clínicas e 318 avaliações pré-operatórias. Em relação à taxa de aceitação das recomendações cardiológicas, 77% dos pacientes foram classificados no grupo ACEITADOR e 23% classificados no grupo NÃO ACEITADOR. A análise da evolução clínica demonstrou que, dentre os pacientes do grupo NÃO ACEITADOR, 38,8% evoluíram de forma desfavorável (piora clínica ou óbito) contra 5,4% dos pacientes do grupo ACEITADOR (P<0,0001). Após análise de regressão logística, pertencer ao grupo NÃO ACEITADOR (P<0,001; OR 10,25; IC 95% 4,45 - 23,62) e a idade dos pacientes (P=0,017; OR 1,04; IC 95% 1,01 1,07) estiveram associados de forma independente a uma evolução clínica desfavorável. Foram identificados quatro preditores independentes de aceitação das recomendações: a realização de visitas de seguimento (P<0,001; OR 2,43; IC 95% 1,48 4,01), reforço verbal das recomendações (P=0,001; OR 1,86; IC 95% 1,23 2,81), número de recomendações sugeridas (P=0,001; OR 0,87; IC 95% 0,80 0,94) e idade dos pacientes (P=0,002; OR 0,98; IC 95% 0,96 0,99). Portanto, na presente análise, a não aceitação das recomendações da equipe cardiológica por parte da equipe médica solicitante esteve associada a uma evolução clínica desfavorável dos pacientes envolvidos. A realização de visitas de seguimento, reforço verbal, número limitado de recomendações e a menor idade dos pacientes estiveram associados a uma maior aceitação das recomendações da equipe cardiológicaCardiology referral represents an important part of cardiologist activities, accounting for substantial workload and demanding extra time and resources. Despite the importance of these facts, it has received little attention in the medical literature in the last years. The purpose of this study was to compare the clinical outcome of patients involved in cardiology referral who had the cardiologic recommendations followed by the requesting service (ACCEPTING group) with those whose recommendations were not followed (NON-ACCEPTING group). Secondly, we aimed to determine which of the variables involved in cardiology referral were related to acceptance to consultants recommendations. An observational study was performed at Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, involving cardiology consultations during the months of March 2008 through September 2008. Data regarding consultations were prospectively extracted from the medical records by a physician-researcher. Among the 589 cardiology consultations selected for the study, 271 were clinical evaluations and 318 were preoperative evaluations. Regarding compliance of the referring service in following the recommendations offered by cardiology team, 77% of patients were classified in the ACCEPTING group and 23% in the NON-ACCEPTING group. A clinical outcome analysis was performed and showed that 38,8% of patients allocated to NON-ACCEPTING group had evolved unfavorably (clinical deterioration or death) against 5,4% of patients allocated to accepting group (P<0.0001). After logistic regression analysis, belong to NON-ACCEPTING group (P<0.001; OR 10.25; CI 95% 4.45 23.62) and patients age (P=0.017; OR 1.04; CI 95% 1.01 1.07) were variables independently associated to an unfavorable clinical outcome. The multivariate analysis indentified 4 independent predictors of acceptance to consultants recommendations: follow-up notes in the chart (P<0.001; OR 2.43; CI 95% 1.48 4.01), personal communication (P=0.001; OR 1.86; CI 95% 1.23 2.81), number of recommendations (P=0.001; OR 0.87; CI 95% 0.80 0.94) and patients age (P=0.002; OR 0.98; CI 95% 0.96 0.99). Therefore, in this analysis of cardiology referral, a poorer acceptance of cardiologic recommendations was associated to an unfavorable clinical outcome. Follow-up notes in the chart, personal communication, limited number of recommendations and lower patients age were associated to greater acceptance of cardiologic recommendationsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCaramelli, BrunoMarques, André Coelho2012-03-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-24052012-164128/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:31Zoai:teses.usp.br:tde-24052012-164128Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A interconsulta cardiológica corresponde a uma parcela considerável das atividades assistenciais e de ensino do cardiologista, refletindo gasto extra de tempo e recursos. Apesar disso, essa atividade não tem recebido a devida atenção da literatura, com poucos estudos sobre o tema. O objetivo do presente estudo foi, primariamente, comparar a evolução clínica dos pacientes envolvidos na interconsulta cardiológica que tiveram as recomendações seguidas pela equipe médica solicitante (grupo ACEITADOR) com aqueles em que as recomendações não foram seguidas (grupo NÃO ACEITADOR). De forma secundária, procuramos identificar as variáveis determinantes da aceitação das sugestões da equipe cardiológica. Para isso, foi realizado um estudo observacional envolvendo pacientes internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para os quais foram solicitadas interconsultas cardiológicas, no período de março a setembro de 2008. Os dados referentes às interconsultas foram coletados pelo investigador de maneira prospectiva a partir do prontuário dos pacientes. Dentre as 589 interconsultas selecionadas para o estudo, 271 consistiam em avaliações clínicas e 318 avaliações pré-operatórias. Em relação à taxa de aceitação das recomendações cardiológicas, 77% dos pacientes foram classificados no grupo ACEITADOR e 23% classificados no grupo NÃO ACEITADOR. A análise da evolução clínica demonstrou que, dentre os pacientes do grupo NÃO ACEITADOR, 38,8% evoluíram de forma desfavorável (piora clínica ou óbito) contra 5,4% dos pacientes do grupo ACEITADOR (P<0,0001). Após análise de regressão logística, pertencer ao grupo NÃO ACEITADOR (P<0,001; OR 10,25; IC 95% 4,45 - 23,62) e a idade dos pacientes (P=0,017; OR 1,04; IC 95% 1,01 1,07) estiveram associados de forma independente a uma evolução clínica desfavorável. Foram identificados quatro preditores independentes de aceitação das recomendações: a realização de visitas de seguimento (P<0,001; OR 2,43; IC 95% 1,48 4,01), reforço verbal das recomendações (P=0,001; OR 1,86; IC 95% 1,23 2,81), número de recomendações sugeridas (P=0,001; OR 0,87; IC 95% 0,80 0,94) e idade dos pacientes (P=0,002; OR 0,98; IC 95% 0,96 0,99). Portanto, na presente análise, a não aceitação das recomendações da equipe cardiológica por parte da equipe médica solicitante esteve associada a uma evolução clínica desfavorável dos pacientes envolvidos. A realização de visitas de seguimento, reforço verbal, número limitado de recomendações e a menor idade dos pacientes estiveram associados a uma maior aceitação das recomendações da equipe cardiológica |
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