Estudo dos parâmetros cardiovasculares em mulheres hipertensas, antes e após a menopausa - efeitos da associação do treinamento físico aeróbio com Maleato de Enalapril e Losartan

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Stella Vieira Philbois
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-09092022-091951/
Resumo: A menopausa é resultante da expressiva redução da produção dos hormônios ovarianos que ocorre durante o climatério. Sabe-se que esses hormônios, principalmente os estrogênios, influenciam positivamente a regulação autonômica cardiovascular, inclusive por meio de suas ações sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). No entanto, em mulheres que mesmo antes do climatério apresentam doença cardiovascular, caso da hipertensão arterial sistêmica (HAS), as consequências sobre a regulação autonômica cardiovascular podem ser ainda mais graves. Nesse caso, a prescrição farmacológica, inclusive com drogas com ação sobre o SRAA, associada às mudanças nos hábitos de vida, como a prática regular de exercícios físicos aeróbios, é frequentemente indicada e apresenta resultados hemodinâmicos bastante animadores. Contudo, desconhecemos os efeitos da associação do tratamento farmacológico e treinamento físico aeróbio sobre o controle autonômico cardiovascular dessas mulheres hipertensas, antes e após a menopausa. Objetivos: investigar em mulheres hipertensas, tanto em idade reprodutiva quanto após a menopausa fisiológica, os efeitos do tratamento farmacológico com Maleato de Enalapril e Losartan associados ao treinamento físico aeróbio sobre a hemodinâmica e sobre o controle autonômico cardiovascular. Métodos: 60 mulheres hipertensas e 60 mulheres normotensas sedentárias foram divididas em quatro grupos; grupo pré-climatério (30 - 45 anos; N=30) e grupo pós-menopausa (55 - 65 anos; N=30). Todos os grupos foram submetidos aos seguintes procedimentos experimentais: lipidograma completo; análise antropométrica; avaliação da capacidade cardiopulmonar por meio do teste ergoespirométrico; avaliação do controle autonômico cardiovascular por meio da análise da sensibilidade barorreflexa e da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da pressão arterial (VPA). Adicionalmente, os grupos de mulheres hipertensas (pré-climatério e pós-menopausa) foram submetidas a um protocolo de treinamento físico aeróbio, supervisionado e monitorado por 16 semanas, 3 vezes na semana, com duração de 70 minutos por sessão. Resultados: O controle da pressão arterial (PA) por meio do tratamento farmacológico, não normalizou os parâmetros autonômicos cardiovasculares, quando comparado com as mulheres normotensas, tanto antes quanto após a menopausa. Contudo, o grupo hipertenso pré-climatério apresentou um predomínio do componente autonômico vagal no balanço da modulação autonômica cardíaca. Por outro lado, o treinamento físico aeróbio promoveu efeitos positivos sobre a hemodinâmica reduzindo a PA, frequência cardíaca e aumentando o VO2pico, e sobre a modulação autonômica cardiovascular aumentando parâmetros que representam a modulação vagal sob diferentes métodos de análises da VFC e reduziu as oscilações de LF da VPA. Conclusão: A terapia farmacológica é efetiva no controle da PA, porém não normalizou a modulação autonômica cardiovascular em mulheres hipertensas, tanto antes como após a menopausa. O treinamento físico aeróbio foi importante para reduzir a influência simpática sobre os vasos, e promoveu efeitos positivos sobre a VFC.
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No entanto, em mulheres que mesmo antes do climatério apresentam doença cardiovascular, caso da hipertensão arterial sistêmica (HAS), as consequências sobre a regulação autonômica cardiovascular podem ser ainda mais graves. Nesse caso, a prescrição farmacológica, inclusive com drogas com ação sobre o SRAA, associada às mudanças nos hábitos de vida, como a prática regular de exercícios físicos aeróbios, é frequentemente indicada e apresenta resultados hemodinâmicos bastante animadores. Contudo, desconhecemos os efeitos da associação do tratamento farmacológico e treinamento físico aeróbio sobre o controle autonômico cardiovascular dessas mulheres hipertensas, antes e após a menopausa. Objetivos: investigar em mulheres hipertensas, tanto em idade reprodutiva quanto após a menopausa fisiológica, os efeitos do tratamento farmacológico com Maleato de Enalapril e Losartan associados ao treinamento físico aeróbio sobre a hemodinâmica e sobre o controle autonômico cardiovascular. Métodos: 60 mulheres hipertensas e 60 mulheres normotensas sedentárias foram divididas em quatro grupos; grupo pré-climatério (30 - 45 anos; N=30) e grupo pós-menopausa (55 - 65 anos; N=30). Todos os grupos foram submetidos aos seguintes procedimentos experimentais: lipidograma completo; análise antropométrica; avaliação da capacidade cardiopulmonar por meio do teste ergoespirométrico; avaliação do controle autonômico cardiovascular por meio da análise da sensibilidade barorreflexa e da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da pressão arterial (VPA). Adicionalmente, os grupos de mulheres hipertensas (pré-climatério e pós-menopausa) foram submetidas a um protocolo de treinamento físico aeróbio, supervisionado e monitorado por 16 semanas, 3 vezes na semana, com duração de 70 minutos por sessão. Resultados: O controle da pressão arterial (PA) por meio do tratamento farmacológico, não normalizou os parâmetros autonômicos cardiovasculares, quando comparado com as mulheres normotensas, tanto antes quanto após a menopausa. Contudo, o grupo hipertenso pré-climatério apresentou um predomínio do componente autonômico vagal no balanço da modulação autonômica cardíaca. Por outro lado, o treinamento físico aeróbio promoveu efeitos positivos sobre a hemodinâmica reduzindo a PA, frequência cardíaca e aumentando o VO2pico, e sobre a modulação autonômica cardiovascular aumentando parâmetros que representam a modulação vagal sob diferentes métodos de análises da VFC e reduziu as oscilações de LF da VPA. Conclusão: A terapia farmacológica é efetiva no controle da PA, porém não normalizou a modulação autonômica cardiovascular em mulheres hipertensas, tanto antes como após a menopausa. O treinamento físico aeróbio foi importante para reduzir a influência simpática sobre os vasos, e promoveu efeitos positivos sobre a VFC.Menopause results from the significant reduction in the ovarian hormones production that occurs during the climacteric. These hormones, especially estrogens, are known to positively influence cardiovascular autonomic regulation, including through their actions on the renin-angiotensin-aldosterone system (RAAS). However, in women who even before the climacteric have cardiovascular disease, in the case of systemic arterial hypertension (SAH), the consequences on cardiovascular autonomic regulation can be even more serious. In this case, the pharmacological prescription, including drugs with action on the RAAS, associated with changes in lifestyle, such as the regular practice of aerobic physical exercises, is often indicated and presents very encouraging hemodynamic results. However, we are not aware of the effects of the association of pharmacological treatment and aerobic physical training on the cardiovascular autonomic control of these hypertensive women, before and after menopause. Aim: to investigate in women with SAH, both at reproductive age and after physiological menopause, the effects of pharmacological treatment with Enalapril Maleate and Losartan associated with aerobic physical training on hemodynamics and cardiovascular autonomic control. Methods: 60 hypertensive women and 60 normotensive sedentary women were divided into four groups; pre-climacteric group (30 - 45 years; N=30) and post-menopausal group (55 - 65 years; N=30). All groups underwent the following experimental procedures: co lipid profile dosage; anthropometric analysis; assessment of cardiopulmonary capacity through the ergospirometric test; assessment of cardiovascular autonomic control by analyzing baroreflex sensitivity and heart rate (HRV) and blood pressure (BPV) variability. Additionally, the groups of women with SAH (pre-climacteric and post-menopausal) underwent a protocol of aerobic physical training, supervised, and monitored for 16 weeks, 3 times a week, lasting 70 minutes per session. Results: Blood pressure (BP) control through pharmacological treatment did not normalize cardiovascular autonomic parameters, when compared with normotensive women, both before and after menopause. However, the pre-climacteric hypertensive group showed a predominance of the vagal autonomic component in the balance of cardiac autonomic modulation. Aerobic physical training promoted positive effects on hemodynamics by reducing BP, heart rate and increasing VO2peak, and on cardiovascular autonomic modulation by increasing parameters that represent vagal modulation under different methods of HRV analysis and reducing LF of the BPV. Conclusion: Pharmacological therapy is effective in controlling BP, but it did not normalize cardiovascular autonomic modulation in women with SAH, both before and after menopause. Aerobic physical training was important to reduce the sympathetic influence on the vessels and promoted positive effects on HRV.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Hugo Celso Dutra deDuarte, Stella Vieira Philbois2022-06-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-09092022-091951/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-10-06T14:53:43Zoai:teses.usp.br:tde-09092022-091951Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-10-06T14:53:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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