Restauração da Mata Atlântica em antigas unidades de produção florestal com Eucalyptus saligna Smith. no Parque das Neblinas, Bertioga, SP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Onofre, Felipe Ferreira
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-18052009-161340/
Resumo: Durante muitas décadas, extensas áreas de florestas nativas têm sido sistematicamente destruídas no Brasil, muitas delas dando lugar a plantações florestais para fins industriais. A adequação à legislação ambiental recente, no que se refere à manutenção de áreas de preservação permanente e de reservas legais, passou a gerar a necessidade de reversão de áreas ocupadas com plantios comerciais para florestas nativas. Este trabalho teve como objetivo estudar a efetividade de técnicas para acelerar a regeneração natural da vegetação nativa em talhões de Eucalyptus saligna abandonados. O estudo foi realizado em áreas pertencentes à Suzano Papel e Celulose, onde foi criado o Parque das Neblinas, município de Bertioga, SP. A área experimental foi instalada em um talhão de terceira rotação com 45 ha, manejado anteriormente em ciclos de corte de sete anos. O experimento foi em blocos ao acaso com seis tratamentos e quatro repetições: T1=controle, T2-T5=redução de 25, 50, 75 e 100% da área basal, respectivamente, através de envenenamento com glyphosate; T6=corte raso. Cada parcela apresentou 20 m x 40 m. Inicialmente foi realizado um inventário da população de Eucalyptus saligna, bem como o levantamento fitossociológico de toda a regeneração natural existente acima de 1,30 m de altura. Foram mensurados 1.417 indivíduos de Eucalyptus saligna, com densidade absoluta de 738,02 ind/ha e área basal de 22,68 m²/ha. O método utilizado para morte em pé dos eucalitpos se mostrou eficiente. No conjunto dos 5.863 indivíduos amostrados da vegetação nativa, foram identificadas 135 espécies, pertencentes a 77 gêneros e a 39 famílias. A densidade total estimada foi de 1.035,41 indivíduos/ha e a área basal de 6,39 m²/ha, para a classe de indivíduos da regeneração natural com DAP 5 cm e de 3.864,58 indivíduos/ha e área basal de 3,25 m²/ ha, para regeneração natural com DAP < 5 cm e maior que 1,30 m de altura. Não houve efeito significativo dos tratamentos a 5% de probabilidade para as variáveis estruturais. Entretanto, o estudo da riqueza de espécies corrigida (correção feita usando-se o índice de Fisher) para a regeneração com DAP 5 cm revelou um decréscimo nas parcelas testemunha entre as fases inicial e final e um aumento deste índice para os demais tratamentos. Além disso, a variação percentual do índice de diversidade de Shannon (H) entre as épocas inicial e final apresentou diferenças significativas entre tratamentos e blocos, sendo que o T3 propiciou significativamente os maiores aumentos da diversidade de espécies (H). Embora não tenha havido efeito do tratamento na área basal da regeneração natural, houve uma correlação linear negativa desta variável com a área basal do eucalipto. O resultado indica uma tendência de aumento de área basal da vegetação nativa com DAP 5 cm à medida que se reduz a área basal do eucalipto. As análises mostraram que o T3 (redução de 50% da área basal do eucalipto através de morte em pé das árvores) propiciou os melhores resultados para densidade, área basal e riqueza de espécies para as duas classes de regeneração natural, após 40 meses.
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Este trabalho teve como objetivo estudar a efetividade de técnicas para acelerar a regeneração natural da vegetação nativa em talhões de Eucalyptus saligna abandonados. O estudo foi realizado em áreas pertencentes à Suzano Papel e Celulose, onde foi criado o Parque das Neblinas, município de Bertioga, SP. A área experimental foi instalada em um talhão de terceira rotação com 45 ha, manejado anteriormente em ciclos de corte de sete anos. O experimento foi em blocos ao acaso com seis tratamentos e quatro repetições: T1=controle, T2-T5=redução de 25, 50, 75 e 100% da área basal, respectivamente, através de envenenamento com glyphosate; T6=corte raso. Cada parcela apresentou 20 m x 40 m. Inicialmente foi realizado um inventário da população de Eucalyptus saligna, bem como o levantamento fitossociológico de toda a regeneração natural existente acima de 1,30 m de altura. Foram mensurados 1.417 indivíduos de Eucalyptus saligna, com densidade absoluta de 738,02 ind/ha e área basal de 22,68 m²/ha. O método utilizado para morte em pé dos eucalitpos se mostrou eficiente. No conjunto dos 5.863 indivíduos amostrados da vegetação nativa, foram identificadas 135 espécies, pertencentes a 77 gêneros e a 39 famílias. A densidade total estimada foi de 1.035,41 indivíduos/ha e a área basal de 6,39 m²/ha, para a classe de indivíduos da regeneração natural com DAP 5 cm e de 3.864,58 indivíduos/ha e área basal de 3,25 m²/ ha, para regeneração natural com DAP < 5 cm e maior que 1,30 m de altura. Não houve efeito significativo dos tratamentos a 5% de probabilidade para as variáveis estruturais. Entretanto, o estudo da riqueza de espécies corrigida (correção feita usando-se o índice de Fisher) para a regeneração com DAP 5 cm revelou um decréscimo nas parcelas testemunha entre as fases inicial e final e um aumento deste índice para os demais tratamentos. Além disso, a variação percentual do índice de diversidade de Shannon (H) entre as épocas inicial e final apresentou diferenças significativas entre tratamentos e blocos, sendo que o T3 propiciou significativamente os maiores aumentos da diversidade de espécies (H). Embora não tenha havido efeito do tratamento na área basal da regeneração natural, houve uma correlação linear negativa desta variável com a área basal do eucalipto. O resultado indica uma tendência de aumento de área basal da vegetação nativa com DAP 5 cm à medida que se reduz a área basal do eucalipto. As análises mostraram que o T3 (redução de 50% da área basal do eucalipto através de morte em pé das árvores) propiciou os melhores resultados para densidade, área basal e riqueza de espécies para as duas classes de regeneração natural, após 40 meses.For decades, large areas of native forests have been and still systematically destroyed in Brazil, many of them leading to forest plantations stands for industrial purposes. The adequacy to the recent environmental legislation regarding the maintenance of permanent preservation areas and legal reserves required reversing the areas occupied with commercial plantations into native forests. This study aimed at verifying the effect of techniques to accelerate the natural regeneration of native vegetation in abandoned production stands of Eucalyptus saligna. The study was conducted in areas belonging to the Suzano Papel e Celulose, at Parque das Neblinas, Bertioga, SP. The experiment was set up in a commercial Eucalyptus saligna stand with 45 ha, third rotation, previously managed in seven-year cutting cycles. The experimental design was in randomized blocks with six treatments and four replications. The treatments were: T1= control; T2-T5= reduction of 25, 50, 75 and 100% of basal area, respectively, through girdling and poisoning and T6= clearcut. Each plot had 20 x 40 meters. An inventory on the Eucalyptus saligna population was performed, as well as a phytosociological survey of the entire natural regeneration over 1.3 m in height 1,417 individuals of Eucalyptus saligna were measured and showed an absolute density of 738.02 ind/ha and 22.68 m²/ha basal area. As to the treatment applied (T2-T5) to the eucalyptus individuals, the method was proved efficient. We sampled 5,863 individuals of native vegetation belonging to 135 species of 77 genera and 39 families. The total density estimated was 1,035.41 individuals/ha and the basal area was 6.39 m²/ha for the DBH 5 cm class and 3,864.58 individuals/ha and basal area of 3.25 m²/ ha for the natural regeneration with DBH < 5 cm. There was no significant effect of the treatments at a 5% probability level for the variables studied. Although, the richness analysis corrected (correction through the Fishers index) for the DBH 5 cm class showed decrease in the control plots between the initial and final phases, and an increase in the richness of the remaining treatments. In addition, the percent variation of the Shannons diversity index between the initial and final times had a significant effect for treatments and blocks, being the T3 showed significant increase in species diversity (H). Although no significant effect was observed for the basal area, a negative linear correlation of this variable with the eucalypt basal area was observed. The result points to a trend of increase in the basal area of the native vegetation with DBH > 5 cm as the eucalypt basal area is reduced. T3 (50 % reduction of the eucalypt basal area by poisoning) showed best results for density, basal area and species richness of for both natural regeneration classes after 40 months.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPEngel, Vera LexOnofre, Felipe Ferreira2009-04-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-18052009-161340/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:59Zoai:teses.usp.br:tde-18052009-161340Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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