Mortalidade infantil por sífilis congênita na Região Metropolitana de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ana Beatriz Machado de Almeida
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.6.2020.tde-17022021-200547
Resumo: Introdução - A sífilis congênita (SC) é o resultado da transmissão vertical da bactéria Treponema pallidum da gestante infectada, não tratada ou tratada inadequadamente durante o pré-natal, para seu concepto. É uma importante causa de mortalidade infantil evitável através de adequada atenção à mulher na gestação. Objetivo - Analisar a qualidade da informação dos óbitos menores de um ano com menção de SC (códigos da CID-10 de A50.0 a A50.9) na Declaração de Óbito (DO) e as características das mães e dos óbitos na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), no período 2010-2017. Métodos - Estudo observacional, descritivo, baseado na vinculação de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foram consideradas todas as DO com menção de SC em qualquer das linhas do atestado, de mães residentes na RMSP, entre 2010-2017. Os óbitos foram vinculados aos nascidos vivos por linkage determinístico. Para avaliar a qualidade dos dados, foi analisada a completude das variáveis e a concordância entre as bases do SIM e do SINASC. Para analisar a evolução foi calculada a taxa de mortalidade infantil com menção de SC por 100.000 nascidos vivos, por ano. As características sociodemográficas das mães, histórico gestacional e dos óbitos foram analisadas por meio de frequências e proporções, a partir das variáveis do SINASC. Resultados - Foram encontrados 134 óbitos, menores de um ano, com menção de SC. Na primeira etapa do linkage foram pareados 96 óbitos (71,6%) e na segunda 36 (26,9%). Dois óbitos (1,5%) foram excluídos. Dos 132 óbitos, 87,1% ocorreram no período neonatal, nos quais 67 a SC foi considerada como causa básica. Os demais tiveram como causa básica códigos dos capítulos Algumas Afecções do Período Perinatal (38,6%) e Malformações Congênitas (6,1%). Ao longo do tempo, a taxa de mortalidade infantil por SC aumentou 16,3% ao ano. A vinculação de dados aumentou a qualidade da informação através do maior preenchimento das variáveis. As mães são predominantemente jovens (60,6%), com 8-11 anos de estudo (64,4%), de cor preta/parda (62,9%), sem companheiro (70,5%). O pré-natal teve início tardio para 28,1% das mães e metade realizaram 0-3 consultas. Predominaram óbitos pré-termos (81,1%) e com baixo peso ao nascer (84,1%). Conclusões: Ao longo dos anos houve aumento na taxa de mortalidade infantil por SC na RMSP. É necessário analisar todas as causas preenchidas na DO, pois nem sempre a SC é selecionada como causa básica de morte. A vinculação do SIM e do SINASC melhorou a qualidade da informação aumentando a completude das variáveis. A SC foi mais frequente em populações mais vulneráveis (jovens, de cor preta/parda e sem companheiro). Muitas gestantes tiveram acesso ao pré-natal, o que indica perda de oportunidade de diagnóstico e tratamento adequado da gestante.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Mortalidade infantil por sífilis congênita na Região Metropolitana de São Paulo Infant mortality from congenital syphilis in the Metropolitan Region of Sao Paulo 2020-11-30Zilda Pereira da SilvaCassia Maria BuchallaGerusa Maria FigueiredoCarla Gianna LuppiAna Beatriz Machado de AlmeidaUniversidade de São PauloSaúde PúblicaUSPBR Infant Mortality Information System Mortalidade Infantil Sífilis Congênita Sistemas de Informação Syphilis Congenital Introdução - A sífilis congênita (SC) é o resultado da transmissão vertical da bactéria Treponema pallidum da gestante infectada, não tratada ou tratada inadequadamente durante o pré-natal, para seu concepto. É uma importante causa de mortalidade infantil evitável através de adequada atenção à mulher na gestação. Objetivo - Analisar a qualidade da informação dos óbitos menores de um ano com menção de SC (códigos da CID-10 de A50.0 a A50.9) na Declaração de Óbito (DO) e as características das mães e dos óbitos na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), no período 2010-2017. Métodos - Estudo observacional, descritivo, baseado na vinculação de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foram consideradas todas as DO com menção de SC em qualquer das linhas do atestado, de mães residentes na RMSP, entre 2010-2017. Os óbitos foram vinculados aos nascidos vivos por linkage determinístico. Para avaliar a qualidade dos dados, foi analisada a completude das variáveis e a concordância entre as bases do SIM e do SINASC. Para analisar a evolução foi calculada a taxa de mortalidade infantil com menção de SC por 100.000 nascidos vivos, por ano. As características sociodemográficas das mães, histórico gestacional e dos óbitos foram analisadas por meio de frequências e proporções, a partir das variáveis do SINASC. Resultados - Foram encontrados 134 óbitos, menores de um ano, com menção de SC. Na primeira etapa do linkage foram pareados 96 óbitos (71,6%) e na segunda 36 (26,9%). Dois óbitos (1,5%) foram excluídos. Dos 132 óbitos, 87,1% ocorreram no período neonatal, nos quais 67 a SC foi considerada como causa básica. Os demais tiveram como causa básica códigos dos capítulos Algumas Afecções do Período Perinatal (38,6%) e Malformações Congênitas (6,1%). Ao longo do tempo, a taxa de mortalidade infantil por SC aumentou 16,3% ao ano. A vinculação de dados aumentou a qualidade da informação através do maior preenchimento das variáveis. As mães são predominantemente jovens (60,6%), com 8-11 anos de estudo (64,4%), de cor preta/parda (62,9%), sem companheiro (70,5%). O pré-natal teve início tardio para 28,1% das mães e metade realizaram 0-3 consultas. Predominaram óbitos pré-termos (81,1%) e com baixo peso ao nascer (84,1%). Conclusões: Ao longo dos anos houve aumento na taxa de mortalidade infantil por SC na RMSP. É necessário analisar todas as causas preenchidas na DO, pois nem sempre a SC é selecionada como causa básica de morte. A vinculação do SIM e do SINASC melhorou a qualidade da informação aumentando a completude das variáveis. A SC foi mais frequente em populações mais vulneráveis (jovens, de cor preta/parda e sem companheiro). Muitas gestantes tiveram acesso ao pré-natal, o que indica perda de oportunidade de diagnóstico e tratamento adequado da gestante. Introduction - Congenital syphilis (CS) is the result of vertical transmission of the bacterium Treponema pallidum from an infected pregnant woman, untreated or improperly treated during prenatal care, to her fetus. It is an important cause of preventable infant mortality through adequate care for women during pregnancy. Objective - To analyze the quality of information on infant deaths with a mention of CS (IDC-10 codes from A50.0 to A50.9) in the Death Certificate (DC) and the characteristics of mothers and deaths in the Metropolitan Region of São Paulo (MRSP), in the period 2010-2017. Methods - Observational, descriptive study, based on linking data from the Mortality Information System (SIM) and the Live Birth Information System (SINASC). All DC with a mention of CS were considered in any of the lines of the certificate, of mothers residing in the MRSP, between 2010-2017. Deaths were linked to live births by deterministic linkage. To assess the quality of the data, the completeness of the variables and the agreement between the SIM and SINASC bases were analyzed. To analyze the evolution, the infant mortality rate with mention of CS per 100,000 live births was calculated per year. The mothers\' sociodemographic characteristics, gestational history and deaths were analyzed using frequencies and proportions, based on SINASC variables. Results - Were found 134 deaths, under one year old, with mention of CS. In the first stage of the linkage, 96 deaths (71.6%) were paired and in the second 36 (26.9%). Two deaths (1.5%) were excluded. Of the 132 deaths, 87.1% occurred in the neonatal period, in which 67 SC was considered a underlying cause. The others had a underlying cause codes of the chapters Some Conditions of the Perinatal Period (38.6%) and Congenital Malformations (6.1%). Over time, the infant mortality from CS increased 16.3% per year. Linkage increased the quality of the information through the greater filling of the variables. The mothers are predominantly young (60.6%), with 8-11 years of study (64.4%), black/brown (62.9%), without a partner (70.5%). Prenatal care started late for 28.1% of mothers and half had 0-3 consultations. Pre-term deaths (81.1%) and low birth weight (84.1%) predominated. Conclusion - Over the years there has been an increase in the infant mortality from CS in the MRSP. It is necessary to analyze all the causes filled out in the DC, as CS is not always selected as the underlying cause of death. The linking of SIM and SINASC improved the quality of information, increasing the completeness of the variables. CS was more frequent in more vulnerable populations (young, black/brown and without a partner). Many pregnant women had access to prenatal care, which indicates loss of opportunity for diagnosis and adequate treatment of the pregnant woman. https://doi.org/10.11606/D.6.2020.tde-17022021-200547info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:10:26Zoai:teses.usp.br:tde-17022021-200547Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:47:07.517328Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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