Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Ed Carlos Santos e
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-11012016-112208/
Resumo: O soro anti-elapidico brasileiro é produzido com uma mistura de veneno de Micrurus frontalis e de M. corallinus. Estudos indicam que o soro resultante não neutraliza o veneno de algumas espécies de Micrurus. Além disso, o baixo rendimento de veneno e as dificuldades de manutenção destas serpentes em cativeiro dificultam a produção de soro. Assim, um método alternativo para a produção deste soro seria de grande valor. Estudos têm mostrado que os venenos de elapideos brasileiros contêm toxinas com um elevado grau de homologia com as de suas congêneres australianas. O presente trabalho teve como objetivo comparar inicialmente o soro brasileiro e o australiano frente ao veneno de Micrurus frontalis e M. lemniscatus. A reatividade cruzada foi testada por Western-blot e ELISA com veneno de Micrurus frontalis e a capacidade neutralizante por soroneutralização com venenos de M. frontalis, M. lemniscatus, e em parceiria com venenos de M. corallinus, M. altirostris, M. spixii, M. ibiboboca, M. fulvius, M. pyrrhocryptus , M. nigrocinctus, em camundongos. Os dados obtidos indicam nível elevado de reatividade e neutralização cruzada entre os soros. Também comparamos a imunogenicidade do veneno nativo ou irradiado, não observando diferenças nos níveis de anticorpos obtidos. As serpentes australianas utilizadas para a produção de soro são mais fáceis de manusear e produzem maiores quantidades de venenos do que as corais brasileiras. Concluímos que um soro produzido com o veneno de serpentes australianas neutraliza a atividade tóxica das Micrurus estudadas, incluindo espécies que o soro nacional não neutraliza. Assim, o uso de venenos da Austrália como imunógeno constitui alternativa viável para sanar a carência do soro nacional.
id USP_d704ec2b61247dfec28273a047d8585f
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-11012016-112208
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídicoAustralian snake venoms as a potencial alternative for anti-elapidic serum productionElapidaeElapidaeirradiaçãoirradiationserumserumneutralizationsorosoroneutralizaçãovenenovenomO soro anti-elapidico brasileiro é produzido com uma mistura de veneno de Micrurus frontalis e de M. corallinus. Estudos indicam que o soro resultante não neutraliza o veneno de algumas espécies de Micrurus. Além disso, o baixo rendimento de veneno e as dificuldades de manutenção destas serpentes em cativeiro dificultam a produção de soro. Assim, um método alternativo para a produção deste soro seria de grande valor. Estudos têm mostrado que os venenos de elapideos brasileiros contêm toxinas com um elevado grau de homologia com as de suas congêneres australianas. O presente trabalho teve como objetivo comparar inicialmente o soro brasileiro e o australiano frente ao veneno de Micrurus frontalis e M. lemniscatus. A reatividade cruzada foi testada por Western-blot e ELISA com veneno de Micrurus frontalis e a capacidade neutralizante por soroneutralização com venenos de M. frontalis, M. lemniscatus, e em parceiria com venenos de M. corallinus, M. altirostris, M. spixii, M. ibiboboca, M. fulvius, M. pyrrhocryptus , M. nigrocinctus, em camundongos. Os dados obtidos indicam nível elevado de reatividade e neutralização cruzada entre os soros. Também comparamos a imunogenicidade do veneno nativo ou irradiado, não observando diferenças nos níveis de anticorpos obtidos. As serpentes australianas utilizadas para a produção de soro são mais fáceis de manusear e produzem maiores quantidades de venenos do que as corais brasileiras. Concluímos que um soro produzido com o veneno de serpentes australianas neutraliza a atividade tóxica das Micrurus estudadas, incluindo espécies que o soro nacional não neutraliza. Assim, o uso de venenos da Austrália como imunógeno constitui alternativa viável para sanar a carência do soro nacional.The Brazilian coral snake antivenom is produced using a mixture of Micrurus corallinus and M. frontalis venom. Several studies have shown that this serum does not neutralize the venom of some species. Furthermore, the low venom yields and the difficulties of keeping coral snakes in captivity impair antivenom production. Althought belonging to different species, coral snakes and Australian elapids share many homologous toxins in their venom. The present work aimed to compare the Brazilian and Australian antivenoms against Micrurus venom. Cross- reactivity was assayed by Western blot and ELISA, while cross-neutralization was tested in mice. Both tipes of assays indicate high levels of cross-reactivity and neutralization. We also tested the immunogenicity of native or radiation-attenuated venom and no significant difference in antibody levels was observed. The Australian snakes used for antivenom production are much easier to breed and produce higher amounts of venom that their Brazilian relatives. From this study, we conclude that a serum produced using Australian venoms neutralizes the toxicity of coral snakes venoms, including several venoms which are not neutralized by the Brazilian antivenom. Thus, the use of Australian venoms as an immunogen might solve the bottleneck of coral snake antivenom production.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSpencer, Patrick JackSilva, Ed Carlos Santos e2015-10-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-11012016-112208/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-11012016-112208Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídico
Australian snake venoms as a potencial alternative for anti-elapidic serum production
title Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídico
spellingShingle Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídico
Silva, Ed Carlos Santos e
Elapidae
Elapidae
irradiação
irradiation
serum
serumneutralization
soro
soroneutralização
veneno
venom
title_short Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídico
title_full Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídico
title_fullStr Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídico
title_full_unstemmed Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídico
title_sort Uso de venenos de serpentes australianas como potencial alternativa para a produção de soro anti-elapídico
author Silva, Ed Carlos Santos e
author_facet Silva, Ed Carlos Santos e
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Spencer, Patrick Jack
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Ed Carlos Santos e
dc.subject.por.fl_str_mv Elapidae
Elapidae
irradiação
irradiation
serum
serumneutralization
soro
soroneutralização
veneno
venom
topic Elapidae
Elapidae
irradiação
irradiation
serum
serumneutralization
soro
soroneutralização
veneno
venom
description O soro anti-elapidico brasileiro é produzido com uma mistura de veneno de Micrurus frontalis e de M. corallinus. Estudos indicam que o soro resultante não neutraliza o veneno de algumas espécies de Micrurus. Além disso, o baixo rendimento de veneno e as dificuldades de manutenção destas serpentes em cativeiro dificultam a produção de soro. Assim, um método alternativo para a produção deste soro seria de grande valor. Estudos têm mostrado que os venenos de elapideos brasileiros contêm toxinas com um elevado grau de homologia com as de suas congêneres australianas. O presente trabalho teve como objetivo comparar inicialmente o soro brasileiro e o australiano frente ao veneno de Micrurus frontalis e M. lemniscatus. A reatividade cruzada foi testada por Western-blot e ELISA com veneno de Micrurus frontalis e a capacidade neutralizante por soroneutralização com venenos de M. frontalis, M. lemniscatus, e em parceiria com venenos de M. corallinus, M. altirostris, M. spixii, M. ibiboboca, M. fulvius, M. pyrrhocryptus , M. nigrocinctus, em camundongos. Os dados obtidos indicam nível elevado de reatividade e neutralização cruzada entre os soros. Também comparamos a imunogenicidade do veneno nativo ou irradiado, não observando diferenças nos níveis de anticorpos obtidos. As serpentes australianas utilizadas para a produção de soro são mais fáceis de manusear e produzem maiores quantidades de venenos do que as corais brasileiras. Concluímos que um soro produzido com o veneno de serpentes australianas neutraliza a atividade tóxica das Micrurus estudadas, incluindo espécies que o soro nacional não neutraliza. Assim, o uso de venenos da Austrália como imunógeno constitui alternativa viável para sanar a carência do soro nacional.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-10-16
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-11012016-112208/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-11012016-112208/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090601945137152