Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ulbrich, Mabel Norma Costas
Data de Publicação: 1984
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-14102014-092805/
Resumo: Os nefelina sienitos do distrito alcalino de Poços de Caldas, MG-SP afloram principalmente na parte setentrional e central do maciço, onde constituem corpos discretos de colocação rasa. Mudanças na textura e mineralogia das rochas, como também na estrutura dos corpos, permitem a distinção de vários tipos faciológicos. Os minerais mais abundantes dessas rochas são feldspato potássico e nefelina, acompanhados por quantidades variáveis de piroxênio sódico, e às vezes, por biotita ou anfibólio arfvedsonítico. Os minerais acessórios variam nos diferentes corpos; em alguns acha-se presente uma mineralogia de rochas agpaíticas, com silicatos de metais raros (principalmente eudialita), enquanto que outros são portadores de minerais típicos de rochas miasquíticas, tais como, titanita, biotita opacos e fluorita. A petrografia permite definir o caráter agpaítico ou miasquítico das rochas, cujas evoluções diferentes explicam algumas particularidades químicas dos minerais, especialmente dos máficos. O estudo detalhado do quimismo dos minerais mais importantes fornece elementos para interpretações petrológicas mais abrangentes. Os feldspatos potássicos são geralmente ricos em Or e de estado estrutural variável nos diferentes fácies petrográficos. Na maioria dos casos coexistem microclínio de alta triclinicidade com estados menos ordenados nos mesmos cristais de feldspato, ou em diferentes cristais da mesma amostra. Esta feição, somada à presença de microclínio máximo como único estado estrutural em aguns fácies, sugere ordenamento estrutural submagmático controlado pela natureza peralcalina dos magmas e/ou soluções tardias. A nefelinas são \"meio-potássicas\"; nas rochas de granulação fina a média apresentam teores elevados de excesso de sílica, indicando temperaturas de cristalização superiores a 700°C ou mesmo 800°C nas rochas miasquíticas e de aproximadamente 600°C nas agpaíticas. As nefelinas de rochas ) de granulação grossa concentram-se quimicamente no \"campo de convergência de Morozewicz-Buerger\", correspondente a temperaturas menores de 500 °C, sugerindo provável reequilíbrio submagmático. Os piroxênios variam de egirina-augitas a eriginas. Em alguns fácies minasquíticos nota-se a presença de zoneamento contínuo de soda-augitas \'SETA\' egirina-augitas \'SETA\' egirinas. As biotitas exibem variações químicas marcantes, passando de ricas em Mg (biotitas iniciais) a portadora de teores elevados de annita; na maioria dos casos são manganesíferas. O único anfibólio presente corresponde a uma magnésio arfvedsonita manganesífera rica em F e cuja temperatura mínima de cristalização é estimada em 500-540° C. No maciço alcalino distinguem-se vários fácies petrográficos, existindo, porém, poucos tipos de magma. Tentativamente, sugerem-se apenas dois, o miasquítico e o agpaítico. Estes magmas invadem rochas supracrustais de cobertura (em parte piroclásticas) e tinguaíticos cogenéticos, cristalizando-se a profundidade de poucos quilômetros, e provavelmente em câmaras fechadas. A ausência de enigmatita e faialita entre os minerais máficos das rochas menos agpaíticas indica que em geral os magmas cristalizaram sob condições de \'f IND. O2\' superiores às do \"buffer\" FMQ.
id USP_d716bd302ebff449c8f46956ecfc5e54
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-14102014-092805
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.Not available.Minas GeraisMineralogiaNot available.PetrologiaOs nefelina sienitos do distrito alcalino de Poços de Caldas, MG-SP afloram principalmente na parte setentrional e central do maciço, onde constituem corpos discretos de colocação rasa. Mudanças na textura e mineralogia das rochas, como também na estrutura dos corpos, permitem a distinção de vários tipos faciológicos. Os minerais mais abundantes dessas rochas são feldspato potássico e nefelina, acompanhados por quantidades variáveis de piroxênio sódico, e às vezes, por biotita ou anfibólio arfvedsonítico. Os minerais acessórios variam nos diferentes corpos; em alguns acha-se presente uma mineralogia de rochas agpaíticas, com silicatos de metais raros (principalmente eudialita), enquanto que outros são portadores de minerais típicos de rochas miasquíticas, tais como, titanita, biotita opacos e fluorita. A petrografia permite definir o caráter agpaítico ou miasquítico das rochas, cujas evoluções diferentes explicam algumas particularidades químicas dos minerais, especialmente dos máficos. O estudo detalhado do quimismo dos minerais mais importantes fornece elementos para interpretações petrológicas mais abrangentes. Os feldspatos potássicos são geralmente ricos em Or e de estado estrutural variável nos diferentes fácies petrográficos. Na maioria dos casos coexistem microclínio de alta triclinicidade com estados menos ordenados nos mesmos cristais de feldspato, ou em diferentes cristais da mesma amostra. Esta feição, somada à presença de microclínio máximo como único estado estrutural em aguns fácies, sugere ordenamento estrutural submagmático controlado pela natureza peralcalina dos magmas e/ou soluções tardias. A nefelinas são \"meio-potássicas\"; nas rochas de granulação fina a média apresentam teores elevados de excesso de sílica, indicando temperaturas de cristalização superiores a 700°C ou mesmo 800°C nas rochas miasquíticas e de aproximadamente 600°C nas agpaíticas. As nefelinas de rochas ) de granulação grossa concentram-se quimicamente no \"campo de convergência de Morozewicz-Buerger\", correspondente a temperaturas menores de 500 °C, sugerindo provável reequilíbrio submagmático. Os piroxênios variam de egirina-augitas a eriginas. Em alguns fácies minasquíticos nota-se a presença de zoneamento contínuo de soda-augitas \'SETA\' egirina-augitas \'SETA\' egirinas. As biotitas exibem variações químicas marcantes, passando de ricas em Mg (biotitas iniciais) a portadora de teores elevados de annita; na maioria dos casos são manganesíferas. O único anfibólio presente corresponde a uma magnésio arfvedsonita manganesífera rica em F e cuja temperatura mínima de cristalização é estimada em 500-540° C. No maciço alcalino distinguem-se vários fácies petrográficos, existindo, porém, poucos tipos de magma. Tentativamente, sugerem-se apenas dois, o miasquítico e o agpaítico. Estes magmas invadem rochas supracrustais de cobertura (em parte piroclásticas) e tinguaíticos cogenéticos, cristalizando-se a profundidade de poucos quilômetros, e provavelmente em câmaras fechadas. A ausência de enigmatita e faialita entre os minerais máficos das rochas menos agpaíticas indica que em geral os magmas cristalizaram sob condições de \'f IND. O2\' superiores às do \"buffer\" FMQ.Nepheline syenites in the Poços de Caldas alkaline district crop out mainly in the northern half of the nassif as discrete bodies that were emplaced at shallow depths. Several facies types can be identified in the field based on slight tex tural and mineralogical variations. The mai-n rock-forming minerals are potash feldspar and nepheline, with variable but usually subordinate amounts sodic pyroxene and, occasionally, biotite or arfvedsonite as well. Accessory minerals vary according to rock type: agpaitic nepheline syenite are characterized by rare-metal silicates (mainly eudialite), while miaskitic varieties exhibit sphene, fluorite, and ores. Some variations in mineral chemistïy, especially in pyroxenes, are best explained as differences inherited from the miaskitic or agpaitic parent magmas. Trends in magmatic evolution can best be followed by detailed studies of mineral chemistry. Potash feldspars in these rocks are usually Or-rich, with variable structural states in the different petrographic facies. Highly ordered microcline coexists with less ordered feldspars, sometimes in the same grain, whereas in other facies only maximum microcline is found. These features suggest late-magmatic or submagmatic re- equilibration, directly controlled by the peralkaline Character of the magma or its residual solutions. Nephelinas are of the \"mediopotassic\" variety; large amounts of excess silica are exhibited by nephelines in fine-grained nepheline syenites, indicating true magmatic crystallization temperatures of about 700°C to more than 800°C in miaskitic types and about 600°C in agpaitic types. Compositions of nephelines from coarser rocks cluster within the \"Morozewicz - Buerger convergence field\" evidencing temperatures of 500° or less, thus suggesting subsolidus re-equilibration. Pyroxenes vary from aegirine-augites to aegirines. In some miaskitic facies, continuous zoning from soda augite to aegirine-augite to aegirine is observed. Biotites range from early Mg-rich varieties to late Fe-rich types with substancial Mn contents. Mn-rich Mg-arfvedsonite is the only amphibole found in some agpaitic rocks , a mini mum estimate of crystallization temperature for this mineral is around 500-540°C. Although several lithological facies have been mapped, only two principal magma types are tentatively recognized herein, the miaskitic and the agpaitic types. Nepheline syenites, which are intrusive into genetically related volcano-clastic rocks, now mainly eroded, and tinguaites, probably crystallized in closed magma chambers at depths of only a few km. Lack of fayalite and aenigmatite in miaskitic varieties indicates that crystallization proceed at \'f IND.O2\' values higher than those of the FMQ buffer.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGomes, Celso de BarrosUlbrich, Mabel Norma Costas 1984-02-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-14102014-092805/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-14102014-092805Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.
Not available.
title Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.
spellingShingle Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.
Ulbrich, Mabel Norma Costas
Minas Gerais
Mineralogia
Not available.
Petrologia
title_short Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.
title_full Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.
title_fullStr Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.
title_full_unstemmed Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.
title_sort Aspectos mineralógicos e petrológicos de nefelina sienitos do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP.
author Ulbrich, Mabel Norma Costas
author_facet Ulbrich, Mabel Norma Costas
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Gomes, Celso de Barros
dc.contributor.author.fl_str_mv Ulbrich, Mabel Norma Costas
dc.subject.por.fl_str_mv Minas Gerais
Mineralogia
Not available.
Petrologia
topic Minas Gerais
Mineralogia
Not available.
Petrologia
description Os nefelina sienitos do distrito alcalino de Poços de Caldas, MG-SP afloram principalmente na parte setentrional e central do maciço, onde constituem corpos discretos de colocação rasa. Mudanças na textura e mineralogia das rochas, como também na estrutura dos corpos, permitem a distinção de vários tipos faciológicos. Os minerais mais abundantes dessas rochas são feldspato potássico e nefelina, acompanhados por quantidades variáveis de piroxênio sódico, e às vezes, por biotita ou anfibólio arfvedsonítico. Os minerais acessórios variam nos diferentes corpos; em alguns acha-se presente uma mineralogia de rochas agpaíticas, com silicatos de metais raros (principalmente eudialita), enquanto que outros são portadores de minerais típicos de rochas miasquíticas, tais como, titanita, biotita opacos e fluorita. A petrografia permite definir o caráter agpaítico ou miasquítico das rochas, cujas evoluções diferentes explicam algumas particularidades químicas dos minerais, especialmente dos máficos. O estudo detalhado do quimismo dos minerais mais importantes fornece elementos para interpretações petrológicas mais abrangentes. Os feldspatos potássicos são geralmente ricos em Or e de estado estrutural variável nos diferentes fácies petrográficos. Na maioria dos casos coexistem microclínio de alta triclinicidade com estados menos ordenados nos mesmos cristais de feldspato, ou em diferentes cristais da mesma amostra. Esta feição, somada à presença de microclínio máximo como único estado estrutural em aguns fácies, sugere ordenamento estrutural submagmático controlado pela natureza peralcalina dos magmas e/ou soluções tardias. A nefelinas são \"meio-potássicas\"; nas rochas de granulação fina a média apresentam teores elevados de excesso de sílica, indicando temperaturas de cristalização superiores a 700°C ou mesmo 800°C nas rochas miasquíticas e de aproximadamente 600°C nas agpaíticas. As nefelinas de rochas ) de granulação grossa concentram-se quimicamente no \"campo de convergência de Morozewicz-Buerger\", correspondente a temperaturas menores de 500 °C, sugerindo provável reequilíbrio submagmático. Os piroxênios variam de egirina-augitas a eriginas. Em alguns fácies minasquíticos nota-se a presença de zoneamento contínuo de soda-augitas \'SETA\' egirina-augitas \'SETA\' egirinas. As biotitas exibem variações químicas marcantes, passando de ricas em Mg (biotitas iniciais) a portadora de teores elevados de annita; na maioria dos casos são manganesíferas. O único anfibólio presente corresponde a uma magnésio arfvedsonita manganesífera rica em F e cuja temperatura mínima de cristalização é estimada em 500-540° C. No maciço alcalino distinguem-se vários fácies petrográficos, existindo, porém, poucos tipos de magma. Tentativamente, sugerem-se apenas dois, o miasquítico e o agpaítico. Estes magmas invadem rochas supracrustais de cobertura (em parte piroclásticas) e tinguaíticos cogenéticos, cristalizando-se a profundidade de poucos quilômetros, e provavelmente em câmaras fechadas. A ausência de enigmatita e faialita entre os minerais máficos das rochas menos agpaíticas indica que em geral os magmas cristalizaram sob condições de \'f IND. O2\' superiores às do \"buffer\" FMQ.
publishDate 1984
dc.date.none.fl_str_mv 1984-02-15
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-14102014-092805/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-14102014-092805/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090722241970176