Sensibilização a tropomiosinas de diferentes invertebrados em pacientes com asma e/ou rinite: investigação de reatividade cruzada IgE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ana Carolina Alves Feliciano de Sousa Santos
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.17.2020.tde-13042020-140928
Resumo: A relação entre parasitoses intestinais, alergia e asma ainda não está completamente conhecida. Diversos estudos tem identificado infecções por A. lumbricoides como fator de risco para asma e alergia. O presente trabalho visou investigar o perfil de reatividade IgE a tropomiosina de diferentes fontes, e por diferentes métodos, e avaliar a relevância clínica de nova estratégia para o diagnóstico de alergia, através do ImmunoCAP-ISAC, uma vez que tropomiosinas são pan-alérgenos em invertebrados, incluindo baratas, ácaros, camarão, outros crustáceos e moluscos, Ascaris lumbricoides e outros parasitas. Tropomiosinas induzem resposta IgE que está associada a reatividade cruzada imunológica. Além disso, foi avaliado se a estratégia de diagnóstico por microarray pode melhorar o diagnóstico de alergia a baratas, pois a sensibilização a tropomiosina de barata ocorre em 50% a 62% dos casos, indicando que a identificação de outros alérgenos é necessária para melhorar o diagnóstico de alergia a barata entre pacientes com asma e/ou rinite. Métodos: Avaliamos 40 pacientes alérgicos a barata com asma e/ou rinite e 10 indivíduos controles não alérgicos. Foram realizados testes cutâneos com extratos comerciais de aeroalérgenos e tropomiosinas recombinantes de A. lumbricoides e barata P. americana (rPer a 7), além de medidas de IgE específica para tropomiosinas de A. lumbricoides e P. americana (rPer a 7) por ELISA. O diagnóstico de alergia por componentes foi feito por técnica de microarray, através do ImmunoCAP-ISAC; avaliamos IgE para tropomiosinas presentes nesse painel de componentes nBla g 7, tropomiosina natural da barata B. germanica e rAni s 3, tropomiosina recombinante do parasita A. simplex, que apresentam 96-97% de identidade de sequencia com tropomiosinas de barata Per a 7 e de A. lumbricoides Asc l 3, respectivamente. Avaliamos também IgE para componentes de barata rBla g 1, rBla g 2, e rBla g 5. Resultados: Avaliação da resposta IgE para tropomiosinas de Ascaris e barata mostrou excelente concordância por métodos in vivo e in vitro. Essa possível reatividade cruzada IgE em pacientes sem evidência de infecção parasitária, nos permite formular a hipótese de que em nosso meio, o contato com parasitas cedo na infância, poderia induzir sensibilização IgE a tropomiosina, e a exposição, ainda durante a infância, a tropomiosinas de outras fontes, como ácaros e baratas, por via inalatória, poderia levar ao desenvolvimento de doenças alérgicas como asma e rinite e/ou potencializar o efeito da resposta a estes aeroalérgenos. A maioria (55%) dos pacientes apresentou positividade para o alérgeno rBla g 7 (tropomiosina) de barata. Apenas 3 pacientes foram positivos para os outros alérgenos recombinantes de barata, indicando que a estratégia de diagnóstico por componentes mostrou valor adicional limitado, quando comparado aos métodos de teste cutâneo e IgE específica para barata, para investigar alergia a barata.
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O presente trabalho visou investigar o perfil de reatividade IgE a tropomiosina de diferentes fontes, e por diferentes métodos, e avaliar a relevância clínica de nova estratégia para o diagnóstico de alergia, através do ImmunoCAP-ISAC, uma vez que tropomiosinas são pan-alérgenos em invertebrados, incluindo baratas, ácaros, camarão, outros crustáceos e moluscos, Ascaris lumbricoides e outros parasitas. Tropomiosinas induzem resposta IgE que está associada a reatividade cruzada imunológica. Além disso, foi avaliado se a estratégia de diagnóstico por microarray pode melhorar o diagnóstico de alergia a baratas, pois a sensibilização a tropomiosina de barata ocorre em 50% a 62% dos casos, indicando que a identificação de outros alérgenos é necessária para melhorar o diagnóstico de alergia a barata entre pacientes com asma e/ou rinite. Métodos: Avaliamos 40 pacientes alérgicos a barata com asma e/ou rinite e 10 indivíduos controles não alérgicos. Foram realizados testes cutâneos com extratos comerciais de aeroalérgenos e tropomiosinas recombinantes de A. lumbricoides e barata P. americana (rPer a 7), além de medidas de IgE específica para tropomiosinas de A. lumbricoides e P. americana (rPer a 7) por ELISA. O diagnóstico de alergia por componentes foi feito por técnica de microarray, através do ImmunoCAP-ISAC; avaliamos IgE para tropomiosinas presentes nesse painel de componentes nBla g 7, tropomiosina natural da barata B. germanica e rAni s 3, tropomiosina recombinante do parasita A. simplex, que apresentam 96-97% de identidade de sequencia com tropomiosinas de barata Per a 7 e de A. lumbricoides Asc l 3, respectivamente. Avaliamos também IgE para componentes de barata rBla g 1, rBla g 2, e rBla g 5. Resultados: Avaliação da resposta IgE para tropomiosinas de Ascaris e barata mostrou excelente concordância por métodos in vivo e in vitro. Essa possível reatividade cruzada IgE em pacientes sem evidência de infecção parasitária, nos permite formular a hipótese de que em nosso meio, o contato com parasitas cedo na infância, poderia induzir sensibilização IgE a tropomiosina, e a exposição, ainda durante a infância, a tropomiosinas de outras fontes, como ácaros e baratas, por via inalatória, poderia levar ao desenvolvimento de doenças alérgicas como asma e rinite e/ou potencializar o efeito da resposta a estes aeroalérgenos. A maioria (55%) dos pacientes apresentou positividade para o alérgeno rBla g 7 (tropomiosina) de barata. Apenas 3 pacientes foram positivos para os outros alérgenos recombinantes de barata, indicando que a estratégia de diagnóstico por componentes mostrou valor adicional limitado, quando comparado aos métodos de teste cutâneo e IgE específica para barata, para investigar alergia a barata. The relationship of intestinal parasitosis, allergy and asthma is not completely known. Several studies have identified Ascaris lumbricoides infections as a risk factor for asthma and allergy. The present work aimed to investigate the IgE reactivity profile to tropomyosin from different sources, and by different methods, and to evaluate the clinical relevance of a new strategy for the diagnosis of allergy through ImmunoCAP-ISAC, since tropomyosins are pan-allergens in invertebrates, including cockroaches, mites, shrimp, other crustaceans and mollusks, A. lumbricoides and other parasites. Tropomyosins induce IgE response and are associated with immunological cross reactivity. In addition, it was evaluated whether the microarray diagnostic strategy can improve the diagnosis of cockroach allergy, as cockroach tropomyosin sensitization occurs in 50% to 62% of cases, indicating that identification of other allergens is necessary to improve diagnosis of cockroach allergy among patients with asthma and/or rhinitis. Methods: We evaluated 40 cockroach allergic patients with asthma and/or rhinitis and 10 non-allergic control subjects. Skin tests were carried out with commercial extracts of airborne allergens, and measurements of IgE to A. lumbricoides and cockroach Periplaneta americana (rPer to 7) tropomyosins were carried out by ELISA. IgE antibodies to tropomyosins from Blattella germanica (Bla g 7, 96% identity to Per a 7) and Anisakis simplex (Ani s 3, 97% identity to A. lumbricoides tropomyosin) were assessed by Immuno Solidphase Allergen Chip (ImmunoCAP-ISAC). We also evaluated IgE to the cockroach components rBla g 1, rBla g 2, and rBla g 5. Results: Evaluation of IgE response to Ascaris and cockroach tropomyosins showed excellent agreement by in vivo and in vitro methods. This possible IgE cross-reactivity in patients with no evidence of parasitic infection allows us to hypothesize that in our area, contact with parasites early in childhood could induce tropomyosin IgE sensitization and exposure to tropomyosins from other sources, such as mites and cockroaches, by inhalation, even during childhood, could lead to the development of allergic diseases such as asthma and rhinitis and/or to potentiate the effect of response to these aeroallergens. Most (55%) patients were positive presented IgE response to the cockroach rBla g 7 (tropomyosin) allergen. Only 3 patients were positive to the other recombinant cockroach allergens, indicating that the component diagnostic strategy showed limited additional value when compared to cockroach-specific IgE and skin test methods to investigate cockroach allergy. https://doi.org/10.11606/T.17.2020.tde-13042020-140928info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:50:59Zoai:teses.usp.br:tde-13042020-140928Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:35:32.888703Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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