Características morfogênicas e padrões de desfolhação em pastos de capim marandu submetidos a regimes de lotação contínua.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Alexandre de Campos
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-08082003-140411/
Resumo: A carência de conhecimentos específicos sobre a ecofisiologia das plantas forrageiras de clima tropical limita a adequação de estratégias de manejo do pastejo que possibilitem o melhor aproveitamento possível do seu potencial de produção de forragem. Nesse contexto, o presente experimento, conduzido no Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ, em Piracicaba, SP, de novembro de 2001 a fevereiro de 2002, teve como objetivo avaliar as características morfogênicas e os padrões de desfolhação em pastagens de Brachiaria brizantha (Hochst ex A. Rich) cultivar Marandu. Os tratamentos corresponderam a quatro alturas de dossel forrageiro (10, 20, 30 e 40 cm) mantidas constantes através de pastejo por bovinos em regime de lotação contínua com taxa de lotação variável. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos casualizados, com quatro repetições. Foram avaliadas as seguintes respostas: (1) características morfogênicas: taxa de aparecimento de folhas (TAF), filocrono, número de folhas vivas por perfilho e longevidade de folhas; e (2) padrões de desfolhação de perfilhos individuais: freqüência e intensidade de desfolhação e eficiência de pastejo (utilização). Pastos mantidos a 10 cm apresentaram maior TAF (0,12 folha/perfilho.dia e 0,012 folha/perfilho.graus-dia) e menor filocrono (9,0 dias/folha e 84,8 graus-dia/folha) que aqueles mantidos a 20, 30 e 40 cm (0,11, 0,10, 0,10 folha/perfilho.dia e 0,011, 0,011, 0,010 folha/perfilho.graus -dia; 10,3, 10,3, 10,9 dias/folha e 95,1, 95,1, 100,6 graus-dia/folha, respectivamente), os quais não diferiram entre si (P > 0,10). A longevidade de folhas acompanhou os resultados de filocrono (34,4, 43,1, 45,5, 48,4 dias/folha e 332,1, 441,6, 433,5, 462,0 graus-dia/folha para 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente), uma vez que não houve variação no número de folhas por perfilho (4,5 folhas/perfilho) (P > 0,10). As oscilações nessas características morfogênicas ao longo do experimento deveram-se ao estádio fenológico da planta, que passou de vegetativo para reprodutivo. A freqüência (0,077 desfolhação/perfilho.dia) e intensidade (0,296 - proporção do comprimento original removido pelo pastejo) de desfolhação de perfilhos individuais foram maiores em pastos mais baixos (10 cm) (P < 0,10). Nos pastos mantidos mais altos (20, 30 e 40 cm) a intensidade de desfolhação permaneceu relativamente constante (0,173) (P > 0,10), enquanto a freqüência foi decrescente com o aumento da altura do dossel forrageiro (0,068, 0,067, 0,056 para 20, 30 e 40 cm, respectivamente) (P < 0,10). Tendência semelhante foi obtida quando freqüência e intensidade foram calculados com base na folha do perfilho (0,043, 0,033, 0,031, 0,026 e 0,760, 0,683, 0,654, 0,665, respectivamente, para 10, 20, 30 e 40 cm). Houve uma relação positiva entre a taxa de lotação utilizada para manter as condições experimentais e a freqüência e a intensidade de desfolhação resultantes. Folhas senescentes sofreram desfolhação menos severa que folhas maduras e em expansão em virtude principalmente da menor freqüência com que foram visitadas (0,009, 0,028, 0,024, respectivamente), uma vez que as variações em intensidade foram pequenas. A eficiência de utilização foi maior nos pastos mantidos a 10 cm (82,3%), conseqüência da elevada freqüência e intensidade de desfolhação, o que diminuiu a longevidade das folhas naquelas condições. Pastos mantidos em alturas de dossel crescente apresentaram eficiências de utilização decrescente (76,2, 69,4 e 68,7% para 20, 30 e 40 cm, respectivamente). Independentemente da altura de pasto empregada, 33% da parte superior da altura do dossel foi utilizada para pastejo, revelando potenciais restrições ao consumo de forragem de bovinos pastejando pastos baixos.
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spelling Características morfogênicas e padrões de desfolhação em pastos de capim marandu submetidos a regimes de lotação contínua.Morphogenetic characteristics and defoliation patterns in marandu grass pastures submmited to continuous stocking regimes.brachiaria grasscapim braquiáriadefoliationdesfolhaefficiencyeficiênciafisiologia vegetalforageforage grassesforragemgramíneas forrageirasgrazing.managementmanejomorfogênese vegetalpastagenspastejo.pasturesplant morphogenesisplant physiologyA carência de conhecimentos específicos sobre a ecofisiologia das plantas forrageiras de clima tropical limita a adequação de estratégias de manejo do pastejo que possibilitem o melhor aproveitamento possível do seu potencial de produção de forragem. Nesse contexto, o presente experimento, conduzido no Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ, em Piracicaba, SP, de novembro de 2001 a fevereiro de 2002, teve como objetivo avaliar as características morfogênicas e os padrões de desfolhação em pastagens de Brachiaria brizantha (Hochst ex A. Rich) cultivar Marandu. Os tratamentos corresponderam a quatro alturas de dossel forrageiro (10, 20, 30 e 40 cm) mantidas constantes através de pastejo por bovinos em regime de lotação contínua com taxa de lotação variável. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos casualizados, com quatro repetições. Foram avaliadas as seguintes respostas: (1) características morfogênicas: taxa de aparecimento de folhas (TAF), filocrono, número de folhas vivas por perfilho e longevidade de folhas; e (2) padrões de desfolhação de perfilhos individuais: freqüência e intensidade de desfolhação e eficiência de pastejo (utilização). Pastos mantidos a 10 cm apresentaram maior TAF (0,12 folha/perfilho.dia e 0,012 folha/perfilho.graus-dia) e menor filocrono (9,0 dias/folha e 84,8 graus-dia/folha) que aqueles mantidos a 20, 30 e 40 cm (0,11, 0,10, 0,10 folha/perfilho.dia e 0,011, 0,011, 0,010 folha/perfilho.graus -dia; 10,3, 10,3, 10,9 dias/folha e 95,1, 95,1, 100,6 graus-dia/folha, respectivamente), os quais não diferiram entre si (P > 0,10). A longevidade de folhas acompanhou os resultados de filocrono (34,4, 43,1, 45,5, 48,4 dias/folha e 332,1, 441,6, 433,5, 462,0 graus-dia/folha para 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente), uma vez que não houve variação no número de folhas por perfilho (4,5 folhas/perfilho) (P > 0,10). As oscilações nessas características morfogênicas ao longo do experimento deveram-se ao estádio fenológico da planta, que passou de vegetativo para reprodutivo. A freqüência (0,077 desfolhação/perfilho.dia) e intensidade (0,296 - proporção do comprimento original removido pelo pastejo) de desfolhação de perfilhos individuais foram maiores em pastos mais baixos (10 cm) (P < 0,10). Nos pastos mantidos mais altos (20, 30 e 40 cm) a intensidade de desfolhação permaneceu relativamente constante (0,173) (P > 0,10), enquanto a freqüência foi decrescente com o aumento da altura do dossel forrageiro (0,068, 0,067, 0,056 para 20, 30 e 40 cm, respectivamente) (P < 0,10). Tendência semelhante foi obtida quando freqüência e intensidade foram calculados com base na folha do perfilho (0,043, 0,033, 0,031, 0,026 e 0,760, 0,683, 0,654, 0,665, respectivamente, para 10, 20, 30 e 40 cm). Houve uma relação positiva entre a taxa de lotação utilizada para manter as condições experimentais e a freqüência e a intensidade de desfolhação resultantes. Folhas senescentes sofreram desfolhação menos severa que folhas maduras e em expansão em virtude principalmente da menor freqüência com que foram visitadas (0,009, 0,028, 0,024, respectivamente), uma vez que as variações em intensidade foram pequenas. A eficiência de utilização foi maior nos pastos mantidos a 10 cm (82,3%), conseqüência da elevada freqüência e intensidade de desfolhação, o que diminuiu a longevidade das folhas naquelas condições. Pastos mantidos em alturas de dossel crescente apresentaram eficiências de utilização decrescente (76,2, 69,4 e 68,7% para 20, 30 e 40 cm, respectivamente). Independentemente da altura de pasto empregada, 33% da parte superior da altura do dossel foi utilizada para pastejo, revelando potenciais restrições ao consumo de forragem de bovinos pastejando pastos baixos.The lack of information on the ecophysiology of tropical pasture species limits the adjustment of grazing management practices that allow for the best possible utilization of their forage production potential. Bearing that in mind, the present experiment, carried out at the Departamento de Zootecnia, USP/ESALQ, Piracicaba, SP, evaluated the morphogenetic characteristics and defoliation patterns of Brachiaria brizantha (Hochst ex A. Rich) cultivar Marandu from November 2001 to February 2002. Treatments corresponded to four sward state conditions (10, 20, 30 and 40 cm sward surface height) generated by cattle grazing under continuous stocking with variable stocking rate and were allocated to experimental units according to a complete randomized block design with four replications. The evaluated responses were: (1) morphogenetic characteristics: leaf appearance rate (LAR), phyllochron, number of leaves per tiller and leaf life span; (2) individual tiller defoliation patterns: frequency and intensity of defoliation and grazing efficiency (utilization). Short swards (10 cm) presented higher LAR (0.12 leaf/tiller.day and 0.012 leaf/tiller.degree-day) and smaller phyllochrone (9.0 days/leaf and 84.8 degree-days/leaf) than tall swards (20, 30 and 40 cm) (0.11, 0.10, 0.10 leaf/tiller.day and 0.011, 0.011, 0.010 leaf/tiller.degree-day; 10.3, 10.3, 10.9 days/leaf and 95.1, 95.1, 100.6 degree-days/leaf, respectively), the latter three being the same (P > 0.10). Leaf life span followed the phyllochron results (34.4, 43.1, 45.5, 48.4 days/leaf and 332.1, 441.6, 433.5, 462.0 degree-days/leaf for the 10, 20, 30 and 40 cm swards, respectively) since no variation was observed in number of leaves per tiller (4.5 leaves/tiller) (P > 0.10). Variations in morphogenetic characteristics throughout the experiment were due to the phenological state of plants, which changed from vegetative to reproductive. Frequency (0.077 defoliation/tiller.day) and intensity (0.296 - proportion of the original length removed by grazing) of defoliation of individual tillers were biggest in the 10 cm-swards (P < 0.10). In the 20, 30 and 40 cm-swards defoliation intensity remained relatively constant (0.173) (P > 0.10), while defoliation frequency decreased as sward surface height increased (0.068, 0.067, 0.056 for the 20, 30 and 40 cm-swards, respectively) (P < 0.10). A similar trend was obtained when frequency and intensity of defoliation were calculated on a per leaf basis (0.043, 0.033, 0.031, 0.026 e 0.760, 0.683, 0.654, 0.665, respectively, for the 10, 20, 30 and 40 cm-swards). There was a positive relationship between the stocking rate used to generate experimental treatments and the resulting frequency and intensity of defoliation of individual tillers. Senescing leaves were defoliated less severely than mature and expanding leaves, particularly because of the lower frequency with which they were visited (0.009, 0.028, 0.024, respectively), since corresponding variations in defoliation intensity were small. Pasture utilization efficiency was highest in the 10 cm-swards (82.3%), a consequence of their high frequency and intensity of defoliation that resulted in decreased leaf life span under those circumstances. Increasing sward surface height resulted in decreasing utilization efficiency (76.2, 69.4 and 68.7% for the 20, 30 and 40 cm-swards, respectively). Regardless of sward surface height, the top 33% of the sward height was used for grazing, indicating potential restrictions to herbage consumption of cattle grazing short pastures.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Sila Carneiro daGonçalves, Alexandre de Campos2003-01-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-08082003-140411/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-11T16:52:33Zoai:teses.usp.br:tde-08082003-140411Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-11T16:52:33Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description A carência de conhecimentos específicos sobre a ecofisiologia das plantas forrageiras de clima tropical limita a adequação de estratégias de manejo do pastejo que possibilitem o melhor aproveitamento possível do seu potencial de produção de forragem. Nesse contexto, o presente experimento, conduzido no Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ, em Piracicaba, SP, de novembro de 2001 a fevereiro de 2002, teve como objetivo avaliar as características morfogênicas e os padrões de desfolhação em pastagens de Brachiaria brizantha (Hochst ex A. Rich) cultivar Marandu. Os tratamentos corresponderam a quatro alturas de dossel forrageiro (10, 20, 30 e 40 cm) mantidas constantes através de pastejo por bovinos em regime de lotação contínua com taxa de lotação variável. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos casualizados, com quatro repetições. Foram avaliadas as seguintes respostas: (1) características morfogênicas: taxa de aparecimento de folhas (TAF), filocrono, número de folhas vivas por perfilho e longevidade de folhas; e (2) padrões de desfolhação de perfilhos individuais: freqüência e intensidade de desfolhação e eficiência de pastejo (utilização). Pastos mantidos a 10 cm apresentaram maior TAF (0,12 folha/perfilho.dia e 0,012 folha/perfilho.graus-dia) e menor filocrono (9,0 dias/folha e 84,8 graus-dia/folha) que aqueles mantidos a 20, 30 e 40 cm (0,11, 0,10, 0,10 folha/perfilho.dia e 0,011, 0,011, 0,010 folha/perfilho.graus -dia; 10,3, 10,3, 10,9 dias/folha e 95,1, 95,1, 100,6 graus-dia/folha, respectivamente), os quais não diferiram entre si (P > 0,10). A longevidade de folhas acompanhou os resultados de filocrono (34,4, 43,1, 45,5, 48,4 dias/folha e 332,1, 441,6, 433,5, 462,0 graus-dia/folha para 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente), uma vez que não houve variação no número de folhas por perfilho (4,5 folhas/perfilho) (P > 0,10). As oscilações nessas características morfogênicas ao longo do experimento deveram-se ao estádio fenológico da planta, que passou de vegetativo para reprodutivo. A freqüência (0,077 desfolhação/perfilho.dia) e intensidade (0,296 - proporção do comprimento original removido pelo pastejo) de desfolhação de perfilhos individuais foram maiores em pastos mais baixos (10 cm) (P < 0,10). Nos pastos mantidos mais altos (20, 30 e 40 cm) a intensidade de desfolhação permaneceu relativamente constante (0,173) (P > 0,10), enquanto a freqüência foi decrescente com o aumento da altura do dossel forrageiro (0,068, 0,067, 0,056 para 20, 30 e 40 cm, respectivamente) (P < 0,10). Tendência semelhante foi obtida quando freqüência e intensidade foram calculados com base na folha do perfilho (0,043, 0,033, 0,031, 0,026 e 0,760, 0,683, 0,654, 0,665, respectivamente, para 10, 20, 30 e 40 cm). Houve uma relação positiva entre a taxa de lotação utilizada para manter as condições experimentais e a freqüência e a intensidade de desfolhação resultantes. Folhas senescentes sofreram desfolhação menos severa que folhas maduras e em expansão em virtude principalmente da menor freqüência com que foram visitadas (0,009, 0,028, 0,024, respectivamente), uma vez que as variações em intensidade foram pequenas. A eficiência de utilização foi maior nos pastos mantidos a 10 cm (82,3%), conseqüência da elevada freqüência e intensidade de desfolhação, o que diminuiu a longevidade das folhas naquelas condições. Pastos mantidos em alturas de dossel crescente apresentaram eficiências de utilização decrescente (76,2, 69,4 e 68,7% para 20, 30 e 40 cm, respectivamente). Independentemente da altura de pasto empregada, 33% da parte superior da altura do dossel foi utilizada para pastejo, revelando potenciais restrições ao consumo de forragem de bovinos pastejando pastos baixos.
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