Integração espacial no mercado brasileiro de etanol
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-25032014-112828/ |
Resumo: | Desde o início do século XX o etanol já se apresentava como alternativa aos combustíveis fósseis. No Brasil, os choques do petróleo resultaram no primeiro impulso à produção desse combustível, sendo o país o único a implementar um programa de substituição de grandes proporções. Com a estabilidade do preço do petróleo e diante de problemas internos, como os relacionados ao abastecimento e fim dos subsídios governamentais, o programa ficou \'adormecido\' (1996-2002). Em 2003, inicia-se o segundo impulso ao etanol no Brasil, sendo esse período denominado de \'revolução-flex\' (2003-2008). Mas esse impulso, diferente do primeiro, criou a expectativa de exportar o único biocombustível avançado, assim classificado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos - EPA, mesmo este sendo o país que produz o maior concorrente do etanol brasileiro. Mas a partir de 2008, por uma série de motivos, essa fase de expansão torna-se uma fase de \'incerteza/estagnação\' (2009-2013) frustrando as expectativas do setor. No entanto, esse segundo impulso é caracterizado pela expansão da atividade canavieira para outras regiões que não as tradicionais, como o Centro-Oeste. Tendo esse cenário como pano de fundo, busca-se, através deste estudo, analisar as relações de longo prazo do preço do etanol do segmento produtor nos diferentes estados do Brasil: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (região Centro-Sul) e Alagoas e Pernambuco (região Norte-Nordeste), o que torna possível identificar a dinâmica do processo de formação de preço no mercado doméstico. Na análise utilizam-se dados mensais do período de abril de 2008 a março de 2013. Tal proposta fundamenta-se na hipótese de que os preços desses estados possam ser integrados, mesmo que não perfeitamente, dada a existência de arbitragem. Se a hipótese não for rejeitada, pode-se considerar o mercado de etanol como de abrangência nacional. Para determinar a relação de integração entre as variáveis, utilizou-se o modelo de cointegração de Johansen (1988) e testes sobre os parâmetros ? e ? do vetor de cointegração, possibilitando analisar relações de perfeita integração e relações de integração, ainda que não perfeitas. Os resultados mostram que os estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás são perfeitamente integrados entre si, além de todos apresentarem relações, embora não perfeitas, com os estados da região Norte-Nordeste, representados por Alagoas e Pernambuco, e também com o Estado do Mato Grosso. Os estados da região Norte-Nordeste são perfeitamente integrados. Conclui-se, assim, que relações de perfeita integração são encontradas, na maior parte das vezes, entre estados de uma mesma região (Centro-Sul e Norte-Nordeste). Constatou-se, no entanto, relações de integração, ainda que não perfeitas, entre estados de regiões diferentes. Assim, a rejeição ou não da hipótese de existência de um único mercado para o etanol no Brasil depende das premissas adotadas em relação à integração perfeita ou não. Num cenário menos restritivo, em que se admite integração não perfeita, considera-se que existe um único mercado para o etanol no Brasil. Nessas condições pode-se considerar que o mercado relevante do etanol inclui a região Centro-Sul e o Norte-Nordeste. |
id |
USP_d95e7fdf05eb92d1ec240aece0677965 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-25032014-112828 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Integração espacial no mercado brasileiro de etanolSpatial interaction in the Brazilian ethanol marketEtanolEthanolIntegração de MercadosMarket integrationPreçosPricesDesde o início do século XX o etanol já se apresentava como alternativa aos combustíveis fósseis. No Brasil, os choques do petróleo resultaram no primeiro impulso à produção desse combustível, sendo o país o único a implementar um programa de substituição de grandes proporções. Com a estabilidade do preço do petróleo e diante de problemas internos, como os relacionados ao abastecimento e fim dos subsídios governamentais, o programa ficou \'adormecido\' (1996-2002). Em 2003, inicia-se o segundo impulso ao etanol no Brasil, sendo esse período denominado de \'revolução-flex\' (2003-2008). Mas esse impulso, diferente do primeiro, criou a expectativa de exportar o único biocombustível avançado, assim classificado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos - EPA, mesmo este sendo o país que produz o maior concorrente do etanol brasileiro. Mas a partir de 2008, por uma série de motivos, essa fase de expansão torna-se uma fase de \'incerteza/estagnação\' (2009-2013) frustrando as expectativas do setor. No entanto, esse segundo impulso é caracterizado pela expansão da atividade canavieira para outras regiões que não as tradicionais, como o Centro-Oeste. Tendo esse cenário como pano de fundo, busca-se, através deste estudo, analisar as relações de longo prazo do preço do etanol do segmento produtor nos diferentes estados do Brasil: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (região Centro-Sul) e Alagoas e Pernambuco (região Norte-Nordeste), o que torna possível identificar a dinâmica do processo de formação de preço no mercado doméstico. Na análise utilizam-se dados mensais do período de abril de 2008 a março de 2013. Tal proposta fundamenta-se na hipótese de que os preços desses estados possam ser integrados, mesmo que não perfeitamente, dada a existência de arbitragem. Se a hipótese não for rejeitada, pode-se considerar o mercado de etanol como de abrangência nacional. Para determinar a relação de integração entre as variáveis, utilizou-se o modelo de cointegração de Johansen (1988) e testes sobre os parâmetros ? e ? do vetor de cointegração, possibilitando analisar relações de perfeita integração e relações de integração, ainda que não perfeitas. Os resultados mostram que os estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás são perfeitamente integrados entre si, além de todos apresentarem relações, embora não perfeitas, com os estados da região Norte-Nordeste, representados por Alagoas e Pernambuco, e também com o Estado do Mato Grosso. Os estados da região Norte-Nordeste são perfeitamente integrados. Conclui-se, assim, que relações de perfeita integração são encontradas, na maior parte das vezes, entre estados de uma mesma região (Centro-Sul e Norte-Nordeste). Constatou-se, no entanto, relações de integração, ainda que não perfeitas, entre estados de regiões diferentes. Assim, a rejeição ou não da hipótese de existência de um único mercado para o etanol no Brasil depende das premissas adotadas em relação à integração perfeita ou não. Num cenário menos restritivo, em que se admite integração não perfeita, considera-se que existe um único mercado para o etanol no Brasil. Nessas condições pode-se considerar que o mercado relevante do etanol inclui a região Centro-Sul e o Norte-Nordeste.Ethanol has been showed an alternative to fossil fuel since early twentieth century. Due to the petroleum crisis, the ethanol was prompted as fuel in Brazil, where a large scale program of substitution was implemented. However, this program was losing strength and stagneted during 1996-2002 due to the petroleum price stability and internal problems related to governmental subsidies. A second ethanol program boost emerged in 2003, period named \"flex-revolution\" during 2003-2008. Unlike the first prompt, the revolution-flex period created an expectation of to export the unique advanced biofuel, classified by the Environment Protection Agency from United States of America (EPA), which was the most ethanol and sugar-cane competitor country for Brazil. From 2008 due to several reasons, the expansion phase became an \"uncertain and stagnated period\" (2009-2013), frustrating the sector expectations. Nonetheless, the second prompt was characterized by expansion of sugar-cane production to non-traditional areas, such as Brazilian Centro-Oeste. According to this background, the aim of the present study is to analyze a long-term the ethanol price in different Brazilian States: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso and Mato Grosso do Sul (Centro-Sul) and Alagoas and Pernambuco (Norte-Nordeste), which makes possible to identify the dynamic process of price establishment. Mensal data from April 2008 to March 2013 was utilized. The proposal is based on the hypothesis that the ethanol prices from the mentioned States can be perfectly integrated, given the existence of arbitration, even though not perfectly integrated. If the hypothesis was not rejected, it would be considered the ethanol market nationwide. To determine the variable integrations, the cointegration model described by Johansen (1988) and tests on ? and ? parameters of cointegration vector was utilized, which enables to analyze perfect integration relation and integration relations, even though non perfect integrated. The results showed that São Paulo, Paraná, Minas Gerais and Goiás are perfectly integrated. Besides, all of them showed relation with Norte-Nordeste States (Alagoas and Pernambuco), although non-perfectly. As a result, perfect integration can be found, in most time, within states from the same region (Centro-Sul and Norte-Nordeste). Nevertheless, non-perfect integration was found among states from different regions. Therefore, rejection or not the hypothesis of a single market for ethanol in Brazil depends on the assumptions employed regarding to the perfect integration or not. A less restrictive setting in which admits no perfect integration, it is considered that there is a single market for ethanol in Brazil. In these conditions it could be considered that the ethanol relevant market is Centro-Sul and Norte-Nordeste regions.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBacchi, Mirian Rumenos PiedadeMoraes, Marcelo Lopes de2014-02-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-25032014-112828/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:47Zoai:teses.usp.br:tde-25032014-112828Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:47Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Integração espacial no mercado brasileiro de etanol Spatial interaction in the Brazilian ethanol market |
title |
Integração espacial no mercado brasileiro de etanol |
spellingShingle |
Integração espacial no mercado brasileiro de etanol Moraes, Marcelo Lopes de Etanol Ethanol Integração de Mercados Market integration Preços Prices |
title_short |
Integração espacial no mercado brasileiro de etanol |
title_full |
Integração espacial no mercado brasileiro de etanol |
title_fullStr |
Integração espacial no mercado brasileiro de etanol |
title_full_unstemmed |
Integração espacial no mercado brasileiro de etanol |
title_sort |
Integração espacial no mercado brasileiro de etanol |
author |
Moraes, Marcelo Lopes de |
author_facet |
Moraes, Marcelo Lopes de |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Bacchi, Mirian Rumenos Piedade |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Moraes, Marcelo Lopes de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Etanol Ethanol Integração de Mercados Market integration Preços Prices |
topic |
Etanol Ethanol Integração de Mercados Market integration Preços Prices |
description |
Desde o início do século XX o etanol já se apresentava como alternativa aos combustíveis fósseis. No Brasil, os choques do petróleo resultaram no primeiro impulso à produção desse combustível, sendo o país o único a implementar um programa de substituição de grandes proporções. Com a estabilidade do preço do petróleo e diante de problemas internos, como os relacionados ao abastecimento e fim dos subsídios governamentais, o programa ficou \'adormecido\' (1996-2002). Em 2003, inicia-se o segundo impulso ao etanol no Brasil, sendo esse período denominado de \'revolução-flex\' (2003-2008). Mas esse impulso, diferente do primeiro, criou a expectativa de exportar o único biocombustível avançado, assim classificado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos - EPA, mesmo este sendo o país que produz o maior concorrente do etanol brasileiro. Mas a partir de 2008, por uma série de motivos, essa fase de expansão torna-se uma fase de \'incerteza/estagnação\' (2009-2013) frustrando as expectativas do setor. No entanto, esse segundo impulso é caracterizado pela expansão da atividade canavieira para outras regiões que não as tradicionais, como o Centro-Oeste. Tendo esse cenário como pano de fundo, busca-se, através deste estudo, analisar as relações de longo prazo do preço do etanol do segmento produtor nos diferentes estados do Brasil: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (região Centro-Sul) e Alagoas e Pernambuco (região Norte-Nordeste), o que torna possível identificar a dinâmica do processo de formação de preço no mercado doméstico. Na análise utilizam-se dados mensais do período de abril de 2008 a março de 2013. Tal proposta fundamenta-se na hipótese de que os preços desses estados possam ser integrados, mesmo que não perfeitamente, dada a existência de arbitragem. Se a hipótese não for rejeitada, pode-se considerar o mercado de etanol como de abrangência nacional. Para determinar a relação de integração entre as variáveis, utilizou-se o modelo de cointegração de Johansen (1988) e testes sobre os parâmetros ? e ? do vetor de cointegração, possibilitando analisar relações de perfeita integração e relações de integração, ainda que não perfeitas. Os resultados mostram que os estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás são perfeitamente integrados entre si, além de todos apresentarem relações, embora não perfeitas, com os estados da região Norte-Nordeste, representados por Alagoas e Pernambuco, e também com o Estado do Mato Grosso. Os estados da região Norte-Nordeste são perfeitamente integrados. Conclui-se, assim, que relações de perfeita integração são encontradas, na maior parte das vezes, entre estados de uma mesma região (Centro-Sul e Norte-Nordeste). Constatou-se, no entanto, relações de integração, ainda que não perfeitas, entre estados de regiões diferentes. Assim, a rejeição ou não da hipótese de existência de um único mercado para o etanol no Brasil depende das premissas adotadas em relação à integração perfeita ou não. Num cenário menos restritivo, em que se admite integração não perfeita, considera-se que existe um único mercado para o etanol no Brasil. Nessas condições pode-se considerar que o mercado relevante do etanol inclui a região Centro-Sul e o Norte-Nordeste. |
publishDate |
2014 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2014-02-27 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-25032014-112828/ |
url |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-25032014-112828/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1815257324135120896 |