Famintos e a produção do cabo-verdiano Luis Romano: nacionalismo político e subversão estética
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-24072024-104232/ |
Resumo: | O presente trabalho tencionou analisar a obra do escritor cabo-verdiano Luis Romano Madeira de Melo, marcada pelo engajamento e pelo nacionalismo, tendo em vista sua posição em face da literatura cabo-verdiana de meados do século XX (em especial aquela que versa sobre a seca, tema frequente nas letras do arquipélago). Para tanto, procedemos inicialmente a uma breve apresentação do autor e de sua obra mais conhecida, o romance Famintos, livro que buscamos examinar mais detidamente ao longo dos capítulos do trabalho. Seguiu-se a essa introdução um balanço das características que elegemos como principais, entre os procedimentos de Romano enquanto escritor e também em sua extensa obra ensaística como crítico literário e etnógrafo. A fim de demonstrar a especificidade de sua escrita, apresentamos as formas como a estiagem tornou-se assunto constante na literatura de Cabo Verde e cotejamos sua narrativa longa com outros romances pertencentes ao mesmo contexto (espacial, temporal e temático), a saber: Chiquinho, de Baltasar Lopes da Silva, Chuva braba, de Manuel Lopes, e Os flagelados do vento leste, do mesmo autor. Realizamos, além disso, uma análise a respeito de como Famintos se coloca em face do Neorrealismo, e finalmente propusemos uma reflexão sobre a mobilização do grotesco por Luis Romano, como ferramenta de representação do real, e sobre como as formas e a linguagem adotadas pelo autor trazem em si uma carga subversiva, estética e politicamente, tanto no que toca à série literária cabo-verdiana quanto ao contexto ditatorial da época de escrita do romance. Nossa investigação foi embasada por gama variada de textos críticos produzidos por teóricos: cabo-verdianos, como António Carreira, José Luís Hopffer Almada e José Maria Semedo; portugueses, a exemplo de Manuel Ferreira e Pires Laranjeira; brasileiros, tais como Antonio Candido, Câmara Cascudo e Simone Caputo Gomes; e também outros não oriundos de países de língua oficial portuguesa, caso do palestino Edward Said, do argelino Michel Laban e do estadunidense Russel Hamilton |
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Famintos e a produção do cabo-verdiano Luis Romano: nacionalismo político e subversão estéticaFamintos and the work of the Cape Verdean Luis Romano: political nationalism and aesthetic subversionCape Verdean literatureCommitted literatureFamintosFamintosLiteratura cabo-verdianaLiteratura engajadaLuis RomanoLuis RomanoO presente trabalho tencionou analisar a obra do escritor cabo-verdiano Luis Romano Madeira de Melo, marcada pelo engajamento e pelo nacionalismo, tendo em vista sua posição em face da literatura cabo-verdiana de meados do século XX (em especial aquela que versa sobre a seca, tema frequente nas letras do arquipélago). Para tanto, procedemos inicialmente a uma breve apresentação do autor e de sua obra mais conhecida, o romance Famintos, livro que buscamos examinar mais detidamente ao longo dos capítulos do trabalho. Seguiu-se a essa introdução um balanço das características que elegemos como principais, entre os procedimentos de Romano enquanto escritor e também em sua extensa obra ensaística como crítico literário e etnógrafo. A fim de demonstrar a especificidade de sua escrita, apresentamos as formas como a estiagem tornou-se assunto constante na literatura de Cabo Verde e cotejamos sua narrativa longa com outros romances pertencentes ao mesmo contexto (espacial, temporal e temático), a saber: Chiquinho, de Baltasar Lopes da Silva, Chuva braba, de Manuel Lopes, e Os flagelados do vento leste, do mesmo autor. Realizamos, além disso, uma análise a respeito de como Famintos se coloca em face do Neorrealismo, e finalmente propusemos uma reflexão sobre a mobilização do grotesco por Luis Romano, como ferramenta de representação do real, e sobre como as formas e a linguagem adotadas pelo autor trazem em si uma carga subversiva, estética e politicamente, tanto no que toca à série literária cabo-verdiana quanto ao contexto ditatorial da época de escrita do romance. Nossa investigação foi embasada por gama variada de textos críticos produzidos por teóricos: cabo-verdianos, como António Carreira, José Luís Hopffer Almada e José Maria Semedo; portugueses, a exemplo de Manuel Ferreira e Pires Laranjeira; brasileiros, tais como Antonio Candido, Câmara Cascudo e Simone Caputo Gomes; e também outros não oriundos de países de língua oficial portuguesa, caso do palestino Edward Said, do argelino Michel Laban e do estadunidense Russel HamiltonThis work intended to analyse the work of the Cape Verdean writer Luis Romano Madeira de Melo, characterized by the engagement and by the nationalism, bearing in mind its position on Cape Verdean literature from the mid-20th century (especially those wich talks about the drought, frequent theme in the books of the archipelago). To this end, we initially proceeded to a brief introduction of the author and his best-known work, the novel Famintos, book that we seek to examine in more detail throughout our chapters. After this introduction followed a balance of the characteristics that we consider the main ones among Romanos procedures as a writer and also in his extensive essay work as a literary critic and an ethnographer. To demonstrate the specificity of his writing, we present the ways in wich drought has become a constant subject in the Cape Verdean literature, and compare his novel with other books belonging to the same spatial, temporal and thematic context, namely Chiquinho, by Baltasar Lopes da Silva, Chuva braba, by Manuel Lopes, and Os flagelados do vento leste, by the same author. Furthermore, we analyzed how Famintos is placed face to the Neorrealism, and finally we proposed a reflection on the use of the grotesque by Luis Romano, as a tool of representation of reality, and on how the forms and the language used by the author bring with them a subversive charge, aesthetically and politically, with regard to the Cape Verdean literary series and the dictatorial context of the time the novel was written. Our analysis was based on texts produced by theorists: Cape Verdeans, like António Carreira, José Luís Hopffer Almada and José Maria Semedo; Portuguese, such as Manuel Ferreira and Pires Laranjeira; Brazilians, like Antonio Candido, Câmara Cascudo and Simone Caputo Gomes; and also others who do not come from Portuguese-speaking countries, such as the Palestinian Edward Said, the Algerian Michel Laban and the American Russel HamiltonBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGomes, Simone CaputoCastaldi, João Luiz Xavier2024-02-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-24072024-104232/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-24T13:49:02Zoai:teses.usp.br:tde-24072024-104232Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-24T13:49:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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