Relação da arquitetura branquial e ultraestrutura das células íon-transportadoras nos mecanismos fisiológicos que permitiram a invasão de meio diluído pelos Anomura (Crustacea, Decapoda): Aegla franca (Schimitt) e Clibanarius vittatus (Bosc)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes, Cláudia Doi
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-15082023-144421/
Resumo: Os crustáceos exibem diversos padrões de regulação osmótica e são as brânquias que absorvem íons do meio externo mais diluído. As células branquiais que realizam o transporte iônico apresentam evaginações apicais e invaginações basais de membrana associadas à mitocôndrias, que fornecem ATP à Na+/K+-ATPase, inserida nas invaginações basais. A Na+/K+-ATPase é fundamental na regulação anisosmótica extracelular. Objetivamos gerar conhecimento para a discussão das estratégias adaptativas funcionais que permitiram a ocupação de meio diluído pelos anomuros, a partir de informações sobre o tipo de brânquia e a ultraestrutura das células íon-transportadoras em Aegla franca (Aeglidae), forte hiperregulador, e Clibanarius vittatus (Diogenidae), fraco-hiperregulador. Os animais foram aclimatados no laboratório e os tecidos íon-transportadores localizados pela técnica de coloração por prata. As brânquias foram dissecadas, fixadas e avaliadas em nível de microscopia ótica, eletrônica de varredura e transmissão. A. franca apresenta tricobrânquias, e há diferenças funcionais entre as artrobrânquias e pleurobrânquias. A arquitetura do filamento branquial se dá por um epitélio simples, abaixo da cutícula, formado por células pilares nas regiões laterais. O septo divide o espaço da hemolinfa em canal aferente e eferente e formam as lacunas laterais. A presença de evaginações apicais e invaginações basais associados a mitocôndrias sugere ocorrência de transporte iônico. Após aclimatação por 10 dias em água do mar a 25‰S, não houve redução dessas estruturas subcelulares, o que sugere secreção de Cl-, já que esta espécie hiporregula cloreto nesta salinidade. C. vittatus apresenta filobrânquias e aparentemente as artrobrânquias possuem maior relevância na osmorregulação. A arquitetura se dá por um epitélio simples abaixo da cutícula, formado por células pilares e suas franjas, há um septo intralamelar. As estruturas celulares são poucas, raramente encontram-se mitocôndrias e as invaginações são muito escassas. O espaço subcuticular é pequeno e há desmossomos entre franjas adjacentes. A região do pericário é rica em invaginações basais e mitocôndrias. Após aclimatação por 10 dias em água do mar a 15‰S houve surgimento de numerosas invaginações de membrana e aumento de mitocôndrias no septo. Nas células pilares houve aumento das evaginações apicais, e os desmossomos apareceram seguidos de uma junção septada interdigitada. Essas mudanças estão relacionadas com o transporte ativo de sal em meio diluído, já que permitem alojar enzimas ionotransportadoras, e isto é o que aparentemente permite a penetração e permanência de C. vittatus em meio de baixa salinidade.
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A Na+/K+-ATPase é fundamental na regulação anisosmótica extracelular. Objetivamos gerar conhecimento para a discussão das estratégias adaptativas funcionais que permitiram a ocupação de meio diluído pelos anomuros, a partir de informações sobre o tipo de brânquia e a ultraestrutura das células íon-transportadoras em Aegla franca (Aeglidae), forte hiperregulador, e Clibanarius vittatus (Diogenidae), fraco-hiperregulador. Os animais foram aclimatados no laboratório e os tecidos íon-transportadores localizados pela técnica de coloração por prata. As brânquias foram dissecadas, fixadas e avaliadas em nível de microscopia ótica, eletrônica de varredura e transmissão. A. franca apresenta tricobrânquias, e há diferenças funcionais entre as artrobrânquias e pleurobrânquias. A arquitetura do filamento branquial se dá por um epitélio simples, abaixo da cutícula, formado por células pilares nas regiões laterais. O septo divide o espaço da hemolinfa em canal aferente e eferente e formam as lacunas laterais. A presença de evaginações apicais e invaginações basais associados a mitocôndrias sugere ocorrência de transporte iônico. Após aclimatação por 10 dias em água do mar a 25‰S, não houve redução dessas estruturas subcelulares, o que sugere secreção de Cl-, já que esta espécie hiporregula cloreto nesta salinidade. C. vittatus apresenta filobrânquias e aparentemente as artrobrânquias possuem maior relevância na osmorregulação. A arquitetura se dá por um epitélio simples abaixo da cutícula, formado por células pilares e suas franjas, há um septo intralamelar. As estruturas celulares são poucas, raramente encontram-se mitocôndrias e as invaginações são muito escassas. O espaço subcuticular é pequeno e há desmossomos entre franjas adjacentes. A região do pericário é rica em invaginações basais e mitocôndrias. Após aclimatação por 10 dias em água do mar a 15‰S houve surgimento de numerosas invaginações de membrana e aumento de mitocôndrias no septo. Nas células pilares houve aumento das evaginações apicais, e os desmossomos apareceram seguidos de uma junção septada interdigitada. Essas mudanças estão relacionadas com o transporte ativo de sal em meio diluído, já que permitem alojar enzimas ionotransportadoras, e isto é o que aparentemente permite a penetração e permanência de C. vittatus em meio de baixa salinidade.Crustaceans exhibit different patterns of osmotic regulation and are the gills that absorb ions from the external environment more diluted. The gill cells that carry out ion transport present apical evaginations and basal membrane invaginations associated with mitochondria, which provide ATP to Na+/K+-ATPase inserted in the basal infoldings. The Na+/K+-ATPase is critical in extracellular anisosmotic regulation. We aim to generate knowledge for the discussion of functional adaptive strategies that allowed the occupation of dilute medium by Anomura, from information about the gill type and ion-transporting cells ultrastructure in Aegla franca (Aeglidae), strong-hyperregulator and Clibanarius vittatus (Diogenidae), weak-hyperregulator. The animals were acclimated in the laboratory and ion-transporters tissues located by silver staining technique. Gills were dissected, fixed and evaluated at the optical microscopy, scanning electron and transmission. A. franca presents trichobranchia, and there are functional differences between the artrobranchias and pleurobranchias. The architecture of the gill filament is given by a simple epithelium, below the cuticle, formed by pillar cells on the lateral sides. The septum divides the hemolymph space in the afferent and efferent channels and forms lateral gaps. The presence of apical evaginations and basal invaginations associated with mitochondria suggests the occurrence of ion transport. After acclimatization for 10 days in seawater at 25‰S, no reduction of these sub cellular structures happened, which suggests secretion of Cl-, since this specie hyporregulates chloride in this salinity. C. vittatus presents phyllobranchia and apparently the artrobranchias have greater relevance in osmoregulation. The architecture is given by a simple epithelium under the cuticle, formed by pillar cells and its flanges, there is an intralamelar septum. The cellular structures are few, rarely are mitochondria and infoldings are very scarce. The subcuticular space is small and there are desmossomes between adjacent flanges. The perikaryum region is rich in basal invaginations and mitochondria. After acclimatization for 10 days in seawater at 15‰S had the emergence of numerous membrane invaginations and increase of mitochondria number in the septum. In pillar cells showed an increase in apical evaginations and desmossomes appeared followed by a septate junction intercaled. These changes are related to salt active transport in dilute medium, as they allow host ion-transport enzymes, and apparently this is what allows the penetration and retention of C. vittatus in the low salinity medium.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMcNamara, John CampbellAntunes, Cláudia Doi2011-04-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-15082023-144421/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-08-15T18:08:49Zoai:teses.usp.br:tde-15082023-144421Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-08-15T18:08:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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