Geometria e cinemática na região do Baixo Rio Doce entre Aimorés (MG) e Colatina (ES)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Karniol, Tiago da Rocha
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-22102015-161526/
Resumo: O trend do Cinturão Paraíba ou Faixa/Cinturão apresenta uma inflexão de NE-SW para aproximadamente N-S, a partir da divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo. Com base nesta mudança, alguns autores incluem este trecho do orógeno na Faixa Araçuaí, ampliando sua concepção original. O presente trabalho visa caracterizar estruturalmente uma seção no Baixo Rio Doce/ES, frente à escassez de dados sistemáticos de lineação de estiramento e mineral e análise geométrica e cinemática neste trecho do orógeno. A região compreende uma associação de granulitos, charnockitos e granitos ricos em granada. Os contatos variam de intrusivos a tectônicos, marcados por zonas de cisalhamento reconhecidas em escala de imagem de satélite ou mapas regionais. A Zona de Cisalhamento Guaçuí sofre uma inflexão de SW-NE para SE-NW, mas as principais estruturas da área associam-se ao sistema Guaçuí. O levantamento de uma seção geológica-estrutural entre Aimorés (MG) e Colatina (ES), permitiu o reconhecimento das principais feições geométricas e cinemáticas. São reconhecidos quatro domínios estruturais (I, II, III e IV), onde a lineação de estiramento e mineral concentra-se no setor NNE-NE do diagrama. A foliação principal mostra duas orientações dominantes: N-S a NW-SE com mergulhos altos a baixos para E e NE, presente em todos os domínios, e NE-SW com mergulhos intermediários/altos para SE e NW, presente nos domínios II e II. No setor W há indicadores cinemáticos compatíveis com um fluxo compressivo para SW e extensional para NE, reconhecido em estruturas mesoscópicas no granulito e no charnockito. O charnockito compõe um corpo batolítico e tem seu contato E marcado por uma zona de cisalhamento de alto ângulo com direção SW-NE. A partir desta zona, na escala de campo, predomina fluxo extensional para NNE-NE. Microscopicamente, são descritos indicadores de movimentação com sentidos opostos. O padrão de eixos-C de quartzo predominante é o de guirlanda cruzada assimétrica do tipo II e o sentido do fluxo é condizente com algumas estruturas mesoscópicas. O padrão das guirlandas obtidas, com concentração de dados nos quatro quadrantes do diagrama a aproximadamente 90°, revela que as rochas foram submetidas a um regime de deformação de alto grau. Este regime aciona a participação do plano prismático [c] além do plano basal nas deformações intracristalinas, gerando diagramas com concentração de dados ao longo do eixo X do elipsóide de deformação finita. Outras evidências microestruturais de alto grau de metamorfismo referem-se a uma textura reticular cruzada, padrão de extinção tipo \"tabuleiro de xadrez\" no quartzo e feições de deformação dúctil em vários minerais, como quartzo, feldspato, cordierita, sillimanita, piroxênio e granada. Considera-se a predominância de movimentos oblíquos e paralelos à faixa no segmento estudado, também descritos em outros trabalhos, em contraste com os movimentos frontais indicados por alguns autores para este domínio. Cabe ressaltar ainda que os dados analisados neste trabalho evidenciam a presença de um quadro cinemático superposto, desenvolvido em regime de deformação dúctil.
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spelling Geometria e cinemática na região do Baixo Rio Doce entre Aimorés (MG) e Colatina (ES)Not available.Aimorés (MG)CinemáticaColatina (ES)Geologia estruturalGeometriaNot available.PetrografiaO trend do Cinturão Paraíba ou Faixa/Cinturão apresenta uma inflexão de NE-SW para aproximadamente N-S, a partir da divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo. Com base nesta mudança, alguns autores incluem este trecho do orógeno na Faixa Araçuaí, ampliando sua concepção original. O presente trabalho visa caracterizar estruturalmente uma seção no Baixo Rio Doce/ES, frente à escassez de dados sistemáticos de lineação de estiramento e mineral e análise geométrica e cinemática neste trecho do orógeno. A região compreende uma associação de granulitos, charnockitos e granitos ricos em granada. Os contatos variam de intrusivos a tectônicos, marcados por zonas de cisalhamento reconhecidas em escala de imagem de satélite ou mapas regionais. A Zona de Cisalhamento Guaçuí sofre uma inflexão de SW-NE para SE-NW, mas as principais estruturas da área associam-se ao sistema Guaçuí. O levantamento de uma seção geológica-estrutural entre Aimorés (MG) e Colatina (ES), permitiu o reconhecimento das principais feições geométricas e cinemáticas. São reconhecidos quatro domínios estruturais (I, II, III e IV), onde a lineação de estiramento e mineral concentra-se no setor NNE-NE do diagrama. A foliação principal mostra duas orientações dominantes: N-S a NW-SE com mergulhos altos a baixos para E e NE, presente em todos os domínios, e NE-SW com mergulhos intermediários/altos para SE e NW, presente nos domínios II e II. No setor W há indicadores cinemáticos compatíveis com um fluxo compressivo para SW e extensional para NE, reconhecido em estruturas mesoscópicas no granulito e no charnockito. O charnockito compõe um corpo batolítico e tem seu contato E marcado por uma zona de cisalhamento de alto ângulo com direção SW-NE. A partir desta zona, na escala de campo, predomina fluxo extensional para NNE-NE. Microscopicamente, são descritos indicadores de movimentação com sentidos opostos. O padrão de eixos-C de quartzo predominante é o de guirlanda cruzada assimétrica do tipo II e o sentido do fluxo é condizente com algumas estruturas mesoscópicas. O padrão das guirlandas obtidas, com concentração de dados nos quatro quadrantes do diagrama a aproximadamente 90°, revela que as rochas foram submetidas a um regime de deformação de alto grau. Este regime aciona a participação do plano prismático [c] além do plano basal nas deformações intracristalinas, gerando diagramas com concentração de dados ao longo do eixo X do elipsóide de deformação finita. Outras evidências microestruturais de alto grau de metamorfismo referem-se a uma textura reticular cruzada, padrão de extinção tipo \"tabuleiro de xadrez\" no quartzo e feições de deformação dúctil em vários minerais, como quartzo, feldspato, cordierita, sillimanita, piroxênio e granada. Considera-se a predominância de movimentos oblíquos e paralelos à faixa no segmento estudado, também descritos em outros trabalhos, em contraste com os movimentos frontais indicados por alguns autores para este domínio. Cabe ressaltar ainda que os dados analisados neste trabalho evidenciam a presença de um quadro cinemático superposto, desenvolvido em regime de deformação dúctil.The trend of the Paraíba or Ribeira Belt changes from NE-SW near the Rio de Janeiro - Espírito Santo state boundary. Because of this, some authors include this region in the Araçuaí Belt. This work focuses on the structural characterization of a section in the Baixo do Rio Doce region, Espírito Santo State, Brazil, considering the need for more systematic data on mineral and stretching lineations and geometric and kinematic analyses of this part of the orogeny. The area contains garnet-rich granulites, charnockites and S-type granites. Their contacts are magmatic or tectonic, marked by high angle shear zones that are recognizable in regional geological maps or satellite images. The Guaçuí Shear Zone inflects from SW-NE to SE-NW in the Baixo do Rio Doce region, but the main structures are related to the Guaçuí system. In the Aimorés (MG) - Colatina (ES) section, four structural domains are recognized (I, II, III and IV) with mineral and stretching lineation plunging dominantly to NNE-NE. The foliation has two main orientations: one with N-S and NW-SE trend and both high and low dips to E and NE, which are found in all domains, and the other with NE-SW trend and high intermediate dips to SE and NW. The kinematic indicators in the western part the section suggests top-to-SW-SSW (compressive structures) and top-to-NE-NNE (extensive structures), recognized in mesoscopic structures such as S-C and S-C-C\' foliation planes, asymmetric structures, \'alfa\' type porphyroclasts in the granulites and charnockites. The charnockite comprises a batholithic body and its eastern contact is a high angle shear zone with SW-NE trend. In the eastern part of the section, top-to-NE-NNE prevail. Some microscopic structures, however, indicate the opposite shear zone. The crystallographic C-axis pattern resembles predominantly type-II asymmetric crossed girdles and the follow direction is consistent with some mesoscopic structures. The fabric skeleton with opening angles of 90° centered on the Y-axis and c-axis plots concentrated on the extension axis, suggests that a high metamorphic grade was reached in this rocks. This implies the basal prism [c] switch in the intracrystalline deformation mechanisms. Other microstructural evidence related to the high metamorphic grade relates to reticular matrix mosaics, quartz chessboard pattern and other ductile deformation features in quartz, feldspar, cordierite, sillimanite, garnet and pyroxene. It is thought that movements parallel or oblique to the belt were important in this orogeny, rather than the frontal movements which some authors have proposed for the Eastern domain of the Araçuaí Belt. The data presented in this study show complex kinematics path developed during ductile deformation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMachado, RômuloKarniol, Tiago da Rocha2003-09-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-22102015-161526/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-22102015-161526Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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