Avaliação da efetividade e segurança dos novos fármacos de ação direta indicados no tratamento da hepatite C

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bruna Forte Aguiar
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.60.2019.tde-04102018-093425
Resumo: Introdução: A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 71 milhões de pessoas estejam vivendo infectadas pelo vírus da hepatite C (HCV), o que corresponde a 1% da população mundial. A infecção crônica pelo HCV é uma das principais causas de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. O tratamento farmacológico visa a erradicação do vírus e melhora da atividade inflamatória. Em 2015, três fármacos de ação direta (DAA), simeprevir (SMV), sofosbuvir (SOF) e daclatasvir (DCV), foram incluídos no protocolo brasileiro de tratamento da hepatite C crônica. Estudos demonstram que o uso destes medicamentos está associado a elevadas taxas de resposta ao tratamento e a menor incidência de reações adversas em relação às terapias baseadas no uso do interferon e de inibidores de protease de primeira geração. Outros trabalhos indicam que pode haver associação entre a presença de determinadas mutações de resistência viral com a resposta ao tratamento farmacológico. Objetivos: Verificar a efetividade e a segurança dos esquemas de tratamento da hepatite C crônica que envolvem os DAA e analisar se a presença das mutações de resistência impacta negativamente na resposta ao tratamento. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo quase experimental de braço único realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Foram incluídos indivíduos maiores de 18 anos, infectados pelo genótipo 1 do HCV, que iniciaram tratamento com esquema que continha SOF em associação com DCV ou SMV. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos, clínicos e realizou-se levantamento da ocorrência de reações adversas durante o tratamento, por meio do sistema informatizado do hospital. A coleta de sangue, para verificação da presença de mutações de resistência viral, foi realizada em até 15 dias antes do início do tratamento. O principal desfecho considerado foi a RVS12, definida como a ausência de carga viral detectável na 12ª semana após o fim do tratamento. Resultados: 262 indivíduos foram incluídos no estudo, dos quais 58,0% eram do sexo masculino e 79,4% foram classificados como brancos. A média de idade calculada para a amostra foi 55 anos, com desvio padrão de 10 anos. Quanto aos esquemas de tratamento propostos, 49,6% dos pacientes receberam tratamento com SOF e DCV e 50,4% fizeram uso de SOF e SMV. A taxa global de RVS12 foi de 92,7% (93,9% para SOF + DCV e 91,7% para SOF + SMV). Não foram identificados fatores associados a RVS, segundo a análise estatística. As reações adversas mais comuns foram anemia, náuseas, cefaleia e fadiga. Não foi encontrada evidência de associação entre a presença de mutações associadas a resistência ao tratamento e a falha no tratamento. Conclusão: O uso de esquemas de tratamento compostos por SOF e DCV ou SOF e SMV apresentou alta taxa de RVS e bom perfil de tolerabilidade em pacientes com genótipo 1 do HCV.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Avaliação da efetividade e segurança dos novos fármacos de ação direta indicados no tratamento da hepatite C The effectiveness and safety assessment of new direct-acting antiviral agents indicated for the treatment of hepatitis C 2018-08-17Leonardo Régis Leira PereiraMareni Rocha FariasRodrigo de Carvalho SantanaFernanda Fernandes SouzaBruna Forte AguiarUniversidade de São PauloCiências FarmacêuticasUSPBR Daclatasvir Daclatasvir Hepatite C Hepatitis C Simeprevir Simeprevir Sofosbuvir Sofosbuvir Introdução: A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 71 milhões de pessoas estejam vivendo infectadas pelo vírus da hepatite C (HCV), o que corresponde a 1% da população mundial. A infecção crônica pelo HCV é uma das principais causas de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. O tratamento farmacológico visa a erradicação do vírus e melhora da atividade inflamatória. Em 2015, três fármacos de ação direta (DAA), simeprevir (SMV), sofosbuvir (SOF) e daclatasvir (DCV), foram incluídos no protocolo brasileiro de tratamento da hepatite C crônica. Estudos demonstram que o uso destes medicamentos está associado a elevadas taxas de resposta ao tratamento e a menor incidência de reações adversas em relação às terapias baseadas no uso do interferon e de inibidores de protease de primeira geração. Outros trabalhos indicam que pode haver associação entre a presença de determinadas mutações de resistência viral com a resposta ao tratamento farmacológico. Objetivos: Verificar a efetividade e a segurança dos esquemas de tratamento da hepatite C crônica que envolvem os DAA e analisar se a presença das mutações de resistência impacta negativamente na resposta ao tratamento. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo quase experimental de braço único realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Foram incluídos indivíduos maiores de 18 anos, infectados pelo genótipo 1 do HCV, que iniciaram tratamento com esquema que continha SOF em associação com DCV ou SMV. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos, clínicos e realizou-se levantamento da ocorrência de reações adversas durante o tratamento, por meio do sistema informatizado do hospital. A coleta de sangue, para verificação da presença de mutações de resistência viral, foi realizada em até 15 dias antes do início do tratamento. O principal desfecho considerado foi a RVS12, definida como a ausência de carga viral detectável na 12ª semana após o fim do tratamento. Resultados: 262 indivíduos foram incluídos no estudo, dos quais 58,0% eram do sexo masculino e 79,4% foram classificados como brancos. A média de idade calculada para a amostra foi 55 anos, com desvio padrão de 10 anos. Quanto aos esquemas de tratamento propostos, 49,6% dos pacientes receberam tratamento com SOF e DCV e 50,4% fizeram uso de SOF e SMV. A taxa global de RVS12 foi de 92,7% (93,9% para SOF + DCV e 91,7% para SOF + SMV). Não foram identificados fatores associados a RVS, segundo a análise estatística. As reações adversas mais comuns foram anemia, náuseas, cefaleia e fadiga. Não foi encontrada evidência de associação entre a presença de mutações associadas a resistência ao tratamento e a falha no tratamento. Conclusão: O uso de esquemas de tratamento compostos por SOF e DCV ou SOF e SMV apresentou alta taxa de RVS e bom perfil de tolerabilidade em pacientes com genótipo 1 do HCV. Background: The World Health Organization estimates that about 71 million people are living with hepatitis C virus (HCV), which accounts for 1% of the world population. Chronic HCV infection is one of the major causes of liver cirrhosis and hepatocellular carcinoma. The pharmacological treatment aims to eradicate the virus and improve inflammatory activity. In 2015, three direct-acting antivirals (DAA), simeprevir (SMV), sofosbuvir (SOF) and daclatasvir (DCV) were included in the brazilian protocol for the treatment of chronic hepatitis C. Studies have shown that the use of these drugs is associated with higher rates of response to treatment and to lower incidence of adverse reactions, compared to therapies based on the use of interferon and first-generation protease inhibitors. Other studies indicate that there may be an association between the presence of certain viral resistance mutations and the response to pharmacological treatment. Aims: To verify the effectiveness and safety of chronic hepatitis C treatment regimens involving DAA and to analyze whether the presence of resistance mutations negatively affects SVR rates. Methods: It is an almost experimental single-arm study performed at the Clinics Hospital of the Ribeirão Preto Medical School. We included individuals older than 18 years old, infected with HCV genotype 1, who started treatment with a regimen containing SOF in combination with DCV or SMV. Sociodemographic, anthropometric and clinical data were collected and the occurrence of adverse reactions during the treatment was investigated through the computerized system of the hospital. Blood collection for search for viral resistance mutations was performed within 15 days prior to initiation of treatment. The main outcome was SVR12, defined as the absence of detectable viral load at the 12th week after the end of treatment. Results: 262 subjects were included in the study, of which 58.0% were male and 79.4% were white. The mean age calculated for the sample was 55 years, with standard deviation of 10 years. Regarding the treatment regimens, 49.6% of the patients received SOF and DCV and 50.4% used SOF and SMV. The SVR12 rate was 92.7% (93.9% for SOF + DCV and 91.7% for SOF + SMV). No factors associated with SVR were identified according to the statistical analysis. The most common adverse reactions were anemia, nausea, headache and fatigue. No evidence of association was found between the presence of mutations associated with treatment resistance and treatment failure. Conclusion: The use of treatment regimens composed of SOF and DCV or SOF and SMV showed a high rate of SVR and a good tolerability profile in patients with HCV genotype 1. https://doi.org/10.11606/D.60.2019.tde-04102018-093425info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:13:12Zoai:teses.usp.br:tde-04102018-093425Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:07:55.384103Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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