Levantamento epidemiológico das neoplasias de glândulas salivares menores do serviço de patologia oral e maxilofacial da Faculdade de Odontologia da USP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Viveiros, Stephanie Kenig
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-30072020-103415/
Resumo: As neoplasias de glândulas salivares são pouco frequentes e, em apenas 9 a 23% dos casos, as glândulas menores são acometidas. É muito comum, em estudos retrospectivos, o agrupamento das neoplasias de glândulas salivares maiores e menores, dificultando a identificação da real incidência das últimas. Realizamos um levantamento das neoplasias de glândulas salivares menores nos últimos 21 anos para identificar o perfil dos pacientes acometidos. Durante o período foram diagnosticados 72.286 casos no serviço, desses 687 (0,95%) eram neoplasias de glândulas salivares menores: 345 malignas (50,2%) e 342 benignas (49,8%). A região mais acometida foi o palato (53%). Os pacientes foram na sua maioria mulheres (65,5%) entre 5ª e 6ª década de vida (16,5% cada), a idade média dos pacientes foi de 48,44 anos variando de 8 a 93 anos. Os diagnósticos mais comuns foram: Adenoma pleomórfico (36,4%) e Carcinoma mucoepidermoide (16,9%). Nossos resultados mostram que, 41,5% das neoplasias malignas foram submetidas a biópsias excisionais, o que demonstra uma necessidade da melhor caracterização desse tipo de lesão para auxiliar na conduta clínica e no tratamento dos pacientes. Levantamos algumas características que podem indicar maiores chances de um diagnostico histológico maligno ou benigno: entre a quarta e a sexta década não é possível notar uma maior frequência entre neoplasias benignas e malignas; na primeira, sétima, oitava e nona décadas nota-se uma maior acometimento por neoplasias malignas; na segunda, terceira e décima há uma predominância das neoplasias benignas. As pacientes do sexo feminino apresentam uma tendência a neoplasias malignas, enquanto os pacientes do sexo masculino apresentam uma tendência inversa. Algumas regiões são mais propensas às neoplasias malignas: língua, região retromolar, assoalho bucal e mucosa jugal; outras apresentam uma frequência muito próxima: lábio inferior, palato e fundo de sulco; e regiões como lábio e lábio superior tem tendência aà neoplasias benignas. As lesões ulceradas e manchas tem uma maior chance de serem malignas; as bolhas de serem benignas e os nódulos tem chances semelhantes. As lesões enegrecidas foram exclusivamente malignas e há uma tendência maior para o diagnóstico de malignidade em leões brancas, vermelhas e roxas. Nas lesões amarelas há uma distribuição semelhante entre benignas e malignas e as lesões com cor de mucosa normal tendem a ser benignas. Os pacientes tabagistas apresentaram mais neoplasias benignas, os não tabagistas apresentaram relação semelhante entre neoplasias benignas e malignas e os pacientes ex tabagistas tiveram somente neoplasia maligna. Os pacientes etilistas apresentaram mais neoplasias benignas que malignas, enquanto os pacientes não etilistas apresentaram uma frequência bastante similar. As lesões sintomáticas tiveram maior tendência à malignidade. Lesões de até 6 cm tem tendência semelhante a neoplasias benignas e malignas, enquanto as lesões com mais de 7 cm apresentam uma maior tendência à malignidade. As lesões com evolução de até 6 meses, e entre 25 a 36 meses, tem mais tendência à malignidade; há uma similaridade muito grande entre os diagnósticos benignos e malignos de 7 a 24 meses, enquanto, as lesões com mais de 36 meses têm menor tendência a malignidade.
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Durante o período foram diagnosticados 72.286 casos no serviço, desses 687 (0,95%) eram neoplasias de glândulas salivares menores: 345 malignas (50,2%) e 342 benignas (49,8%). A região mais acometida foi o palato (53%). Os pacientes foram na sua maioria mulheres (65,5%) entre 5ª e 6ª década de vida (16,5% cada), a idade média dos pacientes foi de 48,44 anos variando de 8 a 93 anos. Os diagnósticos mais comuns foram: Adenoma pleomórfico (36,4%) e Carcinoma mucoepidermoide (16,9%). Nossos resultados mostram que, 41,5% das neoplasias malignas foram submetidas a biópsias excisionais, o que demonstra uma necessidade da melhor caracterização desse tipo de lesão para auxiliar na conduta clínica e no tratamento dos pacientes. Levantamos algumas características que podem indicar maiores chances de um diagnostico histológico maligno ou benigno: entre a quarta e a sexta década não é possível notar uma maior frequência entre neoplasias benignas e malignas; na primeira, sétima, oitava e nona décadas nota-se uma maior acometimento por neoplasias malignas; na segunda, terceira e décima há uma predominância das neoplasias benignas. As pacientes do sexo feminino apresentam uma tendência a neoplasias malignas, enquanto os pacientes do sexo masculino apresentam uma tendência inversa. Algumas regiões são mais propensas às neoplasias malignas: língua, região retromolar, assoalho bucal e mucosa jugal; outras apresentam uma frequência muito próxima: lábio inferior, palato e fundo de sulco; e regiões como lábio e lábio superior tem tendência aà neoplasias benignas. As lesões ulceradas e manchas tem uma maior chance de serem malignas; as bolhas de serem benignas e os nódulos tem chances semelhantes. As lesões enegrecidas foram exclusivamente malignas e há uma tendência maior para o diagnóstico de malignidade em leões brancas, vermelhas e roxas. Nas lesões amarelas há uma distribuição semelhante entre benignas e malignas e as lesões com cor de mucosa normal tendem a ser benignas. Os pacientes tabagistas apresentaram mais neoplasias benignas, os não tabagistas apresentaram relação semelhante entre neoplasias benignas e malignas e os pacientes ex tabagistas tiveram somente neoplasia maligna. Os pacientes etilistas apresentaram mais neoplasias benignas que malignas, enquanto os pacientes não etilistas apresentaram uma frequência bastante similar. As lesões sintomáticas tiveram maior tendência à malignidade. Lesões de até 6 cm tem tendência semelhante a neoplasias benignas e malignas, enquanto as lesões com mais de 7 cm apresentam uma maior tendência à malignidade. As lesões com evolução de até 6 meses, e entre 25 a 36 meses, tem mais tendência à malignidade; há uma similaridade muito grande entre os diagnósticos benignos e malignos de 7 a 24 meses, enquanto, as lesões com mais de 36 meses têm menor tendência a malignidade.Salivary gland neoplasms are uncommon and, in only 9 to 23% of cases, minor glands are affected. In retrospective studies, the clustering of major and minor salivary gland neoplasms is very common, making it difficult to recognize the actual incidence of the minor ones. We performed a survey of minor salivary gland neoplasms over the past 21 years to identify the affected patients\' profiles. There were 72,286 cases diagnosed at the service, of these 687 (0.95%) were minor salivary gland neoplasms: 345 malignant (50.2%) and 342 benign (49.8%). The most affected site was the palate (53%). The patients were mostly women (65.5%) between the 5th and 6th decade of life (16.5% each), patients\' average age was 48.44 years ranging from 8 to 93 years. The most common diagnoses were: Pleomorphic adenoma (36.4%) and Mucoepidermoid carcinoma (16.9%). Our results show that 41.5% of malignant neoplasms underwent excisional biopsies, which demonstrates the need for a better description of this lesion to assist in the clinical management and treatment of patients. We have raised some characteristics that may indicate higher chances of a benign or malignant histological diagnosis: between the fourth and sixth decade it is not possible to notice a higher frequency between benign and malignant neoplasms; in the first, seventh, eighth and ninth decades, there is greater involvement of malignant neoplasms; in the second, third and tenth there is a higher incidence of benign neoplasms. Female patients tend to malignant neoplasms, while male patients have a reverse tendency. Some regions are more prone to malignant neoplasms, such as the tongue, retromolar region, buccal floor, and jugal mucosa; others have a very close frequency of benign and malignant neoplasms as the lower lip, palate, and vestibule; while lip and upper lip tend to benign neoplasms. Ulcerated lesions and patches have a higher chance of being malignant; blisters tend to be benign and nodules have similar chances of both. The black lesions were exclusively malignant and there are a greater tendency to malignant diagnosis in white, red and purple lesions. Yellow lesions have a similar distribution between benign and malignant neoplasms and lesions with normal mucosal color tend to be benign. Smoking patients had more benign neoplasms, non-smokers had a similar relationship between benign and malignant neoplasms, and former smokers had only malignant neoplasms. Alcoholic patients had more benign than malignant neoplasms, while non-alcoholic patients had a very similar frequency of them. Symptomatic lesions were more prone to malignancy. Lesions up to 6 cm have a similar tendency to benign and malignant neoplasms, while lesions over 7 cm have a greater tendency to malignancy. Lesions with the evolution of up to 6 months and between 25 and 36 months are more prone to malignancy; there is a very similarity between benign and malignant diagnoses from 7 to 24 months, while lesions older than 36 months have a lower tendency to malignancy.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJúnior, Décio dos Santos PintoViveiros, Stephanie Kenig2020-02-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-30072020-103415/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-09-14T07:51:05Zoai:teses.usp.br:tde-30072020-103415Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-09-14T07:51:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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