Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigo Gonçalves Ribeiro
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.58.2010.tde-19032010-120232
Resumo: Neste trabalho avaliou-se ex vivo, por método histoquímico, a permeabilidade dentinária das paredes dos canais radiculares do terço apical de diferentes grupos dentais humanos. Analisou-se o padrão de distribuição de túbulos dentinários e a presença de dentina esclerosada neste terço. Foram utilizados 80 dentes, sendo 8 de cada grupo dental (incisivos centrais, incisivos laterais, caninos superiores e inferiores, primeiros pré-molares superiores raízes vestibulares e palatinas, primeiros pré-molares inferiores e segundos pré-molares superiores e inferiores), o que compôs 88 raízes, divididas em 11 grupos. Os canais radiculares dos dentes foram instrumentados com o sistema rotatório K3 de acordo com a técnica Free Tip Preparation (PÉCORA et al. 2002), utilizando como solução para irrigação NaOCl a 1% e irrigação final com EDTA a 15%. Após o preparo, as raízes foram imersas em solução de sulfato de cobre a 10% por trinta minutos e, a seguir, imersas em solução alcoólica de ácido rubeânico a 1% pelo mesmo tempo. Essa reação química evidencia a permeabilidade dentinária com a formação do rubeanato de cobre de coloração escura. O terço apical das raízes foi seccionado transversalmente em cortes seriados com espessura de 100 micrômetros. Cinco cortes de cada terço apical foram lixados, lavados, desidratados, clarificados e montados em lâminas para exame em microscopia óptica. A quantificação da porcentagem de infiltração de íons cobre foi realizada por análise morfométrica, assim como a quantificação de dentina tubular. Os dados foram anotados para estabelecer os padrões de infiltração de dentina esclerosada. Os valores da porcentagem de infiltração dos íons cobre foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey. Os resultados evidenciaram que a infiltração de íons cobre no terço apical variaram de 4,60% a 16,66%. Os dentes incisivos centrais e laterais inferiores apresentaram os maiores valores de permeabilidade dentinária (16,66%). Os dentes caninos superiores, segundo e primeiro pré-molares inferiores apresentaram as menores porcentagens de infiltração: 4,60%, 4,80% e 5,71%, respectivamente (p<0,001). Os demais dentes apresentaram-se em situação intermediária de permeabilidade. A análise da distribuição dos túbulos dentinários, marcada pela penetração de íons cobre, possibilitou uma classificação em sete tipos. Tipo I distribuição total ao redor do canal; Tipo II distribuição semitotal; Tipo III distribuição unipolar; Tipo IV bipolar; Tipo V tripolar; Tipo VI tetrapolar; Tipo VII sem penetração, ou seja, com total presença de dentina esclerosada. Essa classificação corresponde ao efeito dúplice, ou seja, indica a presença de túbulos dentinários ao mesmo tempo em que expressa a ausência de dentina esclerosada. A distribuição bipolar (Tipo IV) foi a que apresentou a maior incidência, de dentina esclerosada: 10,0% a 57,5% no terço apical em todos os dentes estudados. A maior quantidade de dentina esclerosada, ou seja, onde não ocorreu infiltração de íons cobre (Tipo VII) foi observada, com maior incidência, nos dentes caninos superiores, primeiros e segundos pré-molares inferiores.
id USP_e1509245f33fe5feedfa326c5985cd5d
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-19032010-120232
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais Qualiquantitative analysis of apical dentin permeability in different dental groups 2010-03-05Jesus Djalma PecoraCarlos Roberto BergerAntonio Miranda da Cruz FilhoMarcia da Silva SchmitzManoel Damião de Sousa NetoRodrigo Gonçalves RibeiroUniversidade de São PauloOdontologia (Odontologia Restauradora)USPBR Apical third Dentin Dentin Permeabitity Dentina Endodontia Endodontics Permeabilidade Dentinária Terço Apical Neste trabalho avaliou-se ex vivo, por método histoquímico, a permeabilidade dentinária das paredes dos canais radiculares do terço apical de diferentes grupos dentais humanos. Analisou-se o padrão de distribuição de túbulos dentinários e a presença de dentina esclerosada neste terço. Foram utilizados 80 dentes, sendo 8 de cada grupo dental (incisivos centrais, incisivos laterais, caninos superiores e inferiores, primeiros pré-molares superiores raízes vestibulares e palatinas, primeiros pré-molares inferiores e segundos pré-molares superiores e inferiores), o que compôs 88 raízes, divididas em 11 grupos. Os canais radiculares dos dentes foram instrumentados com o sistema rotatório K3 de acordo com a técnica Free Tip Preparation (PÉCORA et al. 2002), utilizando como solução para irrigação NaOCl a 1% e irrigação final com EDTA a 15%. Após o preparo, as raízes foram imersas em solução de sulfato de cobre a 10% por trinta minutos e, a seguir, imersas em solução alcoólica de ácido rubeânico a 1% pelo mesmo tempo. Essa reação química evidencia a permeabilidade dentinária com a formação do rubeanato de cobre de coloração escura. O terço apical das raízes foi seccionado transversalmente em cortes seriados com espessura de 100 micrômetros. Cinco cortes de cada terço apical foram lixados, lavados, desidratados, clarificados e montados em lâminas para exame em microscopia óptica. A quantificação da porcentagem de infiltração de íons cobre foi realizada por análise morfométrica, assim como a quantificação de dentina tubular. Os dados foram anotados para estabelecer os padrões de infiltração de dentina esclerosada. Os valores da porcentagem de infiltração dos íons cobre foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey. Os resultados evidenciaram que a infiltração de íons cobre no terço apical variaram de 4,60% a 16,66%. Os dentes incisivos centrais e laterais inferiores apresentaram os maiores valores de permeabilidade dentinária (16,66%). Os dentes caninos superiores, segundo e primeiro pré-molares inferiores apresentaram as menores porcentagens de infiltração: 4,60%, 4,80% e 5,71%, respectivamente (p<0,001). Os demais dentes apresentaram-se em situação intermediária de permeabilidade. A análise da distribuição dos túbulos dentinários, marcada pela penetração de íons cobre, possibilitou uma classificação em sete tipos. Tipo I distribuição total ao redor do canal; Tipo II distribuição semitotal; Tipo III distribuição unipolar; Tipo IV bipolar; Tipo V tripolar; Tipo VI tetrapolar; Tipo VII sem penetração, ou seja, com total presença de dentina esclerosada. Essa classificação corresponde ao efeito dúplice, ou seja, indica a presença de túbulos dentinários ao mesmo tempo em que expressa a ausência de dentina esclerosada. A distribuição bipolar (Tipo IV) foi a que apresentou a maior incidência, de dentina esclerosada: 10,0% a 57,5% no terço apical em todos os dentes estudados. A maior quantidade de dentina esclerosada, ou seja, onde não ocorreu infiltração de íons cobre (Tipo VII) foi observada, com maior incidência, nos dentes caninos superiores, primeiros e segundos pré-molares inferiores. This ex vivo study evaluated histochemically the dentin permeability of the root canal walls in the apical third of different human dental groups, analyzing the pattern of dentinal tubule distribution and the presence of sclerotic dentin in this region. Eighty teeth were used, being 8 of each dental group - maxillary and mandibular central incisors, lateral incisors and canines, maxillary first premolars (buccal and palatal roots), mandibular first premolars, and maxillary and mandibular second premolars -, totalizing 88 roots that were distributed in 11 groups. The root canals were instrumented with the K3 rotary system according to the Free Tip Preparation technique (PÉCORA et al. 2002), using 1% NaOCl as irrigant and final irrigation with 15% EDTA. After root canal preparation, the roots were immersed in a 10% copper sulfate solution for 30 minutes and then in a 1% rubeanic acid alcoholic solution for the same time. This chemical reaction reveals dentin permeability by the formation of copper rubeanate, which is a dark-colored compound. Semiserial 100-&micro;m-thick cross-sections were obtained from the apical third of the roots. Five sections of each apical third were ground, washed, dehydrated, cleared and mounted on glass slides for examination under optical microscopy. The percentage of copper ion infiltration and the amount of tubular dentin were quantified by morphometric analysis. The data were recorded to determine the patterns of infiltration into the sclerotic dentin. The percent values of copper ion infiltration were analyzed statistically by analysis of variance and Tukeys test. The results showed that the infiltration of copper ions in the apical third ranged from 4.60% to 16.66%. The mandibular central and lateral incisors presented the highest dentin permeability values (16.66%), while the maxillary canines and mandibular second and first premolars presented the lowest percent infiltration values, 4.60%, 4.80% and 5.71%, respectively (p<0.001). The other teeth presented intermediate permeability. Based on the analysis of dentinal tubule distribution, marked by copper ion penetration, a 7-type classification was established: Type I total distribution around the canal; Type II semitotal distribution; Type III unipolar distribution; Type IV bipolar distribution; Type V tripolar distribution; Type VI tetrapolar distribution; Type VII no penetration (total presence of sclerotic dentin). This classification corresponds to the double effect, which indicates at the same time the presence of dentinal tubules and the absence of sclerotic dentin. The bipolar distribution (Type IV) had the highest incidence (10.0% to 57.5%) in the apical third of all studied teeth. Greatest amount of sclerotic dentin, which means where no copper ion infiltration occurred (Type VII), was observed more frequently in the maxillary canines and mandibular first and second premolars. https://doi.org/10.11606/T.58.2010.tde-19032010-120232info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:23:00Zoai:teses.usp.br:tde-19032010-120232Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:54:04.504715Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Qualiquantitative analysis of apical dentin permeability in different dental groups
title Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais
spellingShingle Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais
Rodrigo Gonçalves Ribeiro
title_short Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais
title_full Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais
title_fullStr Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais
title_full_unstemmed Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais
title_sort Análise qualiquantitativa da permeabilidade dentinária do terço apical de diferentes grupos dentais
author Rodrigo Gonçalves Ribeiro
author_facet Rodrigo Gonçalves Ribeiro
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Jesus Djalma Pecora
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Carlos Roberto Berger
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Antonio Miranda da Cruz Filho
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Marcia da Silva Schmitz
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Manoel Damião de Sousa Neto
dc.contributor.author.fl_str_mv Rodrigo Gonçalves Ribeiro
contributor_str_mv Jesus Djalma Pecora
Carlos Roberto Berger
Antonio Miranda da Cruz Filho
Marcia da Silva Schmitz
Manoel Damião de Sousa Neto
description Neste trabalho avaliou-se ex vivo, por método histoquímico, a permeabilidade dentinária das paredes dos canais radiculares do terço apical de diferentes grupos dentais humanos. Analisou-se o padrão de distribuição de túbulos dentinários e a presença de dentina esclerosada neste terço. Foram utilizados 80 dentes, sendo 8 de cada grupo dental (incisivos centrais, incisivos laterais, caninos superiores e inferiores, primeiros pré-molares superiores raízes vestibulares e palatinas, primeiros pré-molares inferiores e segundos pré-molares superiores e inferiores), o que compôs 88 raízes, divididas em 11 grupos. Os canais radiculares dos dentes foram instrumentados com o sistema rotatório K3 de acordo com a técnica Free Tip Preparation (PÉCORA et al. 2002), utilizando como solução para irrigação NaOCl a 1% e irrigação final com EDTA a 15%. Após o preparo, as raízes foram imersas em solução de sulfato de cobre a 10% por trinta minutos e, a seguir, imersas em solução alcoólica de ácido rubeânico a 1% pelo mesmo tempo. Essa reação química evidencia a permeabilidade dentinária com a formação do rubeanato de cobre de coloração escura. O terço apical das raízes foi seccionado transversalmente em cortes seriados com espessura de 100 micrômetros. Cinco cortes de cada terço apical foram lixados, lavados, desidratados, clarificados e montados em lâminas para exame em microscopia óptica. A quantificação da porcentagem de infiltração de íons cobre foi realizada por análise morfométrica, assim como a quantificação de dentina tubular. Os dados foram anotados para estabelecer os padrões de infiltração de dentina esclerosada. Os valores da porcentagem de infiltração dos íons cobre foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey. Os resultados evidenciaram que a infiltração de íons cobre no terço apical variaram de 4,60% a 16,66%. Os dentes incisivos centrais e laterais inferiores apresentaram os maiores valores de permeabilidade dentinária (16,66%). Os dentes caninos superiores, segundo e primeiro pré-molares inferiores apresentaram as menores porcentagens de infiltração: 4,60%, 4,80% e 5,71%, respectivamente (p<0,001). Os demais dentes apresentaram-se em situação intermediária de permeabilidade. A análise da distribuição dos túbulos dentinários, marcada pela penetração de íons cobre, possibilitou uma classificação em sete tipos. Tipo I distribuição total ao redor do canal; Tipo II distribuição semitotal; Tipo III distribuição unipolar; Tipo IV bipolar; Tipo V tripolar; Tipo VI tetrapolar; Tipo VII sem penetração, ou seja, com total presença de dentina esclerosada. Essa classificação corresponde ao efeito dúplice, ou seja, indica a presença de túbulos dentinários ao mesmo tempo em que expressa a ausência de dentina esclerosada. A distribuição bipolar (Tipo IV) foi a que apresentou a maior incidência, de dentina esclerosada: 10,0% a 57,5% no terço apical em todos os dentes estudados. A maior quantidade de dentina esclerosada, ou seja, onde não ocorreu infiltração de íons cobre (Tipo VII) foi observada, com maior incidência, nos dentes caninos superiores, primeiros e segundos pré-molares inferiores.
publishDate 2010
dc.date.issued.fl_str_mv 2010-03-05
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.11606/T.58.2010.tde-19032010-120232
url https://doi.org/10.11606/T.58.2010.tde-19032010-120232
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.publisher.program.fl_str_mv Odontologia (Odontologia Restauradora)
dc.publisher.initials.fl_str_mv USP
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1794502855173865472