Impacto do padrão alimentar na composição corporal, taxa metabólica de repouso, ritmo circadiano do cortisol e balanço nitrogenado em mulheres obesas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nonino, Carla Barbosa
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-10072012-101609/
Resumo: Mudanças no hábito alimentar têm sido descritas como prováveis causas da obesidade. Estudos mostram que o peso depende do balanço energético definido pela relação entre a energia ingerida e o gasto energético. Sugere-se que o padrão alimentar, levando em consideração a freqüência de refeições e sua distribuição durante o dia, possa estar relacionado com a obesidade. Um efetivo programa de perda de peso tem como objetivo a perda do excesso da gordura corporal e a manutenção da massa livre de gordura apropriada para manutenção da saúde. O cortisol é um dos principais hormônios secretados pelo córtex supra-renal com ação predominante no metabolismo intermediário, incluindo a regulação das proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucléicos.O presente estudo teve como objetivos determinar se a ingestão alimentar hipocalórica em pacientes obesas grau III, feita exclusivamente no período das 9:00 às 11:00 h em contraposição à mesma dieta oferecida das 18:00 às 20:00 h, é capaz de alterar a perda de peso, a composição corporal, o ritmo de cortisol, o gasto energético e o balanço nitrogenado. As pacientes foram internadas na Unidade Metabólica da Divisão de Nutrologia do Departamento de Clínica Médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto USP durante um período de 64 dias, sendo divididos em 3 internações de 18 dias. Na 1ª fase receberam dieta fracionada em 5 refeições /dia, considerada controle. Na 2ª fase, receberam a mesma dieta, no período das 9:00 às 11:00 h. E na 3ª fase receberam, também, a mesma dieta no período das 18:00 às 20:00 h. Entre uma internação e outra, as pacientes tiveram alta hospitalar por 5 dias, recebendo dieta domiciliar usual. Durante cada fase realizou-se dosagem de nitrogênio urinário e de cortisol salivar. Além disto, as pacientes foram submetidas à avaliação nutricional incluindo: antropometria, bioimpedância e calorimetria indireta. O cortisol salivar obedeceu ao mesmo ritmo nas 3 fases, tanto no 1º quanto no 18º dias de internação, apresentando o pico máximo às 8:00 h, diminuindo progressivamente até atingir o nadir às 21:00 h. Não houve alteração no ritmo do cortisol quando se alterou o horário da alimentação. Houve uma diminuição significativa (p< 0,05) para todos os parâmetros antropométricos, exceto para o índice cintura/quadril durante as três fases, não havendo diferença entre as 3 fases. Houve, nas 3 internações, uma diminuição significativa tanto na quantidade de nitrogênio ingerido quanto na quantidade de nitrogênio excretado a partir do 4º dia de internação. No 10º dia de internação, o balanço nitrogenado estava negativo nas 3 fases da dieta. Não houve diferença entre as fases para ingestão, excreção ou balanço nitrogenado. Mudanças no padrão do horário da ingestão alimentar por períodos de 18 dias não foram estímulo suficiente para provocar diferentes alterações de peso, da composição corporal, da ritmicidade e níveis de produção de cortisol, da taxa metabólica de repouso e balanço nitrogenado em mulheres grau III.
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O cortisol é um dos principais hormônios secretados pelo córtex supra-renal com ação predominante no metabolismo intermediário, incluindo a regulação das proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucléicos.O presente estudo teve como objetivos determinar se a ingestão alimentar hipocalórica em pacientes obesas grau III, feita exclusivamente no período das 9:00 às 11:00 h em contraposição à mesma dieta oferecida das 18:00 às 20:00 h, é capaz de alterar a perda de peso, a composição corporal, o ritmo de cortisol, o gasto energético e o balanço nitrogenado. As pacientes foram internadas na Unidade Metabólica da Divisão de Nutrologia do Departamento de Clínica Médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto USP durante um período de 64 dias, sendo divididos em 3 internações de 18 dias. Na 1ª fase receberam dieta fracionada em 5 refeições /dia, considerada controle. Na 2ª fase, receberam a mesma dieta, no período das 9:00 às 11:00 h. E na 3ª fase receberam, também, a mesma dieta no período das 18:00 às 20:00 h. Entre uma internação e outra, as pacientes tiveram alta hospitalar por 5 dias, recebendo dieta domiciliar usual. Durante cada fase realizou-se dosagem de nitrogênio urinário e de cortisol salivar. Além disto, as pacientes foram submetidas à avaliação nutricional incluindo: antropometria, bioimpedância e calorimetria indireta. O cortisol salivar obedeceu ao mesmo ritmo nas 3 fases, tanto no 1º quanto no 18º dias de internação, apresentando o pico máximo às 8:00 h, diminuindo progressivamente até atingir o nadir às 21:00 h. Não houve alteração no ritmo do cortisol quando se alterou o horário da alimentação. Houve uma diminuição significativa (p< 0,05) para todos os parâmetros antropométricos, exceto para o índice cintura/quadril durante as três fases, não havendo diferença entre as 3 fases. Houve, nas 3 internações, uma diminuição significativa tanto na quantidade de nitrogênio ingerido quanto na quantidade de nitrogênio excretado a partir do 4º dia de internação. No 10º dia de internação, o balanço nitrogenado estava negativo nas 3 fases da dieta. Não houve diferença entre as fases para ingestão, excreção ou balanço nitrogenado. Mudanças no padrão do horário da ingestão alimentar por períodos de 18 dias não foram estímulo suficiente para provocar diferentes alterações de peso, da composição corporal, da ritmicidade e níveis de produção de cortisol, da taxa metabólica de repouso e balanço nitrogenado em mulheres grau III.Changes in dietary habits have been implicated as potential causes of obesity. Studies have suggested that weight depends on the energetic balance, which is the relation between energy intake and energy expenditure. Dietary behavior, specially eating frequency and temporal distribution of eating events during the day, may be related to obesity. An effective weight loss program should reduce body fat and preserve lean body mass. Cortisol is an important corticosteroid produced by the adrenal. It exerts metabolic effects on intermediary metabolism, regulating protein, carbohydrates, lipids and nucleic acids metabolism. The present studys goals were: compare differences in weight loss, body composition, energy expenditure and nitrogen balance using hypo caloric diet offered in two different time intervals, first from 9:00 to 11:00, second from 18:00 to 20:00; determinate if there is difference on urinary nitrogen when food is offered on different time intervals, comparing with salivary cortisol levels, and show salivary cortisol secretion rhythm of obese females undergoing hypo caloric diet in different day times. The patients were under hospital regimen in the Metabolic Unit of the Nutrology Division of the Internal Medicine Department of the HCFMRP USP for a 64 days period, divided in 3 periods of 18 days each. On phase 1, the patients received food five times a day. On phase 2, they received the same diet, but the meals were between 09:00 and 11:00. On phase 3, the same diet was offered between 18:00 and 20:00. After each 18 day period, patients went home for a 5 day wash-out period, eating their regular home food and respecting their usual dietary behavior. On each phase urinary nitrogen and salivary cortisol were measured. Also a nutritional evaluation, including anthropometry, bioimpedance and indirect calorimetry were done. There were a reduction (p< 0,05) in all parameters, except the Waist/ Hip Ratio during all phases, but there were no difference between the phases. On the 3 phases there were a reduction on both, nitrogen intake and excretion. After the 10th in hospital day, nitrogen balance was negative on the 3 phases. There are no differences on nitrogen intake, excretion or balance between the 3 phases of food intake. Salivary cortisol followed the same rhythm on all 3 phases, both on the 1st and on the 18th in hospital days, having the peak salivary level at 08:00 h and the nadir level at 21:00 h. Changing meal times for 18 days did not change salivary cortisol circadian rhythm and did not promote changes in weight loss, body composition and rest energy expenditure in grade III obese females.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMarchini, Julio SérgioNonino, Carla Barbosa2004-06-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-10072012-101609/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:31Zoai:teses.usp.br:tde-10072012-101609Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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