Ausência e campo transcendental: o papel da fantasia na (des)realização da fenomenologia husserliana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carezzato, Thiago Pignata
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-12042021-181154/
Resumo: A pesquisa propõe analisar as relações entre imaginação e fenomenologia transcendental. Não se trata apenas de mostrar o importante papel metodológico que as imagens cumprem nas variações eidéticas efetuadas pelo fenomenólogo. Mais do que isso, visamos aqui estabelecer a teoria da imaginação husserliana, sobretudo sob a forma da fantasia livre, em uma posição privilegiada para compreender o devir transcendental da fenomenologia. Pretende-se evidenciar como as análises da imaginação, a partir de 1904, desmontam uma série de pressupostos da psicologia e do empirismo que ainda operavam subrepticiamente nas Investigações Lógicas e como isso coincide com as transformações e reformulações que Husserl realiza em sua filosofia. Não por acaso, a presentificação pura da fantasia e a redução transcendental são ambas definidas pela modificação de neutralidade, por onde se dá um ausentar-se do contexto empírico em que o Real-Ich vive e efetua suas posições de crença no ser efetivo. Contudo, se Husserl afirma que o parentesco próximo entre estas duas formas de consciência é patente, ele não é menos claro ao alertar quanto ao perigo de uma identificação completa. Identificá-las pura e simplesmente representaria a maior das traições ao projeto transcendental, cujas verdades universais não podem ser, de forma alguma, obras de uma consciência fantasiante. É então no duplo movimento de uma aproximação fecunda e de um distanciamento prudente que a presente pesquisa busca seu ritmo de investigação.
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