Seleção recorrente divergente para peso de sementes e porcentagem de óleo em soja com o uso de machoesterilidade genética

• Autor(a) principal: Miranda, Manoel Albino Coelho de
• Data de Publicação: 1994
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20200111-141329/
• topic: MACHO-ESTERILIDADE; SELEÇÃO; SEMENTES HÍBRIDAS; SOJA; TEOR DE ÓLEO

Até a pouco tempo atrás, não havia muita preocupação, por parte dos melhoristas de soja, em relação ao tamanho e aos teores de óleo e proteína das sementes. Entretanto, esta situação está mudando, e estes atributos fazem parte deste novo contexto, onde a matéria prima de melhor qualidade, destinada ao consumo como alimento, é valorizada. Estas características são de herança quantitativa sendo o seu principal componente o aditivo, o que justifica o emprego da seleção recorrente. No entanto, a exeqüibilidade da seleção recorrente pode ser facilitada pelo uso da machoesterilidade, onde a polinização natural, totalmente entomófila, permite a produção de sementes de natureza híbrida nas quantidades necessárias para a execução de programas de melhoramento, com conseqüente redução do trabalho manual exigido para as polinizações. Os objetivos principais deste trabalho foram: a) realizar seleção recorrente divergente para peso de semente e teor de óleo; b) avaliar as populações selecionadas quanto as características estudadas; e c) estimar parâmetros genéticos. A seleção recorrente divergente para peso de semente foi realizada em três etapas: 1) seleção massal em plantas machoestéreis; 2) seleção entre progênies de meios irmãos baseada na média de progênie; 3) seleção das melhores plantas dentro das progênies selecionadas. No primeiro ciclo determinou-se o coeficiente de repetibilidade, tomando-se o peso de cada semente como uma medida fenotípica do caráter. Foram calculados dois tipos de coeficiente de herdabilidade para peso de semente. Inicialmente, a herdabilidade foi estimada pela regressão entre a medida tomada na planta machoestéril e a média da respectiva progênie. Posteriormente, utilizou-se os componentes das esperanças matemáticas das análises de variância, para se estimar a herdabilidade aos níveis de planta individual e de média de progênies de meios irmãos. Para se avaliar os ganhos com a seleção, quatro populações representadas pelas sementes remanescentes de cada lote de recombinação (dois ciclos para maior e menor peso de semente), foram testadas em quatro ambientes, em delineamento em blocos ao acaso com seis repetições. Os ganhos de seleção (de 6 a 7% por ciclo) puderam ser representados por regressões lineares, com coeficientes de determinação acima de 90%, que mostraram a eficiência da seleção massal, baseada no peso de semente, em planta machoestéril, mesmo que este peso esteja super-estimado, e das seleções realizadas entre e dentro de progênies de meios irmãos. Em seguida, a população do segundo ciclo de seleção para maior peso de semente, portanto, segregante para machoesterilidade, foi submetida à seleção divergente para o teor de óleo. A determinação da porcentagem de óleo nas sementes foi realizada no espectroscópio de ressonância nuclear magnética (NMR). A mesma metodologia, já descrita, foi utilizada para a execução da seleção, assim como para a determinação dos coeficientes de herdabilidade. Os resultados permitiram concluir que o esquema de seleção recorrente divergente, com a utilização da machoesterilidade genética, é eficiente tanto para aumentar o peso de semente, quanto para elevar o teor de óleo nas sementes de soja do Composto IAC-1.