Trajetória e memórias sobre a saúde de soldados da borracha em seringais do Acre
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-25072011-141706/ |
Resumo: | O Acre testemunhou dois momentos históricos fundamentais para a sua colonização, ambos relacionados à extração da borracha, sendo o segundo patrocinado pelos Estados Unidos da América que, na Segunda Guerra Mundial, através dos Acordos de Washington, encontrou, no Brasil, a fonte do látex, matéria prima necessária para a produção bélica, uma vez que a Malásia, fornecedora, até então, não mais o fazia por imposição do governo japonês, que tomou seus campos de produção. Esse processo migratório campanhista levou aos seringais amazônicos, no início da década de 40 do século passado, mais de 75 mil jovens, que trocaram a seca do sertão nordestino pela úmida e tropical Floresta Amazônica, enfrentando dificuldades de adaptação dramáticas, atestadas pela morte de cerca de 25 mil Soldados da Borracha, ao final da guerra. O objetivo foi o de resgatar as memórias e histórias sobre o cuidado da saúde desses brasileiros que foram submetidos a vulnerabilidades e traumas culturais, sociais, familiares e de saúde, em prol de acordo que rendeu ao governo brasileiro pouco mais que o Banco da Amazônia e a Usina de Aço de Volta Redonda (RJ). O estudo foi quali-quantitativo, através de entrevistas, gravadas e transcritas, de trabalhadores procedentes do Nordeste que atuaram nos seringais da Amazônia, e que migraram para a capital do Acre, Rio Branco, entre as décadas de 40 e 60. Para análise das entrevistas foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo,por meio do programa QualiQuantiSoft®. Os relatos mostraram situações de desamparo e descreveram a luta pela sobrevivência diante das adversidades desses homens e mulheres que, se hoje estão disponíveis para relatar esses fatos, provavelmente ainda o fazem por terem se transformado, em algum momento logo após a chegada, em amazônidas |
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Trajetória e memórias sobre a saúde de soldados da borracha em seringais do AcreNegreiros, M.A.M. Trajectories and memories of rubber soldiers health in rubber tree extraction in Acre: Faculdade de Saúde Pública da USP/UFAC; 2011AcreAcreHealthHistoryRubber FieldsRubber SoldiersSaúdeSeringaisSoldados da BorrachaTrajetóriasO Acre testemunhou dois momentos históricos fundamentais para a sua colonização, ambos relacionados à extração da borracha, sendo o segundo patrocinado pelos Estados Unidos da América que, na Segunda Guerra Mundial, através dos Acordos de Washington, encontrou, no Brasil, a fonte do látex, matéria prima necessária para a produção bélica, uma vez que a Malásia, fornecedora, até então, não mais o fazia por imposição do governo japonês, que tomou seus campos de produção. Esse processo migratório campanhista levou aos seringais amazônicos, no início da década de 40 do século passado, mais de 75 mil jovens, que trocaram a seca do sertão nordestino pela úmida e tropical Floresta Amazônica, enfrentando dificuldades de adaptação dramáticas, atestadas pela morte de cerca de 25 mil Soldados da Borracha, ao final da guerra. O objetivo foi o de resgatar as memórias e histórias sobre o cuidado da saúde desses brasileiros que foram submetidos a vulnerabilidades e traumas culturais, sociais, familiares e de saúde, em prol de acordo que rendeu ao governo brasileiro pouco mais que o Banco da Amazônia e a Usina de Aço de Volta Redonda (RJ). O estudo foi quali-quantitativo, através de entrevistas, gravadas e transcritas, de trabalhadores procedentes do Nordeste que atuaram nos seringais da Amazônia, e que migraram para a capital do Acre, Rio Branco, entre as décadas de 40 e 60. Para análise das entrevistas foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo,por meio do programa QualiQuantiSoft®. Os relatos mostraram situações de desamparo e descreveram a luta pela sobrevivência diante das adversidades desses homens e mulheres que, se hoje estão disponíveis para relatar esses fatos, provavelmente ainda o fazem por terem se transformado, em algum momento logo após a chegada, em amazônidasThe state of Acre has testified two fundamental historical moments in its colonization, both related to rubber extraction, the second being sponsored by the United States of America that, in World War II, through The Washington Agreement, found, in Brazil, a latex source, raw material needed in the war industries, as Malaysia, the supplier until then, no longer could offer it because Japans government took the production fields. This migratory process campaign led to the amazon seringais (rubber camps), in the early 40s of the last century, more than 75 thousand young men, who had chose the wet and humid tropical Amazon rainforest instead of their home, the dry and poor brazilian Northeastern region, facing dramatics adaptation difficulties, proved by the death of approximately 25 thousand Rubber Soldiers by the end of the war. The objective was to restore the memories and histories about the health care of those Brazilians who were submitted to all cultural, social and family vulnerabilities as much as health trauma experiences, this all to participate in the Brazilian-North American agreement which promoted to the Brazilian government a little more than the Bank of Amazonia and the Volta Redonda Steel Mill (RJ). This was both a qualitative and quantitative study, made through interviews, recorded and transcribed, with the Rubber Soldiers (RBs) who had worked in the Amazon seringais and later, between the 40s and 60s, went to live in the capital of Acre, Rio Branco. The interviews analysis was done by the Collective Subject Discourse Analysis through the QualiQuantiSoft® software. Reports collected from the RBs showed helplessness scenario and described the struggle for survival facing adversities of living in the middle of the jungle. The RBs probably are still here to tell it because they have transformed themselves, at some point soon after their arrival, in amazon nativesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLefevre, FernandoNegreiros, Marcelus Antonio Motta Prado de2011-06-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-25072011-141706/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:29Zoai:teses.usp.br:tde-25072011-141706Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O Acre testemunhou dois momentos históricos fundamentais para a sua colonização, ambos relacionados à extração da borracha, sendo o segundo patrocinado pelos Estados Unidos da América que, na Segunda Guerra Mundial, através dos Acordos de Washington, encontrou, no Brasil, a fonte do látex, matéria prima necessária para a produção bélica, uma vez que a Malásia, fornecedora, até então, não mais o fazia por imposição do governo japonês, que tomou seus campos de produção. Esse processo migratório campanhista levou aos seringais amazônicos, no início da década de 40 do século passado, mais de 75 mil jovens, que trocaram a seca do sertão nordestino pela úmida e tropical Floresta Amazônica, enfrentando dificuldades de adaptação dramáticas, atestadas pela morte de cerca de 25 mil Soldados da Borracha, ao final da guerra. O objetivo foi o de resgatar as memórias e histórias sobre o cuidado da saúde desses brasileiros que foram submetidos a vulnerabilidades e traumas culturais, sociais, familiares e de saúde, em prol de acordo que rendeu ao governo brasileiro pouco mais que o Banco da Amazônia e a Usina de Aço de Volta Redonda (RJ). O estudo foi quali-quantitativo, através de entrevistas, gravadas e transcritas, de trabalhadores procedentes do Nordeste que atuaram nos seringais da Amazônia, e que migraram para a capital do Acre, Rio Branco, entre as décadas de 40 e 60. Para análise das entrevistas foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo,por meio do programa QualiQuantiSoft®. Os relatos mostraram situações de desamparo e descreveram a luta pela sobrevivência diante das adversidades desses homens e mulheres que, se hoje estão disponíveis para relatar esses fatos, provavelmente ainda o fazem por terem se transformado, em algum momento logo após a chegada, em amazônidas |
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