Estudo morfométrico da coluna vertebral torácica: relação da transição cervicotorácica com o esterno
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-08062017-095810/ |
Resumo: | A transição cervicotorácica compreende a região anatômica que envolve as vértebras cervicais distais e as torácicas proximais. Durante a realização de abordagens cirúrgicas anteriores para tratamento de afecções que acometem as vértebras desta região, o esterno pode representar uma barreira mecânica. Assim, diversos métodos de programação pré-operatório foram propostos para avaliar a necessidade de osteotomias do esterno. Até a presente data, não existem trabalhos correlacionando as medidas com as variáveis sexo e idade. Nosso estudo envolveu a avaliação retrospectiva de 300 exames de tomografia computadorizada. Os pacientes foram separados de acordo com o sexo em dois grupos e de acordo com a faixa etária em 3 subgrupos. Os parâmetros estudados foram: nível horizontal em relação ao esterno (NHE), angulação do corpo (AC), nível discal (ND) e angulação do nível discal (AND). O NHE variou de C7 a T4, sendo mais frequente o nível T2 (34,3%). Os NHE menos frequentes foram T4 (0,3%) e C7 (1%). A AC e AND evidenciaram uma média de 18,51o e 19,63o, respectivamente. O AC variou de 1,29o a 54,32o, enquanto o AND variou de 0o a 49o. O ND variou de C5-C6 a T2-T3, sendo C7-T1 o ND mais frequente com 46%. O ND menos frequente foi encontrado nos níveis T2-T3 (1,7%) e C5-C6 (3%). Comparado o AND entre os grupos masculino e feminino, encontramos diferença estatística (p=0,003), sendo maior no grupo masculino. Houve diferença estatisticamente significante quando comparado os valores da AND entre os grupos etários (p=0,01). Com relação a AC, encontramos diferença estatística entre os grupos dos sexos masculino e feminino (p=0,02), sendo maior no grupo masculino. A comparação do AC entre os grupos de diferentes faixas etárias demonstrou uma diferença estatística (p=0,001). Não houve diferença quando comparados os resultados do NHE entre os grupos masculino e feminino (p=0,3), nem comparando valores de NHE entre as diferentes faixas etárias (p=0,79). O ND e NHE de nossa amostra da população brasileira apresenta valores menores quando comparados à outras amostras populacionais. O ND apresentou diferenças entre os grupos etários, sendo que quanto mais velho o grupo, menor eram os valores. Os nossos resultados evidenciaram que o nível discal mais distal acessível com a realização de abordagem anterior à região cervicotorácica da coluna vertebral, sem a teórica necessidade de uma osteotomia do esterno, apresenta valores menores quando comparados aos dados previamente relatados atribuídos a outras populações. Em outras palavras, este achado pode ser traduzido como se os pacientes envolvidos no estudo apresentassem um menor número de vértebras passíveis de serem abordadas por meio de procedimento cirúrgico anterior sem a realização de osteotomia do esterno. Desta forma, o mesmo raciocínio pode ser aplicado para o nível horizontal em relação ao esterno, pois nossos resultados apresentaram valores mais craniais, comparados aos resultados de estudos prévios. Além disso, o nível discal apresentou diferença quando comparamos os pacientes de diferentes faixas etárias, sendo que, quanto maior a faixa etária, menor foram os valores encontrados. Este achado representa uma migração para cranial do nível discal mais distal, conforme aumentamos a faixa etária dos pacientes estudados |
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Estudo morfométrico da coluna vertebral torácica: relação da transição cervicotorácica com o esternoMorphometric study of the thoracic spine: Relationship of the cervicothoracic junction with the sternumCavidade torácicaColuna vertebralEsternoSpineSternumThoracic cavityTomografiaTomographyA transição cervicotorácica compreende a região anatômica que envolve as vértebras cervicais distais e as torácicas proximais. Durante a realização de abordagens cirúrgicas anteriores para tratamento de afecções que acometem as vértebras desta região, o esterno pode representar uma barreira mecânica. Assim, diversos métodos de programação pré-operatório foram propostos para avaliar a necessidade de osteotomias do esterno. Até a presente data, não existem trabalhos correlacionando as medidas com as variáveis sexo e idade. Nosso estudo envolveu a avaliação retrospectiva de 300 exames de tomografia computadorizada. Os pacientes foram separados de acordo com o sexo em dois grupos e de acordo com a faixa etária em 3 subgrupos. Os parâmetros estudados foram: nível horizontal em relação ao esterno (NHE), angulação do corpo (AC), nível discal (ND) e angulação do nível discal (AND). O NHE variou de C7 a T4, sendo mais frequente o nível T2 (34,3%). Os NHE menos frequentes foram T4 (0,3%) e C7 (1%). A AC e AND evidenciaram uma média de 18,51o e 19,63o, respectivamente. O AC variou de 1,29o a 54,32o, enquanto o AND variou de 0o a 49o. O ND variou de C5-C6 a T2-T3, sendo C7-T1 o ND mais frequente com 46%. O ND menos frequente foi encontrado nos níveis T2-T3 (1,7%) e C5-C6 (3%). Comparado o AND entre os grupos masculino e feminino, encontramos diferença estatística (p=0,003), sendo maior no grupo masculino. Houve diferença estatisticamente significante quando comparado os valores da AND entre os grupos etários (p=0,01). Com relação a AC, encontramos diferença estatística entre os grupos dos sexos masculino e feminino (p=0,02), sendo maior no grupo masculino. A comparação do AC entre os grupos de diferentes faixas etárias demonstrou uma diferença estatística (p=0,001). Não houve diferença quando comparados os resultados do NHE entre os grupos masculino e feminino (p=0,3), nem comparando valores de NHE entre as diferentes faixas etárias (p=0,79). O ND e NHE de nossa amostra da população brasileira apresenta valores menores quando comparados à outras amostras populacionais. O ND apresentou diferenças entre os grupos etários, sendo que quanto mais velho o grupo, menor eram os valores. Os nossos resultados evidenciaram que o nível discal mais distal acessível com a realização de abordagem anterior à região cervicotorácica da coluna vertebral, sem a teórica necessidade de uma osteotomia do esterno, apresenta valores menores quando comparados aos dados previamente relatados atribuídos a outras populações. Em outras palavras, este achado pode ser traduzido como se os pacientes envolvidos no estudo apresentassem um menor número de vértebras passíveis de serem abordadas por meio de procedimento cirúrgico anterior sem a realização de osteotomia do esterno. Desta forma, o mesmo raciocínio pode ser aplicado para o nível horizontal em relação ao esterno, pois nossos resultados apresentaram valores mais craniais, comparados aos resultados de estudos prévios. Além disso, o nível discal apresentou diferença quando comparamos os pacientes de diferentes faixas etárias, sendo que, quanto maior a faixa etária, menor foram os valores encontrados. Este achado representa uma migração para cranial do nível discal mais distal, conforme aumentamos a faixa etária dos pacientes estudadosThe cervicothoracic transition comprises the anatomical region including the distal cervical and proximal thoracic vertebrae. While conducting anterior surgical approaches for treatment of conditions that affect the vertebrae in this region, the sternum may represent a mechanical barrier. Thus, various methods of preoperative programming have been proposed to assess the need for osteotomies of the sternum. To date, there are no studies correlating the measures with gender and age. Our study involved a retrospective review of 300 CT examinations. Patients were separated according to gender into two groups and according to age into 3 subgroups. The studied parameters were: horizontal level in relation to the sternum (LHS), vertebral body angle (VA), disc level (DL) and angulation of the disc level (ADL). The LHS ranged from C7 to T4, and T2 was the most frequent (34.3%). The less frequent LHS were T4 (0.3%) and C7 (1%). The AC and ADL showed an average of 18,51o and 19,63o respectively. The VA varied 1,29o the 54,32o, while the ADL varied from 0o to 49o. DL ranged from C5-C6 to T2-T3, being C7-T1 the most frequent (46%). The less frequent DL found were T2-T3 (1.7%) and C5-C6 (3%). Compared the ADL between male and female groups, we found statistically significant difference (p = 0.003), being higher in the male group. There was a statistically significant difference when compared the values of ADL between the groups (p = 0.01). Regarding VA, we found statistically significant differences between male and female groups (p = 0.02), being higher in the male group. Comparison of VA between groups of different age showed a statistically significant difference (p = 0.001). There was no difference when comparing the results of the LHS between male and female groups (p = 0.3), or comparing LHS values between the different age groups (p = 0.79). The DL and LHS in our sample of the population has lower values compared to other population samples. DL differ between age groups, and the older the group, the lower were the figures. Our results show that the most distal disc level accessible from an anterior approach to the cervicothoracic region of the spine, with no theoretical need for a sternal osteotomy, present lower values when compared to previously reported data assigned to other populations. In other words, this finding can be translated as if the enrolled patients presented fewer vertebrae that can be addressed through anterior surgical procedure without performing sternal osteotomy. Thus, the same thought can be applied to the horizontal level in relation to the sternum, since our results showed more cranial values compared to results of previous studies. In addition, the disc level was different when comparing patients of different age groups, and the higher the age, the lower were the values found. This finding represents a migration to the more distal cranial disc level, as we increase the age of the patientsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHerrero, Carlos Fernando Pereira da SilvaSugino, Rafael Lindi2017-02-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-08062017-095810/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-08062017-095810Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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