Tramas e grades: inventários sobre a criança na educação infantil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Patricia Helena
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-13082013-114400/
Resumo: A presente pesquisa buscou esboçar uma cartografia de forças a viger no governo da população infantil: tensionar fios da trama infância-educação. Numa espécie de arrastão discursivo, na tentativa de expor tal discursividade à exaustão, intentou-se não abarcar sua totalidade ou capturar a verdade da infância ou da pedagogia, mas expor as estratégias e táticas de governo da conduta, que na sua abundância, inflação, redundância e repetição vão constituindo um terreno sedimentado a produzir efeitos de sujeito/verdade; expor modos de veridicção que fazem o poder funcionar em nós; fazê-los, os discursos, rangerem naquilo que constituem consensos acerca da educação e do infantil suas supostas naturalidade, necessidade, forma, essência e seus sentidos produzidos, por meio de um inventariado de discursos que definem o que é o infantil e sua educação. Dar a ver constructos de verdade a dispor formas de governo, pois, constituem uma vocação primeira deste estudo. Subtrair desses discursos, deles evidenciar as regras, lógicas, noções que fazem funcionar determinada moral e articulam dados modos de ser infantil capturar na sua positividade, as (in)variâncias, regularidades, tensões, enfim. Tomouse a ideia de infância, sob inspiração de Michel Foucault, como foco de experiência, entendendo-a como um lócus de enfeixamento de extratos de saber, processos de veridicção/matrizes normativas de comportamento e modos de subjetivação. Na disposição temática, foi feito uma espécie de overview sobre as produções acadêmicas e suas principais direções na atualidade, a saber: direito à educação, políticas públicas, qualidade, cultura da infância. Foram eleitas, como fontes empíricas, publicações legais, publicações de organizações governamentais, nacionais e estrangeiras acerca da(s) infância(s) e sua educação, especialmente no período compreendido entre a promulgação da Constituição Federal do Brasil de1988 e o ano em que se encerrou o presente estudo, a saber, 2013 escolha essa orientada pelo critério da circulação, espraiamento, proliferação e autoridade de experts. De forma mais marginal, mas não menos importante, a composição foi também remalhada pela análise de ideias presentes em textos acerca da pedagogia da infância no século XIX, mais especialmente produções de e sobre Friedrich Froebel, em função duma reiterada remissiva a essas ideias nas produções contemporâneas. Tomou-se por conceitos operadores, no trabalho analítico, especialmente as noções de governamentalidade, governamento, ascese e tecnologias de si. A pesquisa inspirouse, teoricamente, na produção de pensadores aliados à perspectiva pós-estruturalista, especialmente Michel Foucault, Nikolas Rose, Jorge Larrosa, dentre outros. Um dos fios da cartografia esboçada remete ao lugar da sociologia na composição dum jogo de estratégias de governo da conduta na equação, respostas de um tempo a modernidade à questão do governo de cada um e de todos em seu conjunto. Na produção dessa espécie de mar-sem-fim de produções sobre a educação e infância, atravessamos a análise, puxando fios da racionalidade liberal, das noções de risco e cidadania, liberdade e regulação, direito e felicidade, e seus nexos. Tudo para buscar entendermos como temos nos tornado o que somos.
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Numa espécie de arrastão discursivo, na tentativa de expor tal discursividade à exaustão, intentou-se não abarcar sua totalidade ou capturar a verdade da infância ou da pedagogia, mas expor as estratégias e táticas de governo da conduta, que na sua abundância, inflação, redundância e repetição vão constituindo um terreno sedimentado a produzir efeitos de sujeito/verdade; expor modos de veridicção que fazem o poder funcionar em nós; fazê-los, os discursos, rangerem naquilo que constituem consensos acerca da educação e do infantil suas supostas naturalidade, necessidade, forma, essência e seus sentidos produzidos, por meio de um inventariado de discursos que definem o que é o infantil e sua educação. Dar a ver constructos de verdade a dispor formas de governo, pois, constituem uma vocação primeira deste estudo. Subtrair desses discursos, deles evidenciar as regras, lógicas, noções que fazem funcionar determinada moral e articulam dados modos de ser infantil capturar na sua positividade, as (in)variâncias, regularidades, tensões, enfim. Tomouse a ideia de infância, sob inspiração de Michel Foucault, como foco de experiência, entendendo-a como um lócus de enfeixamento de extratos de saber, processos de veridicção/matrizes normativas de comportamento e modos de subjetivação. Na disposição temática, foi feito uma espécie de overview sobre as produções acadêmicas e suas principais direções na atualidade, a saber: direito à educação, políticas públicas, qualidade, cultura da infância. Foram eleitas, como fontes empíricas, publicações legais, publicações de organizações governamentais, nacionais e estrangeiras acerca da(s) infância(s) e sua educação, especialmente no período compreendido entre a promulgação da Constituição Federal do Brasil de1988 e o ano em que se encerrou o presente estudo, a saber, 2013 escolha essa orientada pelo critério da circulação, espraiamento, proliferação e autoridade de experts. De forma mais marginal, mas não menos importante, a composição foi também remalhada pela análise de ideias presentes em textos acerca da pedagogia da infância no século XIX, mais especialmente produções de e sobre Friedrich Froebel, em função duma reiterada remissiva a essas ideias nas produções contemporâneas. Tomou-se por conceitos operadores, no trabalho analítico, especialmente as noções de governamentalidade, governamento, ascese e tecnologias de si. A pesquisa inspirouse, teoricamente, na produção de pensadores aliados à perspectiva pós-estruturalista, especialmente Michel Foucault, Nikolas Rose, Jorge Larrosa, dentre outros. Um dos fios da cartografia esboçada remete ao lugar da sociologia na composição dum jogo de estratégias de governo da conduta na equação, respostas de um tempo a modernidade à questão do governo de cada um e de todos em seu conjunto. Na produção dessa espécie de mar-sem-fim de produções sobre a educação e infância, atravessamos a análise, puxando fios da racionalidade liberal, das noções de risco e cidadania, liberdade e regulação, direito e felicidade, e seus nexos. Tudo para buscar entendermos como temos nos tornado o que somos.The aim of this study is to map out the forces prevalent in governing the child population: to tighten the threads of the childhood-education web. In a kind of discursive dragnet, in an attempt to thoroughly analyze discursivity, the intention was not to monopolize its totality or to capture the truth of infancy or pedagogy, but to expose the strategies and tactics of governing behavior, which in its abundance, inflation, redundancy and repetition is constructing a fertile space for the production of subject/truth effects; to expose modes of veridiction that make power function within us; have the discourse debate what constitutes consensus in education and childhood - their supposed naturality, necessity, shape, essence and the senses they produce, by means of an inventory of discourses that define what childhood and education in it are. We can see constructs of truth that provide forms of government, because they constitute the primary vocation of this study. To glean from these discourses rules, logic, notions that make a certain moral stance function and articulate certain modes of childhood - to capture in its positivity the (in)variables, regularities, tensions, and so on. The concept of childhood, under the inspiration of Michel Foucault, is a focus of the experience, and understanding it is a locus for the extracts of knowledge, processes of veridiction/normative matrixes of behavior and modes of subjectivity. In the thematic disposition, a kind of overview was carried out on academic work and its main directions in current times, that is: the right to education, public policies, quality, childhood culture. Legal publications, publications from government agencies, both local and foreign on childhood and education were chosen as empirical sources, especially those from the period between the ratification of the 1988 Brazilian Federal Constitution and 2013, the year in which this study was completed. This choice was guided by the criteria of circulation, dissemination, proliferation and expert authority. In a more marginal manner, but no less important, the composition was also based on the analysis of concepts present in the texts on infant pedagogy in the 20th Century, more especially productions on and by Friedrich Froebel, as a result of a reiterated remissive to these concepts in modern productions. Operating concepts were considered in the analytical work, especially notions of governmentality, government, access and technologies themselves. The research was theoretically inspired by the production of thinkers allied to the post-structuralist perspective, especially Michel Foucault, Nikolas Rose, Jorge Larrosa, among others. One of the threads mapped out reminds us of the place of sociology in the composition of a game of behavioral governing strategies in the equation, answers from a time - modernity - to the question of the government of each one of us and everybody together. In the production of this kind of endless sea of productions on education and childhood, we have passed through the analysis, pulling the threads of liberal rationality, notions of risk and citizenship, freedom and regulation, rights and happiness and their nexii. All in order to attempt to understand how we have become what we are.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSchilling, Flavia InesFerreira, Patricia Helena2013-06-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-13082013-114400/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:36Zoai:teses.usp.br:tde-13082013-114400Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description A presente pesquisa buscou esboçar uma cartografia de forças a viger no governo da população infantil: tensionar fios da trama infância-educação. Numa espécie de arrastão discursivo, na tentativa de expor tal discursividade à exaustão, intentou-se não abarcar sua totalidade ou capturar a verdade da infância ou da pedagogia, mas expor as estratégias e táticas de governo da conduta, que na sua abundância, inflação, redundância e repetição vão constituindo um terreno sedimentado a produzir efeitos de sujeito/verdade; expor modos de veridicção que fazem o poder funcionar em nós; fazê-los, os discursos, rangerem naquilo que constituem consensos acerca da educação e do infantil suas supostas naturalidade, necessidade, forma, essência e seus sentidos produzidos, por meio de um inventariado de discursos que definem o que é o infantil e sua educação. Dar a ver constructos de verdade a dispor formas de governo, pois, constituem uma vocação primeira deste estudo. Subtrair desses discursos, deles evidenciar as regras, lógicas, noções que fazem funcionar determinada moral e articulam dados modos de ser infantil capturar na sua positividade, as (in)variâncias, regularidades, tensões, enfim. Tomouse a ideia de infância, sob inspiração de Michel Foucault, como foco de experiência, entendendo-a como um lócus de enfeixamento de extratos de saber, processos de veridicção/matrizes normativas de comportamento e modos de subjetivação. Na disposição temática, foi feito uma espécie de overview sobre as produções acadêmicas e suas principais direções na atualidade, a saber: direito à educação, políticas públicas, qualidade, cultura da infância. Foram eleitas, como fontes empíricas, publicações legais, publicações de organizações governamentais, nacionais e estrangeiras acerca da(s) infância(s) e sua educação, especialmente no período compreendido entre a promulgação da Constituição Federal do Brasil de1988 e o ano em que se encerrou o presente estudo, a saber, 2013 escolha essa orientada pelo critério da circulação, espraiamento, proliferação e autoridade de experts. De forma mais marginal, mas não menos importante, a composição foi também remalhada pela análise de ideias presentes em textos acerca da pedagogia da infância no século XIX, mais especialmente produções de e sobre Friedrich Froebel, em função duma reiterada remissiva a essas ideias nas produções contemporâneas. Tomou-se por conceitos operadores, no trabalho analítico, especialmente as noções de governamentalidade, governamento, ascese e tecnologias de si. A pesquisa inspirouse, teoricamente, na produção de pensadores aliados à perspectiva pós-estruturalista, especialmente Michel Foucault, Nikolas Rose, Jorge Larrosa, dentre outros. Um dos fios da cartografia esboçada remete ao lugar da sociologia na composição dum jogo de estratégias de governo da conduta na equação, respostas de um tempo a modernidade à questão do governo de cada um e de todos em seu conjunto. Na produção dessa espécie de mar-sem-fim de produções sobre a educação e infância, atravessamos a análise, puxando fios da racionalidade liberal, das noções de risco e cidadania, liberdade e regulação, direito e felicidade, e seus nexos. Tudo para buscar entendermos como temos nos tornado o que somos.
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