Três espaços de resistência: Pilatos, Zero e Catatau
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-25022019-112922/ |
Resumo: | Este estudo se propõe, a partir da análise e da aproximação de três obras literárias concebidas em um momento histórico específico, a primeira metade da década de 1970 a saber, Pilatos (1974), de Carlos Heitor Cony, Zero (1975), de Ignácio de Loyola Brandão e Catatau (1975), de Paulo Leminski , mas radicalmente distintas em suas propostas estéticas e ideológicas, refletir sobre a relação entre enunciação literária e historicidade de um modo dinâmico, variável e plural. Recorrendo a estratégias heterogêneas de abordagem do fenômeno literário, de acordo com as particularidades dessas obras tão díspares, almeja-se verificar como a cenografia enunciativa cria contextos, demonstrando que a experiência histórica, mesmo a traumática do regime autoritário vigente então, não pode ser concebida como um a priori, uma totalidade homogênea preexistente e condicionante. Sem adotar, por outro lado, uma concepção relativista ou niilista de afirmação da autonomia do objeto estético, que refute a incontornável dimensão social de qualquer ato de fala, nesta pesquisa busca-se, ao observar a multiplicidade de temporalidades que gera e é gerada pela palavra órfã literária, heterotópica e paratópica, por fim, flagrar seu potencial desterritorializador, sua capacidade de instaurar o espaço do dissenso que permite a resistência à normatividade das palavras de ordem e a construção, sempre em processo, sempre ameaçada, de uma comunidade política por vir. |
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Três espaços de resistência: Pilatos, Zero e CatatauThree spaces of resistance: Pilatos, Zero and CatatauAestheticsCarlos Heitor ConyCarlos Heitor ConyEstéticaIgnácio de Loyola BrandãoIgnácio de Loyola BrandãoPaulo LeminskiPaulo LeminskiPoliticPolíticaEste estudo se propõe, a partir da análise e da aproximação de três obras literárias concebidas em um momento histórico específico, a primeira metade da década de 1970 a saber, Pilatos (1974), de Carlos Heitor Cony, Zero (1975), de Ignácio de Loyola Brandão e Catatau (1975), de Paulo Leminski , mas radicalmente distintas em suas propostas estéticas e ideológicas, refletir sobre a relação entre enunciação literária e historicidade de um modo dinâmico, variável e plural. Recorrendo a estratégias heterogêneas de abordagem do fenômeno literário, de acordo com as particularidades dessas obras tão díspares, almeja-se verificar como a cenografia enunciativa cria contextos, demonstrando que a experiência histórica, mesmo a traumática do regime autoritário vigente então, não pode ser concebida como um a priori, uma totalidade homogênea preexistente e condicionante. Sem adotar, por outro lado, uma concepção relativista ou niilista de afirmação da autonomia do objeto estético, que refute a incontornável dimensão social de qualquer ato de fala, nesta pesquisa busca-se, ao observar a multiplicidade de temporalidades que gera e é gerada pela palavra órfã literária, heterotópica e paratópica, por fim, flagrar seu potencial desterritorializador, sua capacidade de instaurar o espaço do dissenso que permite a resistência à normatividade das palavras de ordem e a construção, sempre em processo, sempre ameaçada, de uma comunidade política por vir.This study proposes, starting from the analysis and approximation of three literary works conceived in a specific historical moment, the first half of the decade of 1970 - namely, Pilatos (1974), of Carlos Heitor Cony, Zero (1975), of Ignácio de Loyola Brandão and Catatau (1975), of Paulo Leminski - but radically different in their aesthetic and ideological proposals, reflect on the relationship between literary enunciation and historicity in a dynamic, variable and plural way. Using heterogeneous strategies to approach the literary phenomenon, according to the particularities of such disparate works, it is desired to verify how enunciative scenography creates contexts, demonstrating that the historical experience, even the traumatic of the authoritarian regime then in force, cannot be conceived as an a priori, a homogeneous totality preexisting and conditioning. Without adopting, on the other hand, a relativistic or nihilistic conception of the affirmation of the autonomy of the aesthetic object, which refutes the inescapable social dimension of any act of speech, in this research it is sought, when observing the multiplicity of temporalities that generates and is generated by the literary orphan, heterotopic and paratopic word, finally, catch their deterritorializing potential, their capacity to establish the space of dissent that allows the resistance to the normativity of the slogans and the ever-in-process, always threatened, construction of a political community to come.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPZular, RobertoSantos, Kleber Pereira dos2018-06-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-25022019-112922/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-09T23:21:59Zoai:teses.usp.br:tde-25022019-112922Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-09T23:21:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Este estudo se propõe, a partir da análise e da aproximação de três obras literárias concebidas em um momento histórico específico, a primeira metade da década de 1970 a saber, Pilatos (1974), de Carlos Heitor Cony, Zero (1975), de Ignácio de Loyola Brandão e Catatau (1975), de Paulo Leminski , mas radicalmente distintas em suas propostas estéticas e ideológicas, refletir sobre a relação entre enunciação literária e historicidade de um modo dinâmico, variável e plural. Recorrendo a estratégias heterogêneas de abordagem do fenômeno literário, de acordo com as particularidades dessas obras tão díspares, almeja-se verificar como a cenografia enunciativa cria contextos, demonstrando que a experiência histórica, mesmo a traumática do regime autoritário vigente então, não pode ser concebida como um a priori, uma totalidade homogênea preexistente e condicionante. Sem adotar, por outro lado, uma concepção relativista ou niilista de afirmação da autonomia do objeto estético, que refute a incontornável dimensão social de qualquer ato de fala, nesta pesquisa busca-se, ao observar a multiplicidade de temporalidades que gera e é gerada pela palavra órfã literária, heterotópica e paratópica, por fim, flagrar seu potencial desterritorializador, sua capacidade de instaurar o espaço do dissenso que permite a resistência à normatividade das palavras de ordem e a construção, sempre em processo, sempre ameaçada, de uma comunidade política por vir. |
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