Macroflórula carbonífera de Monte Mor, Estado de São Paulo.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: José Henrique Millan
Data de Publicação: 1972
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.44.2016.tde-21072016-154600
Resumo: A fórmula de Monte Mor, da Formação Itu, Grupo Tubarão do Estado de São Paulo, aqui descrita e ilustrada pela primeira vez, difere, em composição, das listas até agora apresentadas. Enquanto que nas listas anteriores e posteriores a Barbosa (1958) esta flórula se caracteriza por elementos quase que exclusivamente gondwanicos e para aquele autor ela é tipicamente do Carbonífero Inferior, no presente trabalho sua composição é mostrada como sendo de elementos gondwânicos \"misturados\" ou interdigitados com outros boreais e cosmopolitas, revelando-se essencialmente carbonífera, pela associação de Lycpsida e Shenopsida arborescentes com elementos como Gondwanium, Rhacopteris, Adiantites, etc.,na ausência completa das Glossopterídeas. Esta associação, não encontrada até agora em nenhuma outra tafoflórula gondwânica de nosso país, possibilita sugerir para ela, como idade, base do Carbonífero Superior, provavelmente Namuriano superior ou Westfaliano Inferior. A presença do concostráceo Leaia e do provável euripterídeo cf. Eurypterus, associados a vegetais como Lepidodedron, Lycopodiopsis, Paracalamites e Sphenopteris, pode significar, na formação do carvão Monte Mor e na subseqüente deposição das plantas fósseis, um ambiente aquoso límnico, representado por uma bacia lacustrina, circundada provavelmente por regiões mais elevadas, como se deduz da presença numerosa de sementes do tipo Cordaicarpus e de coníferas, de hábirto araucarióide, do tipo Paranocladus. Tanto a idade sugerida para esta tafoflórula, como a interdigitação de elementos gondwânicos e boreais são corroboradas pelos palinocênios do carvão Monte Mor, estudados por Trindade (1970). É bem provável uma origem semi-autóctone do carvão Monte Mor, com base nos macrofósseis estudados, cujos caulinares se caracterizam por uma decortificação, que pode significar um transporte, mesmo pequeno, através da drenagem local por riachos provavelmente irregulares e vagarosos. A presença de elementos boreais e cosmopolitas em Monte Mor poderia ser explicada por uma diferenciação zonal paleoclimática, idêntica à observada nas massas continentais boreais, permitindo a migração e dispersão de elementos pioneiros em potencial de massas continentais próximas.
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