Bioecologia de Perileucoptera coffeella (Guérin-Méneville, 1842) (Lepidoptera - Lyonetiidae) em condições de campo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Parra, José Roberto Postali
Data de Publicação: 1975
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20210104-154744/
Resumo: Estudou-se a flutuação dos danos causados por P. coffeella em populações de Coffea arabica L., conduzidas em diferentes formas e espaçamentos, e sua associação com variáveis meteorológicas. Foram analisados outros fatores locais que pudessem afetar a população da praga, e discutidos métodos de amostragem. As observações foram efetuadas em lotes de progênies de burbom-amarelo (conduzidos a livre crescimento e recepados) e catuaí, em Pindorama (SP), e em mundo-novo em tris espaçamentos (4 X 2, 3 X 2 e 2 X 1 m) em Campinas (SP). As amostragens para avaliar a infestação foram realizadas em diferentes alturas da planta nas exposições norte, sul, leste e oeste. As variáveis meteorológicas (temperatura média compensada, média das máximas e mínimas, máxima e mínima absoluta (?C), precipitação pluvial (mm) e insolação (horas) foram obtidas de postos agrometeorológicos situados a 300 metros, aproximadamente, dos lotes experimentais, para ambas as regiões. Em virtude de o ataque de P. coffeella provocar queda de folhas, alterando o resultado da análise, as correlações entre os níveis de infestação e as variáveis climáticas foram realizadas desde início da infestação até seu ponto máximo. Como ocorreram, durante o período de estudo (maio de 1972-fevereiro de 1974), três picos de infestação para Campinas e Pindorama, foram realizadas três análises para cada local. O nível de infestação foi correlacionado com um período anterior de dados climáticos (P), com dois (P + 1) e três períodos (P + 2). Pôde-se observar que, nos locais estudados, os níveis máximos de infestação foram praticamente iguais nos períodos secos e chuvosos do ano. Em Campinas, a variedade mundo-novo, conduzida no espaçamento de 4 X 2 metros, foi a mais atacada pelo inseto. Em Pindorama, as progênies de burbom-amarelo recepado e catuaí não diferiram quanto ao ataque do bicho-mineiro, sendo a variedade burbom-amarelo conduzida a livre crescimento, a menos danificada pelo inseto, Apesar de terem sido notadas essas diferenças em função das condições microclimáticas criadas pelas culturas com diferentes densidades foliares, a tendência das curvas de infestação foi igual para as diferentes condições analisadas, notando-se apenas que em Pindorama os acmes antecederam os de Campinas. Entretanto, de modo geral, a infestação do bicho-mineiro sempre foi maior na parte alta da planta, onde se observaram nos cafeeiros mais espaçados (catuaí, para Pindorama, e mundo-novo 4 X 2 e 3 X 2 metros, para Campinas), diferenças de infestação nas faces da planta: a norte e a este foram mais afetadas pela praga. A porcentagem de folhas infestadas em Campinas apresentou-se correlacionada negativamente com média das máximas e máxima absoluta (?C), enquanto em Pindorama o maior coeficiente de correlação foi aquele entre a porcentagem de infestação e média das máximas, embora tenha havido correlação negativa com as temperaturas média, média das máximas e mínimas, e máxima e mínima absoluta. A precipitação pluvial (mm) e a insolação (horas) não tiveram nenhuma influência na evolução dos danos causados por P. coffeella. A fim de avaliar os prejuízos causados por P. coffeella, foi proposta uma escala de notas de um a cinco, que se mostrou válida, nas presentes condições experimentais. Foram amostradas lagartas (através de coleta de folhas), crisálidas (contadas nos ramos marcados) e adultos (armadilha de sucção), sendo estes últimos coletados somente em Campinas. As crisálidas tiveram preferência pela parte baixa da planta, com 81,76% e 84,55% do total daquelas amostradas, concentrando-se na saia do cafeeiro, em Campinas e Pindorama, respectivamente. Assim, elas estiveram correlacionadas em ambas as regiões de maneira positiva com precipitação pluvial, embora estivessem também correlacionadas positivamente com mínima absoluta (?C) em Campinas e negativamente com insolação em Pindorama. Os adultos estiveram correlacionados negativamente com temperatura (?C) e precipitação pluvial (mm) e, positivamente, com evaporação (mm) e insolação (horas), quando os dados climáticos foram tomados cinco dias antes de cada contagem. Os adultos têm preferência para voar entre as quinze horas e as seis da manhã, e, baseando-se nas necessidades térmicas, devem apresentar no mínimo nove gerações em um ano, com picos populacionais sucessivos. Entre outros fatores locais, que podem alterar o comportamento de P. coffeella, a época de ataque, através da simulação de danos, mostrou que quando a infestação ocorre na fase construtiva do cafeeiro, há necessidade de maiores reduções de área foliar para que os prejuízos sejam maiores, enquanto, se ocorre no início da fase chuvosa (fase construtiva) desde 25% de redução, os danos atingem 39,22%, diferindo muito pouco do tratamento com 75% de redução. Foram coletadas espécies de ervas daninhas que hospedavam crisálidas de P. coffeella, sendo que Emilia sonchifolia (L.) DC, (falsa-serralha) apresentou rasgaduras provocadas pelas lagartas do bicho-mineiro. Encontraram-se parasitas pertencentes às famílias Braconidae e Eulophidae, com predominância dos primeiros. As duas espécies de braconídeos Mirax sp. e Colaster letifer (Mann, 1872), foram pela primeira vez referidos sobre P. coffeella no Brasil. Pôde-se observar que a influência do estado nutricional da planta, no ataque de P. coffeella, depende da época do ano. Na seca, a presença de nitrogênio (N) e potássio (K) levou a um menor ataque do bicho­mineiro. Na época chuvosa, não houve influência do N, enquanto o fósforo (P) provocou aumento da praga e, o potássio (K), diminuição dela. Os micronutrientes boro e zinco, nas duas épocas, não tiveram efeito sobre a praga.
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spelling Bioecologia de Perileucoptera coffeella (Guérin-Méneville, 1842) (Lepidoptera - Lyonetiidae) em condições de campoBioecology of Perileucoptera coffeella (Guérin-Méneville, 1842) (Lepidoptera-Lyonetiidae) under field conditionsBICHO-MINEIRO-DO-CAFEEIROBIOLOGIAEstudou-se a flutuação dos danos causados por P. coffeella em populações de Coffea arabica L., conduzidas em diferentes formas e espaçamentos, e sua associação com variáveis meteorológicas. Foram analisados outros fatores locais que pudessem afetar a população da praga, e discutidos métodos de amostragem. As observações foram efetuadas em lotes de progênies de burbom-amarelo (conduzidos a livre crescimento e recepados) e catuaí, em Pindorama (SP), e em mundo-novo em tris espaçamentos (4 X 2, 3 X 2 e 2 X 1 m) em Campinas (SP). As amostragens para avaliar a infestação foram realizadas em diferentes alturas da planta nas exposições norte, sul, leste e oeste. As variáveis meteorológicas (temperatura média compensada, média das máximas e mínimas, máxima e mínima absoluta (?C), precipitação pluvial (mm) e insolação (horas) foram obtidas de postos agrometeorológicos situados a 300 metros, aproximadamente, dos lotes experimentais, para ambas as regiões. Em virtude de o ataque de P. coffeella provocar queda de folhas, alterando o resultado da análise, as correlações entre os níveis de infestação e as variáveis climáticas foram realizadas desde início da infestação até seu ponto máximo. Como ocorreram, durante o período de estudo (maio de 1972-fevereiro de 1974), três picos de infestação para Campinas e Pindorama, foram realizadas três análises para cada local. O nível de infestação foi correlacionado com um período anterior de dados climáticos (P), com dois (P + 1) e três períodos (P + 2). Pôde-se observar que, nos locais estudados, os níveis máximos de infestação foram praticamente iguais nos períodos secos e chuvosos do ano. Em Campinas, a variedade mundo-novo, conduzida no espaçamento de 4 X 2 metros, foi a mais atacada pelo inseto. Em Pindorama, as progênies de burbom-amarelo recepado e catuaí não diferiram quanto ao ataque do bicho-mineiro, sendo a variedade burbom-amarelo conduzida a livre crescimento, a menos danificada pelo inseto, Apesar de terem sido notadas essas diferenças em função das condições microclimáticas criadas pelas culturas com diferentes densidades foliares, a tendência das curvas de infestação foi igual para as diferentes condições analisadas, notando-se apenas que em Pindorama os acmes antecederam os de Campinas. Entretanto, de modo geral, a infestação do bicho-mineiro sempre foi maior na parte alta da planta, onde se observaram nos cafeeiros mais espaçados (catuaí, para Pindorama, e mundo-novo 4 X 2 e 3 X 2 metros, para Campinas), diferenças de infestação nas faces da planta: a norte e a este foram mais afetadas pela praga. A porcentagem de folhas infestadas em Campinas apresentou-se correlacionada negativamente com média das máximas e máxima absoluta (?C), enquanto em Pindorama o maior coeficiente de correlação foi aquele entre a porcentagem de infestação e média das máximas, embora tenha havido correlação negativa com as temperaturas média, média das máximas e mínimas, e máxima e mínima absoluta. A precipitação pluvial (mm) e a insolação (horas) não tiveram nenhuma influência na evolução dos danos causados por P. coffeella. A fim de avaliar os prejuízos causados por P. coffeella, foi proposta uma escala de notas de um a cinco, que se mostrou válida, nas presentes condições experimentais. Foram amostradas lagartas (através de coleta de folhas), crisálidas (contadas nos ramos marcados) e adultos (armadilha de sucção), sendo estes últimos coletados somente em Campinas. As crisálidas tiveram preferência pela parte baixa da planta, com 81,76% e 84,55% do total daquelas amostradas, concentrando-se na saia do cafeeiro, em Campinas e Pindorama, respectivamente. Assim, elas estiveram correlacionadas em ambas as regiões de maneira positiva com precipitação pluvial, embora estivessem também correlacionadas positivamente com mínima absoluta (?C) em Campinas e negativamente com insolação em Pindorama. Os adultos estiveram correlacionados negativamente com temperatura (?C) e precipitação pluvial (mm) e, positivamente, com evaporação (mm) e insolação (horas), quando os dados climáticos foram tomados cinco dias antes de cada contagem. Os adultos têm preferência para voar entre as quinze horas e as seis da manhã, e, baseando-se nas necessidades térmicas, devem apresentar no mínimo nove gerações em um ano, com picos populacionais sucessivos. Entre outros fatores locais, que podem alterar o comportamento de P. coffeella, a época de ataque, através da simulação de danos, mostrou que quando a infestação ocorre na fase construtiva do cafeeiro, há necessidade de maiores reduções de área foliar para que os prejuízos sejam maiores, enquanto, se ocorre no início da fase chuvosa (fase construtiva) desde 25% de redução, os danos atingem 39,22%, diferindo muito pouco do tratamento com 75% de redução. Foram coletadas espécies de ervas daninhas que hospedavam crisálidas de P. coffeella, sendo que Emilia sonchifolia (L.) DC, (falsa-serralha) apresentou rasgaduras provocadas pelas lagartas do bicho-mineiro. Encontraram-se parasitas pertencentes às famílias Braconidae e Eulophidae, com predominância dos primeiros. As duas espécies de braconídeos Mirax sp. e Colaster letifer (Mann, 1872), foram pela primeira vez referidos sobre P. coffeella no Brasil. Pôde-se observar que a influência do estado nutricional da planta, no ataque de P. coffeella, depende da época do ano. Na seca, a presença de nitrogênio (N) e potássio (K) levou a um menor ataque do bicho­mineiro. Na época chuvosa, não houve influência do N, enquanto o fósforo (P) provocou aumento da praga e, o potássio (K), diminuição dela. Os micronutrientes boro e zinco, nas duas épocas, não tiveram efeito sobre a praga.The fluctuation of damages caused by P. coffeella was studied in Coffea arabica L., populations, conducted under different forms and spacings, and their associations with meteorological variables. Other local factors that may affect the insect pest population were analyzed and sampling methods were discussed. The observations were carried out in burbom­amarelo progenies (conducted at free growth and stubbed), and catuaí, in Pindorama (State of São Paulo) and in mundo-novo variety in three spacings (4 X 2, 3 X 2 and 2 X 1 m), in Campinas (State of São Paulo). The samplings to assess infestation were conducted at different plant heights, at north, south, east and west exposures. The meteorological variables (mean temperature, maximum and minimum averages, absolute maximum and minimum (?C), rainfall (mm), and insolation (hours) were obtained from meteorological stations located approximately 300 m from experimental plots, for both regions. Because P. coffeella attack causes leaf shedding altering experimental data, the correlations between infestation level and climatic variables were made from the beginning of infestation to its maximum point. Since there were three infestation peaks for both Campinas and Pindorama during the period of this study (May 1972 to February 1974), three analyses were carried out for each location. The infestation level was correlated with a former period of climatic data (P), with two (P + 1) and three periods (P + 2). It could be observed that in the locations studied the maximum levels of infestation were practically the same in dry and rainy seasons of the year. In Campinas, the mundo-novo variety, conducted at 4 X 2 m spacing was the most attacked by the insect. In Pindorama, the catuaí variety and stubbed burbom­amarelo progenies did not differ with regard to coffee leaf miner attack, being the burbom-amarelo progeny, conducted as free growth, the less damaged by the insect. Despite the fact that these differences were observed as a function of microclimatic conditions created by crops with different foliage densities, the tendency of the infestation curves was similar for the different conditions analyzed, except that in Pindorama the peaks appeared earlier than in Campinas. In general, however, the coffee leaf miner infestation was always greater at the upper part of the plant. For the more spaced coffee trees (catuaí for Pindorama and 4 X 2 and 3 X 2 m mundo-novo for Campinas) a difference of infestation was observed on different sides of the plants. North and East exposures were more affected by the insect. The percentage of infested leaves in Campinas appeared negatively correlated with maximum average and absolute maximum (?C), while in Pindorama the highest correlation coefficient was that between the percentage of infestation and maximum average, even though there was a negative correlation with average, maximum and minimum average, and absolute maximum and minimum temperatures. Rainfall (mm) and insolation (hours) did not have any influence on the evolution of damages caused by P. coffeella. A grade system ranging from 1 to 5 was proposed to evaluate the damages caused by P. coffeella, and this proved to be valid under present experimental conditions. Caterpillars (through sampled leaves), cocoons (counted on tagged branches), and adults (suction trap) were surveyed, the latter being collected only in Campinas. The coccons showed preference to the lower part of the plant with 81.76% and 84.55% of the total concentrating there in Campinas and Pindorama, respectively. Thus, they were positively correlated in both locations with rainfall, although for Campinas they were also positively correlated with absolute minimum (?C), and negatively with insolation in Pindorama. The adults were negatively correlated with temperature (?C) and rainfall (mm), and positively correlated with evaporation (mm) and insolation (hours), when the climatic data were taken five days before each counting. The adults showed preference to flying between 3 P.M. and 6 A.M., and based on thermal needs, must have at least nine generations a year, with successive population peaks. Among other local factors that may alter the behaviour of P. coffeella, the time of attack, through damage simulation, showed that when the infestation occurs in the preparatory phase of the coffee tree, there is a need for greater reductions in foliar area for the damages to be higher, whereas if it occurs in the beginning of the rainy season (constructive phase) from 25% reduction, damages reach 39.22%, differing very little from the treatment with 75% reduction. Weeds which are P. coffeella cocoon hosts were collected; Emilia sonchifolia (L.) DC. (falsa­serralha) showed leaf tears caused by coffee leaf miner caterpillars. Parasites belonging to Braconidae and Eulophidae families were found, with a predominance of the former. Two species of Braconidae, Mirax sp. and Colastes letifer (Mann, 1872) were referred on P. coffeella for the first time in Brazil. It was possible to observe that the influence of nutritional status of the plant on P. coffeella attack depends on the season of the year. During the dry season, the presence of nitrogen {N) and potassium (K) led to a lower coffee leaf miner attack. During the rainy season, there was no nitrogen influence, whereas phosphorus (P) caused insect pest increase and K its decrease. The micronutrients boron and zinc in both seasons had no effect on the insect.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNakano, OctavioParra, José Roberto Postali1975-06-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20210104-154744/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-01-07T21:28:02Zoai:teses.usp.br:tde-20210104-154744Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-01-07T21:28:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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Em virtude de o ataque de P. coffeella provocar queda de folhas, alterando o resultado da análise, as correlações entre os níveis de infestação e as variáveis climáticas foram realizadas desde início da infestação até seu ponto máximo. Como ocorreram, durante o período de estudo (maio de 1972-fevereiro de 1974), três picos de infestação para Campinas e Pindorama, foram realizadas três análises para cada local. O nível de infestação foi correlacionado com um período anterior de dados climáticos (P), com dois (P + 1) e três períodos (P + 2). Pôde-se observar que, nos locais estudados, os níveis máximos de infestação foram praticamente iguais nos períodos secos e chuvosos do ano. Em Campinas, a variedade mundo-novo, conduzida no espaçamento de 4 X 2 metros, foi a mais atacada pelo inseto. Em Pindorama, as progênies de burbom-amarelo recepado e catuaí não diferiram quanto ao ataque do bicho-mineiro, sendo a variedade burbom-amarelo conduzida a livre crescimento, a menos danificada pelo inseto, Apesar de terem sido notadas essas diferenças em função das condições microclimáticas criadas pelas culturas com diferentes densidades foliares, a tendência das curvas de infestação foi igual para as diferentes condições analisadas, notando-se apenas que em Pindorama os acmes antecederam os de Campinas. Entretanto, de modo geral, a infestação do bicho-mineiro sempre foi maior na parte alta da planta, onde se observaram nos cafeeiros mais espaçados (catuaí, para Pindorama, e mundo-novo 4 X 2 e 3 X 2 metros, para Campinas), diferenças de infestação nas faces da planta: a norte e a este foram mais afetadas pela praga. A porcentagem de folhas infestadas em Campinas apresentou-se correlacionada negativamente com média das máximas e máxima absoluta (?C), enquanto em Pindorama o maior coeficiente de correlação foi aquele entre a porcentagem de infestação e média das máximas, embora tenha havido correlação negativa com as temperaturas média, média das máximas e mínimas, e máxima e mínima absoluta. A precipitação pluvial (mm) e a insolação (horas) não tiveram nenhuma influência na evolução dos danos causados por P. coffeella. A fim de avaliar os prejuízos causados por P. coffeella, foi proposta uma escala de notas de um a cinco, que se mostrou válida, nas presentes condições experimentais. Foram amostradas lagartas (através de coleta de folhas), crisálidas (contadas nos ramos marcados) e adultos (armadilha de sucção), sendo estes últimos coletados somente em Campinas. As crisálidas tiveram preferência pela parte baixa da planta, com 81,76% e 84,55% do total daquelas amostradas, concentrando-se na saia do cafeeiro, em Campinas e Pindorama, respectivamente. Assim, elas estiveram correlacionadas em ambas as regiões de maneira positiva com precipitação pluvial, embora estivessem também correlacionadas positivamente com mínima absoluta (?C) em Campinas e negativamente com insolação em Pindorama. Os adultos estiveram correlacionados negativamente com temperatura (?C) e precipitação pluvial (mm) e, positivamente, com evaporação (mm) e insolação (horas), quando os dados climáticos foram tomados cinco dias antes de cada contagem. Os adultos têm preferência para voar entre as quinze horas e as seis da manhã, e, baseando-se nas necessidades térmicas, devem apresentar no mínimo nove gerações em um ano, com picos populacionais sucessivos. Entre outros fatores locais, que podem alterar o comportamento de P. coffeella, a época de ataque, através da simulação de danos, mostrou que quando a infestação ocorre na fase construtiva do cafeeiro, há necessidade de maiores reduções de área foliar para que os prejuízos sejam maiores, enquanto, se ocorre no início da fase chuvosa (fase construtiva) desde 25% de redução, os danos atingem 39,22%, diferindo muito pouco do tratamento com 75% de redução. Foram coletadas espécies de ervas daninhas que hospedavam crisálidas de P. coffeella, sendo que Emilia sonchifolia (L.) DC, (falsa-serralha) apresentou rasgaduras provocadas pelas lagartas do bicho-mineiro. Encontraram-se parasitas pertencentes às famílias Braconidae e Eulophidae, com predominância dos primeiros. As duas espécies de braconídeos Mirax sp. e Colaster letifer (Mann, 1872), foram pela primeira vez referidos sobre P. coffeella no Brasil. Pôde-se observar que a influência do estado nutricional da planta, no ataque de P. coffeella, depende da época do ano. Na seca, a presença de nitrogênio (N) e potássio (K) levou a um menor ataque do bicho­mineiro. Na época chuvosa, não houve influência do N, enquanto o fósforo (P) provocou aumento da praga e, o potássio (K), diminuição dela. Os micronutrientes boro e zinco, nas duas épocas, não tiveram efeito sobre a praga.
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