Desfechos clínicos e microbiológicos no uso de cateter venoso periférico: subsídios para assistência segura ao paciente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Gustavo Francisco
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-15122021-083050/
Resumo: Os cateteres venosos periféricos (CVP) são produtos para saúde (PPS) comumente utilizados em pacientes hospitalizados para administração de fluidos, medicamentos, e monitoramento hemodinâmico. No entanto, podem representar fonte potencial de contaminação microbiana, formação de biofilme e infecção. O objetivo desta pesquisa foi avaliar indicadores clínicos e microbiológicos associados ao uso do CVP. Trata-se de um estudo observacional realizado em duas etapas: Etapa I - Seguimento longitudinal prospectivo dos pacientes hospitalizados em uso contínuo de CVP flexível com a caracterização dos pacientes submetidos à cateterização venosa periférica, bem como frequência dos sinais e sintomas de agravos associados ao uso de CVP. Além disso, a Etapa II - Avaliação das condições microbiológicas, incluindo a presença de biofilme em CVP flexíveis dos pacientes hospitalizados por microscopia eletrônica de varredura (MEV), e a associação entre os aspectos clínicos dos pacientes com os microbiológicos em diferentes locais dos CVP flexíveis (superfícies internas e externas). O seguimento longitudinal prospectivo de 67 pacientes hospitalizados em uso contínuo de CVP flexível, bem como a coleta das amostras de CVP flexíveis foram realizados em unidades de internação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. Antes da avaliação microbiológica, todas as amostras de CVP flexíveis foram examinadas em termos de integridade e aparência (sujidade). A análise estatística foi realizada pelo teste de qui-quadrado (x2) de Pearson com α=5%. Os 67 pacientes hospitalizados eram de ambos os sexos, média de idade de 55,8 anos, com tempo médio de permanência do CVP flexível de 43,0h. Ainda, em relação aos locais de inserção dos CVP flexíveis, 98,5% estavam em membros superiores: braços (44,7%), mãos (35,8%) e antebraços (17,0%), e destes, 75,0% apresentavam cobertura (curativo adesivo) transparente. Aproximadamente, um em cada quadro pacientes apresentou sinais e sintomas de agravos associados ao uso do CVP flexível. Staphylococcus spp foram os micro-organismos mais prevalente nas amostras. Além disso, não houve associação entre a avaliação clínica e a presença nas superfícies internas e externas de micro-organismo no CVP flexível, respectivamente (x² =1,522; gl=1; p=0,217) e (x²=2,405; gl=1; p=0,121). A MEV evidenciou diferenças morfológicas (textura e espessura) entre as camadas das superfícies internas e externas dos CVP flexíveis, bem como a presença de célula epitelial, matéria orgânica, extensa rede de fibrina com células sanguíneas e bactéria na forma de bastonete. Em conclusão, esta pesquisa permitiu o avanço do conhecimento acerca do uso do CVP flexível e a assistência segura ao paciente, bem como inferir que estes PPS são fonte potencial de contaminação microbiana nas superfícies internas e externas com a formação de biofilme. Entretanto, não houve associação entre os desfechos clínicos e microbiológicos quanto ao uso de CVP flexível.
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Trata-se de um estudo observacional realizado em duas etapas: Etapa I - Seguimento longitudinal prospectivo dos pacientes hospitalizados em uso contínuo de CVP flexível com a caracterização dos pacientes submetidos à cateterização venosa periférica, bem como frequência dos sinais e sintomas de agravos associados ao uso de CVP. Além disso, a Etapa II - Avaliação das condições microbiológicas, incluindo a presença de biofilme em CVP flexíveis dos pacientes hospitalizados por microscopia eletrônica de varredura (MEV), e a associação entre os aspectos clínicos dos pacientes com os microbiológicos em diferentes locais dos CVP flexíveis (superfícies internas e externas). O seguimento longitudinal prospectivo de 67 pacientes hospitalizados em uso contínuo de CVP flexível, bem como a coleta das amostras de CVP flexíveis foram realizados em unidades de internação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. Antes da avaliação microbiológica, todas as amostras de CVP flexíveis foram examinadas em termos de integridade e aparência (sujidade). A análise estatística foi realizada pelo teste de qui-quadrado (x2) de Pearson com α=5%. Os 67 pacientes hospitalizados eram de ambos os sexos, média de idade de 55,8 anos, com tempo médio de permanência do CVP flexível de 43,0h. Ainda, em relação aos locais de inserção dos CVP flexíveis, 98,5% estavam em membros superiores: braços (44,7%), mãos (35,8%) e antebraços (17,0%), e destes, 75,0% apresentavam cobertura (curativo adesivo) transparente. Aproximadamente, um em cada quadro pacientes apresentou sinais e sintomas de agravos associados ao uso do CVP flexível. Staphylococcus spp foram os micro-organismos mais prevalente nas amostras. Além disso, não houve associação entre a avaliação clínica e a presença nas superfícies internas e externas de micro-organismo no CVP flexível, respectivamente (x² =1,522; gl=1; p=0,217) e (x²=2,405; gl=1; p=0,121). A MEV evidenciou diferenças morfológicas (textura e espessura) entre as camadas das superfícies internas e externas dos CVP flexíveis, bem como a presença de célula epitelial, matéria orgânica, extensa rede de fibrina com células sanguíneas e bactéria na forma de bastonete. Em conclusão, esta pesquisa permitiu o avanço do conhecimento acerca do uso do CVP flexível e a assistência segura ao paciente, bem como inferir que estes PPS são fonte potencial de contaminação microbiana nas superfícies internas e externas com a formação de biofilme. Entretanto, não houve associação entre os desfechos clínicos e microbiológicos quanto ao uso de CVP flexível.Peripheral venous catheters (PVC) are health products (HP) commonly used in hospitalized patients to administer fluids, medications, and hemodynamic monitoring. However, they can represent a potential source of microbial contamination, biofilm formation and infection. The objective of this research was to evaluate clinical and microbiological indicators associated with the use of PVC. This is an observational study carried out in two stages: Step I - Prospective longitudinal follow-up of hospitalized patients on continuous use of flexible PVC with the characterization of patients undergoing peripheral venous catheterization, as well as the frequency of signs and symptoms of injuries associated with the use of PVC. In addition, Step II - Assessment of microbiological conditions, including the presence of biofilms in flexible PVC from patients hospitalized by scanning electron microscopy (SEM), and the association between the clinical aspects of patients and the microbiological aspects in different locations of flexible PVC (internal and external surfaces). The prospective longitudinal follow-up of 67 hospitalized patients in continuous use of flexible PVC, as well as the collection of flexible PVC samples were performed in inpatient units at Clinical Hospital, Ribeirão Preto Medical School, University of São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brazil. Before the microbiological evaluation, all flexible PVC samples were examined for integrity and appearance (dirt). Statistical analysis was performed using Pearson\'s chi-square test (x2) with α=5%. The 67 hospitalized patients were of both sexes, with a mean age of 55.8 years, with a mean length of stay of the flexible PVC of 43.0h. Moreover, in relation to the flexible PVC insertion sites, 98.5% were in the upper limbs: arms (44.7%), hands (35.8%) and forearms (17.0%), and of these, 75.0% had a transparent dressing (adhesive bandage). Approximately one in every patient presented signs and symptoms of injuries associated with the use of flexible PVC. Staphylococcus spp. were the most prevalent microorganisms in the samples. In addition, there was no association between clinical evaluation and the presence on the internal and external surfaces of microorganisms in the flexible PVC, respectively (x²=1.522; gl=1; p=0.217) and (x²=2.405; gl=1; p=0.121). SEM showed morphological differences (texture and thickness) between the layers of the internal and external surfaces of flexible PVC, as well as the presence of an epithelial cell, organic matter, extensive fibrin network with blood cells and bacteria in the form of a rod. In conclusion, this research allowed the advancement of knowledge about the use of flexible PVC and safe patient care, as well as inferring that these HP are a potential source of microbial contamination on the internal and external surfaces with the biofilm formation. However, there was no association between clinical and microbiological outcomes regarding the use of flexible PVC.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAndrade, Denise deLopes, Gustavo Francisco2021-08-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-15122021-083050/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-01-05T19:50:02Zoai:teses.usp.br:tde-15122021-083050Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-01-05T19:50:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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